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domingo, 15 de março de 2020

Clube de Regatas Botafogo

 Realiza-se amanhã, na magestosa da enseada de Botafogo, a regata final da temporada, promovida pelo glorioso , centro de canoagem, Club de Regatas Botafogo. É a mais importante regata do anno e tem elementos para revestir-se do maior brilhantismo. As principaes provas do dia são o Campeonato de Remadores do Brasil, o Campeonato Brasileiro do Remador e as provas clássicas "Jardim Botânico" o "Conselho Municipal". O Campeonato de Remadores do Brasil  é a prova máxima do rowing brasileiro, reunirá este anno, pela primeira vez cinco concurrentes representativos dos Estados, com um total de sete barcos. O Rio Grande do Norte, a Bahia, a Capital Federal, S. Paulo e Rio Grande do Sul são os que se vão degladiar nessa magica prova. No Campeonato do Remador far-se-ão representar os paraenses, bahianos, riograndenses do sul, paulistanos e cariocas. O seu promotor, o veterano Club de Regatas Botafogo, não tem poupado esforços ao sentido de que, marcando um verdadeiro acontecimento para a historia nautica nacional, receba elle de louros della conseqüentes, assignalando assim mais uma victoria para a sua brilhante vida social. Assim, a enseada de Botafogo amanhã será o theatro de um bello espectaculo, cheio das maiores emoções. 


UM CHÁ DANSANTE NO BOTAFOGO 

O Club de Regatas Botafogo, durante o tempo da regata, terá os elegantes salões de sua sumptuosa sede franqueados aos seus associados, neles realizando-se um chã dansante. Essa reunião, que deverá ser encantadora como todos os outros que ali se tem realizado, ao certo que será o "clou" das regatas. O elegante e finissimo espirito de cordialidade voltará a povoar os salões do club da "estrella solitária", consorciado á belleza e ao encanto das gentis patricias que a elle affluirão, para a pratica do querido "sport terpsichoriano".

Fonte: https:// bndigital.bn.br

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Canoé Diva de 1898
A botafoguense "Diva", jamais derrotada, foi a mais famosa embar4cação de regatas do Rio de Janeiro, no final do século XIX. Sua guarnição, campeã carioca de 1899 mereceu os mais elogiados comentários da imprensa da época, como essa da "Semana Sportiva". A equipe que garantiu ao Botafogo de Regatas aquele campeonato, é vista ao mar, após uma prova e, na praia, com o morro da Viuva ao fundo, antes de um treinamento.
O primeiro título estadual foi conquistado no dia 4 de junho de 1899, sagrando-se Campeão Estadual de Remo da Cidade do Rio de Janeiro o Club de Regatas Botafogo, o que faz do Botafogo o único clube brasileiro campeão em três séculos (XIX – XX – XXI).

A equipe vencedora conduziu uma canoa a quatro remos, composta por: Paulo Ernesto Azevedo (patrão), Armando Leite Bastos (voga), Francisco de Rego Macedo (sota-voga), Antônio Mendes de Oliveira Castro Filho (sota-proa) e Carlos de Souza Freire (proa), a bordo da invencível 'Diva'.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini

Fonte: Livro Botafogo O Glorioso - Uma história em preto e branco

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No dia 12 de outubro de 1902, pilotando um canoé a um remo no 1º campeonato brasileiro, Antônio Mendes de Oliveira Castro Filho derrotou o alemão Hans Binder (Natação), campeão europeu, e o inglês Eduard May (Icaraí), consagrando o Botafogo como o 1º campeão brasileiro em qualquer desporto. O 'Almirante' - como era conhecido o atleta do C. R. Botafogo - percorreu a distância de mil metros em 3'57"3/10.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini

Fonte: Livro Botafogo O Glorioso - Uma história em preto e branco

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 Livro de Registro de Regatas do C.R. Botafogo do ano de 1900. 

Foto gentilmente cedida por Rafael Barberena

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                       Ala esquerda do Pavilhão de Regatas


Canoa Caeté do Clube São Christóvão vencedor do páreo Vasco da Gama


Yole Jandaya do Club Flamengo vencedor páreo de honra Distrito Federal


Yole Tapir do Clube São Christovão vencedor dos páreos Clubs Gragoatá e Flamengo.


Artena, do Club Vasdo da Gama, vencedor do páreo Federação dos Clubs de Regatas da Bahia.

Escaler da Marinha do 3º anno de Machinas, vencedor do pareo Marinha Nacional.

Yole Natação Vencedor do Campeonato do Rio de Janeiro do Club de Natação e Regatas.


                                        Nas águas de Botafogo
Fonte: Jornal O Careta nº 116 de 20 de agosto de 1910

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                                Entrada do Pavilhão de Regatas

                Aspecto interno do Pavilhão de Regatas

Fonte: Jornal O Careta nº 124 de 15 de outubro de 1910

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Yole Tietê do Clube Internacional de Regatas, vencedor da prova classica "A Sul America"


Ubiratan do C.R. Guanabara collocado em 2º lugar prova clássica "A Sul America"


Canoa Iguá do C.R. Boqueirão do Passeio vencedor páreo "Dr. Julio Furtada"


Ipegay tripulado por Arnaldo Voigt do C.R. Gragoatá, vencedor do "Campeonato de Remo"


Barco C. Internacional de Regatas vencedor páreo "Clube Federados"

Natação do Clube de Natação e Regatas collocado em 2º lugar no páreo "Clube Federados".

Fonte: Jornal O Careta nº 126 de 29 de outubro de 1910

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 RAID-NAUTICO NATAÇÃO VENCEDOR . 

Realizou-se hòntem, por iniciativa do commandante Faria Ramos, presidente da Federação Brasileira das Sociedades do Remo, esta importante prova de resistencia para a classe de "juniors", de Gragoatá ao Flamengo, num percurso de 5.000 metros.

As guarnições que concorreram a esse importante "raid", em se tratando de "juniors", foram muito além da espectativa, não só pela "performance" des envolvida que foi feita em 18,40", como as condições relativamente folgadas em que chegaram os valentes "cauoliers", sendo que os vencedores, cantavam quando transpuseram a linha de chegada.

As 8,15 apresentaram-se ás ordens do juiz as seguintes embarcações: "Pourquoi-Pas", do Botafogo; "Meteoro", do Vasco; "Oceano", do Boqueirão, "Rio Branco" do Natação e Regatas; deixando de tomar parte os clubs S. Christovam o Internacional.

Alinhadas as embarcações em suas respectivas balisas, isto é, "Oceano" na 1ª, "Meteoro" na 2ª, "Rio Branco" na 3ª, “Natação” na 4ª, e  “Pourquoi-Pas” na 5ª, foi dada exatamente aquela hora, em boias condições, o tiro de partida, tendo o Boqueirão “arrancado” em primeiro logar, e os demais juntos.

Na passagem da primeira boia, illuminativa, era a seguinte a classificação das “yoles”;

1º “Rio Branco”; 2º “Meteoro”; 3º “oceano”; 4º “Natação”; e em 5º por fora “Pourquoi-Pas”.

Em fronte a Willegaiguon a ordem dous  primeiros era a, mesma, tendo-se apenas a "Natação"; que corria em 4º, passado para 3º,e “Oceano” passado desta para aquella.

Assim correram até o final do percurso, soffrendo alteração apenas a, 3ª e 4ª collocações e a ordem de chegada foi a seguinte: 1º “Rio Branco”; 2º “Meteoro”; 3º “Oceano”; 4º “Natação”, sendo que esse dois últimos não transpuseram a linha de chegada.  “Pourquoi-Pas” que sempre correu do alcance, fez enérgica chegada duzentos metros antes, tendo se aproximado bastante dos seus competidores, arvorando, contudo a uns cem metros do vencedor.

Do primeiro para o segundo —meio barco e deste para o terceiro, tres barco. 

Ao club vencedor será ofertado pela federação um bronze artístico.

Damos em seguida as guarnições, na sua ordem de chegada.

1º"Rio Branco” do Club de Natação e Regatas; patrão, Ângelo Gammarò; remadores: José R. L. Pinto, Paulo Pinto, Camillo S. Souza, Jayme Carneiro Leão, Boabdil de Miranda, Daniel de Almeida e Armando Magalhães.

2º "Meteoro", do Club Vasco da Gama; patrão, Alfredo da Silva Pinto; remadoros: Miguel Higuera Camano, Francisco de Souza, Jayme Leite, Gustavo Paiva, Manoel Carlos Coelho, Pedro Mellonciní, José Villèla de Andrade e Álvaro Monteiro Teixeira. 

3º "Oceano", do Club do Regatas do Boqueirão do Passeio: patrão, Luiz da Cunha; remadores: Carlos Ignacio Coelho, Francisco Hasphiaíte, Antônio Novaes Júnior, Enrico Gonçalves, Pedro Vettiner, Ayres Fernandes, Carlos Costa e Augusto Sarmento.

4º "Natação", do Club de Natação e Regatas; patrão,: Clovis do Amaral; remadores: Alfredo Monteiro, Melciades Serpa, Jorge BIuna, Alberto Moore, Anlonio Cândido, Sebastião Neves, Agenor Moreira e Arthur F. Carvalho. 

5º "Pourquois-Pas ?",do Club de Regalas Botafogo; patrão, Paulo Gomes do Oliveira:  remadores Arnaldo F. dos Santos, Octavio Macedo,  Adhemar de Mello, Américo P. Fontenelle, Raul Leão Velloso, Jayme Soares, Waldemiro Soares e Alcides de Barros Paiva.

Fonte: Diário O Imparcial nº 20 de 22 de dezembro de 1912

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        Inauguração da nova sede do Clube de Regatas Botafogo
O glorioso Club de Regatas Botafogo, decano dos centros de canoagem no Brasil, realizou sabbado ultimo, em os seus elegantes  salões de sua magestosa sede, á praia do seu nome, uma encantadora festa, em que se homenageou ao ex-presidente do Club Sr. Raul do Rego Macedo. Foi a festa da homenagem do Botafogo a quem na presidência dos seus destinos sociaes, foi um benemérito, um grande trabalhador, que nunca sentiu esmorecimentos para realizar aquillo que idealizasse, em beneficio do club, encontrasse ou não os mais sérios contratempos. E, assim, o retrato de Raul Macedo, está lá, na galeria de honra do Botafogo. As dansas prolongaram-se até ás duas horas da madrugada de domingo, sob uma encantadora cordialidade. A conducto da directoria do Botafogo, na tarefa de distribuir gentilezas e cortezias aos presentes foi irreprehensivel, captivou a todos sobre maneira.

      Soirée realisada no Club da 'estrella solitaria" sabado ultimo

Fonte: Jornal Sport Illustrado de 09 de outubro de 1920
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  A senhorita Nair Cruz Santos, um dos mais illustres e formosos ornamentos da sociedade brasileira, fez annos ante-hontem . Pertencente á brilhante phalange torcedora do Botafogo F. C, Nair Cruz Santos é uma dessas creaturas de uma aprimorada edicação e de raros dotes de virtude, o que a tornam admirada por todos que com S. Ex. privam, quer na intimidade, quer não.
Fonte: Revista Sport Illustrado de 09 de outubro de 1920
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O Club de Regatas Botafogo realisou sabado ultimo uma linda festa, na qual se congregaram as mais intransigentes e formosas torcedoras de quasi todos os nossos clubs.

Fonte: Jornal Spor Illustrado de 21 de janeiro de 1921
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                                Posse da nova diretoria sabado ultimo

Fonte: Jornal Sport Illustrado de 15 de janeiro de 1921
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No banquete que o Dr. Alvaro Werneck effereceu ao Club de Regatas Botafogo
Fonte: Jornal O Malho nº 1009 de 14 de janeiro de 1922
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UM TURNO EM REVISTA 
Como decorreu a primeira phase do campeonato de basketball 

Ao iniciar-se  o campeonato o Botafogo de Regatas era considerado o team mais categorizado. As perturbações internas no club da “estrela solitária”, prejudicaram porém a efficiencia do team, que passou a desenvolver performances irregulares. Depois de adquirir um cartaz formidável, derrotando a equipe norte-americana que nos visitou, venceu penosamente o modesto I.S.P. e perdeu surpreendentemente para o Botafogo F.C. e assim terminou o turno em terceiro lugar, apenas.
Certamente que não se poderia espetar para o primeiro turno do campeonato de basket que vem  de se encerrar, um desenrolar mais interessante do que realmente foi. Os vinte e cinco teams concorrentes desenvolveram, de um modo geral a producção  que deles mais ou menos se esperava. Não se chegou a registrar uma surpresa, propriamente dita, na classificação observada ao final do turno. Assim a ordem verificada na serie Fred – Riachuelo, Tijuca, Boqueirão, Sampaio, Carioca, Vasco, Santa Heloisa, São Christovão,  Alliados,  Villa, Mackenzie, Natação e Tabajaras, _ foi acentuadamente lógica, como também foi a verificada na série Brown-  Olimpico, Fluminense, Botafogo de Regatas, Grajahu, Olaria, Botafogo F.C., Flamengo, América, J.S.P., Portuguesa, Bomsucesso e Tabajaras. 

SAMPAIO x RIACHUELO, O MATCH PADRÃO 

O RIACHUELO atravessou invicto iodo o primeiro turno. Doze jogos realizou o campeão de 37 sem conhecer o dissabor de uma derrota. O seu mais resistente adversário foi o Sampaio, tendo o embate apenas se decidido na prorrogação.

Em detalhes o turno apresentou aspectos dignos de registro. E assim podem ser citados sob o ponto de vista technico, os jogos Sampaio x Riachuelo; C.R. Botafogo x Olaria; Riachuelo x Tijuca; Fluminense x Olympico; Tijuca x Sampaio e Olympico x Grajahu. O primeiro, principalmente, foi o match padrão da temporada. Foi o mais technico, o mais disciplinado,  coisa realmente notável face a rivalidade entre os dois clubs vizinhos, efoi o que deu a maior renda do certâmen: mais de dois contos.

DEIXOU A DESEJAR, A DISCIPLINA 
O lado avesso do certamen foi também, infelizmente acentuado.  Apesar de não ter afrouxado um centímetro sequer na aplicação rigorosa seu celebre codigo de Penalidades, nunca a Liga Carioca de Basket se a braços com tantos casos de indisciplina como no turno do campeonato deste anno.
Justifique-se isso, talvez com o numero avultado de clubs concorrentes muito dos quaes reappareceram este anno na entidade desambientados ainda, pois, do regimen disciplinar existente nesta. As aggressões a juizes foram frequentes mas as suspensões por seis meses também o foram... 
Disputando pela primeira vez o campeonato official, o Olympico cumpriu uma campanha brilhante, encerrando o turno na leaderança de seu grupo, com uma derrota apenas. A energia de seu team, jovem e enthusiasta, supriu nas ocasiões precisas a experiência que lhes faltava ainda.

OS MAIORES ENCESTADORES 
O maior encestador do turno foi Simões do Tijuca com 233 pontos. Aloysio, do Botafogo de Regatas foi segundo collocado com 174 e Celso, também do Tijuca, o terceiro com 167. Classificaram-se ainda entre os melhores encestadores com mais de cem pontos Jofre,do Vasco, Affonso, do Flamengo, Daul, do Bomsucesso, Bi cudo, do Olvmpico, Albano, do Fluminense, Ney, do Olympico Oswaldo, do Mackenzie, e outros mais. 

O MAIOR SALDO E O MAIOR "DÉFICIT' 
O Tijucá foi o club que apresentou o maior saldo de pontos - 209. Seguiram-no: o Riachuelo com 161, o Botafogo de Regatas com 148; o Boqueirão com 140, o Olympico, com 130; o Sampaio com 125, Sampaio com 109 , e outros com menos. O maior "déficit" foi apresentado pelo Bomsuccesso - 240 - seguindo-se o  Costa Lobo com 192, a Portugueza com 161, o Natação com 146, o Mackenzie com 110; o Vila com 104 e outros com menos.

Fonte: Jornal O Globo anno 1 nº 12 de 1938 
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HAROLDO Lobo é um nome no sport e no samba. Três vezes campeão da cidade pelo "five" do Flamengo — naquelles annos que o rubro-negro era um "five" cheio de enthusiasmo e de vontade de  vencer — Haroldo Lobo fez parte da representação carioca que conquistou em 1935 o campeonato brasileiro. Depois, o samba o conquistou. E, ainda mesmo sem abandonar o basket  entrou para o samba. Dessa sua grande victoria, os leitores encontrarão detalhes nas linhas abaixo.
Pediram para que eu escrevesse alguma coisa sobre a minha carreira. Sinceramente, sou um rapaz modesto, pacato, inimigo do exhibicionismo, e não creio que fique bem estar por aqui a contar vantagens, etc. Por isso, vou apenas falar ligeiramente, sem commentarios, sobre o que eu até agora tenho feito.

A PRIMEIRA VICTORIA DO BASKET
O jogo era de responsabilidade. O Fluminense, além de possuir, aquelle tempo, um five notável, era o Fluminense, o que, para nós, flamengos, tem dupla significação. Confesso que o compromisso, o enorme compromisso, me deixava nervoso.
Quando o jogo terminou, e o placard assignalava a nossa victoria, senti que as forças me faltavam. E sentei, para não cair de alegria...

A PRIMEIRA VICTORIA DO SAMBA
Estava se realizando o julgamento das melhores musicas carnavalescas. Dias antes, fora annullado, por causa dos protestos que surgiram de todo lado, es nas linhas abaixe
"Juro", era o meu samba, de parceria com Milton de Oliveira. Toda a cidade o cantava. E eu depositava nelle tremenda, absoluta confiança. Terminado o julgamento, o speakcr annunciou que somente no dia seguinte seria conhecido o resultado.
E no dia seguinte, fui acordado por um telephonema: — Haroldo, o teu samba venceu .. Toda a Gávea se levantou. E me prestou uma homenagem que viva eu duzentos e quarenta e cinco annos jamais esquecerei. Era a minha primeira victoria no samba.

A ULTIMA VICTORIA DO BASKET
Isto foi ha dias. Jogámos com o Grajahú, defendendo as cores do Botafogo F. C, pelo qual disputo o campeonato carioca da L. C. B. Foi um jogo durissimo. Os adversário perseguiam a victoria com a mesma tenacidade que nós. Porém, um pouco mais de chance, um pouco mais de opportunidades, e o triumpho nos sorriu.
A ULTIMA VICTORIA NO SAMBA
"Ella quer que eu abandone a orgia, não pôde ser... Mas... se tal coisa acontecer..."
Poucas pessoas sabem o que um compositor sente, quando se canta ou se dansa uma sua musica. Os meus sambas são os meus melhores amigos. Quando estou aborrecido, faço um samba alegre e quando estou alegre, faço um samba triste.

Fonte: Jornal O Globo ano 1 nº 11 de 1938
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CONTAGEM GERAL DO V CONCURSO DE VERÃO 

Club de Regatas Botafogo –  vencedor    122 pontos 

Club de Regatas do Flamengo    103 pontos

Fluminense Football Club        77 pontos

Tijuca Tennis Club      43 pontos

Club de Regatas Boqueirão do Passeio      13 pontos

Grupo de Regatas Gragoatá        9 pontos


 A FULGURANTE PRODUCÇÃO DE PONTOS DA EQUIPE FEMININA DO CLUB DE REGATAS BOTAFOGO                 

(x) Dulce Pereira da Silva                               18,68 pontos

     Mariza de Oliveira Figueiredo                       17 pontos  

(X) Beatriz Fernandes Macedo  13,66 pontos

(X) Elise Oehlke  12,66 pontos

      Kathe Jansen             8 pontos 

      Lais Pereira Bonifácio         7 pontos

      Ilonka Jansen   2 pontos

      Marina Alves de Souza 1 ponto

                                                                               __________

                                                                              80 pontos

Das figuras femininas, as 3 em ponto maior são justamente as componentes da prova de turmas, tres estilos de nado  (livre peito e costas) e que se fizeram recordistas cariocas. Estão assinaladas pela lettra X, à esquerdo., Conclui-se assim que a producção de pontos para a victoria do Botafogo foi altamente superior por parte da equipe feminina pois deixou ao team de homens um total 42 pontos dos 122 obtidos durante a competição.

Deixar  de nos referirmos ao campeonato da petizada seria uma injustiça clamorosa aos que, futuramente, deverão ser os verdadeiros azes da natação carioca, pois é bem certo que dessa classe é licito aguardar, justamente, o mais seguro progresso. O ultimo certame, com a presença das equipes do Vera Cruz, Tijuca F. C, Fluminense F. C, C. R. Botafogo, CR. Flamengo e G. R. Gragoatá, logrou attingir, em quantidade e qualidade, grande numero de jovens nadadores, constituindo um verdadeiro record. O certame, que foi efectuado na piscina do Botafogo, em Março p. f. e terminou com a victoria justa do Vera Cruz com 187 pontos, secundando-o o Tijuca F. C. com 87: — uma differença de 100 pts. entre o 1º e 2º collocado. O programma constou de 25 provas, o que se nos afigurou excessivo e, de certo modo, estafante. Technicanente se fez digno dos maiores elogios pois durante seu  desenrolar foram constantes as quebras de records nas diversas classes de nadadores. Damos, a seguir, as novas marcas desses pequenos heróes: Júlio Samarcos, do Vera Cruz, nos 100 mts. livres, classe de "Aspirantes", que igualou os 1'09"6, de Marcos Pereira da Silva. Paulo W. da Fonseca e Silva, do Vera Cruz, nos 100 mts.de costas de "Juvenis Seniors” para 1'16"9. Pedro Mibielli de Carvalho, do Fluminense, nos 200 mts. de peito, de "Aspirantes", de 3'06"6 que era seu, para 3'05”4. Luiz Ferreira, do Vera Cruz, nos 50 mes. de peito, de "Petizes", cujo record lhe pertencia e foi igualado em 54”2.

Fernando Machado Leal, do Vera Cruz, nos 100 mts. de peito classe de "Juvenis Seniors", de 1'26"8 para 1'25"8.

Dinah Motta, do Tijuca, nos 50 mts. livres, de "Meninas Petizes", de 46" para 45"5.

Maria Helena Falconi, do Fluminense, nos 100 mts. livres da classe de "Meninas Juvenis", de 1'39" para 1'38"8.

A actuaçao do Botafogo, campeão de 1937 foi fraca, e dos demais, de padrão muito inferior, principalmente o Fluminense F. C. que, como o club da estrella solitaria, é dono de uma das melhores e mais antigas piscinas do Rio. O club tricolor, pelo que demonstra, só se interessa pela natação quando está em jogo o título de campeão carioca de adultos o que é deveras lamentável, pois nada lhe falta para brilhar em tais certames.

Além das equipes collocadas em 1º e 2º logares, publicamos em destaque, entre duas Petizes, o "mosquito" do conjunto campeão, que bem merece o registro especial das linhas abaixo :

Dulce P. da Silva estylista de nado de cotas
              Dulce P. da Silva - Dulce P. da Silva estylista de nado de cotas

                                   Equipe Feminina e Masculina certame L.C.N.
Dulce, Beatriz, Laiz, Marina, Mariza, Elise, Kathe, Ilonka, Haroldo, Arp, Hercilio, Oswaldo, Marcos - Certame L.N.C.
Abril de 1938

                             Haroldo


                                                                                         Haroldo

Marisa Figueiredo, Katy Jansen, Lonka Jansen, Lais Pereira Bonofácio, Beatriz Macedo


Da esquerada para direita: Dirce (C.R. Botafogo); Sonia (Vara Cruz) e Dinah (Tijuca)

Dulce Pereira
O registro de nadadores da entidade especializada, aponta o nome e a figurinha de Sônia Feitoza, como a sua mais joven e melhor nadadora. Esta inscripta na classe de "Petizes", já tendo participado de duas competições officiaes, como integrante-da homogenea e numerosa equipe do G. Vera Cruz. Em Março ultimo, disputando o campeonato official da Cidade, concorreu com 4 pontos para a victoria da sua turma, tendo alcançado um 3º logar em 50 mts., nado de costas, (classe de meninas petizes) e um 4º em 50 mts., nado livre, tornando-se campeã por equipe.

Correu, nesse dia, contra rivaes de 10 e 11 annos, quando só tem seis. É tão nova e pequenina, que na tabella morpho-physiclogica da entidade marca zero pontos, pois pela mesma, os petizes iniciam a marcação com 0. 1 pts., partindo dos sete annos, até attingir o máximo de 20 pontos. 

Fonte: Revista Sport Ilustrado nº 1 de 12 de abril de 1938

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Hercilio Luiz Collaço

Fonte: Revista Sport Ilustrado de 19 de abril de 1938
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A rapaziada que defende as cores do C. R. Botafogo no sector de basket tem grandes pretenções quanto ao titulo que lhe escapou nas temporadas de 33, 34 e 37.
                                              Adamo e Alvaro
Mr. Brown dirigindo um exercício

Pavão e Aloisio

Possuindo bons valores e a melhor orientação technica que pode alcançar actualmente uma equipe no Brasil, o Botafogo de Regatas é portador, realmente, de credençiaes que o autorizam a aspirar o titulo supremo, aspirando o de vice-campeão, condição que já considera modesta para as suas possibilidades...
Orientados por Mr. Fred Brown, cuja autoridade em materia de baskctball só é contestada pelos despeitados ou desejosos de escândalo para sahir da obscuridade, o quadro do C.R. Botafogo forma com inteira justiça entre os mais sérios concorrentes ao posto mais elevado que o nosso sport da cesta comporta — campeão da cidade.
O C. R. Botafogo, que tem em sua direcção a figura dedicada e caprichosa de Tasso Moreira, digno assistente de Mr. Brown, conta este anno com os mesmos homens que lhe deram o 2º logar em 37 e ainda reúne alguns elementos novos de valor. 
Ao lado dos seus antigos defensores esteio, agora, o "guarda" Newton, que em 37 actuou pelo Mackenzie e pela Escola de Guerra; Armando, o "centro" do Flamengo na ultima temporada; e Pavão, o capichaba que nos representou nas Olimpiadas de Berlim.
A defesa botafoguense contará com o concurso de Álvaro e Adamo, dois titulares veteranos e scratchmen da L. C. B. Pelado, outro antigo integrante da equipe, embora reserva do ataque, também pode collaborar com Newton nas alterações que se fizerem necessárias na guarda.
Pavão aparece como centro effectivo , ladeados pelos avantes Oscar e Aloysio, já perfeitamente integrados na família botafoguense do campeonato carioca de basketball.
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A hegemonia do basket-ball da cidade empolga o C.R. Botafogo

A rapaziada que defende as cores do C. R. Botafogo no sector de basket tem grandes pretenções quanto ao titulo que lhe escapou nas temporadas de 33, 34 e 37. Possuindo bons valores e a melhor orientação technica que pode alcançar actualmente uma equipe no Brasil, o Botafogo de Regatas é portador, realmente, de credençiaes que o autorisam a aspirar o titulo supremo, aspirando o de vice-campeão, condição que já considera modesta para as suas possibilidades...
Orientados por Mr. FredBrown, cuja autoridade em materia de basketball só é contestada pelos despeitados ou desejosos de escândalo para sair da obscuridade, o quadro do C. R. Botafogo forma com inteira justiça entre os mais sérios concorrentes ao posto mais elevado que o nosso esporte da cesta comporta – campeão da cidade.
O C.R. Botafogo que tem em sua direcção de basket a figura dedicada e caprichosa de Tasso Moreira, digno assistente de Mr. Brown, conta este anno com os mesmos homens que lhe deram o 2º logar em 37 e ainda reúne alguns elementos novos de valor. Ao lado dos seus antigos defensores esteio, agora, o "guarda" Newton, que em 37 actuou pelo Mackenzie e pela Escola de Guerra; Armando, o "centro" do Flamengo na ultima temporada; e Pavão, o capichaba que nos representou nas Olimpíadas de Berlim.
A defesa botafoguense contará com o concurso de Álvaro e Adamo, dois titulares veteranos e scratchmen da L. C. B. Pelado, outro antigo integrante da equipe, embora reserva do ataque, também pode collaborar com Newton nas alterações que se fizerem necessárias na guarda.
Pavão aparece como centro efecctivo, ladeado pelos avantes Oscar e Aloysio, já perfeitamente integrados a família botafoguense. É um trio que deve lazer furor. Além de Pelado, que como  resaltamos tanto pôde entrar na ofensiva como na retaguarda. O club do Leme tem ao seu alcance Armando e Inglez. 
O chamado "vovô do sport náutico", também considerado concorrente temível  nas lides de basket desde a fundação da L. C. B., tem, pois, em seu favor, todos os factores para a realização de uma das suas maiores aspirações – a conquista do campeonato carioca de basket-ball.

Fonte: Revista Sport Ilustrado nº 3 de 26 de abril de 1938
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AS  CARACTERÍSTICAS MARCANTES DO "TORNEIO ABERTO DE BASKET-BALL
Grajahú x Botafogo
O Grajahú Tennis Club conquistou as honras de campeão do certame A inda não houve um certame de basket de caracter popular em que predominasse a qualidade de jogo, como o Torneio Aberto que a L.C B. vem de encerrar com êxito.
                                
As novas regras, que exigem inexorávelmente o máximo dinamismo e a escola de primeira representada pelo desempenho dos ases, norte-americanos foram sem dúvida alguma, imperioso factores  para a transformação operada, ajudando muito a base lancada pelo labor persistente de Fred Brown e seus legionários.
Mesmo os jogos de turmas avulsas não apresentaram a monotonia dos annos precedentes. Ao contrario, raros foram os que não agradaram pela movimentação intensa e equilíbrio de acções.

É certo que a maioria das turmas foi beneficiada com a inclusão de um ou mais elementos experimentados nas disputas offtciaes. mas as restantes, inteiramente alheias ás formações da Liga e da Federação, não produziram performances capazes de comprometer este  julgamento. Todos produziram elogiavel basketball, chegando por vezes o surprehender. Por outro lado, as innovações das regras foram bem recebidas e melhor assimiladas que a escassez de tempo e propaganda podiam exigir.
O aspecto disciplinar, salvo um ou outro arranhão suscitados o pelos que evidentemente estão deslocados no sport da cesta, não comprometteu as credenciaes que a acção enérgica da L.C.B. conseguiu impor em nosso ambiente. Os quarenta e seis matches  desenrolados despertaram invulgar interesse, assinalando uma frequência bem lisonjeira para um torneio de seu gênero. 

                                   Grajahú x Botafogo

OS VANGUARDEIROS 

Salvaram-se, dos 46 concorrentes inscriptos, classificando-se para os primeiros postos, o Riachuelo, campeão cidade; o C. R. Botafogo, vice-campeão; o Grajahú, heróe da temporada de 36; e o Olympico, que este anno appareceu victoriosamente    nas competições do basket official. Estes quatro grêmios, cuja effficiência téchnica respondeu pela situação privilegiada em que se collocaram, repartiram entre si as posições de maior relevo do certame. 

O GRAJAHÚ CAMPEÃO

 Conquistou o titulo máximo a representação do Grajahú, constituida dos basketballèrs Carnauba, Dalmo, Mõnteirinho, Carnauba II, Monteiro, Celso, Betinho, Carlito e Silva.

Do Botafogo, o 2º logar

As honras de vice-campeão pertencem ao C. R. Botafogo, que contou com a cooperação destes botafoguenses: Álvaro, Adamo, Newton, Pelado, Oscar, Pavão, Aloysio, Gastão, Armando e Babá. O Olympico tirou o 3º logar e o Riachuelo o 4º.

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 3 de 26 de abril de 1938
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Basketballers do Riachuelo e do C.R. Botafogo, que fizeram a semi-final do Torneio Aberto, com 46 teams. o segundo chegou a final classificando-se o vice-campeão do certamen, pois perdeu para o Grajahu T.C. São botafoguenses os players 11,12, 8, 5 ,7.

Fonte: Jornal Sport Illustrado de 05 de maio de 1938
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No Botafogo de Regatas — 

Enquanto que, ao lado, o "Estrella Solitária" observa seu visinho... e os outros. Os preparativos são muitos. Nova technica de remada. Nova orientação.
Ha responsabilidade. E grande. A primeira Regata é delles. Faz-se mister que a "Estrella Solitaria" continue destacada. Bem no alto. É um dever. Uma obrigação. O passado glorioso observa o presente promissor. Não será possível desmerecel-o.
Sport illustrado chegou em Botafogo a tempo. . . eles iam pegando o bote. . . e risonhos, o invicto double do "Estrella Solitária", caminhou para a água.
Limpeza geral ! Todo zelo é pouco para com o barco. "Ainda mais, diz Bahiano, com este gig de quatro"... a geral ! Todo zelo é pouco para com o barco.  — Primeiro indaga o repórter, curioso. — "Muita fé"... responde o novíssimo rower botafoguense, sorrindo.
Seu photographo! Mais este grupo! Assim, contenta a todos. E o photographo do sport ILLUSTRADO, a revista amiga dos rowers cariocas, satisfez-lhes a vontade, batendo esse grupo alegre de botafoguenses que, confiantes, se preparam para as regatas do dia 19.

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 10 de 15 de junho de 1938
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Emquanto isso, o "quatro" botafoguense, entre seu Presidente, seu Treinador e seu Director de Remo, desfruta as honras da "Pereira Passos" e, risonha e calmamente posam para a revista sportiva mais querida do Brasil


Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 22 de 07 de julho de 1938
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Mariza e Haroldo, dois valores authenticos! Duas figuras que prendem, que irradiam sympathia. Estrella e Astro que se abrigam sob a mesma bandeira, que brilham sob o mesmo céo.. . Dois botafoguenses extremados, unidos pelo mesmo anseio de progresso e pelo mesmo ardor sportivo: — a natação! 
Juntos se afastaram da piscina do club da "Estrella Solitária" e ha pouco, juntos, voltaram aos treinos, dispostos á brilhar na defeza do pavilhão que não tiveram coragem de deixar ao léo da sorte... Ambos jovens e fortes, sabendo querer e tendo o mesmo objectivo e perfeição, cruzam novamente as azuladas águas da sua piscina amiga, onde tantas vezes brilharam e onde só glorias colheram! A voz do coração fe-los esquecer propósitos de abandono da natação e, já ha semanas, eil-os novamente a trabalhar pela grandeza das suas côres e pelo brilho da natação carioca... São figuras que se não pertencem e sim ao sport que abraçaram! 
Haroldo

Mauricio Becken, bella figura de sportman e competente technico de natação, dedicado presentemente ao preparo da equipe de nadadores para a presente temporada, recebeu-os com aleqria e sob sua sabia orientação, brilhante futuro terão, já que por si só, ambos se constituem em authenticos valores! E eil-os, em plena phase de treinamento, dispostos aos melhores feitos e a proseguirem na luminosa trajectoria que só Estrellas e Astros verdadeiros têm o direito inconteste de palmilhar. Mariza, ínsinuante e bella e Haroldo, sympathico e attrahente, caminham com segura convicção pela estrada que os conduzirá aos mais brilhantes feitos na aquática carioca. Mariza e Haroldo, Estrella e Astro, voltaram aos treinos! Que bom! Matemos nossas saudades... 

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 28 de 19 de outubro de 1938 
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Vae resurgir uma estrella 
Sonia França dos Anjos jáu deteve a supremacia do nado livre no Rio, pelo menos entre as nadadoras pertencentes á Liga Carioca de Natação. Com o abandono de Lygia Cordovil, ás competições aquáticas — em 1936 —, Soninha conquistou innumeras victorias e tornou-se campeã e recordista carioca. Era a estrella nº1 da entidade especializada e a mais destacada defensora do C. R. Botafogo. Depois  viu-se forçada também a abandonar as piscinas, por motivo de saúde. Após longa ausência, a linda nadadora renunciou os ensaios sob a direcção de Mauricio Beckau e prepara-se para reaparecer. Sua presença, sem duvida, constituirá uma nota de relevo e alegria para as futuras competições aquáticas. No cliché vemol-a ao lado de sua prima Jurema França Brandão.

Fonte. Jornal O Globo anno 1 nº 08 de 1938
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Maurício Buken, veterano desportista, uma capacidade em natação, acttualmente dirigindo a secção technica do C. R. Botafogo. Ao seu lado, Arp, expressão máxima do Brasil em nado de peito. 

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 25 de 28 de setembro de 1938
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OS NORTE-AMERICANOS DERROTADOS! 
 O quadro botafoguense cuja performance brilhantíssima frente aos americanos, garantiu, para o Brasil, uma das mais importantes façanhas sportivas. 
 Os reis do basket que tombaram pela primeira vez em plagas brasileiras.
Equipe do C.R. Botafogo

Adamo entrou resentido de um dos tornozelos. Carlos Reis o technico experiente e professor de educação physica examina o grande defesa nacional.

Equipe norte americana

                                      Os dois "capitains"
Sensacional phase da peleja nocturna que assignalou o triumpho do C. R. Botafogo.

A estréa dos norte-americanos entre nós proporcionou-nos uma agradável surpreza e uma anitnadora revelação. Surpreza pela sua inesperada derrota frente ao vice-campeüo carioca de 1937, o C. R. Botafogo. Revelação, porque o grande feito da rapaziada botafoguense veio demonstrar que somos bons discípulos, que temos aprendido e que o progresso do padrão technico no basketball carioca é uma realidade insophismavel. 
                          Adamo entrou sentindo contusão

Deixa, por isso, a victoria dos vice-campeões do anno passado, de ser a de um club, para significar a do basket carioca. Cresce, por essa mesma razão, de vulto, o grande feito dos rapazes da "estrella solitária".
O C.R. Botafogo venceu por 37 x 34.

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 28 de 19 de outubro de 1938
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3º Concurso Aquático

Edgard Arp,o excellente petista do C. R. Botafogo, reaffirmou a sua classe melhorando por 6'09"6.

O record dos 400 ms. já em seu poder desde Outubro de 1937, quando estabeleceu 6’15", tempo muito superior ao record que a C B. D. considera o melhor do Brasil, conseguido em Abril de 1935 por Antônio Luiz dos Santos (6'21"3,).

Antonio Guterrez Filho, na classe de novissimos, estabeleceu também uma marca acima da officialmente homologada, nos 200 metros peito. O promissor botafoguense fez 1’18”7, emquanto Wilson Louzada, o recordista brasileiro que a C B. D. conhece, marcou 1'20" em 26 - 3 - 38.

Ao Fluminense, Guanabara, Flamengo, Botafogo e Tijuca os nossos louvores pelas honrosas performances obtidas.

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 29 de 26 de outubro de 1938

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TEMPORADA INTERNACIONAL DE BASQUETE


Scratchmen titulares da cidade, cujo rendimento technico cahiu considerávelmente em consequencia da mudança orusca do typo de marcação. 

O presidente Reis Carneiro entrega á Harry Show, chefe da delegação yankee, uma placa de prata commemorativa da segunda visita dos Reis de Basket-ball".

Uma phase do ultimo jogo dos yankees no Rio, em que apparecem Celso, Kristofek, Kiesel e Adamo. 

O C R. Botafogo, o único vencedor dos norte-americanos, homenageou os visitantes com o offerecimento de uma flammula de seda e bonitas prendas, o fazendo de uma máneira inédita : seus jogadores compareceram, para a entrega, devidamente uniformisados. Eil-os ahi confraternizados com os yankees.

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 30 de 02 de novembro de 1938

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Os nadadores do Botafogo tambem são superticiosos
SONIA FRANÇA DOS ANJOS -- A mania da linda defensora botafoguense nas provas em nado livre é bem interessante. Antes de correr, nunca se esquece de molhar a carapuça.
KATHE JANSEN- A defensora do grêmio da “Estrela Solitária” em provas de nado de peito diz que caiu n’agua – antes da prova – sob o ponto de vista téchnico – pôde não ter valor algum. Mas se eu deixar de faze-lo um dia, tenho a certeza de que marcharei para uma derrota certa.
HAROLDO FONSECA RODRIGUES — O "hobby" rio veloz "sprinter” botafoguense, é original: mastigar pedrinhas de gelo antes de cair dentro dágua. "É infallivel — afíirma-nos Haroldo. Só quando eu tenho certeza de que vou perder, deixo de mastigar a pedrinha de gelo . . . 
ANTÔNIO GUTERRE_ — O futuroso estilista em nado de peito attribue a sua curta actividade nas competições aquáticas á sua falta de “hobby”. Mas prometteu-nos que arranjará um, logo que se torne campeão . . 
EDGARD ARP — O recordista sul-americano em nado de peito. affirma com absoluta convicção, que não tem “hobby”. Julga-se superior a superstições, o certo é que nunca o viram ir para a raia sem ser calçado. E alguns — os mais mordazes — lembram que agora é que elle está se “civilizando". Antes, elle ia quasi "a rigor” para a piscina . . . . 

Fonte: Jornal O Globo nº 18 de 1939
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Atletas que representarão o Brasil no Sul Americano
ADAMO BERTULLi
Jogador internacional de largos recursos e muita experiência. Adamo foi novamente requisitado para a selecção do pais, por se achar ainda em plena forma. O "guarda" do C. R. Botafogo que foi um dos esteios da equipe brasileira no 1º campeonato, do Chile, é uma das esperanças nacionaes para o certamen a iniciar-se em 14 de abril.

                                       
ÁLVARO MACEDO FILHO 
Convocado pela terceira ves para o sul-americano, Álvaro torna-se, assim. o "veteranissimo" dos brasileiros no certamen. Isso porque o "guarda"' botafoguense integrou o team nacional nos campeonatos de 37 no Chile e 38 no Peru .Embora sem estar em sua maior forma o "Bicanca" ainda é um elemento útil pela sua grande experiência.

ARMANDO ALBANO 
Outro veterano e ainda de primeira qualidade. Albano disputou o campeonato continental de 1935 no Rio, defendendo o "scratch" da C. B. D. Em 38 foi ás Olympiadas de Berlim. Nâo disputou os sul-americanos de 37 e 38 por não ter conseguido licença para ausentar-se do Rio. É um dos mais cotados para o ataque brasileiro.

Fonte: Jornal O Globo nº 32 de 1939
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Os brasileiros fizeram a sua 1ª apresentação no sul-americano de basketball enfrentando os peruanos. O match, por se tratar de um jogo de estréa, era aguardado sob imensa expectativa. Salvo as poucas pessoas que haviam acompanhado "pari-passu” o treinamento dos scratchmen brasileiros a grande maioria encarava com reservas as nossas possibilidades no certamen. Ainda como um factor contra os brasileiros surgia a circumstancia de que o Peru, derrotado dias antes pelo Chile, lutaria desesperadamente para uma rehabilitação. A estréa dos nacionaes, todavia, foi feliz. O quadro brasileiro superando gradativamente a clássica emocão de estréa que lhe enbaraçâra a acção nos primeiros minutos conseguiu impòr-se no final por uma contagem expressiva: 32 a 25. A actuação em conjunto da equipe nacional nesse match, ainda que sem enthusiasmo, satisfez razoavelmente. Nesse embate jogaram e fizeram pontos: Adilio, De Vicenzi 3, Ruy 5, Celso Meyer 8, Simões 2, Adamo 2, Frota 6 Albano 4 e Monianaríni. Nesse jogo Frota, Adamo e Albano substituindo os elementos que haviam entrado, de saída, constituiram-se legitimas attracçoes, demonstrando assim que propriamente a equipe brasileira não possuía titulares e supplentes. Todos estavam igualmente bem preparados para os compromissos do sul-americano.
Veio  o segundo jogo com o Chile. E com elle a segunda victoria do Brasil no no certâmen. Mais ambientados com as proporções do campeonato e mais animados, pelo successo anterior os “scratchmen" nacionaes fizeram nessa segunda apresentação a sua melhor actuação no campeonato. Enquanto no primero embate  destacara-se a accão individual dos nossos jogadores, no segundo prelioo que realçou o trimpho dos brasileiros foi o trabalho do conjunto. Trabalho magnifico, seguro, quasi impeccavel. Tanto assim que emquanto foi mantido um “five” sem alterações os brasileiros "mandaram" francamente no jogo e chegaram a colocar uma diferença de dezesseis pontos no placard (51x25). Depois quando da necessidade de entrarem os então reservas forçou alterações seguidas no team nacional, os chilenos conseguiram diminuir sensivelmente o “placard” com uma reação enérgica e suprehendente. Essa, aliás, foi uma característica dos chilenos em todos os seus jogos. Lutaram, sempre, com denodo, até os minutos finais, mesmo quando já estavam  com os jogos manifestamente perdidos.


A reação chilena no final da pugna com  os brasileiros reduziu a contagem para o final de 42x33.  Nessa peleja que marcos a segunda victoria dos brasileiros jogaram e marcaram pontos os seguintes amadores: Adamo 4; De Vicenzi 11; Ruy2; Montanarini 7; Simões 7; Adilio 3; Frota 1; Agenor e Alvaro 1.

O terceiro compromisso  para os brasileiros no certamen foi o mais sensacional da temporada. Os uruguayos apresentaram-se para o match, invictos, como invictos estavam os nacionaes. E esse detalhe acarretou para o embate uma repercussão excepcional, de tal forma que nesse dia registou-se a renda “record" do basketball no Brasil: 39.895$400. E a refrega correspondeu amplamente á expectativa que a cercava. Brasileiros e uruguayos empenharam-se numa luta titanica pela manutenção dos seus títulos de invictos. A victoria foi disputada palmo a palmo com um enthusiasmo excepcional No primeiro tempo os nacionaes conseguiram registar no "placard" um ponto de differença: 14x13. Na segunda etapa os uruguayos conseguiram desfazer essa vantagem, e o tempo regulamentar acusou o empate sensacional 29x29. Veiu a prorogação legal de cinco minutos e nesse período, então, conseguiram os brasileiros firmar o seu triumpho, estimulados ruidosamente pela multidão empolgada: 34x32. Participaram dessa jornada difícil, más gloriosa, os players: Adamo 6; De  Vicenzi 2; Simões 4; Montanarini 2; Ruy 12; e Celso Myer 8.
Brasil - Campeão Sul Americano.

Fonte: Jornal O Globo nº 36 de 1939
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EDGARD ARP na ultima temporada de natação, readquiriu a sua melhor forma, registando vários records sul-americanos. Encontrará em Guayaquil adversários fortissimos, mas e o único nadador brasileiro, em condições, actualmente, de vencer uma prova em tempo record. Suas performances nas provas em nado de peito, autorizam esta previsão optimista, a menos que sobrevenham contratempos de ultima hora. Carlos Sus, da Argentina, Berrocta e Reed do Chile serão os seus mais temíveis concorrentes. Mas Arp está em condições de surprehender os prognósticos dos technicos argentinos e chilenos. O vencedor dos 200 metros terá que fazer tempo abaixo dos 2’59.















Fonte: Jornal O Globo nº 37 de 1939 e nº 128 de 1939
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TORNEIO FEMININO DE NATAÇÃO 1939

Kathe Jansen, uma das mais dedicadas defensoras do C. R. Botafogo teve opportunidade de obter o seu triumpho na classe de nadadoras novíssimas. Use Lauermann foi segunda e Elza Hamelmann do Guanabara, terceira. Tempos: — 3.46.4,3. 50. 2 e 3.
Kathe Jansen marcou novo triumpho na classe de juniors, derrotando Elza Helmemann, do Guanabara e Use Lauermann, do
Flamengo. O tempo de 1.47.2 da vencedora, vem esclarecer que
Helena Falcone, Maria Emilia Maia e Maria de Figueiredo não participaram da prova.
Contagem geral Flamengo (vencedor do concurso)218 pontos; Guanabara 199; Fluminense 149;  Botafogo 66;  Vera Cruz 65; Boqueirão 47; Tijuca 37; S. Christovam 5 e Icarahy 3.

Fonte: Jornal Sport Illustrado nº 56 de 03 de maio de 1939
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A prova de honra da competição, Arp, sem ostentar ainda a sua melhor fôrma, venceu folgadamente, sempre perseguido pelo futuroso Pedro Mibielli. Mosquito fez falta afim de tornar o prelio mais empolgante. Arp completou os 400 metros no seu estylo em 6’21”.
Panorama Geral da ultima competição aquática

A prova de honra da competição. Arp, sem ostentar ainda a sua
melhor fôrma, venceu folgadamente, sempre perseguido pelo futuroso
Pedro Mibielli. Mosquito fez falta afim de tornar o prelio mais empolsante. Arp completou os 400 metros no seu estylo em 6' 10" 8.
Mibielli marcou 6'21".

Jornal Sport Illustrado nº 80 de 19 10 1939
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50 ANOS DE GLÓRIAS

O BOTAFOGO de Football e Regatas esta comemorando o seu primeiro cinquentenario de existência. Em 1 de julho de 1394, um grupo de rapazes fundou o Clube de Regatas Botafogo. A despeito do idealismo que inspirou a iniciativa, estamos certos, não poderiam aqueles fundadores ter a antevisão do destino glorioso da instituição que nascia. 

O clube da estrela solitária, vinte anos antes da sua fundação, em 1874, teve no Clube Guanabarense os seus primeiros batalhadores, que mais tarde transformaram o Guanabarense no C. R. Botafogo. Na primeira apremiação, feita quase que para festividades internas, nasceu a iniciativa da criação de um clube desportivo. O veterano Luiz Caldas liderou em 1891 a separação do jogo do esporte, sugerindo a fundação de novo clube. Morto o benemérito associado, apareceu em 94 o grêmio da estrela solitária. Mais tarde surgiam o Gragoatá, o Icarai e  Flamengo, sendo então fundada, por iniciativa do vovô do esporte náutico, a primeira entidade de remo. O nome do C. R. Botafogo está ligado a notáveis feitos da historia do remo nacional. "Diva", "Salamina", "Eutíceie", "Nerina" são alguns dos tantos barcos famosos que cobriram de glorias o remo do pais. Em 1920, foi inaugurada a sede, no PaviIhão Mourisco e dai em diante o clube foi num crescendo deveras impressionante até 1942,  quando foi feita, em boa hora, a fusão com o Botafogo F. C, grêmio ligado ao Botafogo de Regatas pelos mesmos ideais. Realizado, assim, um velho sonho, os dois clubes transformados numa das maiores organizações esportivas do pais caminham de braços dados para a conquista de novos louros. Por tantos motivos o cinquentenário do Botafogo é uma data do esporte nacional.

Fonte: Jornal O Globo Esportivo nº 306 de 07 de julho de 1944

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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted

Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 94 de julho de 1952

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JUBILEU DE INESQUECÍVEL FAÇANHA . 

1902 - 1952

Comemora-se a 12 do corrente, o jubileu de uma das mais extraordinárias façanhas  náuticas do Botafogo: a conquista do primeiro campeonato do remador, proésa épica de ANTONIO MENDES OLIVEIRA CASTRO, no tempo até hoje inigualado, de três minutos, cinquenta e sete segundos e três décimos em mil metros. 

Efetivamente, foi no memorável ano de 1902 que o nosso hoje Grande Benemérito logrou sua inacreditável vitória, sobrepujando, sob o delírio da multidão, renômados remadores estrangeiros: o alemão Max Binder, campeão europeu  do Natação e o inglês Eduardo May, do Icaraí.

E o maior galardão que recebeu Castro, foi á crônica imortal  de Olavo Bilac, o Poeta do Brasil: 

"Três horas da tarde, ontem, na, praia Botafogo. O céu, cinzento e feio, peneira urna chuva miuda. Mas, na praia, nas casas e nas arquibancadas,  e no mar, nas lanchas e nas baleeiras que oscilam á flôr d'água — ninguém sente frio cortante do vento, nem o borrifo impertinente da chuva. Uma ansiedade ofegante concentra os olhares, as atenções de todos, no fundo longínquo da baía, de onde partem, para disputar o campeonato do Remo, Diva, Memphis e Myth, os três canoés pequeninos e esguios, tão pequeninos que fazem apenas uma sombra quase imperceptível na face dágua cinzenta. 

Os primeiros segundos são de silêncio ancioso. Mas, logo, um primeiro grito parte do seio da multidão. 

Já mais perto, os três esquifes cortam a água... Memphis abandona a carreira... Diva Diva — bradam mil bôcas... E é entre aclamações delirantes que o canoé do Clube Botafogo chega à baliza do vencedor, — ainda trêmulo e arfando ao impulso dos remos vibrantes. As bandas de música tocam o Hino Nacional, silvam as lanchas, estrugem foguetes, e entre as baleeiras que levam remos ao alto, passa em triunfo o "Campeão do Remo". Ora, convém antes que esfrie êsse entusiasmo, e antes que se disperse extinto o éco dessas aclamações, registrar que não aplaudimos ontem unicamente uma vitória do esporte. Oliveira Castro, o amável e robusto rapagão que foi ontem aclamado Campeão do Remo, é brasileiro, filho de bra-ileiros e neto de brasileiros. 

O que me leva a pôr em realce essa circunstância, não é, está claro, um mesquinho interêsse de chauvinismo; será, sim, um interêsse de patriotismo. 

Eu aplaudiria, do mesmo modo, o "Campeão do Remo" se ele fôsse um estrangeiro, criado e educado no Brasil... Mas o fato de caber a vitória do campeonato a um brasileiro, descendente de brasileiros, tem para mim uma alta significação: vem destruir a balela, tão comunmente assoalhada, de que a nossa raça é uma raça depauperada e inútil. 

Quando eu era criança, a gente de minha idade era quase tôda, como eu, anêmica e enfezada: a nossa educação era de um sistema de carrancismo e de erros. Hoje, a educação é outra. 

Bastaram quinze anos para mudar a face das coisas. A mocidade de hoje é desempenada, e ágil, porque não vive como a do meu tempo, confinada dentro de casa, sujeita à disciplina de um estúpido regime que só podia preparar moleirões e neraustênicos. Antigamente, só os estrangeiros se davam, no Rio de Janeiro, à prática dos esportes: e sempre que um brasileiro entrava em jogos físicos, em competência com um estrangeiro, a vitória do estrangeiro era certa e segura. Hoje, no remo, na equitação,na ginástica, no futebol, no ciclismo, na esgrima, já, temos os nossos campeões  que não receiam medir fôrças com qualquer país. 

O que nós aplaudimos ontem, na pessoa do nosso querido Oliveira Castro, tão querido pela bravura e pela sua destreza, como pelas suas qualidades de perfeito gentleman, foi a regeneração da nossa raça, foi a glória do nosso sangue, foi o futuro da nossa pátria.

Ao nosso hoje velho e querido "Almirante", sempre ligado ao pavilhão da Estrela Solitária que tanto soube elevar quer nas lides desportivas, quer nos altos postos de direção, os votos de felicidades do Boletim, no transcurso de tão gloriosa data. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted

Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 97 de outubro de 1952

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Olavo Bilac e a "Salamina"


Olavo Bilac com uma pequena flâmula, no batismo da Salamina

O Principe dos Poetas, Olavo Bilac, - um decidido apoiador do remo que entusiasmado pelo desenrolar do

campeonato de 1900, escreveu célebre cônica que assim terminava: «Meninos! foram músculos como êsses que ganharam a batalha de Salamina!»

Tal crônica deu ao C. R. Botafogo a idéia de batisar uma de suas novas embarcações com o nome da gloriosa batalha, convidando Olavo Bilac para paraninfar o ato, assim descrito por “Brasil Náutico”, de 6 de maio de 1901, revista quinzenal, dirigida pelo nosso saudoso e grande Presidente Gastão Cardoso:

«Na manhã de domingo, 28 de abril ultimo, partiu em direção à Inhauma, uma flotilha do Club de Regatas Botafogo composta das baleeiras «Sem Igual», «Doris» e «Leda», que foi buscar no estaleiro do Belém, a primorosa «Salamina».

 De regresso, a flotilha ao em vez da «Leda», deu entrada na enseada de Botafogo, com a «Salamina», vogada pelo valente Armando Leite Basto, patronada pelo Juvêncio Ancora, trazendo como companheiros outros e entre êles o João Mello, o digno diretor de regatas do Botafogo, a quem deve-se o plano da construção da nova lidadora.

Divisada a flotilha ao longo do costão do Morro da Viuva, uma salva de 21 tiros anunciou a entrada da «Salamina», no lugar onde terá ela de encontrar-se com as contendoras em agôsto próximo, no Campeonato, e provera Deus, traga a mesma colocação de domingo, dando assim ao divinal Olavo Bilac, seu paraninfo, a certeza de que seu preságio... para o mar e para a glória.», foi um vaticínio.

Aproada a flotilha, quando chegou a vez de ser retirada a «Saldmina», abriram-se alas e entre palmas foi a lidadora colocada em logar de honra, na gerage do Clube.

Entre o descanço necessário, as tripulações da flotilha e uma marcha executada pela banda do Corpo Policial, preparou-se o batismo, e dentro em pouco tempo o nosso ilustre colaborador o Exmo. Sr. Dr. FerreiraVianna Filho, em nome do Club de Botafogo convidou o genial Olavo Bilac a batisar a «Salamina».

Passou-se, então, uma cena de dificil descrição, as últimas palavras do representante do veterano Botafogo

ainda ecoavam, mas, súbito fez-se um silêncio profundo, apenas interromdo pelo borborinho das águas na quebra de pequenas ondas e Olavo empunhando a espumante de Cliquot rompeu o silêncio, sendo suas primeiras palavras: «Eu te batiso Salamina para o mar e para a Glória», depois numa oração, das que só Olavo Bilac sabe dizer, eletrizou o auditório falando-nos da batalha de Salamina vencedora da guerra dos Médos, gloria da Grécia de Aristides e Themistocles e vencedora também das batalhas de Marathon, das Thermópilas e 

de Plateas, e terminou como havia principiado «Eu te batiso Salamina para o mar e para a Glória».

Quebrado o gargalo da primeira  garrafa de champagne, por Olavo Bilac no talhamar da Salamina, iniciaram-se as saudações.

A Olavo Bilac, pelo talentoso Thomaz Lopes com os dois seguintes sonetos: 

SALAMINA”

À OLAVO BILAC

I

“Que o teu braço imortal mais forte que o meu braço,

Sóbre as naves, Allah, desça em bençãos e votos!

Dos paramos azues, dos paramos ignotos,

Abre em chispas de luz o olhar de fogo e d’aço!


Da luta e da vitória o plano ardente traço;

Mas os pulsos eu sinto inativos, imoto.

Esperando os broqueis que vêm dos écos remotos:

Allah potente! Escuta as súplicas que eu faço!”


Tal, em sonhos assim, o guerreiro falava:

E entre as névoas da noite, em vaga fantasia.

Via Xerxes que à frota em sonho manobrava.. .


Ora, os gregos, porém, compunham-se em defêsa:

E quando no horizonte, engrinaldou-se o dia,

Xerxes pasmo ficou, tomado de surpreza...


II

Ei-lo, pasmo de horror, no cimo da colina,

Contemplando e medindo os destroços d’armada:

« Allah, porque não vieste à súplice chamada?

Por que nos reduziste às misérias e à ruina?


Por que nos condenaste à miserável sina?

Eu sou Xerxes, entanto, e a Persia destroçada,

Os dominios de Allah, d’imprecações invada,

Ou Xerxes inda seja o heroi de Salamina!”


Blasfemia falla van; que importa que ele grite?

Que importa que essa voz tremenda de gigante,

Ao grande Allah se eleve e seu olhar o fite?


Boiam prôas de náos; jazem outras imersas;

Só Xerxes inda chora em voz agonisante

O Passado esplendor dos poderos Persas...


Rio, 27 de abril de 1901


À Exma. Esposa do ilustre Dr. Ferreira Vianna Filho pelo mesmo jovem talentoso Thomaz Lopes, que em nome do Club de Regatas Botafogo, fez entrega à sua Ema. Senhora dum lindo bouquet de flores, como paraninfa da Salamina.


Terminada a solenidade do batismo, passaram os convidados para o Salão de honra do Clube, a convite da Diretoria e onde foi armada uma mesa de doces; ahi, ao champanhe, foram brindados pelo festejado poeta Guimarães Passos, a tripulação da Salamina, na pessoa do correto rower João Mello; a Imprensa, pelo nosso colega e presidente do Club o simpático Gastão Cardoso, brinde que o ilustre jornalista Alvares d'Azevedo agradeceu.

O Brasil Náutico, na pessoa dos seus redatores Gastão Cardoso e Pinheiro da Fonseca, foi saudado pelo mavioso poeta Guimarães Passos.

Ainda uma vez, o Guimarães Passos fez novo brinde, escolhendo para sua inspiração o nosso simpático amigo Arthur Clausen, e terminou lendo as belas quintilhas que se seguem:

“SALAMINA”


Ágora que a Salamina

Teve honras Sacramentais,

A boa prático ensina,

Que a obrigação da menina

É tam em honrar seus paes.


Deve ter muito juizo,

Deve ser muito ligeira,

E veja o mar crespo ou liso,

Tenha o seu casco prejuizo,

Seja ela sempre a primeira.


Corte a linda Guanabara

Fervendo-lhe a espuma à prôa,

Gritando à adversária ignara,

Que vem longe: “Vê, arara,

De que páu é esta canôa!”


Orgulhosa sinta o impulso

Dos seis remos, e num berro,

Estruja no mar convulso:

“Meninos, isto é que é pulso,

Isto é que é muque de ferro”


Entre os combates altiva.

Tendo firme na memória

A lembrança ardente e viva

De que sendo irmã da Diva

Não pode perder vitória.


Suba empinada a mareta

Mas sem o mínimo jôgo,

Mas veloz do que uma seta,

— Tripula-a a gente correta

Do CLUB DE BOTAFOGO.


Se a outra o vento atropela,

Vôe como o pensamento

A Salamina, e diga ela:

“A outra, oh! que canôa aquela,

Que parece um corta-vento!”


E sempre que fôr entrando

O mar — o mór dos traidores —

Vá, serena, o conquistando,

Às pás dos remos cantando

o Hino dos Vencedores.


Ágora, Irmãos, à menina!

(E com todo o espalhafato )

Que a Providência Divina

Já me diz, que à Salamina.

Pertence o CAMPEONATO.


28 de abril de 1901.


Terminado o repasto, a Diretoria convidou os ilustres visitantes e os sócios do Club a tirarem o retrato em grupo, com a nova lidadora «Salamina», trabalho êsse com que hoje honramos a nossa galeria.

Foi um dia completo e cheio de atrativos, o da bela festa do Club de Regatas Botafogo, para o batismo da baleeira de 6 remos «Salamina» de construção de Antonio José Nogueira, o popular Belém, a qual tem as seguintes dimensões: comprimento 1m,30, boca 1m,15 e pontal 0m,40.

Fazemos nossos os desejos do ilustre paraninfo».

Acervo Particular Alceu Oliveira Castro Jungsted 

Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 104 de julho de 1954

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Sessenta e dois anos de lutas! 

Foi há sessenta e dois anos — Primeiro de Julho de 1891 --que, na Praia de Botafogo, ao sopé do Morro do Pasmado, pela primeira vez ergueu-se altaneiro e oficialmente, o lindo Pavilhão da Estréia Solitária, com a concretização do sonho do inolvidável Luiz Caldas. 

Surgiu, assim, o Club de Regatas Botafogo, o décano de nossos clubes náuticos, para a luta e para a glória. 

Não mais existem os seus nobres e idealistas fundadores sendo que, por ocasião dos festejos memoráveis do sexagésimo aniversário, dois únicos sobreviviam: Arnaldo Pereira Braga, tombado em 1955 e Luiz da Fonseca Quintanilha Jordão, que agora mesmo nos foi roubado. 

Mas a obra ciclópica que êles arquitetaram e de que outro inolvidável botafoguense — Antonio Mendes de Oliveira Castro — foi por mais de trinta anos o invencível paladino, ai está, desafiando impàvidamente o tempo, agigantando-se e evoluindo sempre, sob a denominação gloriosa de BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS, que lhe trouxe a fusão com o seu irmão de terra, o outro alvi-negro. 

E ainda agora, sob o pulso forte de Clovis Soares Dutra — o grande e benemérito diretor de remo — como nos tempos de antanho — revivendo as tradições imperecíveis de "Diva", "Ondina", "Eticelle" e "Salamina" — suas embarcações singram vitoriosamente os mares, colhendo os mais assinalados triunfos, como na formidável façanha do Saco de São Francisco, precursora de novas proezas que infalivelmente sucederão para a eterna glória do lindo é inegualável Pavilhão da Estrela Solitária! 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted

Fonte: Boletim nº 116 de julho de 1956

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Foto gentilmente cedida pela sra. Lucia Oliveira Castro Jungsted



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