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quinta-feira, 12 de março de 2020

GALERIA DE HONRA LETRA G

 GARRINCHA



Garrincha na Boca dos Técnicos

Nesta  Copa, ele é incomparável

Viña Del Mar, 15 - (De Geraldo Romualdo da Silva, enviado especial do JORNAL DOS SPORTS) - Qual teria sido o maior jogador da Copa do Mundo  de 62? - A mesma pergunta o  repórter  fez questão de dirigir a todos os  técnicos que estiveram no Chile, este ano, e a resposta mais constante, incisiva  mesmo, salvo a que nos deu Helenio Herrera, coloca Garrincha em  primeiro  lugar.  Senão, vejamos:
RIERA - (treinador chileno) - Vi russos, alemães, italianos, suíços e brasileiros. Vi, portanto, grandes astros do football reunidos neste certame memorável,   mas nenhum com a versatilidade de Garrincha. O ponteiro  brasileiro chega a ser diabólico. É um atacante completo e duvido muito que possa haver outro igual a ele. Finalmente, ele nos ganhou  com as suas investidas, seus dribles,  suas cabeçadas, seus arremessos incontroláveis. Garrincha vale por meio team, pelo tremendo descontrole  que leva os que o marcam e não marcam. É sensacional!

WALTER    WlNTERBOTTON - (Inglaterra)
- Conseguimos fazer contra o Brasil  a  nossa melhor partida internacional  nos  últimos tempos, mas Garrincha foi demasiado para que pretendêssemos a vitória. É um jogador indescritível. Seu poder  de  descontração,  mobilidade,   sangue frio, essa irresponsabilidade inata dos gênios autênticos, que tentam o  mais  difícil   e  conseguem   realizar   com  o  máximo de perfeição, deixaram-me convencido da sua suoerioridade sobre Pelé.  Falam  menos  dele mas ele se encarrega, sozinho, de fazer muito mais.

HELENO HERRERA - (Espanha)  
Vi dois grandes jogadores na Copa. Ambos tiveram influência decisiva no resultado das partidas que disputamos contra o Brasil e México: Amarildo, pela sorte nos goals obtidos e sua extraordinária disposição; e o arqueiro Shiof, da Tcheco-Eslováquia.

FERRARI (Itália) - 
Falaram-me sempre de Garrincha. Eu andava preocupado com ausência de  Pelé. Já vi o extrema jogar. Pelo que dizem, merece o primeiro lugar no ranking do Campeonato.

INÁCIO  TRELLES - (México)  
Como Garrincha não há igual.

ALEJANDRO  SCOPELLI  - (México)
Garrincha é simplesmente deslumbrante. Seu poder de imaginação é capaz    de  subverter o sistema de marcação.

KARL RAPPAN - (Suiça)
Espetacular. Talvez  inconsciente em muitas coisas que faz. Chega a ser anormal. Duvido da medicina que não o condene para a prática de qualquer esporte. Apesar disso chega a ser genial.
LAJOS   BAROTI -  (Hungria)
Por tudo que me disseram os nossos melhores observadores de Viña del Mar, como Boszi, Garrincha foi o jogador que mais influiu para a colocação de um team neste Campeonato.

KATCHALIN - (Rússia) 
Entre  Garrincha e Pelé é sempre difícil saber onde a genuína arte do football improvisação, feroz, chega a ser  mais perfeita.

VITLACYL - (Tcheco-Eslováquia)  
Conseguimos  conter  Garrincha  em   boa   parte da sua agressividade na partida que anulamos o Brasil. Depois disso, a impressão  de  um  modo geral e  dos  técnicos  em  particular,  apontaram­-no como o "homem da Copa". O remédio é experimentar de novo a emoção de enfrentá­lo para estabelecer um ponto de vista final.

LJUBOMIR  LOVRIK  - (Iugoslávia)
A Copa teve, dois atacantes excepcionais: Sekularac  e  Garrincha.  Os  outros jogam  dentro de uma rotina conhecida.

SEPP  HERBERGER - (Alemanha)
Garrincha é o mais, puro espécime do football brasileiro, campeão em 58 por méritos indiscutíveis e agora, de novo, a caminho do "bi".

DONSKI - (Bulgária)
Meu voto é para Garrincha.

PEDERNERXA - (Colômbia)
Garrincha deverá ser um dos ases do Campeonato. Espero vê-lo na final para tirar a última conclusão. 

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 189 de agosto de 1962
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Garrincha 
A história de Garrincha começa com Nílton Santos. Em seu segundo treino no Botafogo (o primeiro foi pelos juvenis), ele tinha pela frente o maior lateral-esquerdo do Brasil naquele 1953. Titular absoluto da seleção brasileira campeã pan-americana um ano antes, no Chile, Nílton Santos era uma figura unanimemente respeitada como o grande zagueiro brasileiro da época. Pois só Garrincha não respeitou o seu cartaz. E naquele treino em que se viam pela primeira vez frente a frente duas das maiores figuras do Botafogo e do futebol brasileiro de todos os tempos, o principiante iria dar dribles incríveis no já consagrado. Meia dúzia de dribles que, como observou o treinador Gentil Cardoso à margem do campo de General Severiano, não era normal Nílton Santos tomar. Mais ainda, meia dúzia de dribles que não era qualquer um que poderia dar no grande mestre. 

Desse treino, então, Garrincha já iria sair, como alguém que não era "qualquer um". Quinze dias depois, Garrincha — que então ia fazer 20 anos — era lançado na ponta direita dos aspirantes do Botafogo, num jogo contra o São Cristóvão. Fez três gols. Jogou tão bem que Gentil não resistiu à tentação de promovê-lo imediatamente. Assim, aquele moço de pernas tortas, que praticamente nunca tinha ido a um clube profissional de futebol antes, que nunca conhecera algum regime sério de time juvenil de clube organizado, que até então só jogara peladas na sua Pau Grande, na Raiz da Serra, aquele moço uma semana depois era lançado como titular da equipe principal do Botafogo. Como quando estreara nos aspirantes, sete dias antes, também fez três gols nessa nova estréia, Botafogo 5 x Bonsucesso 2.
 Começava aí a história de um casamento perfeito: Garrincha e Botafogo. Dois ou três anos depois da estréia, Garrincha já era um cartaz nacional. Seus dribles desconcertantes, suas jogadas que desmoralizavam qualquer zagueiro, eram dessas coisas que encantam o torcedor. E em 1956 ele já se tornara, sem dúvida, uma das maiores figuras do futebol brasileiro. Tanto que no início do ano seguinte, 1957, foi convocado para a seleção brasileira. 
O Brasil preparava-se para o Sul-Americano de Lima, onde não ia fazer papel dos mais brilhantes. Garrincha foi convocado para ser reserva de Joel, ponta-direita aplicado de um brilhante ataque do Flamengo, que levara o time ao tricampeonato carioca em 1953/4/5 e mantivera bom nível de produção em 1956. Por isso mesmo só entrou nos dois jogos mais fáceis (Brasil 7 x Equador 1 e Brasil 9 x Colômbia 0), assim mesmo no segundo tempo. Depois, com a contusão de Pepe, foi ponta-esquerda improvisado no jogo inicial Brasil x Peru, das eliminatórias para a Copa do Mundo, no ano seguinte, que o Brasil faria em Lima mesmo, alguns dias após o término do Sul-Americano. O resultado foi 1 a 1 e a produção de Garrincha, em posição que não era a sua, até que foi razoável, com o time todo jogando mediocremente. No jogo decisivo, no Rio, Maracanã lotado, Garrincha entrou como titular de sua verdadeira posição, a ponta direita. Joel é que foi deslocado para a ponta esquerda. Foi o célebre jogo da folha-seca de Didi, que classificou o Brasil para a Copa da Suécia com um magro 1 a 0. 
Copa da Suécia. Aí é que as coisas iriam se definir para o lado de Garrincha, fazendo dele, realmente, um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. A seleção brasileira tinha técnico novo, o paulista Vicente Feola. E Garrincha, estranhamente, mesmo depois de sua inesquecível campanha no Campeonato Carioca de 57, que levou o Botafogo ao título, voltou a ser reserva. O primeiro jogo foi fácil, Brasil 3 x Áustria 0. Apesar da quase indignação nacional com o fato de Garrincha ser mantido na reserva, o técnico manteve o mesmo time para a segunda partida, baseado no velho ditado segundo o qual não se mexe em time que ganha. Mas acontece que no segundo jogo as coisas se enrolaram, o Brasil ficou no 0 a 0 contra a Inglaterra. Ai, então, a indignação nacional pela não escalação de Garrincha teve tanta força que chegou até à Suécia, onde um grupo de jogadores com maior moral e experiência no time, acompanhado por alguns jornalistas, conseguiu uma reunião com a Comissão Técnica, onde Didi, Zito e Nílton Santos, sem qualquer atitude de indisciplina, mas falando francamente a Vicente Feola, mostraram-lhe que o time não teria chances de ganhar a Copa do Mundo escalado como estava. E que, se entrassem Garrincha e Pelé, o Brasil poderia perfeitamente ser campeão. O técnico afinal se convenceu. O jogo seguinte era teoricamente muito difícil, contra a União Soviética. O zero a zero com a Inglaterra ainda estava atravessado em sua garganta. O melhor mesmo era tentar algumas modificações. E foi assim que na sua terceira apresentação na Copa do Mundo de 1958 o time do Brasil entrou modificado em cam-o. Passaram a ser titulares do escrete, ali, dois jogadores chamados Garrincha e Pelé.
A atuação estonteante de Garrincha é que levou o Brasil à vitória, um 2 a 0 tranquilo, embora pudesse ter havido até uma goleada, pelo que se viu em campo. Os dois gols foram de Vavá, mas sempre em jogadas de Garrincha, que deixou tontos o russo incumbido de marcá-lo e todos os outros designados para a inglória tarefa de fazer a cobertura. Um a um iam sendo driblados, ridicularizados, Garrincha ia abrindo caminho para a vitória do Brasil. Jornais de toda a Europa, no dia seguinte, classificaram os dribles de Garrincha de "inacreditáveis''. Era isso mesmo. E assim foi nos três jogos seguintes — País de Gales, França e Suécia. Ele e aquele crioulinho Pelé fazendo o time crescer de tal forma que acabaram por dar-lhe o título de campeão. 
Como Pelé, no Santos, Garrincha transformou-se, daí para a frente, numa figura à parte, no Botafogo. Os empresários estrangeiros pagavam mais, desde que ele estivesse no time, pois o público queria ver "o Botafogo com Garrincha". E o Botafogo passou a valer uma quantia determinada, com ele, e a metade, sem ele. Sobretudo porque o outro grande cartaz do alvinegro Didi tinha ido embora tempos depois da Copa, seu passe vendido ao Real Madri. 
A saída de Didi, é verdade, desarticulou um pouco o ataque do Botafogo. Tanto assim que, mesmo com o supertime que tinha, só foi campeão em 1961, num campeonato em que Garrincha voltou a ser uma peça de regularidade impressionante. No ano seguinte — 1962, o ano das maiores glórias de Garrincha — o Botafogo foi bicampeão. Garrincha foi novamente o homem decisivo da conquista, pois, no jogo final, contra o Flamengo, quando só a vitória interessava ao Botafogo, tudo ficou muito fácil com a presença dominadora de Garrincha, e os gois foram surgindo com naturalidade: 3 a 0, dois gols nascidos diretamente dos pés de Garrincha e o terceiro entregue por ele, quase feito, a Amarildo.
 A história da Copa do Mundo, no ano do bicampeonato — Chile, 1962 —, é a história da medida incomparável de um supercraque para ficar como legenda de todos os tempos do futebol de seu país. O Brasil não pôde contar com Pele, em 1962, a não ser no primeiro jogo, fácil jogo, contra o México. Na segunda partida, contra a Tcheco-Eslováquia, a mais célebre distensão muscular do futebol brasileiro em todos os tempos tirou Pelé de campo, dando lugar a Amarildo — um lugar que seria dele até o fim, pois Pelé não voltaria mais. Garrincha transformou-se então na esperança maior do Brasil para o sonhado bicampeonato. Todo o país via nele o único homem para manter o ritmo de uma seleção até então irresistível, mas passando por um momento psicológico difícil. E Garrincha conduziu como ninguém aquela esperança de todo um povo, até fazer dela o segundo título mundial consecutivo do Brasil. Em dois jogos, principalmente, os inesquecíveis jogos contra a Inglaterra e contra o Chile, que foram seus instantes maiores, o jogador do Botafogo foi, sozinho, a glória toda dos bicampeões. No jogo contra a Inglaterra, ele voltou a desmoralizar zagueiros como fizera contra a URSS, em 1958. E dessa vez foi pior. Houve momentos em que os zagueiros ingleses se viram sentados, deitados ou ajoelhados diante dele, inteiramente tontos diante de seus dribles. Na partida contra o Chile, Garrincha fez de tudo, inclusive coisas que poucas vezes fizera antes, como chutar de esquerda ou cabecear. Ou, até, uma coisa que nunca fizera: agredir alguém. É verdade que foi um revide. O zagueiro chileno Eladio Rojas, cansado de levar dribles, deu-lhe um tapa na cara, levando, no revide, um formidável pontapé de Garrincha, o que causou a expulsão do jogador brasileiro. Mas, ao sair, Garrincha deixava a partida definida: 4 a 2, dois gols dele mesmo, um terceiro saído dos seus pés, o Brasil cheio de moral em campo. Na partida final, a vitória contra os tchecos, que deu ao Brasil o título de bicampeão do mundo, Garrincha jogou com febre. A tensão de toda uma Copa do Mundo de que fora o personagem-chave acabou explodindo ali. Mas ele não podia ficar de fora. Era o próprio espírito da conquista do Brasil que Garrincha representava naquele fim de uma Copa que consagraria também um jovem botafoguense, Amarildo, o impecável substituto de Pelé. Sem falar em Didi já superconsagrado no meio campo, em Nílton Santos e em Zagalo, o ponta-esquerda que completava assim cinco titulares alvinegros no mais empolgante dos três campeonatos mundiais que o Brasil conquistou. 

Acervo particular: Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Os grandes clubes brasileiros nº 13 de 1972
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GARRINCHA - UM PEREGRINO A VIDA 
Vicente Casemiro

Ouvindo pela televisão tópicos da vida de Manuel Garrincha, cujo corpo exposto no Estádio do Botafogo no Rio de Janeiro, recebia as últimas homenagens de seus admiradores, tive a  impressão de sentir a noção exata da dimensão da vida. Diante de tanta glória incompatível com a felicidade, eu vi lado oposto acontecer, não raras vezes, a felicidade sem glória. Enquanto Garrincha, o jogador mais personalizado da Seleção Brasileira de Futebol, em jogadas sempre inéditas, arrancou ao público aplausos que fizeram estremecer estádios, provocando uma alegria incapaz de se conter nos corações, porque do tamanho do Brasil, vidas existem que jamais deram para alguém um instante de felicidade, incapazes de criar algo que glorifique este mundo. Porém, enquanto Garrincha, responsável pela explosão de emoções e pelo êxtase nos estádios, cujo nome, de tantas vezes escrito nos jornais e revistas do mundo perdeu a identidade com o homem para simbolizar um patrimônio de toda a Humanidade, como somente aos gênios acontece, viveu ingenuamente e com a simplicidade de uma criança, indiferente a conquistas pelas quais muitos dariam a vida. Encontramos todos os dias presunçosos anônimos que jamais motivaram um sorriso nem uma emoção agradável em qualquer coração, mas pousam de imortais na aridez de suas vidas, como se todos lhes devessem culto e reverência. 
Meditei no contraste dessas situações tão radicalmente opostas e no mistério quase insondável que paira sobre o nosso desempenho neste planeta, e perguntei-me: Que de irresistível existe na ilusão dos melhores dias de nossa vida, que nos embriaga a ponto de percorrermos insensíveis as avenidas e salões do mundo, com a sensação inconsciente de que tempo e espaço nos pertencem e se resumem no aqui e agora? Será que os momentos de glória (em sua real fugacidade) nos abrem uma janela para a eternidade, cuja contemplação nos torna inconscientes da mobilidade com que o mundo se transforma e a vida passa? Por que não abrimos os olhos e sentimos a ventura de contemplar esse paraíso tentando conservá-lo, mas preferimos sonhar até que dele reste apenas a saudade? E a resposta me veio de imediato, nas palavras do repórter, aludindo à constatação de Garrincha, em sua última visita a Pau Grande, sua terra natal: "Que a vida tinha passado." É o mesmo violento impacto sofrido por nós que vivemos cavalgando no tempo, ao olharmos para trás e constatarmos que a vida passou com tudo que julgávamos nosso, e que fomos esmagados pela realidade! Se essa foi a tragédia de Garrincha, que conviveu com a glória, ou é a dos que com ela se embriagaram, qual não será a tragédia daqueles que consumiram a vida sonhando com a glória e perseguindo-a como a uma miragem, que não se deixa tocar, e morrem ao perder de vista essa fada que povoou o mundo de sua vida "virgem de felicidade"! Se a vida é um amanhecer no paraíso, onde o Homem feito criança, brinca; adolescente, sonha, e adulto, desperta para a realidade e a assume como o artista que se esforça para emprestar ao mundo as cores de seu sonho, para Garrincha, o despertar foi o início da tragédia que o fez mergulhar de volta em direção ao sonho findo, buscando o paraíso perdido que nunca reconquistamos, mas naufragamos no vazio em que consiste o pretérito. 
Ele peregrinou pela vida de mãos dadas com o sucesso, mas o drama do desencontro e a solidão conviveram com ele em toda a sua trajetória. Desiludido, o álcool foi o barco que o conduziu de volta em direção a nada, na fuga incessante a que o impelia o medo à realidade. Talvez ele soubesse que tomara a direção oposta ao curso da vida, mas, como todo alcoólatra, tinha encontrado a substância letal, dotada do poder mirífico de devolver-lhe a miragem do paraíso. E isso bastava para sua vida tornada um museu povoado pelos fantasmas das recordações que, por instantes, o mergulhavam na atmosfera das emoções dos dribles e depois que o exaltavam até à glória. Acordado um instante, constatava dramaticamente que o tempo se escoara, e quedava-se impotente ante a impossibilidade consumada. Compreendeu afinal que a torrente era irreversível; tudo era desesperadoramente irremediável, pois A VIDA TINHA PASSADO. Que a lição de Garrincha sirva a muitos Joãos sem glória, que persistem em sonhar até que a vida se torne um castelo em ruínas e termine pela implosão no seu próprio vazio, qual não ocorreu com o Herói da Estrela Solitária! 

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 243 de junho de 1984
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GUILHERME RODRIGUES
BASQUETE INESQUECIVEL! GUILHERME: UM CRAQUE DO PASSADO 
Nosso focalizado deste número da Revista é uma figura das mais tradicionais do Clube, a quem hoje serve, depois de ter sido valoroso atleta. Completando em agosto sessenta anos de idade, Guilherme Rodrigues iniciou sua vida esportiva aos quatorze anos no Vasco da Gama, quando logo, em 1933, foi campeão, na 2ª divisão. Depois, andou pelo Vila Izabel, voltou ao Vasco, Olaria e Sampaio, em todos eles já na condição de jogador da 1ª divisão. 
De uma memória privilegiada, Guilherme, homem de ar tristonho, sentado e sempre olhando para o ginásio, vai contando a sua história de antigo jogador de basquetebol, aliás de grande jogador na época, detentor de inúmeros títulos de campeão. Era, inclusive, atleta de seleção. É, assim, uma figura simbólica e respeitada do alvi-negro. É, merecidamente, nosso sócio emérito desde 1944. Muito caladão e resguardado, quando ele se propõe a falar, relata tudo com os maiores detalhes, sem esquecer sequer uma data marcante. Com isso, as vezes, nos dá a impressão que está chorando, de olhos vermelhos, recordando o passado. A todo momento salta-lhe um fato, enchendo-lhe de imensa saudade e para de falar. Fica bastante emocionado. Solicitado novamente, ele continua. 
SUA VIDA NO BOTAFOGO 
Depois de, em 1941, andar jogando pelo Paisandu Atlético Clube, de Belo Horizonte, Guilherme, em dezembro do mesmo ano, veio para o Botafogo, trazido pelo Kanela, então técnico do clube, com quem já estava apalavrado antes de ir para Minas. Lembra que, aqui chegando, teve a grande honra de jantar com o Grande Benemérito Ademar Bebiano. O presidente, na época, era Eduardo Trindade. E que, em 1942, antes da fusão dos dois clubes, começou então a jogar pelo Botafogo — entrou logo como titular, cujos jogadores do time cita nominalmente: Clicio, Renato Goulart, China, Ítalo e Marcos de Andrade (falecido), Paulo Cesar Magalhães, Sebastião, Pedro Alonso e Armando Albano (falecido). E que, em julho de 1942, quando disputava umna partida com o Club de Regatas Botafogo, morreu o nosso atleta Albano, que faleceu na quadra do antigo Mourisco. O BFC vencia a partida por 23 x 21. O juiz era Haroldo Oest. Como todos sabem, a morte do Albano apressou a fusão dos dois clubes do bairro, em 8 de dezembro de 1942. Guilherme jogou de 1942 a 1951 no Botafogo. Foi campeão em 1942, 1943, 1944 e 1945. Foi vice-campeão em 1946 e supercampeão em 1947, com quatro finalistas, Botafogo, Fluminense, Vasco e Tijuca. Esse célebre campeonato só acabou em janeiro de 1948. Para aqui recordar o valor do Guilherme, basta citar uma simples frase do nosso saudoso e querido Taunay, em 1943: "Com o Guilherme e mais 4 o Botafogo será o campeão". Seu estilo era diferente e sempre foi grandalhão. Era uma parede... e derrubava todo mundo quando girava. Em 1948, Kanela, com a eleição do Carlito, logo após aquele famoso campeonato, afastou-se do Clube e foi para o Flamengo, sagrando-se campeão. Com ele saíram alguns dos nossos jogadores. Assumiu então Oscar Zelaia. Em 1949, o Botafogo foi terceiro, atrás do Grajaú e Flamengo. Houve uma grande mudança de jogadores. Em 1950, Guilherme era técnico e jogador, mais técnico que jogador, diz ele. O Botafogo terminou o turno apenas atrás do Flamengo e depois assumiu a função o Celso dos Santos Meyer (hoje general, era então capitão) e chegou o time em 5º lugar. Lembra que o general está vivo, hoje em comissão nos Estados Unidos. Convém aqui frisar que em 1949 Guilherme foi designado técnico da equipe feminina de basquetebol do Botafogo, quando em 1950 o nosso time se sagrou campeão. Era o primeiro título de campeão carioca feminino do Clube, apresentando este admirável conjunto: Nivea, Elice, Dircy, Yvone, Ivete, Irany (falecida), Oswaldina, Roma, Juquinha. Depois desse campeonato o time se desmanchou. Em 1951, o Guilherme estava já quase acabado. Mas, adiantou-nos, tapava tudo que era buraco. Sempre foi um jogador disciplinado. O time não se colocou. E, finalmente, em 1952, depois de tantas glórias obtidas para o Glorioso, encerrou a sua invejável carreira de jogador de basquetebol, no Botafogo. O interessante é que ele era "ceguinho" e nunca usou óculos. Não enchergava bem o placar e talvez nem a cesta, atirava a bola quase por intuição. 
OUTRAS RECORDAÇÕES 
Indagado depois, respondeu que a sua melhor época foi de 1942 a 1947. E sobre outros grandes jogadores do seu tempo citou: De Vicenzi, Alvaro, Albano, Evora, Oscar Zelaia, Aluizio Bastos (Botafogo); Rui e Adilio (Riachuelo); Simões (Tijuca); Celso (Grajaú); Pacheco e Vinicius (Fluminense); Algodão, Mario Hermes e Alfredo da Mota (Flamengo). E apontou Algodão como o maior, não esquecendo, no entanto, o Amaury, de São Paulo. A uma outra pergunta, se na sua época já havia o amadorismo marron, Guilherme respondeu que muito pouco. Não tanto como hoje se verifica em todas as modalidades esportivas. Na sua opinião, o melhor técnico de basquete que ele conheceu ainda é o Kanela (Togo Renan Soares). Quanto ao basquete hoje praticado no Brasil, se melhorou ou piorou, disse: — "Melhorou em objetividade e preparo físico, eis que os jogadores passaram a ter melhores condições, assistência médica, etc.". E se o tempo recuasse você voltaria a jogar? — "É, tenho muitas saudades do meu tempo. Muitas saudades. Se Deus me desse esse poder, sem dúvida alguma, voltaria a jogar e pelo Botafogo." E qual a sua maior alegria como atleta. — "Quando levantei o 1º campeonato em 1942, pois o time, sem falsa modéstia, não tinha nenhuma outra estrela, era todo ele constituído de gente nova no basquete". E qual a sua maior tristeza? 
— "Ter sido cortado das Olimpíadas de Londres, em 1948. Considerei o corte injusto, por uma simples infecção dentária. Tenho, até hoje, os mesmos dentes... Era titular absoluto da seleção, constava da relação, dos programas olímpicos, mas fui cortado em cima da hora, por motivos políticos." Guilherme recebeu vários "Oscar" durante a sua longa e brilhante carreira esportiva, principalmente defendendo as cores do Glorioso. Sempre atualizado e acompanhando bem de perto o basquete, sempre atento aos treinamentos no clube, Guilherme acrescenta que no momento, com a massa de valores novos e as condições oferecidas, o basquete só tem que lucrar cada vez mais. E quanto aos juízes do passado e do presente? — "Os antigos eram bem superiores aos atuais, como Lefever, Harolo; Cordeiro, Oest e Aladino Astuto. Recuse-me a destacar qualquer juiz da atualidade." 
E A VIDA CONTINUNA... 
Guilherme deixou o basquete em 1952, mas nunca deixou o Botafogo. Já desde 1946 que colaborava nos trabalhos do Clube, inclusive na antiga sede do Casino Atlantico, em General Severiano e no Mourisco-Pasteur, o que vem acontecendo até hoje, sendo que, a partir de junho de 1973, já como auxiliar do Clube, com carteira assinada. Está muito feliz com tudo isso. Mas ainda tinha muita coisa para contar. Procuramos então saber como foi aquela lamentável história, em 1945, da sua exclusão da seleção brasileira iniciada por um seu descuido e agraada, em seguida, por uma série de providências tomada pela Confederação Brasileira de Basquetebol, possuída na época de um verdadeiro delírio de punição e de intransigência. E Guilherme explicou: — "O caso foi absolutamente simples e somente as providências tomadas é que o tornaram complicado e difícil. É que, contrariando o normal, fui dormir cedo e não acordei. Ou melhor, me acordaram e achando que era muito cedo, dormi novamente. Quando acordei o avião já estava longe. Eu dormia no Clube, ou melhor, eu morava no Clube". 
Ele é o primeiro a reconhecer que houve uma falta grave, passível de punição caso não houvesse justificativa alguma para isso. E acrescentou: —"Entretanto, apresentei, no mesmo dia, motivo cabal e justo, pois desejava muito participar do nosso selecionado, como era fácil demonstrar pela minha assiduidade cem por cento a todos os ensaios do selecionado e por me haver preparado, com esforço e sacrifício, para a viagem, regularizando documentos, etc., etc. Fui apenas surpreendido por um sono um pouco mais prolongado e pela falta de maior cuidado do vigia, encarregado de me acordar a tempo. O Clube, inclusive, prontificou-se a me mandar ao Equador, por sua conta, no primeiro avião, mas a Confederação não cedeu e eu fui suspenso por um ano. Acrescente-se a isso que naquele dia não tinha embarcado toda a delegação, que viajou em vários grupos. Política, apenas política". Com isso, Guilherme ficou tristíssimo. Ele que sempre estivera à disposição da CBD, não faltava um treino, era disciplinado, obedientíssimo, e era também disparado o melhor jogador nacional da sua posição. Ele era uma criança grande, sem maldade alguma. O caso apaixonou a opinião pública. Vargas Neto e Zé Lins do Rego escreveram várias crônicas no "Jornal dos Sports", pedindo pelo nosso atleta. O Botafogo também o defendeu no CND e, quando foi perdoado, já estava terminado o Campeonato Sul-Americano, felizmente com o Brasil campeão, aliás invicto. E mais um outro detalhe interessante da vida esportiva do nosso Guilherme. Ele é campeão brasileiro de 1938 a 1944, de basquetebol. É campeão também de water-pólo (hoje pólo aquático), invicto, na 2ª divisão, em 1945, pelo Botafogo. E quem era o técnico? Kanela. O Guanabara, na época, era o "bicho-papão" do referido esporte. Quanto á idéia de Marechal Hermes, assunto mais atualizado, acha que foi uma grande iniciativa, já por demais justificada. E, por fim, achou magnifica a construção da nova quadra no Mourisco, a qual já veio atrasada. Só veio beneficiar o esporte amador. O ideal agora seria cobrir a nova quadra. E acrescentou que é preciso manter sempre no Clube uma escolinha para todos os esportes. Dela sairão grandes jogadores. Estava, assim, terminada a nossa conversa com o nosso Guilherme Rodrigues, um dos nossos grandes atletas do passado; hoje, com orgulho, sócio emérito do Botafogo de Futebol de Regatas. 
Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 232 de janeiro e fevereiro de 1978
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GUIOMAR GOMES DE SÁ 


Nossa valorosa atleta Guiomar Gomes de Sá, a Guió, pernambucana nata, começou com sua carreira esportiva em Recife, onde, defendendo as cores do Cometa V.C., por volta de 1950, tornou-se campeã de volleyball. 
Depois, paralizaram-se as atividades do volley feminino em Recife, para recomeçarem em 1952, com o Campeonato Brasileiro de Porto Alegre, tendo Guiomar brilhado na seleção do Leão do Norte, ao lado de Mana, Bade e Carlinda, para já em 53, obter o título recifense pelo valoroso Sport Club do Recife. 
Vindo cursar a Escola Nacional de Educação Física, com Carlinda, por indicação de nossas consagradas campeãs Mana e Sado, em abril de 1953, Guiomar procurou o BOTAFOGO, ao qual logo aderiu de corpo e alma, fazendo parte da delegação que excursionou à Cambuquira onde, entretanto, não chegou a jogar. 
Estreou no campeonato carioca, formando, em nosso segundo quadro, ótima dupla com Carlinda e disputando, com sucesso, três jogos e a Primavera, na equipe principal. Nos mesmos Jogos da Primavera de 53, Guiomar surgiu no atletismo, levantando brilhantemente para o BOTAFOGO, a prova de salto em altura  - estreantes e obtendo o terceiro lugar em disco e 4x100, e, pela Escola, lograr um record de estreantes em salto em altura. 
Em 1954, no volley, formando dupla com Ilse, Guió foi vice-campeã da 2ª Divisão, tendo participado da equipe principal no torneio comemorativo de nosso Cinquentenário, sendo vice-campeã e na Primavera. 
Em atletismo, na F.M.A., no campeonato de estreantes, levantou para o Glorioso, com 1m,35, o salto em altura, assinalando um 2º lugar no 4x100, um 3º em disco e um 4º em dardo, para participar do Troféu Mario Marcio, com um 5º em altura e de competição contra o Vasco, quando marcou um 2º em altura e um 4º em distância, batendo, pela Escola, o record de salto em altura, qualquer classe, na Primavera. 
No mesmo ano, Guiomar iniciou-se no basketball, onde atuou poucas vezes no FlumInense, sendo- campeã pela Escola, em 54 e 55 e transferindo-se para o BOTAFOGO, onde, entretanto, ainda não jogou. 
Em 1955, formando dupla com Lélia, Guiomar levantou o campeonato da 2ª Divisão de volleyball, após brilhantíssima competição de desempate com o Fluminense, em melhor de três, tendo dado a cortada final no jógo decisivo. 
Na equipe principal, disputou dois jogos do campeonato, um interestadual em Belo Horizonte, contra o Mackenzie, multicampeão mineiro e a Primavera quando, em atletismo, assinalou, para a Escola, um primeiro lugar em dardo e para o BOTAFOGO, um quarto em altura e 4x100 e um quinto em dardo.
Diplomada em Educação Física, esplêndida ginasta, Guiomar este ano, atuou na segunda equipe de volley que derrotou o América no primeiro jogo do campeonato, afastando-se, a seguir, da atividade para reaparecer, agora, no returno com sucesso, na equipe principal, levantando para Margarida e correspondendo na nova posição, ela que sempre jogara cortando. 
Já no mês de outubro, embora meio assustada, Guiomar resolveu atender a um apelo veemente de Margarida para completar nossas guarnições de remo feminino, que contavam com pouca gente e logo no primeiro ensaio, entusiasmou o timoneiro Joãozinho, revelando o seu geito para o emocionante esporte da palamenta. 
Deu mais dois ensaios e ei-la, a 28 de outubro, em plena Lagoa. Rodrigo de Freitas, na regata da Primavera, completando na prôa, a guarnição de nosso valoroso “oito”, vice-campeão, vencido pelo Barroso apenas por bico de prôa.
Atleta nata, adaptando-se otimamente a qualquer desporto, de Guiomar, muito espera, o BOTAFOGO, para as temporadas vindouras. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boleti9m Oficial do BFR nº 121 de dezembro de 1956
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LUIZ GONZAGA LOPES DE OLIVEIRA - GONZAGUINHA


GONZAGUINHA: 27 ANOS DE AMOR E DEDICAÇÃO AO GLORIOSO 
Antes de vir trabalhar no BOTAFOGO, Luiz Gonzaga Lopes de Oliveira, nosso Gonzaguinha, já era um apaixonado pelo Clube da Estrela Solitária. Quando chegou aqui na Sede, "o campo ainda era lá embaixo" (atualmente o campo de futebol é suspenso, sobre o shopping Rio Off-Price). 
Humilde e sempre eficiente no desempenho de suas funções, Gonzaga trabalhou em muitas administrações, mantendo-se como uma unanimidade entre os jogadores, comissões técnicas e dirigentes de todas as épocas. 
Ao chegar, em 1969, de sua Monerat natal, no interior do Estado do Rio de Janeiro, Gonzaguinha foi trabalhar no juvenil do BOTAFOGO. Seu trabalho era manter limpo o casarão da Rua Dom Manuel, onde moravam 25 jogadores. Dois anos depois, Dr. Marcelo Bebiano o transferiu para a rouparia do juvenil.
"Neste tempo trabalhei com o "seu" Neca, o treinador do Juvenil, que revelou grandes estrelas como Jairzinho, Carlos Roberto, Ney Conceição e Nilson Dias. Trabalhei ainda com o "seu"Joel Martins, com quem fui para a Seleção Brasileira por duas vezes nos anos 70". Gonzaguinha passou para o profissional em 1980. Foi Bicampeão Estadual, Campeão Brasileiro e Campeão Carioca invicto. 
Simpático e competente, Gonzaga é muito querido e considerado. Do jogador Alemão, por exemplo, o tem como padrinho de casamento. 
Dentre as suas lembranças curiosas destaca a superstição de Paulinho Criciúma (Campeão de 89), "que possuía seis pares de chuteiras, jogava sempre com o mesmo par, e pedia para que eu o guardasse com os cadarços desamarrados um do outro (quando o normal é amarrá-los). 
Cheio de gratidão, Gonzaguinha diz que o Clube sempre o apoiou muito. Todos reconhecem o quanto são importantes o seu bom humor e animação para com o grupo de jogadores. No momento em que se entrega o material a um jogador há toda uma atmosfera mágica, que pode ser decisiva. Nesta hora todo e qualquer estímulo é significativo. E aí está mais um diferencial do BOTAFOGO: nos vestiários, antes de adentrarem aos campos, nossos jogadores recebem o material, uniformes e chuteiras, com açúcar e afeto. Neste instante o trabalho de Gonzaguinha se destaca pelo capricho e aplicação, dignos de quem ama o BOTAFOGO e se esmera ao máximo para assegurar uma presença impecável para nossos craques. 
Muito emotivo, ele prefere não ver os jogos. "Escuto as partidas, torcendo pelo meu radinho de pilha". Ele também evita ir à sede social, "porque são muitas lembranças e fico emocionado". 
Ao longo destes anos, Gonzaguinha já coleciona três carteiras de trabalho, "todas preenchidas pelo BOTAFOGO" e quatro passaportes." Já conheci o México, Japão, EUA, Suíça, Rússia e Espanha. Nestas viagens a gente sempre arranja um jeito de fazer um passeio com o grupo". Sua identificação com o clube é tão grande que dispara: "o dia em que o BOTAFOGO me mandar embora pulo o muro e volto", sorri. 
Outra grande paixão do funcionário é sua família. Adora a esposa Celi Peixoto e a filha Mariana de 10 anos, que chama de "minha riquesa". 

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Oficial do BFR nº 250 de 1996
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