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quinta-feira, 12 de março de 2020

GALERIA DE HONRA LETRA W

 UM EXEMPLO DE AMOR E DEDICAÇÃO AO BOTAFOGO 

Carioca, Wilson Gonçalves, ingressou no BOTAFOGO, em 1963, como boy , prestando serviços internos à tesouraria. Três meses depois, foi convidado pelo Presidente Sergio Darcy a trabalhar no setor que verificava a qualificação dos pretendentes a ingressar no quadro social do BOTAFOGO. 

Naquele tempo o BOTAFOGO era muito rigoroso na admissão dos sócios. Havia uma comissão para admitir os novos membros do quadro social. Integravam esta comissão o Dr. Cídio Carneiro, o Dr. Paula Ramos e o Dr. José Erasmo do Couto. Recorda-se Wilson.

 Depois, Wilson passou a Chefe do Setor de Cobranças, mas não demoraria muito para que ele mesmo saísse à rua para fazer cobranças. Em 1968, o Sr. Charles Borer, então Vice-Presidente de Desportos Terrestres (o Presidente e o Dr. Althemar Dutra de Castilho), convidou o Sr. Wilson para assumir a Chefia do Departamento Técnico, que englobava oito modalidades: Arco e Flecha, Natação, Remo, Basquetebol, Voleibol, Xadrez, Atletismo e Aeromodelismo. Wilson aceitou a incumbência, acumulando-a com a função de cobrador, até 1971, ano em que deixou a cobrança e ficou apenas com a Chefia do Departamento Técnico. Ainda em 1971, o Vice-Presidente de Desportos Aquáticos, Dr. Roberto Dreux, convidou-o para tomar conta do recém construído Mourisco-Mar, que estava em fase de acabamento. 

Mais uma vez, Wilson Gonçalves viria acumular funções, a de Administrador do Parque Aquático de Mourisco-Mar e a de Chefe do Departamento Técnico. No ano seguinte, passou a se dedicar exclusivamente a Administração. De 1972 até os dias atuais, o Sr. Wilson permanece como responsável pelas equipes de competição dos Desportos Aquáticos, em todas as categorias. É o representante do BOTAFOGO na Federação Aquática do Rio de Janeiro — FARJ -, também dirigindo as escolinhas. - Orgulho-me muito de ter sido uma das pessoas responsáveis pelo maior sucesso das escolinhas de Natação do BOTAFOGO em 1982, quando tivemos mais de 1.500 alunos, revela o administrador. Entretanto, a história do "seu" Wilson começou a muito mais tempo, exatamente no ano de 1946, quando, aos 7 anos de idade, colocava as bandeiras do BOTAFOGO nos mastros da marquise da social (antiga tribuna para sócios). - Naquela época, o BOTAFOGO tinha cerca de 16.000 sócios ativos. A tribuna era uma maravilha, sempre lotada, com senhoras e senhores elegantemente vestidos para assistir os jogos. Antes de cada jogo, eu, que era muito pequeno, subia às alturas para fixar as bandeiras na marquise: durante a partida, vendia água, e, no final, limpava a social. Só pelas bandeiras, ganhava 2 mil réis (boje cerca de R$ 15), mas recebia mais algum pela limpeza. E o dinheiro vindo da água que eu vendia era todo meu. No final, eu me sentia super-recompensado pelo trabalho, que fazia brincando, com o maior prazer, relembra. 

Menino, Wilson, ficava atrás do gol, assistindo os treinos, até que um dia, o jogador Heleno de Freitas lhe chamou, propondo-o que fosse o seu gândula particular, ganhando 5 mil réis por treino. Com entusiasmo, Wilson aumentou o seu faturamento, passando a ser "o gândula elétrico" de um dos maiores craques de todos os tempos. Nesse período Wilson teve ainda a honrar de conviver com grandes jogadores, como Paulo Tovar, dono de uma técnica impecável e ainda hoje um desportista que nada no Mourisco-mar, além de Didi, Garrincha e Nilton Santos, além de outras feras. Wilson, aos 8 anos, trabalhou na sapataria do Clube, trocando as travas das chuteiras que naquele eram de couro. Mas a paixão pelo BOTAFOGO acabaria por criar problemas em família para Wilson. Descendente direto de portugueses, sendo inclusive sobrinho de um diretor vascaíno, Wilson, aos 16 anos, fez um teste para ingressar no futebol do Vasco da Gama. Foi aprovado, entretanto, com a integridade peculiar aos jovens, recusou-se a vestir a camisa de outro grande clube que não fosse a do BOTAFOGO, o seu time do coração. Por ironia do destino, chegou a fazer teste no alvinegro mas não passou. Conclusão: rompeu com os familiares vascaínos, chegou a jogar no juvenil do Bonsucesso mas não teve mais interesse em prosseguir na carreira de jogador, - Não me arrependo de nada. Apesar de não seguido a carreira de jogador, e de ter dispensado um bom emprego no Banco Boavista, optei por trabalhar no BOTAFOGO: cresci profissionalmente no Clube que eu amo. Nele conheci a minha esposa, e, sempre trabalhando para o BOTAFOGO, criei meus filhos, dando-lhes uma excelente formação. Hoje, posso dizer, sou um homem realizado em todos os aspectos. O Sr. Wilson prefere não destacar nenhum grande dirigente do Clube ao longo de sua trajetória no BOTAFOGO: - Sempre me identifiquei com os dirigentes do Clube, porque restrinjo minha atividade à esfera profissional, técnica, sem me envolver na área política. Desta forma, sempre angariei amizade e respeito. A atual Diretoria tem prestigiado o nosso departamento, com todo o apoio necessário, para o desenvolvimento do trabalho, e já temos conseguido feitos significativos: o nosso pólo-aquático, que começou a se reestruturar a um ano já conquistou o 3º lugar na Divisão Especial: somos o Campeão Brasileiro de Natação Infantil; e temos em nosso grupo o recordista brasileiro Renato Gueraldi. Como representante do BOTAFOGO na FARJ, Wilson tem conseguido transferir algumas competições importantes de outros clubes para a piscina do Mourisco-Mar. Wilson Gonçalves salienta que o BOTAFOGO é um dos clubes mais bem estruturados no Brasil na área dos Desportes Aquáticos. Ele orgulha-se ao exibir os uniformes dos 133 atletas do BOTAFOGO inscritos na FARJ. Interrogado sobre o que representa o BOTAFOGO para si próprio, o administrador chega a emocionar-se. Com a voz embargada e olhos lacrimejantes, diz que o BOTAFOGO é uma extensão de sua casa: - Chego às 8 horas e não saio daqui antes das 19 horas. Moro perto e venho ao Clube a qualquer hora que for preciso. 

Os vigias têm ordem para me chamar a qualquer momento que for necessário. Eu amo isto aqui. Graças ao BOTAFOGO, sempre digo isto, tenho dois filhos bem educados e sadios, e uma família bem estruturada. De fato, a reportagem do PLANETA BOTAFOGO pôde constatar isto em visita a casa do Sr. Wilson. Aquele, sem dúvida, é um legítimo lar botafoguense, onde há uma grande harmonia familiar, e onde, naturalmente, imperam as cores alvinegras. A rainha do lar é a Sra. Angela, que forma com Wilson um casal perfeito. Parecem namorados... O guardião da casa é um simpático vira-lata malhado em preto e branco; o piso é branco e o rodapé preto. O confortável estofado é preto e as paredes, brancas. Desta forma, há um predomínio discreto das cores do BOTAFOGO. No acervo familiar, fotos de Garrincha, Nilton Santos, Heleno de Freitas e dos craques do Bi-Campeonato 89/90, misturam-se as de família, medalhas e troféus conquistados pelo filho Daniel, jogador de pólo-aquático e emérito do BOTAFOGO. Recentemente, a filha Cássia deu mais uma grande alegria à família, a netinha Luísa. Parabéns, Wilson, você é motivo de orgulho para todos nós.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini

Fonte: Boletim Planeta Botafogo nº 4 de outubro de 1998

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Wilma de Souza Silveira 

O "brótinho" de dezesete anos que encan-a a torcida alvi-negra, com o cabelinho "rabo de cavalo" esvoaçando pela quadra, pulando de alegria e aplaudindo-se quando faz uma cesta, Wilma de Souza Silveira, iniciou sua curta mas já gloriosa carreira esportiva, ao lado de Marlene, jogando basket e volley pelo Clube dos Sub-Oficiais e Sargentos da Aeronautica em 1952, e pelo America F. C. em 1953, para transferir-se em princípios de 1954, para o Gremio de Quintino Bocaiuva. Como este ultimo gremio. extinguisse sua seção de basket-ball, Wilma acompanhou o tecnico Charles Borer e suas companheiras, ao Botafogo onde estreou a 30 de de Maio de 54, em amistoso contra o Carioca, vencido por 49 x 23 no tablado do estadia do Maracanã. 

Venceu em seguida, o triangular do Cinquentenario, disputado no Mourisco e brilhou nos jogos da Primavera, obtendo a terceira colocação, após sensacionaes vitorias sobre os poderosos quadros paulistas do Ipiranga (campão) e do Sirio. 

Aliás, foi na primeira dessas vitorias, Anglo-Americano, na noite de 16 de Outubro, que Wilma colheu a maior emoção da sua vida esportiva. Perdendo por quatorze pontos, o Botafogo reagiu impresionantemente e vencia por 43 x 41, quando nitidamente após o apito final da mesa, o Ipiranga consegue cesta que é injustamente validada, empatando o prelio. 

Revoltada com tanta injustiça, Wilma enquanto os tecnicos e dirigentes discutia prorrompeu em prantos e não mais parou: em prantos jogou toda a prorrogação, e prantos fez magistral cesta e em prantos triunfou por 46 x 43.

No campeonato de 1954, embora já revelasse o melhor team, o Botafogo não teve chance e assim Wilma chegou em terceiro lugar, com 10 jogos e 109 pontos. 

Em Janeiro de 1955, Wilma disputou Campeonato Brasileiro, integrando a seleção carioca que venceu, em Niteroi, as de Minas, Rio Grande do Sul e Estado do Rio.  Em fins de Março excursionou com Botafogo, á Salvador e integrou o qual de volley-ball, verdadeiro misto de jogadoras de volley e basket, que perdeu para Vitoria e venceu a A. A. Bahia por 2 x 0. 

Depois, no basket, foi um rosario impressionante de titulos sucessivos, com Wilma grande forma (não é atôa que ela pos uma tabela no quintal de sua residencia... levantando o Trofeu Armando Albano, a 148 pontos; o I Jogos de Inverno de Santos sendo que na noite inesquecivel de 17 Novembro, quando o Botafogo alcançou o titulo derrotando sensacionalmente o Fluminense, foi Wilma, aos pulos, que abria contagem com uma cesta magistral, tendo se destacado em todo o prelio pela sua fibra e pela sua vivacidade.

Campeã de basket e de atletismo pelo Colegio Piedade, nos jogos da Primavera de 155, Wilma defendeu as cores botafoguenses no esporte base em 1954, na competição inter-clubes contra o Flamengo, logrando brilhante primeiro lugar nos 75 metros rasos e um segundo no salto, em altura, tudo na categoria moças juvenis, sendo sua grande prova, a que venceu pelo colegio em 1955, a de 75 metros rasos. 

Seu maior desejo, que certamente será realizado, é figurar um dia na seleção do Brasil: enquanto espera essa feliz oportunidade, Wilma vem dedicadamente treinando, sob a eficiente direção de Charles Borer, na seleção carioca para o proximo Campeonato Brasileiro. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted

Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 111 de janeiro de 1956

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