MEIO SÉCULO DE GENERAL SEVERIANO
Por Alceu Mendes de Oliveira Castro
A 5 ele janeiro de 1937, o Conselho Deliberativo do Cube elegia Presidente um jovem de 34 anos, antigo integrante de nossas equipes infantis de 1916 a 18 - Sergio Darcy, fazendo o merecido elogio de Paulo Azeredo, que terminava a sua impressionante administração de onze anos, com a conquista do Decreto nº 289.
Sergio Darcy, moço, ardoroso, cheio de fé, iniciou sua dinâmica e brilhante administração, encarando, incontinente, o indispensável problema da construção do estádio e a Diretoria, em sessão de 12 de janeiro, nomeou uma comissão composta dos Drs. Eduardo V. Pederneiras, Arthur Cesar de Andrade e Mário Maria, para exame de propostas e projetos de construção.
A 15 de fevereiro, a Diretoria criou um Conselho Consultivo destinado a com ela colaborar nos grandes empreendimentos que se iniciavam, nomeando para o mesmo os dedicados botafoguenses Paulo Azeredo, Luiz Aranha, Rivadavia Corrêa Meyer, Joaquim Antonio de Souza Ribeiro, Robert'o Lyra, Mário Duque Estrada de Barro , Hugh Edgar Pullen, Rolando de Lamare, Normann Hime, Edmundo Perry, Emanuel Sodré, Eurico Viveiros de Castro, Mário de Paula e Silva, Edgard Soares Dutra e José Dolabela.
A 30 de março realizou-se uma sessão do Conselho Deliberativo, autorizando o Presidente Sergio Darcy a aumentar de seiscentos e sessenta contos de réis, o empréstimo que o Clube tinha na Caixa Econômica, e o concedendo, por proposta de Paulo Azeredo, amplos poderes à Diretoria para que o necessário fosse. Concedeu, ainda, ao deputado Urbano Castelo Branco, o titulo de Sócio Honorário, pelos relevantes serviços prestados ao Clube ; na questão do terreno contíguo.
Como nos tempos heróicos, frente a Tróia, os gregos, para impedir a retirada, haviam incendiado a própria frota, Sergio Darcy, em pleno dissídio esportivo, com rendas reduzidíssimas, com nosso quadro social diminuído para perto de trezentos sócios quites, tomava a mais ousada resolução e, em gesto de loucura sublime, fazia demolir sumariamente as velhas arquibancadas de 1913 a 17.
Reafirmava -se, ainda, uma vez, o Clube Da Capa e Espada, o D'Artagnan do século XX! Não era mais possível o recuo e Sergio Darcy, com seus desassombrados companheiros, enfrentou a situação brava e resolutamente.
A 15 de abril, Sergio Darcy inaugurava a Campanha do Cimento, com a instituição de um livro de ouro, no qual todos os grandes botafoguenses deixaram sua contribuição.
A 25 de abril efetuou-se a Festa da Gratidão, com um grande almoço oferecido a Paulo Azeredo e contrariando todos os seus desejos, a inauguração de seu retrato onde ainda hoje, para nosso orgulho e nessa alegria, se encontra isolado - a sala de sessões da Diretoria.
Sergio Darcy pronunciou belíssima oração e Paulo Azeredo agradeceu emocionado, frisando o quanto o seu inesquecível pai - Senador Antonio Azeredo, desaparecido em 1936, fizera pela consolidação do patrimônio do BOTAFOÇO. Falaram, também, Nilo Murtinho Braga, Roberto Lyra, Rivadavia Corrêa Meyer e Togo Renan Soares, declarando este último, o desassombro, penitenciar-se de, em tempos idos, ter feito oposição Paulo Azeredo, o maio, botafoguense de todos os tempos. A 4 de maio, prosseguindo em sua intensa atividade a Diretoria nomeava, na vaga de Mário Maia, na comissão de exame de projetos, nosso antigo defensor Alberto Cavalcanti que, a 1º de junho, comparecia à sessão para opinar, em nome da aludida comissão, pela escolha do magnífico projeto do arquiteto Raphael Galvão, outro veterano botafoguense, projeto este aprovado em sessão conjunta, pela Diretoria e pelo Conselho Consultivo, incrementando a Campanha do Cimento.
Em julho, Sergio Darcy tomava outra importantíssima resolução, consagratória de sua inesquecível presidência, ao aceitar o pacto de pacificação geral dos esportes, proposto pelo América e pelo Vasco da Gama, sendo a 29 de julho fundada a atual F.C.F., sob a denominação de Liga de Football do Rio de Janeiro.
Era iniludivelmente, mais uma grande vitória do BOTAFOGO e da C.B.D., pois que o referido pacto, em linhas gerais, adotou o que propúnhamos desde o começo de 1934 e que fora desdenhosamente rejeitado.
Após mais de quatro anos de lutas incruentas, a C.B.D. mantinha-se, como até hoje, a dirigente máxima da futebol Nacional, desaparecendo a famosa Liga Carioca. Era mais uma proeza do Clube da Capa e Espada, que podia, agora, ante novas perspectivas, atacar a fundo o grande ideal da construção de seu estádio.
Assim a 10 de agosto, a Diretoria, nomeava uma comissão de obras, presidida por Sergio Darcy e constituída por Paulo Azeredo, Alvaro Catão, Luiz Aranha, Mário de Paula e Silva, Carlos Martins da Rocha e Henrique Carlos Meyer e, a 30 de setembro, aceitava a proposta de Cavalcanti Junqueira & Cia. para execução integral do projeto Raphael Galvão, fornecendo, o Clube, os materiais e pagando, à firma, de administração, o máximo de 10% sobre o custo da construção.
As obras entraram em ritmo acelerado, tendo a Diretoria, a 11 de janeiro de 1938, tomado conhecimento da primeira prestação de contas da Campanha do Cimento de excelentes resultados.
A 20 de abril, a bandeira botafoguense cobriu-se de crepe, com o repentino falecimento de nosso 2º Vice-Presidente Mario Pinto Guimarães, aos 42 anos de idade, o diretor admirável que, há treze anos, desde 27 de julho de 1925, servia ininterruptamente ao BOTAFOGO, com incomparável eficiência e inigualável dedicação.
E General Severiano viveu o seu mais triste dia, com o salão nobre da sede que Mário Pinto ajudara a construir, com o braço direito do grande Presidente Paulo Azeredo,transformado em câmara ardente daquele que foi, em nosso Clube, um exemplo de abnegação.
Prosseguiam decisivamente as obras e no gramado verde, nossos cracks já se exercitavam, sendo que a 24 de julho, foi oferecido um churrasco à imprensa , pelo Dr. Luiz Aranha, com a presença do Dr. Edison Passos, secretário da Viação e Obras da Prefeitura.
Improvisou-se um jôgo entre cronistas e paredos e veteranos botafoguenses, triunfando equipe de casa, com a seguinte equipe: Homero, Enio Daudt e Sergio Darcy, Cyro Ramos, Carlito e Rogério, Nelson, Vargas Neto, Nilo,Juca e Alarico Maciel, tendo arbitrado, Luiz de Paula e Silva.
O aniversário do Clube foi comemorado a 7 de agosto, com linda festa de esportes e nosso Conselho Deliberativo reuniu-se a 17 de agosto, reverenciando a memória inesquecível de Mário Pinto Guimarães e proclaman do Benemérito do BOTAFOGO o grande Presidente Sergio Darcy.
Finalmente, na tarde memorável de 28 de agosto de 1938, o BOTAFOGO inaugurava, em verdadeira festa de toda a cidade, o "Estádio mais bonito do Brasil", como foi desde logo denominado pois, embora inacabado, oferecia belíssima impressão e acomodava 25.000 pessoas.
Construção moderníssima para a época, o campo foi edificado em plano superior aos primeiros degraus das arquibancadas e cercado por um alambrado, mudando sua antiga direção, para ficar, como ainda se acha, com os goals dos lados do Asilo (Av. Lauro Sodré) e da Saúde Pública. ao inverso do que existira desde 1912, com as cabeceiras dos lados de General Severiano e da Avenida Venceslau Braz.
No centro o gramado foi colocado um grande mapa do Brasil, com pequenos furos para receber terras de todos os Estados, em cerimônia que provocou a emoção e o entusiasmo de enorme assistência, sendo vários Estados da União representados por alguns de seus mais eminentes filhos, como o Rio Grande do Sul, pelo Ministro Oswaldo Aranha e São Paulo, pelo lnterventor Adhemar de Barros.
Seguiu-se um belíssimo encontro amistoso com o Fluminense, que o BOTAFOGO venceu lindamente por 3x2, goals de Patesko 2 e Perácio, o deste com formidável tiro de fora da área, que fulminou Batatais.
José Ferreira Lemo (Juca) foi o juiz e os quadros se apresentaram: BOTAFOGO - Aimoré, Bibi e Nariz, Zezé Moreira, Martin (Del Popol ) e Canali, Théo, Paschoal (Nelson), C. Leite, Perácio e Patesko. Fluminense: Batatais, Moisés e Guimarães (Machado), Sancamaria, Brant e Orozimbo, Bioró, Romeu, Sandro, Tim e Hercules.
Foi a seguinte a grande Diretoria que teve a honra de inaugurar o estádio: Presidente: Sergio Darcy; 1º vice-presidente, Eduardo Trindade; 2º vice-presidente, João Lyra Filho; 3º vice-presidente, Enio Carvalho qe Oliveira; secretário geral Alarico Maciel; 1º Secretário , Manoel Maria de Paula Ramos; 2º Secretário. Joel Presidio; tesoureiro geral, Sebastião Mota Ribeiro de Vasconcelos; 1º tesoureiro, Cyro Ramos; 2º tesoureiro, Luiz Dias; diretor geral de educação física, Carlos Martins da Rocha; diretor social, Alberto Woolf Teixeira.
Serviram na Diretoria, antes da inauguração, o inolvidável vice-presidente Mario Pinto Guimarães, João Quintino Caliera, Henrique Sadok de Sá e Jose Carlos Ribeiro de Campos.
A 5 de Janeiro de 1940, assoberbado pelas suas funções de advogado do Contencioso do Banco do Brasil, do qual é hoje o ilustrado é infatigável Chefe, Sérgio Darcy renunciou à Presidência do Clube, sem ter conseguido concluir as obras do Estádio, para as quais, entretanto deixou um plano magnífico de financiamento com a criação de cadeiras cativas, que, infelizmente, por circunstâncias várias, não foi cumprido.
Em princípios de 1941, na presidência João Lyra Filho, o BOTAFOGO obteve, em momento angustiante, extraordinário benefício, que consolidou sua propriedade de General Severiano.
É que, por um lapso da tesouraria, os foros não foram pagos, o que importava em comisso e no arbitramento de um novo valor para o foro, que certamente seria muito majorado.
Foi quando o saudoso Paulo Lyra, agindo com notável dedicação e eficiência, obteve do governo Getúlio Vargas, o Decreto Lei de 21 de março de 1941 isentando o Clube do pagamento de foros e consolidando, em definitivo, a propriedade de General Severiano, e pelo que, a 28 de março, com a maior justiça, o Conselho Deliberativo proclamou-o Benemérito do BOTAFOGO.
Correram os anos. O Botafogo F.C. pela fusão de 8 de dezembro de 1942 com o Club de Regatas do Botafogo tornou-se BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS, até que em 1946, na Presidência do Grande-Benemérito Adhemar Bebiano, surgiu nova grandiosa aspiração para o estádio de General Severiano.
E, em agosto, Adhemar Bebiano, sempre progressista, anunciou sensacional novidade: a decisão de dotar o estádio da mais moderna e eficiente iluminação para jogos noturnos, confiando a execução das obras à Empresa Brasileira de Engenharia S.A., dirigida pelos botafoguenses Armando Rodrigues Teixeira, Celso Coelho de Souza e Vasco Bebiano. As obras foram orçadas em cêrca de Cr 150.000,00 e sua fiscalização confiada a dois de nossos antigos defensores, o benemérito Luiz Maia de Bittencourt Menezes e Otto Willman, iniciando-se algum tempo após.
A 2 de janeiro de 1948, foi empossado na presidência do Clube, a extraordinária figura do Grande Benemérito Carlos Martins da Rocha que, desde logo, na primeira reunião de sua Diretoria, a 7 de janeiro, enfrentou o problema da terminação das obras de iluminação, que se arrastavam, em virtude da crise financeira que assolava o Clube, desde a presidência anterior de Oswaldo Costa.
E à noite de 29 de maio assinalou novo marco memorável na história do BOTAFOGO e de General Severiano, com a festiva inauguração da então moderníssima iluminação obra grandiosa que custou cerca de Cr$ 1.400.000,00 e que foi decidida e iniciada pela administração Adhemar Bebiano.
Este Grande Benemérito, que modestamente se ocultara na geral, foi dali arrebatado pelo Presidente Carlito Rocha para oficialmente ligar as chaves, inaugurando a iluminação.
Uma feérica e mágica chuva de fogos de artifício, alegrou essa noite inesquecível, em que o BOTAFOGO, na disputa da taça "Adhemar Bebiano", empatou com o forte esquadrão do Atlético Paranaense, por 0x0, apresentando-se com Oswaldo, Gerson e Nilton Santos, Marinho, Avila e Juvenal, Nerino (Paraguaio), Geninho, Heleno, Pirilo (Octavio) e Reinaldo.
O árbitro deixou de assinalar um tento legitimo de Octavio que o famoso. goleiro Cajú puxou de dentro de sua cidadela e o inesquecível Heleno de Freitas despediu-se sentimentalmente da camiseta alvinegra, que defendia há dez temporadas, para transferirse, dias depois, para o Boca Juniors, de Buenos Aires.
Antes, em março, General Severiano fora dotada de sua pista de atletismo por doação do Grande-Benemérito Rivadávia Corrêa Meyer o que possibilitou a magnífica conquista do tetra campeonato do esporte base, sob o comando do diretor Roberto Dreyfus e do técnico Ernani Costa.
Depois, a 12 de dezembro, General Severiano viveu talvez o seu mais festivo dia esportivo, com a magistral conquista do Campeonato Carioca de Futebol de 1948, naquela tarde em que o BOTAFOGO, sob a arbitragem de Mário Viana, se impôs ao poderoso esquadrão do Vasco da Gama por 3x1, goals de Paraguaio, Braguinha e Octavio, para as suas cores e de Ávila, contra, em infeliz cabeçada, para o Vasco da Gama.
Nosso esquadrão de aço formou com Oswaldo, Gerson e Santos, Rubinho, Ávila e Juvenal, Paraguaio, Geninho, Pirilo, Octavio e Braguinha contra Barbosa, Augusto e Wilson, Ely, Danilo e Jorge, Friaça, Ademir, Dimas, lpojucan e Chico.
Foi a seguinte a grande Diretoria que tanto brilhou em 1948: Presidente, Carlos Martins da Rocha; Vice Presidentes lbsen De Rossi, Paulo Antonio Azeredo e Joaquim Antonio de Souza Ribeiro; Diretores de Departamentos - Comunicações, Alceu Mendes de Oliveira Castro; Propaganda, Oswaldo Guimarães Palmeira; Finanças, Sebastião Mota Ribeiro de Vasconcelos; Patrimônio, Henrique Carlos Meyer; Social, Luiz de Paula e Silva; Jurídico, Luiz Carlos de Oliveira; Técnico Administrativo, Nelson Cintra.
A 22 de novembro de 1948, atendendo a um pedido formulado na reunião de todos os sócios, que sempre promovia, o Presidente Carlito Rocha autorizou a criação da Comissão Pró-Estádio, com o objetivo de angariar fundos para o término das obras do mesmo.
A referida Comissão trabalhou com entusiasmo, mas os resultados não foram compensatórios, sendo dissolvida em 1950. É que surgira, também, a atual era do Maracanã, para a disputa de todas as grandes competições e, conseqüentemente, como campo de futebol, General Severiano perdia o seu valor.
Em 1952, na presidência Ibsen De Rossi, o BOTAFOGO cedeu à Prefeitura uma pequena faixa de terreno, do lado da Avenida Wenceslau Braz, para possibilitar o alargamento da Avenida Lauro Sodré.
Em 1953, o muro desse local foi reconstruído pela Prefeitura, de forma a oferecer excelente aspecto e nesse mesmo ano, encontrando-se no exercício da presidência, o Vice Presidente Paulo Azeredo, com a ajuda de seu inseparável companheiro de lutas, Henrique Carlos Meyer e de Raphael Galvão Junior, respectivamente Diretor e Sub-Diretor do Patrimônio, iniciou obras importantes.
Como consequencia, a família botafoguense empolgando-se novamente com a figura ímpar do Presidente de Ouro de 1926 a 36, impos-lhe a presidência do Clube, até hoje, com cinco eleições e posses nos biênios iniciados em 1954, 56, 58, 60 e 62, em extraordinária repetição do primeiro decênio de progresso espantoso para o nosso querido Clube.
Contando com o decisivo apoio de Henrique Carlos Meyer mantido no cargo de Diretor do Patrimônio e de Raphael Galvão Junior, Sub-Diretor do mesmo, Paulo Azeredo pode inaugurar em 1954, ano famoso do Cinqüentenário de fundação do Botafogo F.R. as obras importantíssimas iniciadas no ano anterior.
Sob a tribuna social e sob as arquibancadas, no ângulo formado pela rua General Severiano e Avenida Lauro Sodré, surgiram, como que por encanto, vastas dependências destinadas a todos os setores administrativos do Clube - Secretaria, Tesouraria, que, desde 1928, funcionavam nas já exíguas pérgolas do terraço da sede, e Departamento Técnico, com moderna Casa Forte e instalações sanitárias.
O túnel que liga o jardim da sede à tribuna social, foi todo pavimentado por lagiotas de cimento, sendo construída uma série de boxes em toda a sua extensão.
O edifício da sede entrou em pinturas para completa restauração. A tribunal social foi toda pintada; o muro da geral elevado e finalmente terminadas as duas torres do estádio, ao lado de General Severiano.
A 1º de julho de 1954, data comemorativa do sexagésimo aniversário de fundação do antigo C.R. Botafogo, tivemos a inesquecível cerimônia da inauguração no jardim da sede, do mastro monumental, oferta do Ministério da Marinha.
Hasteou o Pavilhão Nacional, o Almirante Renato Guilhobel, Ministro da Marinha, que fez linda saudação ao BOTAFOGO, agradecendo Paulo Azeredo, com comovidas palavras. Paulo Azeredo hasteou o pavilhão do Clube; Benjamin Sodré, o do antigo Botafogo Football Club e Tasso Moreira, o do velho Club de Regatas Botafogo.
No mesmo momento, Paulo Azeredo recebeu o Aviso nº 402, de 30-6.54, do Ministério da Saúde, cujo Ministro, nosso benemérito Miguel Couto Filho, comunicava que tomara todas as providências para o cumprimento da Lei n° 289, de 29-10-36, relativa à entrega ao Clube, do terreno contíguo, já desnecessário aos Serviços de Saúde Pública Federal, o que, infelizmente, estando o mesmo ocupado pela Prefeitura, até hoje não se concretizou.
Em 1955, sob a assistência direta do Presidente Paulo Azeredo, prosseguiram importantes obras, tendo o Departamento do Patrimônio, sempre sob a abnegada direção de Henrique Carlos Meyer, recebido, a partir de agosto a dinâmica colaboração de um novo sub-diretor - Cídio da Silveira Carneiro, que é hoje e desde janeiro de 1960, o Diretor do aludido departamento.
A 27 de novembro, foi inaugurado o esplêndido reservado da imprensa e rádio, talvez o melhor da cidade, localizado nas torres do estádio, do lado de General Severiano; foram concluídas as marquizes laterais do estádio, que lhe completaram o belo aspecto; o bar do túnel e o emboço do muro da Avenida Lauro Sodré, além da impermeabilização do terraço da sede.
Em 1958, o Departamento Técnico foi instalado no vasto salão que desde 1954, lhe era destinado, construído sob a tribuna social e onde vinha funcionando a concentração dos jogadores.
Foi também melhorada e dotada de iluminação, a pequena quadra de volleyball existente junto aos fundos da sede, que, infelizmente, não tendo as dimensões legais, somente serve para treinos.
Em 1960 prosseguiram obras de conservação e melhoramentos, tendo o BOTAFOGO recebido a inestimável colaboração de Adolpho Schermann, nomeado seu superintendente, em 18 de julho.
Foi remodelada a pintura e modernizada a iluminação de nossas dependências administravas; feito o calçamento em pedras portuguesas do passeio do lado da Avenida Wenceslau Braz e o calçamento geral do lado da rua Gen. Severiano; calçamento em "brocket" na entrada de sócios de General Severiano; placas indicativas em todos os setores e moderno vestiário de volleyball feminino.
E este ano, a 8 de janeiro, já tivemos a 1ª satisfação de assistir à inauguração do ginásio Ibsen De Rossi, excelente realização de Adolpho Scherman destinado à gloriosa e invencível Secção de Halterofilismo.
Termina aí a história do Meio Século de General Severiano, na qual surgem quase todos os grandes nomes da própria História do Botafogo que, com sangue, suor e lágrimas, conquistaram o terreno com um velho casarão em ruínas, na época em que Alfredo Couto e seus heróicos companheiros ouviam revoltados a frase terrificantes "O BOTAFOGO MORREU, ACABOU", e transformaram-no em um patrimônio que o inigualável Presidente Paulo Azeredo consolidou em definitivo, de valor inestimável, objeto de ulterior transformação, para melhor aproveitamento, nas circunstâncias hodiernas, dentro do sonho grandioso de Cidio Carneiro, tão bem recebido pelo Presidente de Ouro e por todos os botafoguenses.
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 189 de agosto de 1962
Nenhum comentário:
Postar um comentário