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quinta-feira, 12 de março de 2020

GALERIA DE HONRA LETRA J

 JOSE MACHADO DA SILVA




   Técnico Cuca e José Machado da Silva

Funcionário do clube se encontra com Cuca José Machado da Silva ajudou o técnico na preleção de antes do jogo contra Vasco.

Foto: Leandro Menezes

José Machado, funcionário do clube e que foi utilizado por Cuca na preleção de antes do jogo contra o Vasco.

O Botafogo viveu uma quinta-feira de emoção. No dia seguinte da vitória sobre o Vasco por 4 a 1, nos pênaltis, depois de empate em 4 a 4 no tempo normal, o técnico Cuca encontrou-se com o administrador do CT João Saldanha, João Machado da Silva, que participou da preleção antes do jogo de quarta-feira.
Os dois conversaram por algum tempo e o funcionário do clube agradeceu ao técnico alvinegro a oportunidade que teve de ajudar o time a ganhar em campo. Seu Machado, como é conhecido no clube, está com dois meses de salários atrasados, assim como todos os funcionários do clube, e Cuca o usou como exemplo para motivar seus jogadores.
- Foi uma surpresa poder participar da preleção do Cuca. Ele me chamou na terça-feira e disse para eu convocar todos os meus funcionários para irem ao Maracanã, mas não sabia o motivo. Quando chegamos lá fomos levados para o vestiário e falamos com os jogadores sobre os nossos problemas. Falei que tinha 72 anos, que tinha trabalhado com Garrincha, Didi, Nilton Santos e tantos outros jogadores, e que nunca tinha visto um grupo tão unido - revela Seu Machado.

Fonte: GloboEsporte.com
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QUEM É O MACHADO


Há servidores do Botafogo que, no exercício das suas obrigações, participam da vida do clube, com dedicação e interesse. Nesse caso, não pudemos deixar de reconhecer o trabalho aqui executado pelo Machado - José Machado da Silva - no Departamento de Desportos Terrestres, no Mourisco-Pasteur.
Muito zeloso no seu mister, ele mantém sempre em dia todo o seu expediente, muito importante no setor do esporte amador do clube. Atende a todos com a maior solicitude e educação, sem nunca se irritar. Caladão por natureza, Machado nunca se recusa a uma informação, quando procurado. Olhe que, hoje em dia, não é fácil lidar com a garotada do esporte. Vive bem e feliz com todos eles. É um homem talhado para o lugar. Todos gostam dele.

O dia inteiro o seu Departamento e movimentado para todos os assuntos pertinentes ao setor, desde a inscrição dos atletas, nas diversas categorias, até

o atendimento do fichário e dados estatísticos do esporte terrestre do clube.
Mas ele está. sempre firme no seu pos, sem reclamar, e ainda participa até tarde, das suas atividades, para quaisquer eventualidades de última hora.

E muito eficiente na sua função. O Vice-Presidente Jarbas Murta de Mello não abre mão dele para nada, é, sem dúvida, o seu braço direito, sem desmerecer os outros servidores, ali lotados. A velha experiência do Machado vale muito. "Quem é o Machado?” E a pergunta que mais se ouve no Mourisco.


Ele é natural de Carangola, Estado do Rio, onde nasceu a 13 de março de 1935 e foi admitido no BFR a 27 de fevereiro de 1956, portanto, há vinte e um anos.


FOI TAMBÉM CAMPEÃO


Foi admitido como funcionário, trazido pelo seu irmão, Juracy Machado da Silva, ex-funcionário do clube, para tomar conta da concentração dos jogadores profissionais, localizada na época em General Severiano. Teve como Diretor o inesquecível Renato Estelita (falecido); o Subdiretor João Saldanha, hoje conhecido comentarista; o Técnico Zezé Moreira e o preparador físico Paulo Amaral. Ficou naquela função até 1957, quando o Botafogo conquistou brilhantemente o titulo de Campeão


Carioca, vencendo na final o Fluminense por 6 x 2, com 5 gols do Paulo Valentim e 1 do inigualável Garrincha. Depois da conquista do titulo, o Botafogo passou a se concentrar no hotel Ipanema, sendo desnecessários os seus serviços para a função até então exercida pelo Machado, que foi, assim, também campeão.


O Botafogo achou por bem, em seguida, aproveita-lo como mensageiro, onde ficou de 1957 até 1962, quando foi requisitado para auxiliar de Gerência, da Sede de General Severiano, no período de 1962 até 1967, quando foi requisitado para exercer as funções de auxiliar de Serviços Burocráticos, lotado na Seção de Cobranças, ali permanecendo até 1968, quando passou a auxiliar de Administração, lotado na Secretaria, até 1972.


A 13 de março de 1972, portanto, dia do seu aniversario, Machado foi surpreendido com um memorando transferindo-o para o Mourisco Pasteur, para as funções de Assessor do Departamento Técnico do Departamento de Desportos Terrestres, onde está até hoje, prestando bons serviços.


GRANDE ALEGRIAS


Disse ele:

1) - "Ser funcionário do Botafogo de Futebol e Regatas, meu primeiro emprego no Rio de Janeiro, no qual tenho feito grandes amizades, desde os seus mais altos Dirigentes até os seus mais humildes Funcionários (meus colegas de trabalho);

2) - “Ter conhecido, no Botafogo, uma pessoa maravilhosa, associada do Clube e ex-atleta da sua Divisão de atletismo, que hoje é minha esposa";


3) - “Ter sido transferido para o Departamento de Desportos Terrestres, para trabalhar com atletas de alto nível cultural, que além de serem todos meus grandes amigos, tenho aprendido com eles muita coisa de útil". 


SUAS TRISTEZAS


E concluiu dizendo suas tristezas:


1) - "Devido aos constantes atrasos de meus vencimentos, que durou até 1975, fui obrigado em 1973, a vender por Crs 18.000,00, uma casinha que possuía em Jacarepaguá, para poder saldar dividas assumidas com agiotas e outros credores para poder sobreviver junta,mente com a minha família, casinha essa que hoje, devido à grande valorização dos imóveis, estará, valendo aproximadamente, Cr$ 200.000,00; e eu até hoje, luto desesperadamente para 
adquirir uma outra, mas não é possível, só se acertar na loteria esportiva, quem sabe

2) - "Pelo mesmo motivo, ser obrigado a vender em 1975, por Cr$ 700,00, um título de sócio-proprietário do BOTAFOGO, que hoje, com dor no coração, luto para comprar um outro, mas já perdi a esperança, devido a sua grande valorização no momento".

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR no 2320ago set 77
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NOME: JOSÉ  MACHADO DA SILVA

NATURALIDADE: Natividade, RJ

NASCIDO EM: 13 de março de 1935

FALECIDO EM: 20/08/2016

INGRESSOU NO BOTAFOGO EM: 27 de fevereiro de 1956

Nosso querido Machado está com o BOTAFOGO há 35 anos, iniciou no Clube como responsável pela concentração dos jogadores profissionais, na época em General Severiano. Teve como diretores os inesquecíveis Renato Estelita e João Saldanha. Ficou nesta posição até o final de 1957, "quando o BOTAFOGO conquistou o campeonato, com uma histórica goleada no Fluminense. Foram 6 gols contra 2; cinco de Paulinho Valentim e um de Mané Garrincha”. Nosso Machado exerceu diversas funções no Clube até que, em 1972, foi transferido para a sede do Mourisco, na função de Assessor do Departamento Técnico de Desportos Terrestres. Zeloso em seu trabalho, ele manteve sempre atualizado o expediente do Setor, muito importante para o Clube. Eficiente e dedicado, teve seu nome lembrado, pela atual Diretoria, para trabalhar como Administrador de Caio Martins, onde tenta organizar as coisas em favor do BOTAFOGO. Em seus 35 anos de Clube, Machado nos conta que suas maiores alegrias na vida foram: “ser funcionário do BOTAFOGO, parte de sua vida; ter participado, direta e indiretamente, na conquista de muitos títulos para o Clube, principalmente do Bí-Campeonato de 1989/90; ter feito, através do seu trabalho, grandes amizades". Machado falou também de suas maiores tristezas, que foram: Perda de grandes Botafoguenses, como Ney Palmeiro, Paulo Azeredo, Ademar Bebiano, Sergio Darcy, Alceu Castro, Carlito Rocha e seu grande amigo Seu Artur. Outra grande tristeza, para Machado, foi a perda da Sede de General Severiano, onde ele viveu 16 dos 35 anos dedicados ao BOTAFOGO.

 Nosso Machado é muito bem casado com a Sra. Nely Machado, fervorosa torcedora e ex-atleta do nosso Clube. O casal tem dois filhos: Fabiano e Telma, botafoguenses apaixonados, como seus pais.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Botafogo de Futebol e Regatas – Ano III – no 8 – Publicação bimestral - 1991
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Botafogo lamenta morte de seu Machado, funcionário mais antigo, e homenageia

É com profundo pesar, que o Botafogo de Futebol e Regatas comunica e lamenta a morte de José Machado da Silva ou seu Machado, como conhecido, na manhã deste sábado.
No clube desde 1° de abri1 de 1956, era o funcionário mais antigo e, no seu último cargo, Administrador do CT João Saldanha. Querido por atletas, dirigentes e funcionários, conquistava a todos com uma educação impar e esforço continuo de promover o bem e o melhor para o clube.
Trabalhou de perto com os maiores jogadores da história do clube, entre eles Garrincha, Didi e Nilton Santos, de quem sempre lembrava com orgulho. Por toda a sua experiência, era um grande transmissor dos valores e grandeza do clube para os atletas que chegavam, um importante figura em um clube tradicional como o Botafogo.
Por tudo o que representava, foi contemplado pelo conselho Deliberativo com o título de sócio honorário. Aos 81 anos, parte para encontrar nossos grandes ídolos e deixa muita saudade, tornando-se um exemplo para os funcionários que carregam, todos os dias, a Estrela Solitária no peito.
O Botafogo decreta luto oficiai e hasteia sua bandeira a meio-mastro em General Severiano. O clube manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos de seu Machado, este grande botafoguense que nos deixa.

Para conhecer mais sobre ele, relembre uma entrevista dada ao site oficial.

Quando chegou ao clube?

SM: 1° de abri1 de 1956

Por que está há tanto tempo no Botafogo? 

SM: Por duas razões principais: sou botafoguense de coração e esta casa e maravilhosa.

Quais os jogadores você já viu passar por aqui?

SM: Grandes jogadores de todas as gerações vitoriosas do clube a começar pelo gênio Mané Garrincha, Niiton Santos, Didi, Adalberto Leite, Paulo Valentim, Quarentinha, Mauricio, Mazolinha, Mauro Galvão, Túlio e todos os craques de 1995. Fica até complicado lembrar assim, tenho receio de esquecer alguém (risos).

Quais os grandes momentos vividos no clube?

SM: Vivi, realmente, bons e maus momentos. Mas prefiro ficar com os bons.  O melhor momento que passei no clube, em toda a história, foi o titulo estadual de 57. Fomos campeões e fiz parte do grupo de apoio do técnico João Saldanha e de
Paulo Amaral. Eu era a pessoa responsável por tomar conta da concentração.
Guardo bem esta data pois foi com este titulo que passei a amar o Botafogo com toda a minha força.

Um jogo inesquecível?

SM: Titulo carioca de 1962. Estava lá no estádio, quase apanhei. Quando o Garrincha fez o gol, sai gritando, pulando, comemorando. Em seguida, veio um flamenguista e me puxou pelo pescoço. Por pouco não me bateu.

Um jogador preferido?

SM: Ah, não tem como não escolher o meu velho Nilton santos. Foi e é muito  importante para todos nós. Vida longa para ele.

Qual a emoção ao ver o Botafogo campeão Brasileiro em 1995?

SM: Aquele grupo era muito bom. Tive uma sensação indescritível. Momento que  será lembrado o por mim para sempre, aquele grupo de jogadores era realmente muito especial. Eram diferenciados.

Um recado para os torcedores alvinegros?

SM: Vocês, torcedores, estão de parabéns. Sem a torcida este time não vai a lugar algum. Tem que apoiar mesmo. Tudo na vida e assim, este eterno perde e ganha. Mas temos que confiar e apoiar sempre.

Fonte: Site FogaoNet 28/O8/2016 14h59
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"PARECE QUE ESTOU NO PARAÍSO"

José Machado da Silva, natural na cidade de Natividade, no interior do Rio de Janeiro, é categórico em afirmar que tudo o que conseguiu, deve-se ao BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS.

Começou a trabalhar no Clube, em 1° de abril de 1956, no Futebol, tornando conta da Concentração, arrumando os beliches de 22 jogadores. “Naquela época, a concentração ficava a baixo das sociais (tribunas) do antigo estádio de General Severiano. Além de arrumar os lençóis, eu tratava de eliminar os mosquitos, que eram muitos, com flit e ventiladores. Quando os jogadores voltavam, estava tudo pronto, ar puro e sem os incômodos insetos voadores”. Os tempos eram outros e o carinho dispensado pelos jogadores era algo especial.

Ele conta que o craque Didi (Folha Seca) saía para almoçar, e comia rapidamente, para voltar logo à concentração, com o simples objetivo de libera-lo, para que ele pudesse almoçar também.

Machado acompanhou os altos e baixos do BOTAFOGO nestes seus 42 anos de Clube. Em 72, foi transferido para o Depto. Técnico dos Desportos Terrestres. Em 91, foi para Caio Martins, onde permaneceu trabalhando por apenas dois meses. Em seguida, voltou para o Mourisco-Pasteur, passando a ser administrador da Sede até 4 de outubro de 93. Quando encerraram-se as atividades naquela Sede, Machado foi para Sacopã, onde permaneceu até a primeira quinzena de dezembro, sendo em seguida chamado pelo Vice Administrativo, Luiz Otacvio Vieira, para trabalhar no Mourisco-Mar, já preparando a volta do BOTAFOGO para a Sede de Wenceslau Braz.

Como é comum àqueles que amam o BOTAFOGO, Machado é taxativo em afirmar que a sua maior alegria foi o dia em que o Glorioso voltou para a sua Sede em General Severiano.
"Foi aqui que comecei minha carreira profissional; conheci minha mulher. No meu primeiro casamento, tive um casal de filhos (Sérgio Erico, um grande atleta do pólo-aquático, um grande botafoguense, que faleceu em julho de 83, e Telma Machado, outra grande botafoguense”, recorda-se. O filho do atual casamento é Fabiano Santos Machado Silva, de 26 anos, que, recentemente, ganhou o título de Emérito do BOTAFOGO, tendo sido atleta do Basquetebol. Sua  esposa, Nely , também defendeu as cores do BOTAFOGO, competindo no atletismo.

Machado, ultimamente, não tem tido oportunidade de ir aos jogos do BOTAFOGO, devido a sua função de Responsável pelo Complexo Social e Esportivo Paulo Azeredo. Em compensação, seu filho não perde uma partida, e sempre prefere a arquibancada”.

Machado passou por diversas administrações, sem nunca incompatibilizar-se com os dirigentes do Clube. Ele trabalhou com o Dr. Paulo Azeredo, Dr. Sérgio Darci, Dr. Ney Cidade Palmeiro, Dr. Althemar Dutra de Castilho (duas vezes), Dr. Rivadávia Correia Méier, Dr. Charles Borer, Dr. Juca Melo Machado, Dr. Emanoel Viveiros de Castro, Emil Pinheiro, Dr. Mauro Ney Palmeiro, Dr. Carlos Augusto Montenegro e com o Dr. José Luiz Rolim.

Com 42 anos de carteira assinada, Machado aposentou-se em 1994, mas, por amar demais o Clube em que trabalha, resolveu manter sua atividade.
“No ano que eu iria me aposentar, estava trabalhando no Mourisco-Mar, mas o Presidente Montenegro pediu para que eu permanecesse no Clube, pelo menos até que nos voltasse-mos para a Sede de General Severiano. Ele argumentava que o ideal seria eu me aposentar no mesmo local em que comecei a trabalhar. Concordei, e não me arrependo”, revela Machado.

Para ele, “o BOTAFOGO é uma verdadeira família, um lar de muitos irmãos. Aqui às vezes os homens se desentendem, discutem, como é comum na política, mas o amor e amizade pelo Clube são maiores e abrandam todos os rancores que por ventura existam. Aqui tenho verdadeiros amigos, pessoas que me deram apoio e conforto nos piores momentos da minha vida, pessoas que deram carinho e atenção às minhas crianças. Enfim, sempre tive no BOTAFOGO um verdadeira extensão do meu lar e, em especial, sempre tive na Dona Magdalena, uma verdadeira mãe, uma pessoa incomum.

Sobre os momentos mais angustiantes para o Clube, Machado lembra que sofremos muito com aqueles 'parabéns de 20 anos' e com a demolição do campo de General Severiano. Mas, felizmente, isto tudo passou e eu tive a oportunidade de ver a nossa volta por cima.

Hoje, referindo-se ao espaço físico e ao ambiente harmonioso do Clube, Machado afirma que tudo parece um sonho, que se tornou realidade:

- Sinto que estou no Paraíso, define o velho e bom Machado, verdadeiro patrimônio humano do BOTAFOGO, dono de um imenso e Glorioso sorriso, digno daqueles que trazem a Estrela Solitária dentro do coração. Obrigado, Machado.

Fonte: Boletim do Botafogo FR PLANETA BOTAFOGO nº 2 98 agosto

Nota Pessoal: Conversávamos muito desde o tempo em eu era apenas um sócio que todos os domingos estava lá no Mourisco para praticar basquete ou voley, que era meu esporte preferido.  Era a ele a quem recorríamos para ter acesso as bolas, tanto de basquete quanto de voley, para podermos jogar.  Tempos depois nosso convívio foi mais estreito quando fui trabalhar na sede do Mourisco. Trabalhei por vários anos  e nessa época José Machado era o Gerente Geral. 

Nessa época nosso convívio foi mais estreito pois estavamos junto durante todo o dia e a noite também pois tanto ele como eu na época não tinhamos horário fixo pois se tinha jogos tínhamos que ficar no Clube. Pessoa sempre presente, extremamente educado e gentil, prestativo e zeloso com suas funções procurava ajudar da melhor forma possível a todas as demandas que a ele chegavam. Nunca faltava ao trabalho e era estimado e respeitado com todos. Sabia agir com rigor quando a situação assim o exigia. Raras foram as vezes que o vi irritado e era assim quando as coisas não funcionavam bem. Muitas saudades.

Angelo Antonio Seraphini 10/03/2020
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Depoimento ex-atleta pólo aquático Solon dos Santos

José Machado também trabalhou no BFR até os 83 anos e faleceu de infarto a dois anos pessoa querida por todos no clube !!!

14/06/2020












Luiz Antonio (Russo), José Machado, o ex-goleiro Adalberto e Luis Afonso
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.JAIR GUSTAVO GARCIA


Jair Gustavo Garcia
A VIDA DE UM ROUPEIRO

Chegou a vez da gente falar de Jair Gustavo Garcia, esse antigo e dedicado funcionario do Botafogo. Ele bem merece essa nossa homenagem em atenção aos bons serviços que vem prestando ao clube, quase no anonimato. Poucas pessoas podem julgar o valor do seu trabalho, da mão-de-obra na execução da sua função. É outro "herói anonimo” que muito contribue para as vitórias da equipe.

Ele hoje está com 49 anos de idade e tem 23 de vivencia no BFR, mas apenas com quinze assinalados na sua carteira profissional.

Trazido pelo saudoso Renato Estelita, Jair começou, aqui, tomando conta da antiga concentração do clube na Avenida Niemeyer e há muito, é chefe da rouparia. Ele se firmou nessa difícil e complicada função, de responsabilidade em qualquer grande entidade esportiva. E isso, no futebol profissional, ele exerce com o maior carinho, merecendo os maiores elogios pelo cuidado e organização com o material dos jogadores.

Para se ter uma noção exata do que é esse mistér, torna-se necessário que a pessoa conheça de perto todos os seus afazeres. Não é fácil lidar com jogador profissional que, na sua grande maioria é exigente em tudo. É preciso muito  tato no seu atendimento, nos treinos na na hora que precede as partidas, lá no vestiário. A responsabilidade da chuteira, meia, calção, camisa, toalha e tudo mais, recai sempre sobre o roupeiro. Tudo tem que estar em ordem e na hora certa.

É uma mão-obra tremenda cansativa, e vem desde a lavanderia. Nada pode atrasar nem deixar de satisfazer as necessidades do time escalado e seus reservas. Pois bem, o Jair é, pode-se dizer, perfeito em tudo isso. É um homem de grande experiência. Nunca falta nada. Ele faz tudo com agrado geral, sem provocar grandes reclamações. Na nora, ele chega sempre antes, está tudo pronto, em ordem, e cada jogador vai apanhando seu material todo ele muito bem tratado. E isso sem a menor confusão, na mais perfeita distribuição. Jair atende ao jogador como a uma criança.

Depois do jogo, o mesmo trabalho, o mesmo controle do material usado. E o pior é quando tem que cobrar uma camisa desaparecida, desfalcando o jogo. A determinação, as vezes, é cobra-la do jogador. São, geralmente, três grandes sacos, transportados para o vestiário  inclusive quando em viagem. Aí, então, o trabalho é maior. Sentiram bem a mão-de-obra desse serviço? Não é fácil não. Cá fora ninguém sabe o que seja a preparação, até o vestiário, de um time para entrar em campo, e isso até nos treinos. Mas Jair vive o seu "pró-
prio mundo".

Apesar de tudo isso, ele está satisfeito, não ,tem nenhuma queixa, nem reclamação a fazer. E diz que todos sempre lhe tratam muito bem.

Jair também tem a sua opinião. Ele, por exemplo, também acha que os melhores times do Botafogo foram os de 1957 e 1962 e que o maior jogador que conheceu foi o “seu” Mane.

Esclarece, por sua vez, que a sua maior alegria foi o bicampeonato de 67/ 68. E que a maior tristeza foi em 1971 quando o Botafogo, que dependia apenas de um empate, acabou perdendo, irregularmente, para o Fluminense, quando faltavam poucos minutos para acabar o jogo.

Por fim falando muito pouco, informa que nunca teve problema com nenhum jogador e que o atual plantel é ótimo para se trabalhar, são todos uns garotos. Todos brincam mas, com o
maior respeito. Nunca se sentiu ofendido por nenhum deles. É que ele tem muita paciência para o exercicio da função, nunca se afobando. Prepara, por isso, tudo com o devido tempo.

Acha que o melhor técnico para se lidar é, sem dúvida, o Zagalo, e isso desde o juvenil quando o conheceu.

E nada mais conseguimos ouvir do Jair um cara muito caladao. Nosso respeito e justo agradecimento, apontando-o ainda, a seus colegas como o exemplo de dedicação, disciplina e amor ao trabalho.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 233 de março/junho de 1978
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JEFFERSON

Resultado de imagem para fotos goleiro jefferson

Jefferson de Oliveira Galvão

Jefferson de Oliveira Galvão (São Vicente, 2 de janeiro de 1983), mais conhecido simplesmente como Jefferson, é um ex-futebolista brasileiro que atuava como goleiro.

Apelidado de Homem de Gelo, tamanha sua frieza durante os jogos e treinos,foi considerado um dos melhores goleiros do Brasil de sua época, especialmente durante a década de 2010. O arqueiro iniciou a carreira profissional no Cruzeiro e chegou a se aventurar pelo futebol europeu, atuando em duas equipes da Turquia, mas tornou-se ídolo no Botafogo, clube que defendeu por doze anos, entre 2003 e 2005, antes de ser negociado com o Trabzonspor, e depois de 2009 a 2018. Com 459 partidas pelo Glorioso, Jefferson é o terceiro jogador que mais vezes vestiu a camisa do Botafogo, atrás apenas dos dois maiores atletas da história do alvinegro, Nilton Santos e Garrincha. É também o recordista de aparições no Estádio Nilton Santos, com 148 jogos disputados.

Pelo Botafogo, foi três vezes campeão estadual e conquistou também a Série B.Durante sua segunda passagem pela equipe carioca, foi eleito por duas vezes o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro, em 2011 e 2014. Também em duas ocasiões, foi considerado o melhor de sua posição no Campeonato Carioca, em 2010 (ano em que recebeu também o prêmio de melhor jogador da competição) e 2013. Após anúncio no início do ano, aposentou-se do futebol profissional no dia 26 de novembro de 2018, aos 35 anos, depois de três temporadas perseguido por lesões que o impediram de jogar regularmente.

Jefferson também foi goleiro da Seleção Brasileira, a qual defendeu em 22 oportunidades. Foi tricampeão do Superclássico das Américas, com destaque para a edição de 2012, quando foi pela primeira e única vez o capitão do Brasil no jogo de ida, e para a conquista de 2014, quando pegou um pênalti cobrado por Lionel Messi. Em competições oficiais, foi o goleiro titular na Copa América de 2015 e, como reserva, conquistou o título da Copa das Confederações de 2013 e disputou a Copa do Mundo de 2014, tornando-se o 47.º jogador do Botafogo a disputar o Mundial pela Seleção.

INFÂNCIA E JUVENTUDE

Jefferson passou a infância no interior de São Paulo, nas cidades de São Vicente, onde nasceu, e Assis, para onde se mudou aos seis anos de idade e onde iniciou sua história no futebol. Criado sem o pai, é filho de Sônia Maria de Oliveira, copeira no Fórum de Assis, e caçula de outros três irmãos. A família morava em um pequeno apartamento de três cômodos em um conjunto habitacional chamado Cohab, e Jefferson precisava dormir no corredor a fim de priorizar as mulheres da casa. Apesar das dificuldades financeiras, o goleiro garante nunca ter passado fome.

"Felizmente, nunca passei fome e minha mãe sempre tratou a mim e aos meus irmãos com carinho e amor. Temos que estar preparados para superar qualquer tipo de obstáculo."

Ainda muito jovem, antes de adentrar o mundo do futebol, o goleiro chegou a ser artista circense, fazendo bico como assistente de palhaço para ajudar a família financeiramente. Segundo o jogador, os momentos no picadeiro contribuíram para que ele se afastasse do crime e das drogas. Aos 10 anos, com facilidade para correr e a elasticidade adquirida no circo, Jefferson chegou a praticar atletismo, como velocista, e fazia capoeira. No início da adolescência, escolheu se dedicar exclusivamente ao futebol, quando já freqüentava a escolinha do professor Clélio Augusto Vieira.

CARREIRA

Categorias de base
Considerado um dos melhores goleiros do Brasil, Jefferson começou a sua trajetória no futebol, curiosamente, como atacante, nas divisões de base da Ferroviária de Assis, clube do interior de São Paulo. À época, ele acreditava que a posição de goleiro não rendia frutos, uma vez que os atacantes "ganhavam melhor e eram mais famosos". Ainda no time paulista, porém, foi convencido a trocar de função devido à sua estatura elevada.

Em 1997, aos 14 anos, se transferiu para o Cruzeiro. Apesar de já ter mudado para a posição de goleiro, no dia em que foi descoberto por olheiros do clube mineiro, em um torneio amistoso em Foz do Iguaçu, Jefferson estava atuando na linha porque o meia-esquerda da Ferroviária não pôde participar da competição Ainda assim, o treinador Clélio Augusto Vieira convenceu os observadores cruzeirenses a levá-lo para um período de testes. Após disputar um mundialito amistoso pela Raposa, em Alegrete, o goleiro foi aprovado e integrado às categorias de base do Cruzeiro.

Três anos depois, ganhou a oportunidade de treinar durante uma semana ao lado da equipe profissional. Seu desempenho agradou e o técnico Luiz Felipe Scolari decidiu promovê-lo definitivamente, mesmo contra a pressão de alguns dirigentes. Segundo Felipão, o goleiro estava sendo vítima de preconceito racial.

"Uma pessoa lá do departamento amador (do Cruzeiro) tinha contratado um outro goleiro de Londrina, um alto e loiro. E o Jefferson é preto, grandão. Eles tinham mais predileção para colocar o outro goleiro, porque achavam mais interessante. Eu achava que o Jefferson tinha muitas qualidades."

Cruzeiro

Jefferson jogou pelo time mineiro de 2000 a 2002. Sua estréia como profissional aconteceu no dia 23 de agosto de 2000, contra o Bahia, na Fonte Nova, em duelo válido pela Copa João Havelange. Aos 17 anos, o goleiro encarou o desafio após a lesões dos concorrentes André Döring e Rodrigo Posso. Por ser muito novo, a diretoria do Cruzeiro contratou o goleiro Fabiano, emprestado pela Portuguesa. No entanto, Jefferson permaneceu em alta com o técnico Felipão e fechou o ano com 17 partidas pela equipe mineira.

"Pode chegar o melhor goleiro do mundo que o Jefferson, se estiver jogando bem, vai continuar como titular.

Ao final da temporada de 2000, no entanto, o Cruzeiro contratou Bosco para o gol e Jefferson voltou à reserva no ano seguinte. Do banco dos suplentes, foi campeão da Copa Sul-Minas de 2001, mas fez apenas nove partidas ao longo do ano. No início de 2002, Jefferson voltou ao posto de titular e faturou o bicampeonato da Copa Sul-Minas, assim como o título do Supercampeonato Mineiro. Contudo, perdeu espaço na equipe após a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, que preferia Gomes, dois anos mais velho. Sua situação no Cruzeiro se complicou de vez principalmente após a atuação vexatória na final da Copa dos Campeões de 2002, contra o Paysandu. Na derrota por 4–3, ele foi acusado de ter falhado em pelo menos três dos quatro gols sofridos. Sem clima no clube, foi emprestado inicialmente ao América-SP, onde ficou cerca de dois meses sem nunca ter estreado.

Botafogo: primeira passagem

Ainda no primeiro semestre de 2003, aos 20 anos de idade, foi emprestado ao Botafogo para a disputa da Série B. Apresentado no dia 20 de março ao lado do meia Daniel, o goleiro chegou ao clube sob desconfiança, pouco conhecido pela torcida alvinegra. Apesar da pouca idade do jogador, o Jornal dos Sports chegou a questionar sua contratação em uma coluna de opinião, lembrando que, no Cruzeiro, Vanderlei Luxemburgo "ficava de cabelo em pé quando escalava o goleiro, tal a insegurança que ele passava para o time". Jefferson, no entanto, demonstrava otimismo em sua apresentação ao explicar porque aceitara a proposta do Botafogo.

"Primeiro, porque confio na nova diretoria do clube, que está no caminho certo e com certeza vai conseguir reestruturar o Botafogo. E depois por causa do técnico Levir Culpi, com quem já trabalhei no Cruzeiro."

Ainda assim, iniciou sua trajetória como reserva de Max, disputando apenas duas partidas em sua primeira temporada. Assumiu a titularidade no gol alvinegro em 2004 e, mesmo com a péssima campanha da equipe no retorno à Série A, conseguiu destaque com boas atuações. No ano seguinte, o goleiro continuou sendo um dos principais nomes do Botafogo e já sonhava com a Seleção Brasileira. Em junho, deixou o clube carioca rumo à Europa, onde acreditava que teria mais chances de ser convocado para a Seleção.

Futebol turco

Em junho de 2005, acertou sua transferência para o Trabzonspor, como substituto do goleiro australiano Michael Petković. Sua primeira partida foi contra o Kayserispor, em vitória por 2–1. Após três temporadas, transferiu-se para outro time do país, o Konyaspor. Ao final do Campeonato Turco de 2008–09, porém, o clube foi rebaixado.

Durante os quatro anos em que atuou no país, Jefferson foi titular em apenas dois. Segundo o goleiro, a experiência, apesar de difícil, foi importante para seu crescimento profissional.

A volta ao Botafogo

Em meados de 2009, Jefferson se desligou do Konyaspor e voltou ao Brasil sem contrato com nenhum clube. Apesar da preferência pelo Botafogo, o goleiro não conseguiu fechar negócio na primeira tentativa com o time alvinegro.

"Quando quis voltar, em 2009, o primeiro clube que procurei foi o Botafogo. Acertei tudo e vim. Quando cheguei, veio a informação: ‘Não vamos fechar o negócio’. A essa altura, não tinha mais clube para mim."

Sem time, o goleiro passou dois meses treinando por conta própria em São José do Rio Preto, no interior paulista. Em agosto, Jefferson acertou definitivamente seu retorno ao clube carioca.O status do goleiro não era alto: Jefferson chegou ao Botafogo na condição de reserva e com vínculo de apenas quatro meses. Após cinco partidas, porém, logo teve seu contrato renovado.

Sua reestreia pelo Glorioso foi em um clássico contra o Fluminense, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. O arqueiro foi o destaque da partida com grandes intervenções e belas defesas. Como Castillo vinha cometendo diversas falhas e Renan estava parado por conta de uma lesão no púbis, Jefferson conquistou seu espaço como titular na meta alvinegra. Na reta final daquele ano, salvou a equipe em diversas partidas e ajudou o clube a evitar o rebaixamento.

Em 2010, na semifinal da Taça Guanabara contra o Flamengo, fez uma defesa milagrosa em chute de Vágner Love à queima roupa, ajudando o alvinegro a derrotar o maior rival por 2–1. Na decisão da Taça Rio, novamente contra o Flamengo, defendeu um pênalti do atacante Adriano, garantindo o título do Campeonato Carioca por antecipação. Logo após a conquista, o goleiro acertou a renovação com o Botafogo até o final do ano de 2012. No segundo semestre, graças às suas boas atuações pelo Glorioso, foi convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Mano Menezes, tornando-se o primeiro jogador do Botafogo a chegar à Seleção em 12 anos. Desde a Copa do Mundo de 1998, quando o zagueiro Gonçalves e o atacante Bebeto foram convocados, o clube não tinha um representante na seleção.

Em 2011, o Botafogo não conseguiu conquistar nenhum título. Mesmo assim, Jefferson continuou se destacando e recebeu propostas para deixar o alvinegro. O Milan, da Itália, chegou a fazer uma sondagem para que Jefferson se tornasse o substituto de Dida, mas ele permaneceu no clube carioca. No mesmo ano, estreou como titular na Seleção Brasileira e renovou com o Botafogo até 2014.Valorizado, seu salário aumentou 150% desde seu retorno ao time carioca.

No dia 15 de julho de 2012, completou 250 jogos pelo Botafogo contra o Fluminense, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. No dia 20 de janeiro de 2013, na vitória sobre o Duque de Caxias por 3–0, válida pela primeira rodada da Taça Guanabara, o goleiro se tornou o recordista de jogos pelo Botafogo no Engenhão, com 108 partidas pelo clube no estádio. No dia 17 de julho, recebeu uma luva estilizada como homenagem pelos 300 jogos com a camisa do Botafogo, marca alcançada no dia 14 de julho, em duelo contra o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. Ao longo do ano, o goleiro teria recebido diversas sondagens de clubes europeus, como Napoli e Roma, da Itália, e Manchester United, da Inglaterra, mas nenhuma proposta concreta aconteceu.

Em meados de 2014, Jefferson despertou interesse do Benfica, mas o clube português desistiu de sua contratação devido ao alto salário. No dia 20 de agosto, completou 350 partidas pelo Botafogo, contra o Figueirense, em jogo do Campeonato Brasileiro. Apesar de ter sido eleito o melhor goleiro do campeonato suas grandes atuações não foram suficientes para salvar o Botafogo do rebaixamento, após um ano de turbulências no elenco e problemas financeiros.

Em 2015, mesmo na Série B, o goleiro renovou contrato com o alvinegro até o ano de 2017. Na reapresentação ao clube, Jefferson revelou ter tido proposta do Santos e declarou amor ao Botafogo. 
"Tanto o Botafogo precisa de mim quanto preciso do Botafogo. Acho que foi um casamento que deu certo. Falo para a minha esposa que sou torcedor do Botafogo hoje, amo o Botafogo. Eu me sinto em casa."

No dia 3 de julho de 2015, em partida contra o Sampaio Corrêa, Jefferson completou 387 jogos pelo Botafogo e entrou na lista dos dez atletas que mais atuaram pelo clube carioca. A marca de 400 jogos com a camisa do alvinegro foi alcançada em 15 de setembro, na partida contra o Oeste, que terminou empatada em 1–1. Ao final do ano, o capitão alvinegro se consagrou como um dos principais nomes do Botafogo no título da Série B. Em 2016, disputou o Campeonato Carioca e participou de um jogo da Copa do Brasil, contra a Juazeirense, pela segunda fase. Na partida em questão, sofreu uma ruptura parcial do tendão do tríceps e precisou passar por uma cirurgia. A previsão inicial era de três meses longe dos gramados, mas o goleiro acabou ficando fora de todo o restante da temporada. Em novembro, foi noticiado que Jefferson passaria por nova cirurgia, uma vez que o tendão do tríceps reconstituído não cicatrizou adequadamente, e dessa vez sem previsão de retorno aos campos.

Em junho de 2017, após 13 meses afastado, o goleiro voltou a ser relacionado para uma partida oficial, contra o Vasco da Gama, em jogo da Série A, mas ficou no banco de reservas. O retorno ao futebol aconteceu no dia 9 de julho, em duelo contra o Atlético Mineiro pelo Brasileirão. Na ocasião, o arqueiro alvinegro defendeu um pênalti cobrado por Rafael Moura, além de fazer outras defesas importantes no empate por 1–1. Após a partida, o jogador comemorou a atuação e revelou que considerou até mesmo se aposentar durante os 14 meses em que ficou parado.

"O que eu passei nesse ano parado foi bem difícil. Pensei até em parar. Muitos não acreditavam na minha volta. Estou como Lázaro, Deus me ressuscitou para dar continuidade aos meus sonhos. Não acabou ainda."

Dez dias após voltar a disputar partidas oficiais, Jefferson renovou contrato com o Botafogo por mais um ano. No dia 29 de janeiro de 2018, em entrevista à Fox Sports, o goleiro confirmou que irá se aposentar ao fim da temporada. Em 6 de fevereiro, na vexatória derrota para a Aparecidense por 2–1 na Copa do Brasil, atingiu a marca de 442 partidas pelo alvinegro, tornando-se o goleiro que mais vezes vestiu a camisa do clube ao lado do ídolo Manga. No dia 2 de junho, fez seu 453.º jogo com o manto botafoguense, na vitória por 2–1 diante do Vasco da Gama, em São Januário. Com a marca, igualou-se ao lateral-esquerdo Valtencir como o terceiro jogador que mais vezes vestiu a camisa do Botafogo. Quatro dias depois, no empate em 0–0 contra o Ceará, Jefferson se isolou na terceira posição do ranking, atrás apenas dos maiores ídolos da história do Glorioso, Garrincha e Nilton Santos.

No dia 26 de novembro de 2018, em partida contra o Paraná pela penúltima rodada do Brasileirão, Jefferson fez seu último jogo pelo Botafogo e na carreira. Foi ovacionado pela torcida, que hasteou um bandeirão com a imagem do ídolo. Além da torcida recebeu homenagens da própria família, que lhe deu um quadro em homenagem ao Botafogo, e do próprio clube, entregue pelo preparador de goleiros Flávio Tênius. Após o término da partida, Jefferson pegou um bandeirão do Botafogo e deu a volta olímpica pelo Nílton Santos agradecendo ao clube e seus adeptos pela grande carreira e pelos felizes momentos que ali passou.

Seleção Brasileira

Seleção sub-20

Em 2003, integrou o elenco da Seleção Brasileira sub-20 que foi medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e fez parte da equipe que ganhou o Campeonato Mundial Sub-20 da FIFA, disputado nos Emirados Árabes Unidos. No mesmo ano, o goleiro também disputou o Campeonato Sul-Americano sub-20 e conquistou o Torneio da Malásia.

Seleção principal

Ao lado de Maicon e Fernandinho, Jefferson comemora a vitória sobre a Colômbia na Copa do Mundo de 2014.
No dia 26 de julho de 2010, Jefferson recebeu sua primeira convocação à seleção principal ao ser chamado pelo técnico Mano Menezes para um amistoso contra os Estados Unidos. No mesmo ano, voltou a ser convocado para as partidas contra Irã, Ucrânia e Argentina. Em 2011, participou dos amistosos contra Escócia, Holanda e Romênia, jogo que marcou a despedida oficial de Ronaldo da Seleção Brasileira, no dia 7 de junho, no Pacaembu. No dia 14 de junho, com a liberação da Conmebol para a convocação de um 23° jogador, Mano Menezes confirmou a presença de Jefferson na Copa América de 2011, sua primeira competição oficial com a Seleção, para ser o terceiro goleiro. Esteve presente também no Superclássico das Américas, disputado em dois jogos contra a Argentina, nos quais apenas jogadores que atuavam nos dois países poderiam participar. Na primeira partida, Jefferson estreou como goleiro titular da Seleção. A convocação para o jogo de volta ocorreu no dia 22 de setembro, junto com a lista para os amistosos contra a Costa Rica e o México. Sem sofrer nenhum gol, foi campeão do Super clássico das Américas. Já contra a seleção costarriquenha, o goleiro Julio César começou como titular, mas se machucou durante a partida e Jefferson o substituiu. No dia 11 de outubro, contra o México, o arqueiro do Botafogo se destacou defendendo um pênalti que contribuiu decisivamente para a vitória dos brasileiros, encerrando em alta o ano na Seleção.

Em 2012, foi convocado diversas vezes, mas só atuou em duas partidas: contra a Dinamarca e diante da Argentina, no primeiro jogo do Super clássico das Américas, quando foi capitão da equipe. Em 2013, foi reserva na Copa das Confederações, no Brasil. Em 2014, participou pela primeira vez de uma Copa do Mundo, novamente como goleiro suplente. No dia 11 de outubro, Jefferson conquistou pela terceira vez o Super clássico das Américas, em jogo que defendeu pênalti cobrado por Lionel Messi.

Após o retorno do técnico Dunga à Seleção, em julho de 2014, Jefferson ganhou a vaga na equipe. Em 2015, disputou sua primeira competição oficial como titular, a Copa América. Ao final do ano, contudo, perdeu a titularidade para o jovem Alisson, do Internacional, por opção do treinador. A decisão surpreendente repercutiu na imprensa, entre torcedores e ex-jogadores, que defenderam o goleiro do Botafogo. A partir de então, Jefferson esteve presente apenas na convocação seguinte, ainda como reserva de Alisson, e depois não foi mais chamado para a Seleção.

Defesas de pênalti
Em 459 partidas pelo Botafogo, Jefferson defendeu 19 pênaltis: 15 no tempo normal e 4 em disputas por pênaltis. Pela Seleção Brasileira, o arqueiro defendeu duas penalidades em 22 jogos, ambas no tempo normal: uma cobrança de Andrés Guardado, no jogo contra a seleção mexicana em 2011, e uma de Lionel Messi contra a seleção argentina em 2014.

Em 2012, o goleiro assinou contrato de três anos com a marca de artigos esportivos brasileira Penalty para usar chuteiras e luvas. A partir de 2013, Jefferson ganhou patrocínio da marca norte-americana Nike.

Vida pessoal

Jefferson é declaradamente cristão. O atleta é casado com Michelle Buosi e tem três filhas, Nicole, Débora e Jéssica.

Polêmicas

Durante a semifinal da Taça Guanabara de 2013, contra o Flamengo, Jefferson desenhou um peixe no cabelo, em alusão à confraria Atletas de Cristo. O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) prometeu analisar o caso, uma vez que o símbolo religioso configuraria desrespeito às regras da FIFA e ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que proíbem qualquer manifestação do gênero dentro de campo. Internautas e o ex atacante Baltazar, também membro dos Atletas de Cristo, saíram em defesa do jogador. Poucos dias depois, o goleiro se pronunciou alegando "não estar prejudicando ninguém" e afirmando que manteria o corte. Nos tribunais, o caso não foi adiante.

Em maio de 2015, em visita ao Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase), Jefferson revelou ao canal ESPN ter cometido furtos na adolescência. Em um contexto nacional de discussão acerca da redução ou não da maioridade penal, o goleiro não se pronunciou diretamente sobre o tema, mas afirmou que "todos merecem uma segunda chance".

No mesmo ano, o goleiro se envolveu em mais uma polêmica, dessa vez com Dunga, então técnico da Seleção Brasileira. Em outubro, após a derrota diante do Chile na estreia das Eliminatórias da Copa, Dunga barrou o jogador do Botafogo do time titular na partida seguinte, contra a Venezuela, alegando opção técnica. O goleiro também foi reserva nos dois últimos jogos do ano e não escondeu a frustração. Em entrevista ao programa Bem, Amigos, do SporTV, Jefferson admitiu que não esperava ser barrado e disse que o treinador não lhe deu o devido crédito. Segundo informações do jornalista Tim Vickery, da BBC, Dunga ficou muito bravo com a declaração e, por conta disso, não convocou mais o goleiro. Já o treinador alegou que chamou o arqueiro até enquanto ele jogava a Segunda Divisão e que, naquele momento, estaria dando chance para outros.

Em 2018, o Botafogo foi eliminado de forma vergonhosa na primeira fase da Copa do Brasil após perder para a Aparecidense, time da Série D. Após a partida, Jefferson foi flagrado sorrindo no gramado pelas câmeras de televisão, o que gerou surpresa e revolta entre os torcedores alvinegros, que criticaram o goleiro nas redes sociais. Dada a repercussão negativa, o jogador se defendeu e disse que, no momento flagrado, estava sorrindo porque havia encontrado um amigo da época de categorias de base do Cruzeiro, mas que estava tão decepcionado com o revés quanto a torcida.
Clubes
ClubeTemporadaCampeonato
nacional[a]
Copa
nacional[b]
Competições
continentais[c]
Outros
torneios[d]
Total
JogosGolsJogosGolsJogosGolsJogosGolsJogosGols
Cruzeiro2000170170
20011000004090
000040
20029050190440
7040
Total27012000310700
Botafogo2003200020
200442030100550
20058030120230
Total5206000220800
Trabzonspor2005–062601020290
2006–071502030200
2007–08301040
Total440405000530
Konyaspor2008–0919000190
Total190000000190
Botafogo200915040190
201036040160560
20113006030150540
20123005020200570
201326090170520
2014270208030400
201526040100400
20160010180190
20176010000070
2018130101080230
Total209033018010703670
Total na carreira351055023016105890


Seleção
Ao todo, Jefferson foi convocado para 63 partidas da Seleção Brasileira, participando de 22 jogos.
N.ºDataCompetiçãoLocalPlacarAdversárioSituação
114 de setembro de 2011Superclássico das AméricasArgentina CórdobaBrasil Brasil0 — 0Flag of Argentina.svg ArgentinaTitular
228 de setembro de 2011Superclássico das AméricasBrasil BelémBrasil Brasil2 — 0Flag of Argentina.svg Argentina
37 de outubro de 2011AmistosoCosta Rica San JoséBrasil Brasil1 — 0Flag of Costa Rica (state).svg Costa RicaEntrou aos 30'/2°T
411 de outubro de 2011AmistosoMéxico TorreónBrasil Brasil2 — 1Flag of Mexico.svg MéxicoTitular
526 de maio de 2012AmistosoAlemanha HamburgoBrasil Brasil3 — 1Flag of Denmark.svg Dinamarca
619 de setembro de 2012Superclássico das AméricasBrasil GoiâniaBrasil Brasil2 — 1Flag of Argentina.svg ArgentinaTitular Capitão
76 de abril de 2013AmistosoBolívia Santa Cruz de la SierraBrasil Brasil4 — 0Flag of Bolivia.svg BolíviaTitular
814 de agosto de 2013AmistosoSuíça BasileiaBrasil Brasil0 — 1Flag of Switzerland.svg Suíça
912 de outubro de 2013AmistosoCoreia do Sul SeulBrasil Brasil2 — 0Flag of South Korea.svg Coreia do Sul
105 de setembro de 2014AmistosoEstados Unidos MiamiBrasil Brasil1 — 0Flag of Colombia.svg Colômbia
119 de setembro de 2014AmistosoEstados Unidos Nova JerseyBrasil Brasil1 — 0Flag of Ecuador.svg Equador
1211 de outubro de 2014Superclássico das AméricasChina PequimBrasil Brasil2 — 0Flag of Argentina.svg Argentina
1314 de outubro de 2014AmistosoSingapura SingapuraBrasil Brasil4 — 0Flag of Japan.svg Japão
1426 de março de 2015AmistosoFrança ParisBrasil Brasil3 — 1França França[179]
1529 de março de 2015AmistosoInglaterra LondresBrasil Brasil1 — 0Flag of Chile.svg Chile
167 de junho de 2015AmistosoBrasil São PauloBrasil Brasil2 — 0Flag of Mexico.svg México[180]
1710 de junho de 2015AmistosoBrasil Porto AlegreBrasil Brasil1 — 0Flag of Honduras.svg Honduras[18]
1814 de junho de 2015Copa AméricaChile TemucoBrasil Brasil2 — 1Flag of Peru.svg Peru[181]
1917 de junho de 2015Copa AméricaChile SantiagoBrasil Brasil0 — 1Flag of Colombia.svg Colômbia[182]
2021 de junho de 2015Copa AméricaChile SantiagoBrasil Brasil2 — 1Flag of Venezuela.svg Venezuela[183]
2127 de junho de 2015Copa AméricaChile ConcepciónBrasil Brasil1 — 1[e]Flag of Paraguay.svg Paraguai[184]
228 de outubro de 2015Eliminatórias da CopaChile SantiagoBrasil Brasil0 — 2Flag of Chile.svg Chile[185]
Legenda:      Vitórias —      Empates —      Derrotas — Capitão Capitão da equipe
  • E. ^ Após o empate no tempo normal, o Brasil foi eliminado nas quartas de final da Copa América na disputa por pênaltis por 4–3.
Ano
JGS
201141
201222
201331
201440
201597
Total2211

Títulos



Com a Seleção Brasileira, Jefferson fez parte do elenco campeão da Copa das Confederações de 2013.
Cruzeiro
Botafogo
Seleção Brasileira
Seleção Brasileira Sub-20
    
    Prêmios individuais
AnoPremiaçãoPrêmioTimeResultado
2009Troféu Armando NogueiraMelhor goleiroBotafogoVenceu
2010Melhores do Campeonato CariocaMelhor jogadorVenceu
Melhores do Campeonato CariocaMelhor goleiroVenceu
Prêmio Craque do BrasileirãoMelhor goleiro3º lugar
2011Melhores do Campeonato CariocaMelhor goleiro2º lugar
Prêmio Craque do BrasileirãoMelhor goleiroVenceu
2012Melhores do Campeonato CariocaMelhor goleiro2º lugar
Troféu Armando NogueiraMelhor goleiro3º lugar
2013Melhores do Campeonato CariocaMelhor goleiroVenceu
Bola de PrataMelhor goleiro2º lugar
Troféu Armando NogueiraMelhor goleiro2º lugar
Troféu Mesa RedondaMelhor goleiroVenceu
2014Prêmio Craque do BrasileirãoMelhor goleiroVenceu
Bola de PrataMelhor goleiro3º lugar
Troféu Armando NogueiraMelhor goleiro2º lugar
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JOÃO LYRA FILHO

A projeção de botafoguenses no cenário desportivo nacional e os serviços que eles têm oportunidade de prestar á coletividade que trabalha pelo aperfeiçoamento moral e fisico da juventude brasileira constituem motivos de orgulho e entusiasmo para o Botafogo e a demonstração da forma digna, serena, objetivista e leal por que é entendida a missão do desportista entre os que tiveram a ventura de se acolherem á sombra imaculada do glorioso pavilhão alvi-negro. 

João Lyra Filho, benemerito do Botafogo por grandes serviços prestados, acaba de conseguir para o Brasil uma grande vitória na diplomacia desportiva, obtendo seja a C. B. D. a organizadora do primeiro campeonato mundial de futebol a ser realizado depois da guerra.

A dedicação de João Lyra pelo Botafogo  conhecido por todos os botafoguenses e manifestou-se no empenho e competência com que exerceu vários cargos de direção no clube, inclusive o de Presidente, benemerito Presidente acrescente-se.

Ocupa atualmente o mais alto cargo desportivo no Brasil, o de Presidente do Conselho Nacional de Desportos e todos conhecem e louvam a sua dedicação e o seu labor infatigavel no sentido de dar uma organização definitiva e ordenada ás atividades desportivas.

O Botafogo, a "planicie de onde partiu", ocupa-lhe os pensamentos e a sensibilidade e “no alto da montanha, já sente saudades da planície e a ela deseja voltar; quando quando isso acontecer, perca embora coletividade desportiva, muito e muito lucrará o Botafogo, contando nova e unicamente ele com a inteligencia, a capacidade de trabalho e a dedicação do seu benemerito.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungstedt
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 44 de março de 1945
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JURACY

Quando o Boletim é chamado a apresentar um funcionário botafoguense, o faz com júbilo, porque é notório o exemplo a ser oferecido a todos, indistintamente. 
Sempre avaliamos a importância dos nossos funcionários, pela atitude, seriedade, pendor pelas coisas do BOTAFOGO e a receptividade do quadro social, pois compreendemos que êsses fatôres são preponderantes às coletividades. 
Dentre êles, inclue-se o dedicado servidor JURACY MACHADO DA SILVA, aqui chegado à 1º de dezembro de 1952, na modesta função de servente. 
Retraído, porém interessado na boa execução de seus encargos, durou pouco tempo na função inicial, ganhando condição, graças ao seu esfôrço pessoal, para ser promovido ao cargo de Auxiliar da Gerência, em 1954, onde permanece até o presente. No BOTAFOGO, tem angariado muitos amigos, face a sua tenacidade, atenção e respeito, na difícil missão de a tender diretamente o quadro social, evidenciando, cada vez mais, seus dotes de leal servidor. 
É daquêles em que o Clube pode confiar despreendidamente, pois durante todo o tempo de funcionalismo, só tem dado provas de salutar exemplo profissional e humano. Ao Juracy, como normalmente é chamado, o BOLETIM apresenta seus cumprimentos, no transcurso do 13º ano à serviço do "Glorioso". 

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 205 de dezembro de 1963 
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O nadador José Sylvio Fiolo foi homenageado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro. Ele deixou sua marca no cimento do "Mãos da Fama", galeria que já conta com mãos de Gustavo Borges, Fernando Scherer, Ricardo Prado e nomes internacionais como Gary Hall e Jose Meolans.

"Fiquei surpreso e emocionado com esta homenagem. Vim ao Rio para rever amigos, visitar parentes e estou até me sentindo famoso novamente", brincou o nadador brasileiro, que mora há 17 anos na Austrália.

Ele bateu o recorde mundial dos 100 m peito em piscina longa em 1969, no próprio Rio de Janeiro. Além dele, somente Manoel dos Santos, Ricardo Prado e Maria Lenk cravaram recordes mundiais para o Brasil em piscinas longas.

Desde que se mudou para a Austrália, essa é a primeira vez que o ex-nadador vem ao Brasil, onde fica até sexta-feira.

Fonte: Site uol.com.br 09 de janeiro de 2006
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Há 50 anos, dia 19 de fevereiro de 1968, o jovem José Sylvio Fiolo, então com 17 anos de idade, quebrava o recorde mundial dos 100 metros nado peito com 1:06.4 em tentativa isolada realizada na piscina do Guanabara.


O feito ganhou bastante espaço na imprensa nacional e encheu as arquibancadas do Guanabara para apoiar aquele que era o mais destacado nadador brasileiro na época.
Revelado em Campinas, aos 15 anos de idade Fiolo já era integrante da Seleção Brasileira Absoluta. Aos 16, venceu o Sul-Americano e quebrou pela primeira vez o recorde continental dos 100 metros nado peito com 1:11.0. A mudança para o Rio de Janeiro, e os treinos no Botafogo com Roberto Pável fizeram a diferença para no ano seguinte, aos 17 anos, se sagrar campeão panamericano com impressionantes 1:07.5.


Fiolo impressionava. Seu técnico definia seu nado com as características da braçada russa com a pernada americana. Em outubro de 1967 a revista americana Swimming World já trazia um artigo especial sobre o brasileiro. Na época, se dizia que Fiolo seria capaz de rasgar uma lista telefônica de São Paulo com as fortes mãos apesar da juventude.
Um forte Campeonato Sul-Americano foi disputado na piscina do Fluminense em fevereiro de 1968. Foram 29 recordes quebrados, 11 sul-americanos, 12 de campeonato e seis brasileiros, Fiolo quebrou as marcas de 100 e 200 peito, sendo que nos 100 registrou impressionantes 1:06.8. O recorde era do soviético Vladimir Kosinsky feitos no ano anterior com 1:06.7 na disputa do campeonato nacional em Leningrado, na União Soviética.
Atendendo a pedidos do treinador Roberto Pável, a CONSANAT e os juízes da FINA aprovaram o pedido da realização da tentativa de recorde mundial para aquele 19 de fevereiro de 1968.
Fiolo acordou tarde aquele dia, 10 da manhã. Tomou café e foi a piscina junto com seu treinador. Enquanto Pável dava uma palestra sobre o nado peito para os treinadores da América do Sul, Fiolo soltava na piscina do Fluminense. O Sul-Americano de natação havia encerrado há quatro dias, agora eram as disputas das outras modalidades, mas nesta manhã, não havia quase ninguém.
Fiolo treinou e esperou por Pável. Os dois ainda tomaram um refrigerante antes de se despedirem para o intervalo do almoço. As 17 horas, a piscina do Fluminense assistia a disputa dos saltos ornamentais das mulheres quando Fiolo chegou e ficou por alguns minutos antes de ir junto com Pável para o Guanabara onde seria a tomada de tempo.
No caminho, Pável dizia que depois dos 100 peito, o objetivo era também lutar pelos 200 metros. Até 1964, apenas os 200 metros peito era prova olímpica. Naquele ano, os 100 metros peito estrearia na Olimpíada. Pável estava animado com o seu pupilo que faria sua estreia olímpica na Cidade do México meses depois.
Fiolo nadaria sozinho. Era uma tentativa isolada em busca de recorde mundial. Igual ao que Manoel dos Santos fez em 1961, na mesma piscina, no Guanabara, onde se tornou recordista mundial com 53.6. Para animar Fiolo, Pável brincou “pense numa menina bonita te esperando ao final da prova”. O jovem Fiolo apenas respondeu: “Aí, agora posso chegar mais rápido”.
Na entrada do clube, o porteiro do Guanabara pede a Fiolo, “passe pela roleta para dar sorte”, evitando a entrada livre disponível para ele. A arquibacanda lotada, imprensa por todo lado. Fiolo só encontrou paz e isolamento no vestiário dos meninos, separado dos adultos, totalmente reservado para ele.
Lá, fez o aquecimento junto com Pável. Foram 10 minutos de flexibilidade, ativação de braços e pernas. Foi para a piscina, mais 30 minutos, nadou crawl, borboleta, peito e bateu perna com as pesadas pranchas de madeira. Fez dois tiros de 25 metros. O primeiro 14.2, Pável não gostou. No segundo, 14.0 ganhando elogios do treinador.
Para a tentativa de recorde mundial a meta era mudar a estratégia. Velocista por excelência, Fiolo tinha característica de passar forte e caía muito no final. Nas últimas provas sempre fez os primeiros parciais entre 30.3 a 30.6. Para aquele dia, o objetivo era passar mais fraco, mais controlado, administrar o parcial para 31.4 e poder fechar melhor.
Momentos antes da prova, Pável e Fiolo conversaram por vários minutos. O “31.4” foi repetido exaustivamente, era a chave para conseguir o resultado segundo a estratégia do treinador.
Na prova, Fiolo cumpriu as ordens de Pável. Saiu mal, a saída era uma de suas fraquezas. O técnico já havia antecipado, “não se preocupe com uma saída ruim”. E ela aconteceu.
Na passagem, saiu o esperado 31.4. Para a torcida um ar de desânimo. Não estavam acostumados com um parcial tão fraco, não sabiam do plano estabelecido para a prova. Na altura dos 75 metros, o tempo marcava 48 segundos, a torcida começou a se agitar e incentivou muito nos últimos 25 metros.
Ao tocar a parede, aqueles minutos de expectativa. Três árbitros da FINA e mais o sistema de cronometragem semi-automático da Omega. O árbitro brasileiro Ruben Dinard marcou 1:06.5. O árbitro argentino 1:06.3 e o uruguaio 1:06.4. Na cronometragem da Omega, 1:06.5 para o cronometro de Dinard, 1:06.25 para o argentino e 1:06.35 para o uruguaio. Na média, 1:06.4. Antes do anúncio oficial, o árbitro argentino reclamou com Dinard como ele havia marcado o tempo acima. A resposta foi de que ele marcou a saída pela fumaça do tiro e não pelo som.
Foi o árbitro geral Julio de Lamare que fez o anúncio oficial do tempo e novo recorde mundial de 1:06.4. Antes disso, Roberto Pável não resistiu e foi o primeiro a gritar para o nadador: “Você bateu o recorde, você bateu o recorde” repetia o técnico.
A comemoração tomou conta da arquibancada. Pável não se controlou e foi para a água com roupa e tudo e junto de seu nadador agradecia o carinho da torcida.
Horas depois, os dois foram recebidos com festa na sede do Botafogo. Lá, Fiolo pode assistir sua prova na TV e ainda teve a honra de abrir a primeira champagne além de servir a primeira taça de seu técnico.
No dia seguinte, a façanha estava em todos os principais jornais do país. O Jornal do Brasil deu duas páginas e uma foto na capa para registrar o feito.


O recorde José Sylvio Fiolo durou dois meses. No dia 18 de abril de 1968, outro nadador soviético Nikolai Pankin no Campeonato Nacional marcou 1:06.2 e dois dias depois voltou a quebrar com 1:05.8.


José Sylvio Fiolo seguiu nadando até os 27 anos de idade. Começou a carreira como técnico de natação, mas em 1988 mudou-se para a Austrália onde vive até hoje. Seu filho, Pietro Figlioli, foi jogador de polo aquático da Seleção Australiana e depois naturalizou-se italiano.
Na carreira de Fiolo, duas participações olímpicas, 1968 e 1972 e três Jogos Pan Americanos. Tem sete medalhas em Jogos Pan Americanos, dois ouros e cinco bronzes.
Nos 100 metros peito, Fiolo baixou sua marca mais duas vezes na carreira. Ainda em 1968 fez 1:06.2 e nos Jogos de Munique em 1972 se tornou no primeiro brasileiro a nadar a prova abaixo dos 1:06 com 1:05.99.
Seu recorde brasileiro e sul-americano durou por 12 anos até Luiz Carvalho quebrar a marca nos Jogos de Los Angeles em 1984 com 1:05.96.

Fonte: https://bestswimming.swimchannel.net/2018/02/19/50-anos-do-recorde-mundial-100-metros-peito-de-jose-sylvio-fiolo/





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