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quinta-feira, 12 de março de 2020

GALERIA DE HONRA LETRA L

 LUIZ FELIPE CARNEIRO DE MIRANDA



Quem não conhece Luiz Felipe, na intimidade do Botafogo? Nascido a 6 de novembro de 1957, nesta cidade, desde a idade de 11 anos vem acompanhando o clube, não faltando desde 1971, a nenhum jogo do alvi-negro no Rio e redondezas. Aliás, ele já assistia aos treinos do time de futebol desde 1970. Sabemos inclusive que ele uma vez, ficou na dúvida entre assistir um jogo do Botafogo, em Minas Gerais, ou se apresentar para efeito de convocação militar. Depois de muito pensar optou pelo segundo compromisso, com medo naturalmente de ser preso... E, com isso, ele perdeu uma aposta com o Chefe da Torcida UNIFOGO, seu grande amigo, de que nunca perderia um jogo do seu clube no Rio e nos Estados vizinhos.

Do "timaço de 67/68, tem boas recordações de Roberto - o eterno artilheiro - Jair, Zequinha. Mas, seu maior ídolo, na época, era Gerson, o "Canhotinha de Ouro". Não se conforma, até hoje, com a perda do Campeonato Carioca de 1971.

Luiz Felipe é botafoguense por influencia de sua mãe, D. Maria Lucia Carneiro de Miranda, que torce pelo GLORIOSO há longos anos, como aliás isso acontece a muitos de seus familiares. Seu avô - Antonio F. Carneiro - é sócio contribuinte do Botafogo desde fevereiro de 1929 (há 48 anos). Sua avo - D. Izabel B. Carneiro, é também torcedora do clube há longa  data. Seu pai - Octacilio Gomes de Miranda , não gosta de futebol, mas, como dissemos, a sua mãe vibra com as vitórias do BFR e sempre que possível vai ao Maracanã ver a nossa equipe. Tem apenas um irmão mais velho, Antonio Horacio, que "desgarrou", é tricolor. Mas não faz qualquer barulho. . .

Assim, Luiz Felipe, por tradição, desde cedo, não podia ter outra escolha. A 5 de maio de 1971, aos quatorze anos, ele ingressou no nosso quadro social como sócio contribuinte. E, em 1972, passou a acompanhar também os esportes amadores, interessando-se, então, por todos os resultados de partidas disputadas pelo Botafogo, em qualquer modalidade de esporte.

Foi crescendo, isto é, foi ficando menos criança, mas com a mesma cara e corpo, magro com ele só. Já com ares de rapazinho, com apenas 18 anos, sempre compenetrado respeitador, foi nomeado pelo Presidente Charles Borer para exercer o cargo de Diretor, por indicação do Vice-Presidente do Departamento de Comunicação Social. E isso sem nenhum favoritismo. Ele foi designado pelo mérito e competência. Pelo seu próprio esforço. Está inteiramente capacitado para as funções que lhe foram atribuídas.

É o Diretor mais jovem do Botafogo e, talvez, de toda a história do clube.

INTELIGENTE E ESTUDIOSO

Luiz Felipe começou a estudar aos sete anos no Colégio Dr. Cócio Barcellos, em Copacabana. Sempre foi um garoto muito aplicado. Sabe dividir o seu tempo entre o BFR e os estudos. A sua vivência no clube nunca lhe prejudicou as suas tarefas escolares. Fez, este ano, o Pré-Vestibular no Colégio Impacto e passou para a sua primeira opção: Curso de História na Universidade Federal Fluminense. Ele pretende fazer, posteriormente o Curso de Jornalismo.

Vocação é uma inclinação a qualquer gênero de vida ou profissão. Assim se fala em vocação de engenheiro, médico, cientista, de pesquisador, de jornalista. Achamos que, realmente, a inclinação do nosso Felipe é a que pretende seguir. Tem tudo para isso. Não queremos, absolutamente, influir na sua futura profissão, não temos a preocupação nem o direito em orienta-lo para determinada especialização. É apenas o que sentimos. O jornalista não se improvisa. Supõe qualidades inatas. E ele tem essas qualidades, que devem ser cultivadas e respeitadas. Sem querermos adivinhar, essa é, sem duvida a sua meta.

JÁ É UMA REVELAÇÃO

Logo que foi nomeado Diretor de Comunicação que o seu Vice-Presidente, velho profissional de imprensa, procurou aproveitar o máximo a inclinação de Luiz Felipe para o jornalismo, solicitando dele a sua maior dedicação para a Revista do Botafogo, que seria reeditada, como realmente aconteceu, com grande receptividade no clube.

E assim vem se processando com a maior abnegação. Uma agradável revelação. Luiz Felipe escreve muito bem. Ele sabe colocar-se na perspectiva. do leitor. Nesta Revista ele procura oferecer a síntese mais completa do que ocorre nos diversos setores do clube, ainda que, as vezes, a exatidão seja prejudicada pelo fator tempo, escrevendo as suas próprias noticias e reportagens com a maior clareza possível, no melhor estilo jornalístico. E com tudo isso com senso de responsabilidade, apesar da sua pouca idade.
Ele se sente feliz. É amigo de todos. Conhece todos mundo.
Humilde, educado, está sempre pronto a colaborar em benefício do clube. Tem o prazer de servir. O Botafogo para ele é uma obsessão. Católico praticante, opõe-se terrivelmente ao materialismo. É um idealista convicto, uma das características mais nobres da juventude. Luiz Felipe crê no poder das idéias e na nobreza de sentimentos.

Ele é meio filósofo, como geralmente se diz, das pessoas desligadas. Parece que vive sempre resolvendo mentalmente uma questão, esquece tudo em seu redor. Mas, creiam, esse rapaz vai longe, no decorrer dos próximos anos.

É a nossa homenagem, bem merecida.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR no 227 jan mar 1977
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Luiz Felipe Carneiro de Miranda.
-Formado em História e Direito.
-Botafoguense desde pequeno e sócio do Botafogo desde maio de 1971.
-Vice-Presidente das Torcida Unifogo e Jovem Unifogo.
-Diretor mais jovrm da História do Botafogo (depois dos Fundadores do Botafogo Football Club).
Diretor de Comunicação em 1976.
- Relançamento da Revista do Botafogo em 76.
-Fez sozinho a primeira sala de troféus do Clube,  em 1978, na antiga Sede do Mourisco-Pasteur, onde salvou o acervo que hoje está em exposição no Centro de Memória.
-2o  Vice-Presidente do Conselho Deliberativo quando da volta a GS em 1993.
- Co-autor do livro "Botafogo, o Glorioso: uma história em preto e branco".
- Participou da concepção histórica do Centro de Memória de GS em 1998.
-Revitalizou sozinho o Centro de Memória de GS entre 2015 e 2016, que estava abandonado há muitos anos.
- Curador do Centro de Memória e historiador do Clube.

Grande Benemérito do Clube. Sempre trabalhou pelo Clube sem esperar ou reivindicar qualquer tipo de remuneração.

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  Depoimento Pessoal: Conheci o Luiz Felipe quando trabalhava na antiga sede do Mourisco Pasteur, eu no Departamento de Desportes Terrestres e ele como Diretor de Comunicação. Pessoa extremamente atuante, sempre ligado a história e acontecimentos do clube, muito educado, gentil e sempre disposto a ajudar em qualquer questão que fosse de sua alçada. Mais tarde fazendo parte do Conselho Deliberativo, e eu também tínhamos mais contato e ele sempre com excelente relacionamento com toda a diretoria e demais funcionários. Com a minha saída do clube não tivemos mais contato até o dia 16 de maio de 2020 quando voltamos a nos falar através da web. Fiquei muito feliz com esse reencontro, apesar de virtual mas com certeza em breve poderemos nos falar pessoalmente.

Angelo Antonio Seraphini 19/05/2020
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LUIZ ARANHA

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Luiz Aranha

Luiz Aranha soube conviver com o mundo no dia-a-dia; para conviver foi que viveu. Sua grandeza existiu nesta verdade. Agora, sua morte faz-me desviver. Com ele partiu um fulcro partido por uma doença longa e misericordiosa. Sua grandeza não era apenas corporal, era ele alma e espirito. Quando lhe pediam, a ninguém sabia dizer não. O “sim”, sintético, era a verdade da sua boca, da sua palavra, da sua vontade de servir sem olhar a quem.
Admirava-lhe o espirito dinâmico, arguto, brilhante, persuasivo, envolvente. Seu verbo, como uma chave, abria os corações empedernidos. Sinto o umedecimento dos meus olhos quando recordo a multidão dos bens por ele distribuídos neste vale de lágrimas. No Botafogo fez-se ídolo e nos desportos brasileiros Patrono. O País esteve nele representado como vice-presidente da FIFA; foi o primeiro de nossa Pátria a subir tão alto na direção mundial do futebol.

O vozeirão inflamava-o, mas a blandícia, a ternura ou o carinho logo aparecia nas interjeições para compassar-lhe os ímpetos sem ácido. Como sabia sentir as pequeninas grandes coisas da viela nos braços e abraços de todos nós! Um outro saudoso amigo dizia ser ele como uma praia onde fossem ter riquezas ocultas no mar, inclusive pérolas.

As gerações novas ignoram quem ele foi. Mas posso afirmar que, enquanto no cenário desportivo ninguém o superou a serviço da paz e da grandeza do Brasil. Sua inteligência brilhava onde estivesse. E quanto era fabuloso na lealdade! À mesa de comunhão, repartia as partículas da confiança a todos os crentes. Mas nunca soube escravizar quem se une aos outros por amizade, verdadeira, aprofunda o sentimento no mutualismo da afeição.

Luiz Aranha soube conquistar o coração de toda gente. Mas, agora (Deus do Céu), toda a gente chora sua morte.

("Jornal dos Sports”, de 7-4-73)

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 233 março e junho de 1978
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LUIZ DESIDERATI


LUIZ DESIDERATI

Quem não o conhece? É hoje uma figura conhecidíssima no dia-a-dia do Botafogo, tornando-se mesmo uma figura quase popular na comunidade alvinegra. Simpática e inteligente. Pelo seu jeitão, falando, desinibido, parece entender de tudo, questiona tudo. Faz questão de entrar em qualquer contenda, de mostrar seus conhecimentos. Debate as coisas com ardor, para persuadir. Uma pessoa muito curiosa e discutida.
Há quem afirme que Desiderati nunca foi Botafogo. Mas, na verdade, depois que deixou a presidência do São Cristóvão de Futebol e Regatas, foi admitido aqui como sócio efetivo em 1969, passando logo depois para a categoria de sócio proprietário e vem colaborando até hoje em várias diretorias. sem dúvida, um trabalhador tenaz, infatigável. Um pé-de-boi como se diz na gíria. Atualmente, em continuação da presidência anterior, como vice-presidente administrativo, passa o dia no Mourisco Pasteur e está em toda parte onde se torna necessária a sua presença, inclusive em Marechal Hermes, em dia de jogo. O homem não pára. Procura resolver qualquer problema. Ainda agora nas eleições do Clube  ele foi responsável pelas providências determinadas pela presidência e tudo correu muito bem. Foi eleito membro do novo Conselho Deliberativo. Se tem seus defeitos quem não os tem? Uns mais e outros menos. Ninguém é perfeito. O seu currículo procuramos saber, aqui e fora do Botafogo. Segundo vejamos:

Nascimento: 20-06-1927 Registro: 22-6-1921.

Funcionário da Justiça do Trabalho Ativo.

Professor de Desenho, registrado no MEC - 18.974.

 Advogado inscrito na OAB, seção Guanabara, sob o no 9.826

VIDA ESCOLAR

Curso Primário - 1936 a 1940 - Colégio 1.7 - Prudente de Moraes (PDF) – orador oficial do Centro Cívico Bartolomeu de Gusmão; orador da turma - 1940: Curso Ginasial – 1941 a 1944 Instituto Lat Fayette. 2o  3o anos. Colégio de Itajubá. (Itajubá. - Sul de Minas): Curso Superior - 1948 1o e 2o anos - Instituto Eletro-técnico de Itajubá, (IEI)  Escola Nacional de Engenharia (UB) - Faculdade de Direito da Universidade do Distrito Federal.

SERVIÇO MILITAR
- 1945; Reservista de 2a  categoria pela EIM - 307; Recebeu medalha de honra ao atirador, por disciplina: orador da. turma.

CARGOS QUE OCUPOU
 - Auxiliar de Gabinete dos Ministros de Educação: Antonio Oliveira Brito; Antonio Balbino: Cândido  da Mota Filho; Abgard Renault; Edgard Santos; Oficial de Gabinete de Erasmo Martins Pedro – 1o  Secretário Geral do  Interior e Segurança do Estado da Guanabara; Oficial de Gabinete do Ministro da Indústria e Comércio- Antonio Balbino - 1963 e 1964.

EM ITAJUBÁ

 - Presidente do Diretório Acadêmico Theodomiro Santiago - 1947: Representante de Turma (IEI) - 1950.

Na Escola Nacional de Engenharia da  UB.

 - No Diretório Acadêmico – Diretor Social - 1951; na Associação Atlética Acadêmica - Diretor de Publicidade - 1951: Vice-Presidente - 1951.

Na Faculdade do Direito da UDF

 - Representante de Turma -  1955.

No Tijuca Tênis Clube

 - Diretor de Propaganda - 1953/1954: No São Cristóvão de Futebol e Regatas - Secretário do Conselho Deliberativo - 1953 ; Presidente de maio/1967 a fevereiro/1970. No Clube dos Tatuís - Presidente; No Botafogo de Futebol e Regatas - Diretor Administrativo e Vice-Presidente Administrativo; Na Liga Atlética de Copacabana – Presidente; Na Liga Esportiva do Leblon - Presidente; Na Federação Atlética de Estudantes - Entidade máxima do esporte universitário do antigo Distrito Federal – 1o  Secretário – 1950; Secretário Geral – 1951; Presidente
- 1952; Membro do Conselho de Julgamentos em 1953/1954/1955; Proclamado Benemérito em 1953;  Na Federação Carioca de Esportes de Praia - Presidente: Benemérito; Na Federação Metropolitana de Basketball - Diretor do Propaganda - 1955; Na Federação Metropolitana de Atletismo – Juiz desde 1950; Na Federação Carioca de Futebol de Salão - Juiz do Tribunal da Justiça Desportiva durante 6 anos a até maio de 1967; Na Federação Metropolitana de Volleyball - Juiz do Tribunal de Justiça Desportiva, por 6 anos e até maio de 1970: Na Confederação Brasileira de Desportos Universitários (Entidade máxima do esporte universitário)  Presidente 1952 - 1954; No Federação Internacional de Esporte Universitário - FISU – 1o  Vice-Presidente, 1953 - 1954 (Primeiro universitário brasileiro a ocupar este posto); Auxiliar da Defensoria Pública do Ministério Público, durante 3 anos.

Condecoragões: Medalha Santos Dumont (Ministério da Aeronáutica); Medalha D. João VI (Polícia Militar); Cavalheiro Oficial da venerável Ordem dos Cavalheiros de S. Paulo Apóstolo; Medalha Clóvis Beviláqua (Ministério da Educação): Medalha do Mérito Desportivo: Medalha da Princesa Isabel, a Redentora.

Várias: Possui recomendação fornecida pelo "Curso do Brasilidade" do Departamento de Educação de Serviços Holleritt - 1942; Chefiou a 1a  Delegação Universitária Brasileira a comparecer em Jogos mundiais universitários - 1953, em Dortmund - Alemanha Ocidental, por ocasião dos VI Jogos Mundiais Universitários; Chefiou, ainda, várias delegações esportivas e naturais.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 244 de novembro de 1984
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PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 552/2000

EMENTA:

CONCEDE MEDALHA TIRADENTES AO ADVOGADO LUIZ DESIDERATI
Autor(es): Deputado EIDER DANTAS

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE:
Art. 1º - Fica concedida Medalha Tiradentes ao Advogado Luiz Desiderati.

Art. 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrários.

Sala das Sessões, 29 de agosto de 2000.

Deputado EIDER DANTAS

JUSTIFICATIVA

O Advogado Luiz Desiderati se formou na Faculdade de Direito da Universidade do Ex-Distrito Federal, além de ter cursado a Escola Nacional de Engenharia em 1950, estando atualmente no cargo de Vice-Presidente de Patrimônio da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro Luiz Desiderati há muito vem contribuindo para enriquecer o esporte em nosso Estado, tendo para isso dedicado grande parte de sua a vida.
Na área esportiva, foi entre outras coisas, Diretor Administrativo e Vice-Presidente Administrativo do Botafogo Futebol e Regatas, Presidente do Lions Clube Rio de Janeiro-Copacabana -, Presidente da Federação Carioca de Esportes de Praia, Juiz na Federação Metropolitana de Atletismo, Presidente da Confederação de Desportos Universitários, 1º Vice-Presidente da Federação Internacional de Esportes Universitários.

O Sr. Luiz Desiderati já detém os seguintes títulos, a saber:

Benemérito e Grande Benemérito do Botafogo Futebol e Regatas;
Benemérito da Liga de Desportos de Volta Redonda;
Benemérito da Federação Atlética de Estudantes;
Benemérito da Federação Metropolitana de Basketball;
Benemérito da Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro;
Benemérito e Grande Benemérito da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro;
Benemérito da Confederação Brasileira de Futebol.
Cavalheiro Oficial da Venerável Ordem dos Cavalheiros de São Paulo Apóstolo;

Foi ainda agraciado com as seguintes condecorações:
Medalha Princesa Isabel, A Redentora;
Medalha Clóvis Beviláqua, do Ministério da Educação;
Medalha Comemorativa da visita da Rainha Elizabeth II;
Medalha D. João VI, da Polícia Militar;
Mérito Esportivo, do Ministério da Educação e Cultura;
Medalha Santos Dumont;
Medalha do Pacificador.

Por todos esses trabalhos já realizados o Sr. Luiz Desiderati merece receber a Medalha Tiradentes, principalmente por sua constante luta pelo engrandecimento do esporte no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil.

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Nota pessoal: 
Quando trabalhei no casarão da rua General Severiano o sr. Luiz Desiderati já estava lá há muitos anos. Sério na maioria das vezes, sarcástico e bem humorado em outras. Levava muito a sério suas funções sempre ligadas a diretoria. Atuava em todas as áreas. Procurava solucionar todos os problemas com dedicação e retidão. Nunca se separava de seu cigarro (sempre utilizou piteira como se dizia antigamente). Sempre elegantemente vestido com sapatos de verniz, camisa social de mangas curtas e sua inseparável maleta 007.
Tambem representante da Federação de Fubebol do Rio de Janeiro e estava presente em todos os jogos no Maracanã. Várias vezes foi filmado na beira do campo tomando providencias relativas aos jogos. O sr. Luis Desiderati faleceu em 22-10-2004.
Angelo Antonio Seraphini 10/03/2020
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Jogos Abertos de Cambuquira
Do relatório do Dr. Alceu de 0liveira Castro, extraímos o seguinte: "Senhor Presidente : Sob nossa chefia, na manhã de sábado 17 do corrente mês, seguiu a delegação volley-ball feminino para os XIV JOGOS ABERTTOS DE CAMBUQUIRA, deixando Mourisco às 7 horas da manhã, em camionete alugada por intermédio do Sr. Andor Bokor e no carro de propriedade dêste prezado consócio. A delegação ficou assim constitui Chefe, Dr. Alceu Mendes de Oliveira Castro; atlétas: Margarida Tereza Nunes Leite (diretora de voleibol feminino), Marise Macedo Ribeiro, Terezinha Leite da Silva; Idalina Menezes Peralva, Roma Zanzoni; Gilda Boettcher Sales, Ivany Benita Rivera, Yara Rodrigues, Myrene Campos Furtado, Ana Maria S. W. Cerqueira Leite; Suzana Bokor; Yvone Amelia Rivera, Lucia Mendes de Oliveira Castro; Ilse Kostanze Doerzapff e Vera Doerzapff; acompanhantes, sr. Andar Bokor e exma. senhora, Sr. Claudio Pontual da Costa Ribeiro, Raul Fiorati Filho, Antonio Anibal Gomes, José Brito Filho e a filhinha e progenitora da atléta Yara Rodrigues. Almoçámos às 11,30 em Rezende, lanchamos às 16,30 em Caxambú e chegamos estafados a Cambuquira, pois a estrada está pésima, às 19,15, sendo hospeda como no ano anterior, no Hotel Elite cujo proprietário, Sr. Jary, grande amigo dos botafoguenses, fizera questão de hospedá-los, não deixando submeter-nos sorteio que distribue as delegações vários clubes pelos diversos hoteis cidade. Na manhã seguinte, em companhia Margarida Leite, comparecemos ao congresso dos clubes, que teve a assistência do Fluminense e Tijuca, do Rio; Atlético Mineiro, Minas T. C. e Velocino, de Belo ante; Santos e Jaraguá, de São Paulo, Muriaé, da cidade de igual nome e Santo Antonio, de Três Corações, tendo normalmente organizadas as tabelas. 
Na mesma ocasião recebemos veemente apelo do distinto desportista Mupyr Monteiro, um dos tradicionais e principais organizadores dos JOGOS ABERTOS, para que cedessemos quatro jogadoras, para, com do S. C. Pinheiros, de São Paulo, constituirem o quadro do Jaraguá, pois, ao contrário, êste não poderia participar dos jogos. 
Considerando as grandes gentilezas que desde vários anos o Botafogo vem recebendo de Mupyr Monteiro e não havendo inconveniente algum, cedemos quatro de nossas atlétas novatas, Lucia de Oliveira Castro, Yvone Rivera, Ilse e Vera Doerzapff, que, com grande desportividade, compreenderam perfeitamente que cooperavam para uma retribuição de delicadezas, tendo ainda a vantagem de poder jogar e ganhar cancha e experiência. 
A tarde de domingo fizemos um set de apresentação contra o Velocino e perdemos por 15 x 12, apresentando um quadro improvisado, pois tal jogo não contava pontos. 
Segunda-feira, 19, pela manhã, realizou-se o grande desfile pelas ruas da cidade, tendo sido aplaudidíssima a nossa delegação, que desfilou garbosamente, conduzindo o pavilhão alvi-negro a valorosa atléta Ivany Benita Rivera. 
À tarde do mesmo dia, estreámos nos jogos abertos e vencemos nossa filial — o Jaraguá,  por 15 x 14 e 15 x 9, atuando 
nessa as quatro atlétas cedidas e, à noite, Margarida serviu de árbitro no jôgo Atlético x Muriaé, tendo recebido expressivas manifestações como primeiro juiz feminino que atuou nos JOGOS ABERTOS e, quiçá, no Brasil. 
A 20, o Jaraguá, sempre com Lucia, Yvone, Ilse e Vera, foi desclassificado pelo Santo Antonio, perdendo por 2 x 0 (15 x 12 e 15 x 2), e, a 21, o Botafogo, em tarde bastante infeliz, foi vencido pelo forte quadro do Velocino por 15 x 12 e 15 x 3.
Na manhã seguinte, 22, porém, a equipe reabilitou-se, vencendo brilhantemente o Atlético Mineiro por 2 x 1, em magnífica luta.
Após o almôço, nesse dia, homenageamos com uma flâmula e uma fotografia da equipe, o Sr. Jary, proprietário do Hotel, e, à noite, acompanhámos nossa querida atléta Marise Macedo Ribeiro, Princesa do Botafogo, ao concurso da Rainha dos Jogos, o qual foi vencido pela atléta Celma, do Minas Tenis Clube. 
A 23, pela manhã, nossa equipe enfrentou bravamente o esquadrão do Fluminense, campeão carioca, e, lutando de igual para igual, não teve chance e foi derrotada por 15 x 11 — 15 x 13, encerrando, assim, em 4º lugar, os seus compromissos, ocupadas as três primeiras colocações pelo Minas T. C., Fluminense e Velocino, respectivamente. 
No sábado, 24, pela manhã, realizou-se a Gincana Automobilística, dela participando Marise, que obteve a segunda colocação, Margarida e Myrene. A 25, às 8 horas cia manhã, na mesma condução, seguimos de volta ao Rio, onde chegámos às 19 horas, após nova estafante viagem, que teve como fato digno de realce, o gesto de Margarida Leite, dirigindo, com grande perícia, em largo trecho da Estrada Presidente Dutra, a camionete. 
DADOS TÉCNICOS 
Jôgo de apresentação, contra o Velocino, em 18/4, à tarde. Resultado: Velocino, 15 x 12 (set único). Equipe: Idalina, Terezinha, Ivany, Marise, Suzana (Gilda) e Ana. 
TORNEIO ABERTO jôgo contra o Jaraguá, em 19/4, à tarde. Resultado: Botafogo, 2 x 0 (15 x 4 - 15 x 9).
Equipe : Gilda, Roma, Vara (Ivany), Marise (Margarida), Idalina (Suzana) e Terezinha (Ana). 
2º jôgo — contra o Velocino, em 21/4, à tarde. Resultado: Velocino, 2 x 0 (15 x 12 - 15 x 13). Equipe: Idalina, Terezinha (Margarida), Gilda (Ivany), Roma, (Aana), Yara e Marise. 
3º jôgo — contra o Atlético Mineiro, em 22/4, pela manhã. Resultado: Botafogo, 2 x 1 (13 x 15 - 15 x 8 - 15 x 11) . Equipe: Idalina, Roma (Terezinha), Gilda (Yara), Margarida, Ivany e Marise. 
4º jôgo - contra o Fluminense, em 23/4, pela manhã. Resultado : Fluminense, 2 x 0 (15 x 11 — 15 x 13) 
Equipe: Idalina, Terezinha (Roma), Gilda, Margarida, Ivany e Marise. 
RESUME
JOGOS, 5. VITÓRIAS, 2. DERROTAS, 3. Jogaram: Idalina, Terezinha, IvanY, Marise e Gilda, 5 vezes; Margarida e Roma Zanzoni, 4; Yara e Ana, 3; Suzana, 2.
Encerrando, Sr. Presidente, queremos ressaltar que, se não foram grandes os resultados técnicos alcançados, de qualquer maneira, pela sua desportividade, lisura e correção, nossas valorosas atletas, tendo à frente a figura ímpar de nossa consagrada campeã Margarida Leite, souberam elevar bem alto o nome e o conceito do Botafogo de Futebol e Regatas merecendo nossos sinceros aplausos". 
GRANDE EXIBIÇÃO CONTRA O SELECIONADO 
Nossas valorosas atletas de volley-ball, ensaiando contra o selecionado carioca. ao Campeonato Brasileiro, na noite de 4 de Maio, no ginásio do Tijuca, exibiram-se magnificamente, em combinado com Enid, Euridice e Aleth, do Tijuca e contando com Margarida, Marise, Gilda, Idalina, Terezinha Leite, Roma e Ivany enfrentaram bravamente o selecionado feminino, perdendo por 2 x 1 (15 x 13 - 13 x 15 — 15 x 10).

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 103 de junho de 1954
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LUCIA OLIVEIRA CASTRO JUNGSTED



Jogos da Primavera 
Com grande animação vem se efetuando os Jogos da Primavera de 1955, tendo o Botafogo a seguinte atuação: 
VOLLEY-BALL — Pode ser classificado de boa a atuação da equipe vice-campeã carioca, pois que conseguiu duas grandes vitórias no certame da Primavera. O Botafogo estreou na noite de 22 de setembro, no ginásio antigo do Tijuca, derrotando em boa luta, por 2 x 0 (15 x 10 - 15 x 7) a voluntariosa equipe do Barbará, de Cachoeira do Itapemirim (E. Santo), tendo formado com Yara, Margarida, Yvone, Marise, Ivany e Roma. A 24, no Ginasio novo do mesmo Tijuca„ o glorioso conseguiu urna de suas maiores vitórias de todos os tempos, ao derrotar sensacionalmente a equipe multi-campeã mineira do Mackenzie E.C., considerada uma das melhores do Brasil que este ano já nos vencera duas vezes em abril, em Cambuquira e em julho, em Belo Horizonte. 
A luta teve características empolgantes e o nosso quadro, inicialmente com Yara, Margarida, Yvone, Marise, Ivany e Roma começou perdendo o 1º set por 9 x 0, mas  reagiu com coragem, equilibrando as ações. Terezinha Leite substiuiu Marise e o 1º set terminou favorável ao Mackenzie por 15 x 12. O 2º set teve um transcurso emocionante, chegando o Mackenzie 13 x 9. Marise retorna ao quadro, no lugar de Roma e Yvone Santos, com assombrosos saques americanos empata o set que parecia perdido e que se eterniza em 13 x 13 11 x 14, levando ao paroxismo a emoção da torcida, para afinal consumar-se por 16 x 14 a favor do glorioso. "Negra" impressionante, disputada palmo a palmo, mudando os quadros de lado com 8 x 5 favorável ao Mackenzie. Do fundo de nosso campo e defendendo de soco, Yara obtem um ponto estupendo e o team reage com fibra, para vencer maravilhosamente por 15 x 10, após três violentas cortadas de Marise, as duas primeiras miraculosamente defendidas pelas mineiras a ultima, o da vitória, irresistivel. 
Foi, repetimos, um grande trinfo, com valor de revanche, tendo nossa equipe jogado muito bem, sendo de justiça, porém, salientar a chave da vitória Yvone Santos que estava simplesmente assombrosa. A 26, da quadra do Anglo-Americano, com a equipe excessivamente cansada, com Yvone sendo massageada para poder entrar em campo, perdemos para o Fluminense por 2 x 0 (15 x 9 - 15 x 11 ) , em um jogo de saques, no qual as tricolores estiveram mais certas tendo atuado Ivany, Roma, Yara, Margarida, Yvone, Marise, Terezinha, Guiomar e Ana Maria. 
Fomos, assim, desclassificados, mas, de qualquer maneira a vitória sobre o Mackenzie valeu o volley da Primavera. 
ATLETISMO — O Botafogo concorreu à competição de atletismo, efetuada a 1º de outubro na pista do Fluminense, com apenas sete atletas, cinco de "qualquer classe" e duas estreantes que, embora, sem treino algum, sob o comando de Ernani Costa, marcaram os seguintes resultados: 
Qualquer Classe 80 metros com barreiras — 3º lugar, Margarida Tereza Nunes Leite. 
Salto em distância — 4º lugar, Nelmen Tereza d'Almeida Vilhena, 4,66m; Yvone de Araujo Santos, 4,51. 
Dardo — 5º lugar, Guiomar Gomes de Sá, 23,76m. 
Peso — 6º lugar, Margarida T. Leite, 7.38m, tendo participado Yvone Santos. 
Salto em altura — 1º lugar, Guiomar Gomes de Sá, 1,35m.
Revezamento de 4 x 100 — 4º lugar, equipe do Botafogo, com Aymara de Paula, Guiomar Gomes de Sá, Yvone de Araujo Santos e Nelmen Tereza d'Almeida Vilhena. 
ESTREANTES 
Peso – 4º lugar, Ana Maria Wendel Cerqueira Leite, 8,70m. 
75 metros rasos — Participou Lélia Melo de Iacovo. 
Salto em distância -- Participou Lélia Melo de Iacovo.
Na classificação geral, entre oito clubes concorrentes, o Botafogo obteve o quarto lugar, com 21 pontos. 
Basket-ball — A 10 de outubro, no ginásio do Fluminense, nossa equipe não foi feliz, sendo vencida pelo poderoso quadro do Ipiranga, de São Paulo, por 40 x 38. Nossas valorosas atletas, exaustas pela pratica de quasi todos os esportes, em defesa do clube e de seus colégios, não desenvolveram sua habitual atuação, mas ainda  assim já com a bandeira amarela na mesa, quando perdiam por dez pontos de diferença, encetaram formidável reação, vindo a perder pela diferença de dois pontos apenas. Defenderam nossas cores: Neucy (2), Yvone (10), Eugenia (3), Wilma (5), Marlene (17), Lais (1) e Aymára, ficando na reserva Maria do Carmo e Dircy. 
Remo — Na manhã chuvosa de 16 de outubro, na enseada de Botafogo, realizou-se a regata da Primavera, disputada em seus quatro pareos, todos eles de quinhentos metros, por sete clubes, tendo o Botafogo competido valorosamente e sofrido revoltante injustiça, no primeiro pareo, de yoley a quatro. 
Efetivamente, a "bela" atuação de um "belo" arbitro, permitiu que o barco do C. E. Almirante Barroso, de Recife, saisse antes do tempo de escapada e fechasse durante o percurso, o nosso quatro que ia ultrapassa-lo e que assim perdeu o primeiro lugar por meio barco apenas, irregularidades estas presenciadas pelo "belo" arbitro e por ele proclamadas, com ameaça de uma desclassificação em caso de repeticão, quando o fato impunha desclassificação imediata. 
O Botafogo protestou energica-ente, como protestaram as valorosas guarnições do Fluminense (3º colocado), Vasco da Gama, Flamengo e Nautico (de Recife), igualmente prejudicados na saída, mas em pura perda. 
Foram estes os nossos resultados: 
Yole a 4 — 2º lugar, " Antares", com João da Costa Côrtes (patrão), Lucia Mendes de Oliveira Castro, Margarida Tereza Nunes Leite, Neuma Cunha e Eliana Gloria Soares de Paula. 
Baleeira — 5º lugar, "Alga", coa Virginia de Almeida. 
Yole a 2 — 6º lugar, "Nelson Wagner", com João da Costa Côrtes (patrão), Sonia Lilia A. Magalhães e Léa Reis Marcondes. 
Yole a 8 — 3º lugar, "Procyon", com João da Costa Côrtes (patrão), Eliana Gloria Soares de Paula, Lucia Mendes de Oliveira Castro, Sonia Lilia A. Magalhães, Neuma Cunha, Margarida Tereza Nunes Leite, Gilda Dias dos Santos, Lelia Yone do Nascimento e Adenir Avila de Souza. 
Finda a regata, o Dr. Alceu de Oliveira Castro ofereceu em sua residéncia e em homenagem à valorosa Margarida, cujo natalicio transcorria, um almoço, ao qual compareceram o benemerito direto de remo, Clovis Soares Dutra e sua exma. família, as nossas bravas remadoras e os atletas Edgar Dutra Filho, João da Costa Côrtes, Marise Macedo Ribeiro, Ivany e Yvone Rivera e Guiomar Gomes de Sá transcorrendo tudo animadamente.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Junsgsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 109 de novembro de 1955
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Ofical do BFR nº 110 de dezembro de 1955
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 110 de dezembro de 1955
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Lucia Mendes de Oliveira Castro 
Botafoguense nata descendente de uma família que há 62 anos quasi, defende o alvi-negro em mar e terra, Lúcia, a Dadá da intimidade, nasceu em Petrópolis, a 26 de janeiro de 1938 e desde garotinha, gorducha como era, começou a frequentar o Glorioso, sempre pendurada no braço de seu pai, o Dr. Alceu  e foi assim que, em 1948, tornou-se uma fan decidida do volley-ball e prinpalmente das grandes estrêlas Yvette, Romacild e Margarida. 
Bateu sua primeira bola de volley-ball em sua própria casa, em Petrópolis, em fevereiro de 1950, tendo como mestras exatamente Margarida e Romacild, lá passavam um divertido weekend: foi um "grande" jôgo de duplas — Lúcia e Margot contra Roma e o então minúsculo Mauricio, irmão mais moço de Dadá. Prosseguiu, depois, em seu colégio, o Santa Úrsula e a 22 de setembro de 1951 teve a satisfação de, pela primeira vez, vestir o uniforme alvi-negro, no Desfile da Primavera, quando sucedeu-lhe uma surpresa: Yvette Mariz, nossa porta-estandarte, tendo de retirar-se para assistir ao casamento de Oswaldira, sem uma palavra, achando-a a mais alta, passou-lhe bruscamente a bandeira e Dadá não se alterou, calma como é, conduzindo garbosamente o pendão alvi-negro no desfile de retorno. 
Mas foi em agosto de 52 que Lúcia começou a treinar volley no Clube, sob o comando de Margarida, que preparava nossas primeiras estreantes, que fariam maravilhas. 
Canhota, Lúcia preferiu ser levantadora e formando dupla com Daisy Lena, estreou vitoriosamente a 16 de novembro, em amistoso com o Vitória T.C., na quadra dêste grêmio. 
Mais dois amistosos e logo campeã do Torneio de Apresentação de Estreantes e do Torneio de Estreantes, certamens que o BOTAFOGO conquistou sem perder um "set" siquer! 
Como prêmio, Lúcia e suas bravas companheiras, foram incluidas na delegação à Cambuquira de 53, ano em que não jogou oficialmente, em virtude de uma errônea interpretação da F.M.V., que julgou-a apta ainda como, estreante e depois negou-lhe tal condição: Lúcia venceu uma melhor de treis entre as nossas estreantes campeãs de 52 e 53. 
Em 1954, em Cambuquira, como cortadora, integrou o Jaraguá, equipe formada pelo distinto desportista Mupir Monteiro com quatro elementos do BOTAFOGO e treis do Pinheiros, de São Paulo e na volta ao Rio, tornou-se vice-campeã da 2ª Divisão, tendo disputado na equipe principal dois amistosos vencidos contra o Monte Líbano e o América.
Em 1955, após sensacional "melhor de treis" de desempate com o Fluminense, Lúcia, formando dupla com Ivany, tornou-se campeã da 2ª Divisão, tendo feito o ponto da vitória no primeiro dos cotejos . 
Em natação, começou em 1953, sob o comando de Alencar de Carvalho, em competições internas, sempre em nado de costas, logrando um 3º lugar em competição com o Grajau T.C. 
Em 1954, obteve sua primeira colocação em competição contra o Bangu; um segundo, na do Cinquentenário: terceiro no Botafogo x Vasco; um quarto em Itatiaia, em revezamento de quatro estilos, classificando-se, ainda,  campeonato de novíssimos. 
Por último, temos o remo, que a empolgou totalmente, revelando ter nas veias o mesmo sangue de Antonio Mendes de Oliveira Castro, o Almirante, do Esporte Náutico Nacional, nosso saudoso maior remador de todos os tempos; foi a voga de "Antares", o quatro campeão da Primavera de 54 e vice devido à ação desleal de um adversário, sendo a sota-voga do oito, 2º e 3º colocados em 54 e 55, respectivamente.
Considerado pelo diretor Clovis Dutra, nossa melhor remadora, teve a vitoria de 54 assim comentada em "Jornal dos Sports": — "Remaram muito as meninas do alvi-negro, Lúcia foi ponto alto na voga da guarnição.” 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR mº 114 de maio de 1956
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Vice-campeã de Cambuquira, a nossa Equipe Suicida! 

Magnifica foi a atuação das meninas de volleyball nos XVI Jogos Abertos de Cambuquira, o quadro de quem diziam nas ruas «Não vale nada, mas... ganha!!!», ou então: «Nunca tão poucas bateram tantas!», como se depreende do circunstanciado relatório do Dr. Alceu de Oliveira Castro, chefe da delegação: 
Senhor Presidente: 
A excursão do BOTAFOGO — volley feminino — este ano, a Cambuquira, foi uma das mais brilhantes que tivemos a honra de chefiar, dadas as inúmeras dificuldades superadas e os altos resultados colhidos. 
De inicio, diremos que as nossas valorosas atletas — verdadeiras amadoras — encontraram óbices quasi insuperáveis para obter as necessárias licenças em seus centros de atividades e que na quarta-feira da semana em que embarcamos, só contávamos com quatro jogadoras. Na quinta-feira, a veterana Acyr, de há muito afastada das quadras, veio formar o quinto elemento e na sexta, véspera do embarque, Ivany e Marise conseguiram suas licenças!
Não pudemos contar com nossas consagradas campeãs Margarida e Yvone Santos e com as valorosas Yara e Terezinha Leite e formamos um esquadrão que em Cambuqvira ficaria conhecida como a Equipe Suicida — composto por duas jogadoras da equipe principal — Marise e Rema — quatro da segunda divisão — Ivany, Lélia, Anah e Lúcia — uma da velha guarda Aey e uma que está aprendendo a bater na bola — nossa esplendida nadadora Maria Lúcia, irmã de Anah que não poderia jogar senão em últimas circunstancias.
Não se abalaram nossas meninas e seguiram cheias de fé, em camioneta fretada pelo Clube, que deixou a séde de Wenceslau Braz ás seis horas e trinta minutos de sábado, 14 de abril, com a seguinte constituição: Chefe, Dr. Alceu Mendes de Oliveira Castro; Técnico: Nelson Sanctos; Assistente técnico; Raul Fioratti Filho; Atletas: Roma Zanzeni, Marise Macedo Ribeiro, Ivany Benita Rivera, Lélia de Iacovo Souza Costa, Lúcia Mendes de Oliveira Castro, Ana Maria e Maria Wendel Cargueira Leite e Acyr Teillon Falcão; acompanhantes, Senhora Lolita Fernandes dos Santos, Reuel de Souza Costa e Eduardo Castro. 
A viagem decorreu esplendidamente com café no Bar Belveder; almoço ás 11 horas em Rezende; lunch em Caxambu e chegada á Cambuquira ás 18 horas, onde nos hospedamos no querido Hotel Elite, cujo proprietário, o grande amigo Jary Sergio de Oliveira recebeu-nos com o maior carinho e fidalguia.
Na manhã seguinte, realizou-se o tradicional desfile pelas ruas da cidade, das delegações aos XVI Jogos Abertos de Cambuquira, portando a bandeira alvi-negra, a campeã e emérita Acyr e formando na guarda de honra ao Pavilhão Nacional, Lúcia. 
As 14 horas, comparecemos com o técnico Nelson Sanctos ao Hotel Silva, onde se realizou o congresso dos clubes, sendo sorteadas as tabelas, concorrendo ao volleyball feminino, nove clubes — Botafogo, América, Bangu, Flamengo e Tijuca, do Rio; Paulistano e Santos, de São Paulo; Minas T.C., de Bele Hori-zonte e C.R. Icaraí, de Niterói. 
Correndo, voltamos ao nosso hotel para às 15 horas, apresentar na quadra para o Torneio de Apresentação, com jogos de um único set de onze pontos com Ivany, Marise, Lélia, Anah, Acyr e Roma. Derrotamos o Icaraí por 11 x 9.
Na manhã seguinte, 16, ás 9 hora iniciámos a disputa dos jogos enfretanto o poderoso e completo quadro América, para o qual perdemos 2 x 0. Nosso team, com Ivany, Roma, Lélia, Acyr, Marise e Anah, quatro cortadoras e duas levantadoras, não se entrosou, sendo arrazado no 1º set, 15 x 4. 
Para o segundo set, Nelson voltou clássica formação de treis cortadoras treis levantadoras, substituindo Anah por Lúcia, que passou a levantar para Marise e a equipe fez excelente partida perdendo por 15 x 12, derrota para qual contribuiu a infeliz atuação do arbitro Benjamin Alves Martins Filho, técnico do Minas, que provocou veementes protestos de nossa valorosa capitã Roma e do público em geral. No final set, Anah entrou em lugar de Acyr.
Sendo o torneio em dupla eliminatória passamos para a chave dos perdedores e no dia seguinte, 17, ás 15 horas, fomos enfrentar o forte quadro do Icarai que contava com Pequenina, Adair, Dirce, Nety e Dayse Miguel. 
Formamos com Ivany, Roma, Lélia, Acyr, Anah e Marise e triunfamos sensacionalmente por 2x0 (15x8 - 18x16). 
No meio do segundo set, de um descontrole da equipe, o Icarai foi a 11x8, nêsse momento, tremendo tufão e ameaça de temporal, sendo a partida suspensa, para recomeçar quinze minutos após. O BOTAFOGO conquistou a vantagem e Marise foi para o saque  marcando seis pontos: 14x8. Novo descontrole e 14x14. Nelson substituiu Acyr  por Lúcia e o jôgo, um dos melhores da temporada, tornou-se dramático, arrancando o delirio da assistência, disputado ponto a ponto, até que Anah, com duas violentas cortadas de canhota, consignou os nossos 17º e 18º pontos, que garantiram-nos esta magnifica vitória, tendo Acyr voltado no final. 
Ainda vibravamos na quadra, quando recebemos ótima notícia: nossa excelente levantadora Yara Rodrigues Fernandes encontrava-se no hotel, vindo expontaneamente do Rio, em um jeep, em companhia de sua filhinha e de sua prezada progenitora.
Embora o BOTAFOGO não jogasse no dia seguinte, todas as suas atletas recolheram-se expontaneamente cedo, sendo que nenhuma pediu para ir a "boite", deixando-nos encantados com tanta união, camaradagem e vontade de vencer. 
Na manhã de 19 de abril, grande jôgo contra a equipe completa do Santos, com Cristina, Antonieta, Regina, Wilma, Lourdes. Nelson não quiz modificar a equipe que tanto brilhara, colocando na quadra Ivany, Roma, Lélia, Marise, Anah e Acyr que venceram o 1º set por 15x11, entrando Yara, no meio do 2º set, em lugar de Acyr, quando obtivemos a mesma contagem de 15x11 e a vitória por 2x0. 
Nessa altura, o nosso quadro passou a ser denominado de Equipe Suicida, pelos assistentes, que não tinham mais a menor dúvida sobre o seu valor, tornando-se o ídolo do local: suas fotografias, mal expostas a venda eram imediatamente exgotadas. 
No dia seguinte, sexta-feira, 20, chegamos ao máximo admissivel, com duas estrondosas vitórias, em seis sets, sôbre poderosas e completas equipes, causando sensação em Cambuquira e quasi terror aos adeptos do Minas, que passaram a torcer por nossos adversários... 
Começamos ás 8 horas, com Ivany, Roma, Lélia, Marise, Yara e Anah, frente ao Tijuca, de Enid, Celma, M. Helena, Ingeborg, Helga e Euridice. Logo de saida, nessa valorosa Lélia recebe, desprevenida, violenta bolada no ouvido, de um assistente que devolvia a bola á quadra, quasi perderido os sentidos de dor. Ainda assim, permanece na quadra e vencemos o set em ótima vi-rada por 15x13. Perdemos o 2.0 set por 15x7 e no terceiro, sofriamos a conta-gem contrária de 9x3, quando a equipe reage, se agiganta e vai a 14x13: re-petindo-se ai a sensação do jôgo contra o Icaral. Acyr entra em lugar de Lé-lia, na rêde, faz o team girar, com sua. inexgotável classe e Lélia volta mais tarde, atraz, para o BOTAFGO terminar com estupenda canhotada do broto Ans,h, autora do 18.0 ponto, após os mais emocionantes lances. Com o terceiro lugar assegurado, com as meninas exaustas, já nos considera-vamos satisfeitos e o almoço decorreu na maior alegria, mas nossas bravas defensoras não acharam suficiente. E, ás 17 horas, voltaram á quadra com férrea vontade de vencer, alinhando-se Ivany, Roma, Lélia, Marise, Yara e Anah contra Sonia, Géo, Mercês, Lenita, Norma e Eunice, que constituem a famosa primeira equipe completa do América. 
Perdemos o primeiro set por 15x13 e reagimos no segundo, quando perchamos por 9x3, para vencer por 15x11, sendo sensacional a "negra", quando o quadro se agiganta e atua assombrosamente, embora Ivany machuque seriamente o cotovelo esquerdo e Marise sofre uma torção no tornozelo: com sangue e coração, vencemos estupendamente por 15x9, provocando verdadeiro delirio. 
Nossa volta ao Elite foi a mais entusiástica possível, com as meninas cantando pelos corredores o velho hino botafeguense de Cambuquira ."Quem vem lá", rindo e chorando de alegria, pois que a Equipe Suicida, em quem nós mesmos não podiamos acreditar, já era Vice-Campeã! 
Mais tarde, quando ingressamos no salão de jantar, toda a delegação reunida como aliás andava sempre, fomos recebidos por estrondosa salva de palmas, que se prolongou por quasi dez minutos, ininterruptamente e ensurdecedoramente, promovida por todos os hospedes, de pé e quasi em delirio que nos comoveu imensamente. 
E qual não foi a nossa surpreza, quando a delegação improvisou antes da época, o nosso aniversário, idéia gaiata da valorosa Marise, apoiada por todas as suas companheiras, com bôlo de aniversário, velinhas e lembranças impagáveis, nos obrigando a receber os cumprimentos de todos aqueles bons veranistas, que em nossa pessoa homenageava mais o BOTAFOGO do que a nós mesmo. 
Nêsse dia memorável também tivemos a satisfação de ver chegar do Rio dedicado consócio Mario Miranda, surgiu na quadra entusiasmado na hora da vitória. 
Na manhã seguinte, sábado, 21, decisivo contra o formidável team Minas Tenis Clubge. 
Começamos com Ivany, Roma, Marise, Yara e Anah que fazendo de fraquezas forças, exaustas como se encontravam com os dois prélios da véspera, quasi surpreenderam e desnortearam o adversário, chegando a vantagem de 12x6.
Foi, entretanto, o derradeiro esforço, os músculos fraquejaram e perdemos  set por 15x12. No set final, as meninas mal se sustinham de pé, perdendo, então, por 15x3, tendo Lúcia entrado final, em lugar de Ivany. 
Não poderiamos exigir mais, pôr si por um esfôrço gigantesco o BOTAFOGO vencesse pela manhã, dado o sistema de dupla eliminatória, deveria, a tarde, enfrentar novamente o Minas aí seria humanamente impossível qualquer resistência física e a derrota seria fatal. O BOTAFOGO havia preliado sete  vezes em sete dias e o Minas, dada a sua condição de "by", assegurada pelo titulo do ano anterior, apenas quatro vezes, com dias de intervalo entre suas competições, ao passo que a nossa equipe vinha de seis sets duríssimos do dia anterior. 
De qualquer maneira, foi admirável a atuação de nossa equipe, com sete jogos, cinco vitórias e duas derretas, levantanto o vice-título e desclassificando quatro grandes adversários — Icarai, Santos, Tijuca e América. 
Com classe, alma e categoria dignas de seus passados, atuaram as nossas veteranas Marise, Roma, Yara, Ivany e Acyr, mas o que nos alegrou sobremodo, foram as surpreendentes atuações dos brotinhos — Lélia, Anah e Lúcia, que enfrentaram com fibra e coração, grandes adversários, não se impressíonando um minuto com o cartaz e a fama das meninas. 
Assim, vimos Anah cortando todas as bolas com violentas canhotadas, uma das quais derrubou na quadra a valorosa Sônia, do América; Lélia lutando como uma leôa, defendendo tudo e mergulhando sem medo no cimento e Lúcia levantando calmamente para Marise e defendendo impassivelmente violentas cortadas de Sônia e outras. 
Nossas atletas, em número de oito; disputaram o seguinte número de partidas: Ivany, Marise, Roma,Lélia e Anah, 7; Acyr 5; Yara, 4 e Lúcia 3. 
A tarde, acompanhamos Marise à rádio local, onde nossa querida atleta foi entrevistada, saindo-se otimamente ao microfone e á noite, comparecemos com quasi toda a delegacão, á festa de encerramento e entrega de prêmios, na "boite" do Hotel Silva. 
O D. João Silva Filho proclamou os vencedores, sendo o BOTAFOGO aplaudidíssimo quando foi anunciado como Vice-campeão, tendo o Dr. João Silva Filho solicitado a presença de uma de nossas atletas para receber as medalhas. 
Expontaneamente, com a nossa imediata aprovação, as atletas indicaram linda, valorosa e dedicada Marise, que retornou á nossa mesa com belíssimas medalhas de prata dedicadas ás vice-campeãs, lembranças inesqueciveis da esplendida proeza. 
No dia seguinte, domingo, 22, ás sete trinta da manhã, na mesma camionete, iniciamos a viagem de retorno com mais cinco pessoas além das 14 que haviam vindo: Yara e família, Mario Miranda e Helio de Sá Almeida.
As nove e meia, paramos em Caxambu; ás treze e meia, almoçamos na Fazenda Treis Pinheiros; ás dezesseis meia, no kilometro 73, tivemos ainda a infelicidade de dois pneus furados, o que nos atrazou sobremodo e as vinte e uma e meia, finalmente, chegamos á séde Clube, satisfeitos com o sucesso da excursão, quer sob o aspecto esportivo, já descrito; quer sob o aspecto disciplinar, que foi elevadíssimo e quer sob o social, que foi excelente. 
Não temos palavras para agradecer atuação de nosso esplendido técnico Nelson Sanctos, a de nossas valorosas jogadoras, e a dos acompanhantes, princiipalmente a da distinta Sra. Fernandes dos Santos (D. Lolita), que muito nos auxiliou no controle, aliás fácil, de nossas bravas atletas. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do NFR nº 115 de junho de 1956
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Acervo particular Alceu Olileira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 178 de setembro de 1961
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Lúcia, pode-se dizer, nasceu no BOTAFOGO, que freqüenta desde pequenina, como filha querida que é, de nosso diretor e Grande-Benemérito Dr. Alceu Mendes de Oliveira, Castro.
 Aos quatorze anos, a 16 de novembro de 1952, sob o eficiente comando de Margarida Leite, estreou vitoriosamente em nosso voleyball, em amistoso na quadra do Vitória Tênis Clube, abatendo a equipe local e conquistando, logo após, dois títulos de Estreantes. Jogando volley até hoje, Lúcia em 53 e 54 também defendeu nossas cores em natação, onde obteve urna primeira colocação, uma segunda, uma terceira e uma quarta em nado de costas, deixando êste desporto, em que tanto prometia, devido à falta da piscina do Mourisco. 
Consagrou-se nos Jogos da Primavera quando, tomada de verdadeiro entusiasmo, praticou o remo de 1954 a 56, revelando-se extraordinária voga de nossa yole de quatro, cujas façanhas passaram história do BOTAFOGO, merecendo estas palavras do Presidente Paulo Azeredo em seu relatório ao Conselho Deliberativo: «Não é demais salientarmos aqui, a atuação da nossa jovem atleta Lúcia Mendes de Oliveira Castro, que foi, nesses três anos, uma verdadeira líder do remo feminino botafoguense, empregando-se com raro entusiasmo e total espírito de sacrifício, pelo seu sucesso». 
Modesta, dedicada, disciplinada e, sobretudo, botafoguense convicta, a nossa Dada da intimidade, que êsse ano já fraturou um perna a serviço do Glorioso, em suas dez temperadas de 1952 a 61, logrou a seguinte bonita série de títulos: 
VOLLEYBALL 
1952 - Campeã do Torneio de Apresentação de Estreantes 
1952 — Campeã de Estreantes 
1954 — Vice-campeã da 2ª Divisão 
1955 — Campeã da 2ª Divisão 
1956 — Vice-Campeã dos J. A. de Cambuquira 
1958 — Vice-campeã da 2ª Divisão 
1959 — Vice-campeã dos J. A. de Cambuquira 
1961 — Campeã dos J. A. de Cambuquira. 
JOGOS DA PRIMAVERA 
REMO 
1954 - Campeã de yoles a quatro 
1954 — Vice-Campeã de Yoles a oito 
1955 — Vice-campeã de yoles a quatro 
1956 — Campeã de Yoles a quatro
 1956 — Vice-campeã de yoles a oito. 
GINÁSTICA DE CONJUNTO 
1957 — Vice-campeã 
Total — 14 títulos, sendo seis de campeã e oito de vice-campeã. Como porta-bandeira impecável, foi segunda colocada no desfile da Primavera de 1960 e na Olimpíada Botafoguense, da qual foi notável dirigente em 1957, 58 e 59; possui o interessantíssimo titulo de Tetra-Campeã de Volleyball, além dos títulos de campeã de atletismo e basketball, na categoria — curiosas — de 1957. 
É esta grande atleta que, honrando a fidelidade ao nosso imortal pavilhão, será consagrada pelo aplauso caloroso dos botafoguenses na monumental tarde olímpica que se aproxima. 

Acervo particular Roberto Castro Barbosa
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 180 de novembro de 1961
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 181 de dezembro de 1961
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