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quinta-feira, 12 de março de 2020

GALERIA DE HONRA LETRA L

 LUIZ FELIPE CARNEIRO DE MIRANDA



Quem não conhece Luiz Felipe, na intimidade do Botafogo? Nascido a 6 de novembro de 1957, nesta cidade, desde a idade de 11 anos vem acompanhando o clube, não faltando desde 1971, a nenhum jogo do alvi-negro no Rio e redondezas. Aliás, ele já assistia aos treinos do time de futebol desde 1970. Sabemos inclusive que ele uma vez, ficou na dúvida entre assistir um jogo do Botafogo, em Minas Gerais, ou se apresentar para efeito de convocação militar. Depois de muito pensar optou pelo segundo compromisso, com medo naturalmente de ser preso... E, com isso, ele perdeu uma aposta com o Chefe da Torcida UNIFOGO, seu grande amigo, de que nunca perderia um jogo do seu clube no Rio e nos Estados vizinhos.

Do "timaço de 67/68, tem boas recordações de Roberto - o eterno artilheiro - Jair, Zequinha. Mas, seu maior ídolo, na época, era Gerson, o "Canhotinha de Ouro". Não se conforma, até hoje, com a perda do Campeonato Carioca de 1971.

Luiz Felipe é botafoguense por influencia de sua mãe, D. Maria Lucia Carneiro de Miranda, que torce pelo GLORIOSO há longos anos, como aliás isso acontece a muitos de seus familiares. Seu avô - Antonio F. Carneiro - é sócio contribuinte do Botafogo desde fevereiro de 1929 (há 48 anos). Sua avo - D. Izabel B. Carneiro, é também torcedora do clube há longa  data. Seu pai - Octacilio Gomes de Miranda , não gosta de futebol, mas, como dissemos, a sua mãe vibra com as vitórias do BFR e sempre que possível vai ao Maracanã ver a nossa equipe. Tem apenas um irmão mais velho, Antonio Horacio, que "desgarrou", é tricolor. Mas não faz qualquer barulho. . .

Assim, Luiz Felipe, por tradição, desde cedo, não podia ter outra escolha. A 5 de maio de 1971, aos quatorze anos, ele ingressou no nosso quadro social como sócio contribuinte. E, em 1972, passou a acompanhar também os esportes amadores, interessando-se, então, por todos os resultados de partidas disputadas pelo Botafogo, em qualquer modalidade de esporte.

Foi crescendo, isto é, foi ficando menos criança, mas com a mesma cara e corpo, magro com ele só. Já com ares de rapazinho, com apenas 18 anos, sempre compenetrado respeitador, foi nomeado pelo Presidente Charles Borer para exercer o cargo de Diretor, por indicação do Vice-Presidente do Departamento de Comunicação Social. E isso sem nenhum favoritismo. Ele foi designado pelo mérito e competência. Pelo seu próprio esforço. Está inteiramente capacitado para as funções que lhe foram atribuídas.

É o Diretor mais jovem do Botafogo e, talvez, de toda a história do clube.

INTELIGENTE E ESTUDIOSO

Luiz Felipe começou a estudar aos sete anos no Colégio Dr. Cócio Barcellos, em Copacabana. Sempre foi um garoto muito aplicado. Sabe dividir o seu tempo entre o BFR e os estudos. A sua vivência no clube nunca lhe prejudicou as suas tarefas escolares. Fez, este ano, o Pré-Vestibular no Colégio Impacto e passou para a sua primeira opção: Curso de História na Universidade Federal Fluminense. Ele pretende fazer, posteriormente o Curso de Jornalismo.

Vocação é uma inclinação a qualquer gênero de vida ou profissão. Assim se fala em vocação de engenheiro, médico, cientista, de pesquisador, de jornalista. Achamos que, realmente, a inclinação do nosso Felipe é a que pretende seguir. Tem tudo para isso. Não queremos, absolutamente, influir na sua futura profissão, não temos a preocupação nem o direito em orienta-lo para determinada especialização. É apenas o que sentimos. O jornalista não se improvisa. Supõe qualidades inatas. E ele tem essas qualidades, que devem ser cultivadas e respeitadas. Sem querermos adivinhar, essa é, sem duvida a sua meta.

JÁ É UMA REVELAÇÃO

Logo que foi nomeado Diretor de Comunicação que o seu Vice-Presidente, velho profissional de imprensa, procurou aproveitar o máximo a inclinação de Luiz Felipe para o jornalismo, solicitando dele a sua maior dedicação para a Revista do Botafogo, que seria reeditada, como realmente aconteceu, com grande receptividade no clube.

E assim vem se processando com a maior abnegação. Uma agradável revelação. Luiz Felipe escreve muito bem. Ele sabe colocar-se na perspectiva. do leitor. Nesta Revista ele procura oferecer a síntese mais completa do que ocorre nos diversos setores do clube, ainda que, as vezes, a exatidão seja prejudicada pelo fator tempo, escrevendo as suas próprias noticias e reportagens com a maior clareza possível, no melhor estilo jornalístico. E com tudo isso com senso de responsabilidade, apesar da sua pouca idade.
Ele se sente feliz. É amigo de todos. Conhece todos mundo.
Humilde, educado, está sempre pronto a colaborar em benefício do clube. Tem o prazer de servir. O Botafogo para ele é uma obsessão. Católico praticante, opõe-se terrivelmente ao materialismo. É um idealista convicto, uma das características mais nobres da juventude. Luiz Felipe crê no poder das idéias e na nobreza de sentimentos.

Ele é meio filósofo, como geralmente se diz, das pessoas desligadas. Parece que vive sempre resolvendo mentalmente uma questão, esquece tudo em seu redor. Mas, creiam, esse rapaz vai longe, no decorrer dos próximos anos.

É a nossa homenagem, bem merecida.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR no 227 jan mar 1977
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Luiz Felipe Carneiro de Miranda.
-Formado em História e Direito.
-Botafoguense desde pequeno e sócio do Botafogo desde maio de 1971.
-Vice-Presidente das Torcida Unifogo e Jovem Unifogo.
-Diretor mais jovrm da História do Botafogo (depois dos Fundadores do Botafogo Football Club).
Diretor de Comunicação em 1976.
- Relançamento da Revista do Botafogo em 76.
-Fez sozinho a primeira sala de troféus do Clube,  em 1978, na antiga Sede do Mourisco-Pasteur, onde salvou o acervo que hoje está em exposição no Centro de Memória.
-2o  Vice-Presidente do Conselho Deliberativo quando da volta a GS em 1993.
- Co-autor do livro "Botafogo, o Glorioso: uma história em preto e branco".
- Participou da concepção histórica do Centro de Memória de GS em 1998.
-Revitalizou sozinho o Centro de Memória de GS entre 2015 e 2016, que estava abandonado há muitos anos.
- Curador do Centro de Memória e historiador do Clube.

Grande Benemérito do Clube. Sempre trabalhou pelo Clube sem esperar ou reivindicar qualquer tipo de remuneração.

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Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Oficial do BFR nº 245 de 1994
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Linha de Passe
Por Luiz Felipe Miranda


Brilho Infantil 
Integrante de nossa equipe de REMO - categoria infantil - o jovem Sérgio Mendes de Oliveira Castro Neto, de 13 anos, é descendente de dois grandes nomes do BOTAFOGO. Bisneto do ex-presidente Adhemar Bebianno e sobrinho-bisneto do grande dirigente Alceu Mendes de Oliveira Castro, brilhou na regata do dia 3 de setembro, para alegria de seus pais, Cristina e Luiz Phillipe Bebbianno Mendes de Oliveira Castro, e de toda a família botafoguense. Parabéns ! 

Benemérito na Câmara 
O Grande Benemérito do BOTAFOGO, Dr. José Albano da Nova Monteiro, foi agraciado pela Câmara de Vereadores com o título de Cidadão do Rio de Janeiro. Um dos principais nomes da ortopedia brasileira, o Dr. Nova Monteiro foi remador do antigo Club de Regatas Botafogo e dirigente do nosso clube por muitos anos. Ao ilustre médico botafoguense, os parabéns da REVISTA BOTAFOGO pela justa homenagem. 

A volta da Estrela 
Colocou-se o escudo luminoso do Clube sobre a marquise da sede do Mourisco-Mar. O escudo do GLORIOSO é visto por quem vem do Aterro e também tem sua outra face voltada para a Rua Voluntários da Pátria. Para quem não se recorda, este escudo localizava-se sobre a cobertura da nossa antiga sede do Mourisco-Pasteur. 

Imprensa alvinegra 
Valiosa a colaboração prestada ao nosso Clube pelo radialista Valdir Luiz, da Rádio Tamoio, que em visita às obras do Complexo Sócio-Esportivo de General Severiano, esteve na futura Sala de Imprensa e forneceu "dicas" importantes para que nosso Clube proporcione as melhores condições de conforto e bem-estar aos profissionais que fazem a cobertura diária das atividades do Futebol Botafoguense. 

Bodas de Ouro 
Realizou-se em 22 de Setembro no Salão Nobre da Sede do BOTAFOGO, a comemoração pela passagem das Bodas de Ouro do casal Elza das Mercês Toniato e Zeferino Xisto Toniato, ele, Grande-Benemérito e ex-vice-presidente de Futebol do nosso Clube. Oferecida pelas filhas do casal, Nelli Toniato de Senna e Nélia Toniato, a festa contou com a presença de parentes e dos inúmeros amigos da família, num ambiente de muita alegria e confraternização. À família Toniato, os parabéns da REVISTA BOTAFOGO. 

Saudades 1 
É com grande pezar registramos o falecimento do nosso ex-jogador Dirceu José Guimarães, 43 anos de idade, em desastre ocorrido na Barra da Tijuca. Revelado no Coritiba em 1972 e integrante da Seleção Olímpica do Brasil, transferiu-se logo em seguida para o BOTAFOGO, ficando até 1976. Após jogar em outros clubes brasileiros e da Europa, México e Estados Unidos, tendo disputado três Copas do Mundo (1974, 78 e 82), Dirceu encerrou sua longa carreira em junho passado e sempre fez questão de revelar seu amor por nosso Clube, afirmando que pelo BOTAFOGO, se o Clube precisasse, jogaria até de graça. Que exemplo de gratidão! Infelizmente, tão raro hoje em dia entre seus colegas de profissão. 

Saudades 2 
Também com grande pezar fazemos o registro do falecimento do nosso ex-jogador Jorge Luís Rocha de Paula, o ROCHA, que aos 38 anos deixou-nos, após longa enfermidade. Cabeça de área, que tinha na garra a sua principal característica, Rocha chegou ao BOTAFOGO em 1980, vindo do Olaria, tendo sido convocado por Telê Santana em 1981 para vestir a camisa amarela do Brasil. Em 1982, Rocha transferiu-se para o Palmeiras, atuando sempre com brilhantismo e correção profissional em outros Clubes. Atualmente, Rocha era professor de uma escolinha de Futebol de um Condomínio na Gávea. 

Saudades 3 
O BOTAFOGO mandou celebrar Missa de 70 Dia por seus ex-atletas, Dirceu e Rocha, no Dia 21 de Setembro. O celebrante foi D. José Carlos de Lima Vaz, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e Sócio Honorário do Clube. Devido à chuva, a cerimônia não pode ser realizada junto à capela da Imaculada Conçeição, tendo o culto religioso sido oficiado no nosso Salão Nobre, com a presença dos familiares dos ex-jogadores, da Diretoria, da Mesa do Conselho Deliberativo, Conselheiros e Sócios do BOTAFOGO. 

Botafoguense em Brasília 
O Ministro Otávio Galloti, do Supremo Tribunal Federal, botafoguense apaixonado, procura sempre manter-se informado sobre as coisas do Clube da Estrela Solitária. Isto é possível, porque nosso representante em Brasília, jornalista Jorge Martins, cuida pessoalmente em fazer chegar às mãos do ilustre Magistrado e de vários integrantes dos poderes da República na Capital Federal, os exemplares da REVISTA BOTAFOGO. 

Visão do Futuro 
O dia 12 de agosto de 1995 foi de festa para o BOTAFOGO, pois foram comemorados os 101 anos do Club de Regatas Botafogo, que faz aniversário em 01 de julho e os 91 anos do Botafogo Football Club. Foi um bonito sábado de sol, no qual nosso Clube recebeu a visita de Conselheiros e Sócios que foram assistir Missa em Ação de Graças e conhecer as obras do Complexo Sócio-Esportivo de General Severiano. Durante toda a manhã, os botafoguenses percorreram as futuras instalações da concentração, das quatro quadras poli-esportivas, campo de futebol, piscinas, ginásio, sauna e vestiários, podendo assim, antever o que será o novo BOTAFOGO a partir do próximo dia 8 de dezembro.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Oficial do BFR nº 248 de 1995
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LINHA DE PASSE
                                                Luiz Felipe Carneiro de Miranda

- Em sessão solene realizada no dia 17/4/96 no Palácio Pedro Ernesto, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro homenageou o presidente Carlos Augusto Montenegro e o artilheiro Túlio, entregando-lhes a medalha do mérito Pedro Ernesto, por iniciativa dos vereadores, Rosa Fernandes e Marcos Drumond. 

- O BOTAFOGO recebeu moção de congratulações pela conquista do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1995, por iniciativa da vereadora Rogéria Bolsonaro. Na oportunidade, o presidente Montenegro discursou em agradecimento e lembrou aos presentes o quanto era doloroso para todos nós botafoguenses ver uma sede tão bonita, abandonada e o campo, palco de parte da história do futebol brasileiro, invadido por capim, deixando uma glória do futebol brasileiro - o BOTAFOGO - sem endereço, sem identidade, sem pessoas, sem vibração, sem alma e sem vida, sendo que a Câmara dos Vereadores é local que traz recordações maravilhosas, pois foi ali que o BOTAFOGO começou a renascer. 

- É importante registrar os números que marcaram a sensacional conquista invicta do Campeonato Carioca de 1996 pelo BOTAFOGO: jogos, 7; vitórias, 6; empate, 1. Pontos ganhos: 19. Gols pró, 21; contra, 6. Saldo: 15 gols. Jogaram: Wagner, Gonçalves, Dauri, Moisés e Túlio, 7 jogos; Gottardo, Jamir, Uidemar e Silas, 6; Grotto, Jéferson, Mauricinho, Bentinho, 5; Souza, Márcio Theodoro, Perivaldo e Paulo Roberto, 3; Beto e Marcelo Alves, 2; Julinho e Carlão, 1. Total: 21 jogadores. O artilheiro do campeonato foi Túlio, com 10 gols assinalados. Ainda marcaram pelo GLORIOSO: Dauri, 3; Bentinho, 2; Mauricinho, Beto, Jamir, Gottardo, Jéferson e contra, 1. Total: 21 gols. 

- O ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal, Moreira Alves, é ardoroso torcedor do BOTAFOGO e está sempre atento a TV quando nossas partidas são transmitidas para Brasília. Após a magnífica conquista do Campeonato Brasileiro, o Dr. Moreira Alves desabafou: "Já fui Presidente da República, do Congresso e do STF, mas campeão brasileiro é a primeira vez". 

- A propósito, lembramos que o BOTAFOGO foi Campeão Brasileiro por duas vezes, pois a Taça Brasil de 1968, conquistada brilhantemente pelo Clube da ESTRELA SOLITÁRIA era revestida da mesma importância e alcance do atualmente denominado Campeonato Brasileiro. Quanto a isso, o artigo publicado no último número dessa revista (n° 249), de autoria do Benemérito Braz Winkler Pepe é bastante esclarecedor. 

- Só participavam os campeões estaduais e o campeão da Taça Brasil disputava a Libertadores da América e, se a conquistasse, disputava com o campeão europeu a taça hoje conhecida como Copa Toyota. 

- No último dia 27 de abril, no salão nobre de nossa sede, foi realizado o batizado de Alessandro Dirceu Guardia Guimarães, nascido em 9/11/95, filho do saudoso Dirceu José Guimarães, ex-jogador de futebol do BOTAFOGO e de Vania Guardia Guimarães, ex-atleta do voleibol alvinegro na década de 60 que, em 1967 foi eleita Senhorita BOTAFOGO. 
- O BOTAFOGO e a Finta, empresa fornecedora de material esportivo do Clube, renovaram contrato até dezembro de 1998. Além do excelente serviço prestado, a Finta é pé quente pois vestiu o Campeão Brasileiro de Futebol em 1995 e o Campeão Carioca invicto de 1996. 

- A familia Zagallo está intimamente ligada ao GLORIOSO. Mário Jorge, o pai, campeão diversas vezes como jogador e treinador, deixou seu nome marcado na nossa história com letras de ouro. Um de seus filhos, Paulo Jorge, botafoguense apaixonado é assessor de Antônio Rodrigues, vice-presidente de futebol e vem trabalhando pelo Clube com dedicação e competência que, certamente, aprendeu com seu pai. 

- O Grande Benemérito do BOTAFOGO, Dr. Guilherme Arinos L.V.B. Franco, foi agraciado no último dia 17 de junho pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro com a medalha Tiradentes, maior condecoração conferida pelo Poder Legislativo Estadual. É uma homenagem das mais justas, uma vez que o Dr. Guilherme Arinos vem prestando inestimáveis serviços ao nosso Estado. 
- Realizou-se no período de 22/7 a 02/8 em General Severiano, com grande sucesso, a colônia de férias do BOTAFOGO, com gincanas, oficina de artes, oficina de teatro, jogos, passeios e recreação. 

- Na manhã de sábado, 11 de maio de 1996, registrou-se um momento histórico para o BOTAFOGO. Após 20 anos, o GLORIOSO disputou uma partida oficial de futebol em General Severiano. Nossa equipe infantil venceu a do Coelho Neto pelo expressivo placar de 12 X 0, pelo campeonato da categoria. Os jogadores que atuaram foram: Leandro, Luis Carlos, Marcos, Rodrigo, Emanoel, Edevandro (Rodolfo), Willian, Victor (Marlon), Thiago (Paulo Renato), Rômulo (Eduardo) e Gian. Assinalaram nossos gols: Thiago e Gian, 3 gols; Willian, 2; Marcos, Emanoe4 Paulo Renato e Marlon, 1. Na partida realizada em seguida pelo campeonato juvenil o BOTAFOGO venceu o mesmo adversário pelo placar de 11 X 0. 
O Botafogo acaba de fechar contrato com a NutriSport - fabricante de bebidas isotônicas e de suplementos nutricionais - através do qual a empresa fornecerá até 98 cerca de 2 mil litros de isotônicos por mês para as equipes do futebol (profissional e amador) e do remo. A partir de agora, Túlio, Gottardo e Cia. farão uso do SportDrink antes, durante e depois das partidas. O produto promove a hidratação dos jogadores através da reposição dos nutrientes perdidos durante a transpiração, além de ajudar no combate á fadiga e problemas musculares. 

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Oficial do BFR nº 50 de 1996
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LINHA DE PASSE 

POR LUIZ FELIPE CARNEIRO DE MIRANDA
 
Na tarde de 28 de agosto de 1938 o BOTAFOGO inaugurou o Estádio de General Severiano, "o mais bonito do Brasil". Em partida amistosa, venceu o Fluminense por 3x2, gols de Patesko, 2 e Perácio. Antes do encontro, foi colocado um grande mapa do Brasil no centro do gramado, com pequenos furos para receber terra de todos Estados da Federação. 

Na memorável manhã de 8 de dezembro de 1995, o BOTAFOGO inaugurou o seu Complexo-Sócio-Esportivo, no qual destaca-se o Estádio Nilton Santos, "o mais bonito do Brasil", pois está situado entre o CorcoVado e o Pão de Açúcar. Repetindo a magnífica cerimônia ocorrida há 57 anos, colocado no centro do gramado um mapa do Brasil, que recebeu terra de todos os Estados e do Distrito Federal, simbolizando a imensa legião de apaixonados torcedores que o Glorioso possui em todo Território Nacional. Realmente, o BOTAFOGO é um Clube inigualável! 

Retornou a Salvador, José Brandão Neto, feliz com o título de Campeão Brasileiro do BOTAFOGO, que presenciou no Pacaembú a convite do Presidente Carlos Augusto Montenegro. Seu pai, José Brandão Filho, pacientemente compilou a estatística do futebol botafoguense desde 1906, que muito se aproxima da existente no arquivo do Clube. 

Digno dos maiores elogios o trabalho realizado pelo Benemérito e Diretor da Divisão do Patrimônio Histórico do Clube, Prof. Braz Pepe, que organizou magnifica mostra dos troféus conquistados pelo BOTAFOGO em 1994/95 - administração Carlos Augusto Montenegro. Contando com a valiosa colaboração da Diretora do Patrimônio, Arlanza Maria Ramos e dos funcionários, D. Madalena e Sr. Machado, a mostra encantou a multidão de botafoguenses no Clube no dia 8 de dezembro. 

A mostra dos 133 trofeús, foi acrescida de mais quatro, referentes às conquistas do Campeonato Brasileiro de Futebol, Campeonato Brasileiro Juvenil de Natação, Campeonato Estadual Adulto de Basquete Feminino e Campeonato Estadual de Basquete Juvenil Masculino. 

É importante ressaltar que esse número expressivo de títulos alcançados pela Administração do Presidente Carlos Augusto Montenegro em 2 anos de mandato, foi atingido sem que o Clube pudesse contar com um ginásio próprio para treinamento e jogos desde o final de 1993, quando desativamos a antiga sede do Mourisco Pasteur. Essa é uma prova inequívoca da força do BOTAFOGO e deixa-nos bastante otimistas com a inauguração em Março do Ginásio Oscar Zelaya, que integra o Complexo Sócio-Esportivo Paulo Azeredo. 

O Dr. Alberto Macedo, Vice-Presidente Jurídico do BOTAFOGO, ao ser entrevistado pela REVISTA BOTAFOGO (última edição), fez uma profecia que se concretizou com a grande conquista do Campeonato Brasileiro de Futebol. Citando a volta a General Severiano e a inauguração do Complexo Sócio-Esportivo, disse o Dr. Alberto: " Com certeza as realizações desta administração não pararão por ai. É só esperar e conferir."

A nota triste das finais do Campeonato Brasileiro foi o falecimento do jovem Zair Soares da Fonseca Junior, 14 anos, filho de Zair, ex-ponta do BOTAFOGO na década de 70 e amigo do treinador Paulo Autuori. Na noite em que o Glorioso venceu o Santos por 2 X 1 no Maracanã, a primeira partida da decisão - o jovem Zair, botafoguense apaixonado que ouvia a transmissão do jogo em Arraial do Cabo, não resistiu à emoção e veio a falecer, vítima de um ataque cardíaco, sem ver realizado seu grande sonho: BOTAFOGO Campeão Brasileiro. Após a conquista do titulo, o treinador Paulo Autuori dedicou-o a Zair Júnior que, segundo seus amigos de escola, morreu por amor ao BOTAFOGO. 

Foi emocionante e muito justa a homenagem prestada ao Ex-Presidente do BOTAFOGO, Dr. Althemar Dutra de Castilho, na Sede do Clube em 8 de Dezembro, durante a exibição do filme do Canal 100 que apresenta as glórias do Glorioso. Logo após serem exibidos os gols do Bicampeonatos de 1967/68 e 1989/90, o Dr. Althemar foi conduzido até o Salão Nobre onde um grande público vibrava com aquelas magníficas imagens e recebeu uma salva de palmas dos reconhecidos torcedores do BOTAFOGO, que entusiasmados gritavam o seu nome. 

Também emocionantes foram os discursos proferidos pelo Presidente Carlos Augusto Montenegro e pelo Presidente do Conselho Deliberativo, Jorge Aurélio Ribeiro Domingues, por ocasião da inauguração do Complexo Sócio-Esportivo Paulo Azeredo, em 8 de Dezembro. Com certeza, o coração botafoguense de ambos pulou mais forte e impregnou de paixão as suas palavras dirigidas à família botafoguense. 

Esteve em visita a General Severiano no último dia 28 de Dezembro o Ministro Extraordinário dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento (Pelé). Recebido pelo Presidente Carlos Augusto Montenegro, Pelé fez questão de parabenizar o BOTAFOGO pela conquista do Campeonato Brasileiro de 1995 e elogiar as instalações de nossa Sede Social e do Complexo Sócial Esportivo. 

Existem coisas que só acontecem ao BOTAFOGO! O vôo fretado pela Diretoria do Clube, que trouxe de São Paulo a Delegação campeã brasileira teve mais passageiros do que lugares no avião. O avião da TAM tinha 108 lugares e 121 ocupantes. A pontualidade também foi outro fato digno de nota. O vôo era para ter saído às 23h e a aeronave só decolou à 1h10. Após a decolagem, o corredor do avião ficou intransitável. O Presidente Montenegro ocupou o microfone de bordo para agradecer o empenho de todos, ao mesmo tempo em que iniciou a entrega das medalhas de campeão aos integrantes da Delegação. Em seguida rolou o pagode, regado a muito whisky e cerveja. 

O mais impressionante estava para acontecer! Quando o avião pousou no Aeroporto Santos Dumont, podia-se ver a pista totalmente tomada por uma multidão enlouquecida de alegria. Dezenas de botafoguenses escalaram as asas da aeronave, pouco se importando com os gritos desesperados dos Tripulantes para que dali se afastassem, uma vez que os motores ainda estavam ligados. "É Campeão! É campeão!", respondiam os torcedores. Foi, sem dúvida, a maior comemoração já realizada por uma torcida de Clube em toda a história do futebol brasileiro! 

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Oficial do BFR nº 249 de 1996
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A benemérita Camélia Coelho Nahuz; o benemérito Flávio Nogueira Pinto; o benemérito Braz Pepe e sua esposa Célia; o publicitário Aldo Paladino; o 1º secretário do CD benemérito Luiz Felipe Carneiro de Miranda; o ex-vice presidente de Desportos Terrestres Jarbas Murta de Mello; o conselheiro Rui Alfredo dos Santos; seu filho Luiz Paulo e sua esposa Conceição, na festa comemorativa dos 104 anos do Club de Regatas Botafogo.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Oficial do BFR nº 252 de 1998
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Posse do Presidente Dr. Mauro Ney Palmeiro
Da esquerda para a direita: O Vice Presidente Geral do Botafogo, Renato Lourenço Jorge; O ex-presidente José Luiz Rolim; o 2º Secretário do CD, Paulo José Amate; o 1º Secretário do CD, Luiz Felipe Carneiro Miranda; o Presidente do CD, Carlos Augusto Montenegro; o 1º Vice-Presidente do CD, Francisco Pizzolante; a 2ª Vice-Presidente do CD, Neuci Ramos; o Presidente da Feeração de Futebo do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Viana; e o Presidente do Botafogo FR, Mauro Ney Palmeiro.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Revista Oficial do BFR nº 255 de 2000
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Autointitulado tricampeão mundial em seu site oficial desde abril de 2020, o Botafogo passou a exibir os três troféus da Pequena Copa do Mundo, que simbolizam as conquistas de 1967, 1968 e 1970 em Caracas, no Centro de Memória de General Severiano.
Apesar de ter celebrado os títulos na capital da Venezuela, o Botafogo não levou as taças para casa. Como parte do processo de valorização da conquista do tri, o clube pediu a confecção dos troféus, que chegaram recentemente à sede histórica e lá ficarão expostos para os botafoguenses.
– Durante muito tempo, os botafoguenses Tulio Rossoni Prando e Álex Ramos, pesquisaram acerca das características dos troféus da Pequeña Copa do Mundo de Caracas, sendo que Álex Ramos, engenheiro, desenhou cada um dos exemplares e acompanhou no dia a dia a confecção dos mesmos. A eles o agradecimento do Botafogo e o meu, em especial, já que colaboraram de maneira decisiva para que o nosso amado Botafogo pudesse ter no seu Centro de Memória troféus tão bonitos e representativos, ajudando-me a cumprir a promessa de providenciar a confecção, que representou o encerramento da minha atuação na revitalização do Centro de Memória do Botafogo de Futebol e Regatas – publicou o benemérito Luiz Felipe Carneiro, curador do Centro de Memória do Botafogo, no site “Fala Glorioso”.
Apesar de se considerar tricampeão do mundo, com vitórias sobre Barcelona, Benfica, Spartak Trnava e as seleções da Argentina e da União Soviética, o Botafogo não procurou a Fifa buscando o reconhecimento oficial dos títulos.
– Não há necessidade de ser reconhecido pela Fifa, que criou os padrões dela, que não são os padrões históricos. (Os críticos) Querem ostentar um papelzinho que não somos campeões porque a Fifa não reconhece. A jogada é tirar a dependência do reconhecimento – argumentou Luiz Felipe ao canal “Info Botafogo” em junho do ano passado.

Fonte: Site FogaoNet de 2021
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Botafogo colocará taças de tricampeão mundial na sede: ‘Estão chegando nesses dias’
Luiz Felipe Carneiro de Miranda valoriza trimundial do Botafogo e não quer dependência da Fifa
O Botafogo está perto de dar mais um passo no seu processo interno de valorização do tricampeonato mundial, conquistado nos anos de 1967, 1968 e 1970, em Caracas, na Venezuela. Benemérito e curador do Centro de Memória do clube, Luiz Felipe Carneiro de Miranda, revelou que em breve as taças estarão na sede de General Severiano.
– Estão chegando nesses dias, como prometi, as Pequenas Copas do Mundo de Caracas, os três troféus, 67, 68 e 70, Botafogo conquistou e não tínhamos. missão cumprida no Centro de Memória, nosso museu. O Botafogo é o mais antigo clube multiesportivo do Brasil, campeão de três séculos – exaltou Luiz Felipe Carneiro de Miranda.
O benemérito publicou um vídeo divulgando as melhorias no Centro de Memória do Botafogo, como revitalização, novas galerias, instalação de câmeras e sala de reserva técnica. Ele teve papel fundamental na inclusão do tricampeonato mundial no site do clube .
Fonte: Redação FogãoNET e canal Botafogo Memória
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Desde janeiro deste ano, o Botafogo já tem em seu Centro de Memória, na sede de General Severiano, Zona Sul do Rio de Janeiro, réplicas de seus troféus pelas conquistas do Triangular de Caracas, nos anos de 1967, 1968 e 1970.
No site e contas oficiais do clube nas redes sociais, não há publicações a respeito da chegada das taças, e a informação ficou esquecida em meio à terrível campanha do time, que acabou rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro.
Os três troféus foram confeccionados a pedido de Luiz Felipe Carneiro de Miranda, curador do Centro de Memória do Botafogo. Ao ESPN.com.br, ele explicou a complexidade da ação que exalta a história do clube e justificou o “silêncio” que deixou a informação às escuras por alguns meses.

“Foi uma iniciativa individual minha. Um trabalho de dois anos de pesquisa e depois confecção. Cumpri minha promessa ao torcedor botafoguense. O clube não divulgou, mas eu divulguei. Deve ter sido pela situação horrível do futebol naquele momento. Não deve ter sido por mal”, disse.

No início desta semana, dois meses após a chegada dos “canecos” à sede, alguns portais de notícias exclusivos sobre o Botafogo finalmente tomaram conhecimento dos troféus e divulgaram as fotos em tom factual.
Em 10 de janeiro de 2021, quando as taças chegaram ao Centro de Memória Alceu Mendes de Oliveira Castro, o time de General Severiano perdeu por 3 a 0 para o Vasco e se afundou ainda mais na penúltima colocação do Brasileirão. Semanas depois, não escapou da queda.
O Botafogo não possuía as taças dessas conquistas da década de 70 na Venezuela e solicitou a produção de réplicas da premiação. Uma delas, inclusive, teria sido roubada antes da premiação, como noticiado em jornais da época.
“Caso tenha tido (troféu após os títulos), eles não chegaram ao clube. O design foi pesquisado pelo engenheiro Álex Ramos, levando em consideração o modelo de troféu em anos anteriores e posteriores”, explica Luiz Felipe, orgulhoso de ser o pivô da iniciativa que colocou mais três lembranças de glória na galeria do time carioca.

O grande responsável pelas honrarias do Botafogo se refere ao Triangular de Caracas como ‘pequena Copa do Mundo’ e bate o martelo sobre o torneio ter peso suficiente par ser comparado a um Mundial de Clubes.

“Representam a conquista de três títulos mundiais, eis que possuía uma das melhores equipes do futebol mundial e enfrentou times como o Peñarol, Barcelona, Benfica e o Spartak Travna, base da seleção da Tchecoslováquia, além das seleções da Argentina e da União Soviética. Esses troféus são a materialização das conquistas, inegavelmente grandiosas, em razão do nível dos adversários do Botafogo”, afirmou ao site ‘Fala Glorioso’.
O Triangular de Caracas, disputado no Estádio Olímpico de Caracas, na Venezuela, foi um campeonato amistoso com 10 edições entre os anos de 1958 e 1981. O torneio reunia tanto times como seleções convidadas. Ao todo, sete times foram campeões. Botafogo (3), Cruzeiro (2), Bangu (1), Dínamo Moscou (1), La Coruña (1), Real Madrid (1) e Sporting (1).
Em todas as oportunidades que o Botafogo disputou o triangular, foi campeão. Em 1967 superou Barcelona e Peñarol. No ano seguinte, bateu o Benfica e a seleção argentina. Dois anos depois, em 1970, levou o tri deixando a seleção soviética e o Spartak Trnava para trás. Na época, a imprensa tratou de chamar o Botafogo de campeão do mundo. Diversas capas de jornais noticiaram a campanha do Glorioso no Triangular de Caracas.
Procurado pelo ESPN.com.br, a assessoria do Botafogo não explicou por que o clube não informou oficialmente a torcida sobre a chegada das taças à galeria de troféus no dia 10/01. A nova diretoria tomou posse apenas seis dias antes, em 4 de janeiro. Porém, o clube reiterou a importância e o reconhecimento dos títulos para a história alvinegra.
“O Botafogo incluiu em seu site oficial, ainda em 2020, na linha do tempo de títulos, menções ao Triangular de Caracas nos anos de 67, 68 e 70”.

Fonte: Site FogaoNet 2021
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  Depoimento Pessoal: Conheci o Luiz Felipe quando trabalhava na antiga sede do Mourisco Pasteur, eu no Departamento de Desportes Terrestres e ele como Diretor de Comunicação. Pessoa extremamente atuante, sempre ligado a história e acontecimentos do clube, muito educado, gentil e sempre disposto a ajudar em qualquer questão que fosse de sua alçada.   Mais tarde fazendo parte do Conselho Deliberativo, e eu também tínhamos mais contato e ele sempre com excelente relacionamento com toda a diretoria e demais funcionários. Com a minha saída do clube não tivemos mais contato até o dia 16 de maio de 2020 quando voltamos a nos falar através da web. Fiquei muito feliz com esse reencontro, apesar de virtual mas com certeza em breve poderemos nos falar pessoalmente. Demonstrando um enorme denôdo, dedicação, paixão, zêlo e competência juntamente com o benemérito e museólogo José Braz Pepe (falecido em 15 de novembro de 2018), idealizou e concretizou a implantação do Centro de Memória Alceu Mendes de liveira Castro, que expunha os troféus, medalhas, camisas enfim todo o acervo conquistado pelo Clube desde o C.R. Botafogo,que ficava localizado no salão inferior do Palacete da Av. Wenceslau Bras, hoje, infelizmente desmontado para a implantação do Museu do Futebol.

Angelo Antonio Seraphini 11/08/2024
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LUIZ ARANHA

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Luiz Aranha

Luiz Aranha soube conviver com o mundo no dia-a-dia; para conviver foi que viveu. Sua grandeza existiu nesta verdade. Agora, sua morte faz-me desviver. Com ele partiu um fulcro partido por uma doença longa e misericordiosa. Sua grandeza não era apenas corporal, era ele alma e espirito. Quando lhe pediam, a ninguém sabia dizer não. O “sim”, sintético, era a verdade da sua boca, da sua palavra, da sua vontade de servir sem olhar a quem.
Admirava-lhe o espirito dinâmico, arguto, brilhante, persuasivo, envolvente. Seu verbo, como uma chave, abria os corações empedernidos. Sinto o umedecimento dos meus olhos quando recordo a multidão dos bens por ele distribuídos neste vale de lágrimas. No Botafogo fez-se ídolo e nos desportos brasileiros Patrono. O País esteve nele representado como vice-presidente da FIFA; foi o primeiro de nossa Pátria a subir tão alto na direção mundial do futebol.

O vozeirão inflamava-o, mas a blandícia, a ternura ou o carinho logo aparecia nas interjeições para compassar-lhe os ímpetos sem ácido. Como sabia sentir as pequeninas grandes coisas da viela nos braços e abraços de todos nós! Um outro saudoso amigo dizia ser ele como uma praia onde fossem ter riquezas ocultas no mar, inclusive pérolas.

As gerações novas ignoram quem ele foi. Mas posso afirmar que, enquanto no cenário desportivo ninguém o superou a serviço da paz e da grandeza do Brasil. Sua inteligência brilhava onde estivesse. E quanto era fabuloso na lealdade! À mesa de comunhão, repartia as partículas da confiança a todos os crentes. Mas nunca soube escravizar quem se une aos outros por amizade, verdadeira, aprofunda o sentimento no mutualismo da afeição.

Luiz Aranha soube conquistar o coração de toda gente. Mas, agora (Deus do Céu), toda a gente chora sua morte.

("Jornal dos Sports”, de 7-4-73)

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 233 março e junho de 1978
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LUIZ DESIDERATI


LUIZ DESIDERATI

Quem não o conhece? É hoje uma figura conhecidíssima no dia-a-dia do Botafogo, tornando-se mesmo uma figura quase popular na comunidade alvinegra. Simpática e inteligente. Pelo seu jeitão, falando, desinibido, parece entender de tudo, questiona tudo. Faz questão de entrar em qualquer contenda, de mostrar seus conhecimentos. Debate as coisas com ardor, para persuadir. Uma pessoa muito curiosa e discutida.
Há quem afirme que Desiderati nunca foi Botafogo. Mas, na verdade, depois que deixou a presidência do São Cristóvão de Futebol e Regatas, foi admitido aqui como sócio efetivo em 1969, passando logo depois para a categoria de sócio proprietário e vem colaborando até hoje em várias diretorias. sem dúvida, um trabalhador tenaz, infatigável. Um pé-de-boi como se diz na gíria. Atualmente, em continuação da presidência anterior, como vice-presidente administrativo, passa o dia no Mourisco Pasteur e está em toda parte onde se torna necessária a sua presença, inclusive em Marechal Hermes, em dia de jogo. O homem não pára. Procura resolver qualquer problema. Ainda agora nas eleições do Clube  ele foi responsável pelas providências determinadas pela presidência e tudo correu muito bem. Foi eleito membro do novo Conselho Deliberativo. Se tem seus defeitos quem não os tem? Uns mais e outros menos. Ninguém é perfeito. O seu currículo procuramos saber, aqui e fora do Botafogo. Segundo vejamos:

Nascimento: 20-06-1927 Registro: 22-6-1921.

Funcionário da Justiça do Trabalho Ativo.

Professor de Desenho, registrado no MEC - 18.974.

 Advogado inscrito na OAB, seção Guanabara, sob o no 9.826

VIDA ESCOLAR

Curso Primário - 1936 a 1940 - Colégio 1.7 - Prudente de Moraes (PDF) – orador oficial do Centro Cívico Bartolomeu de Gusmão; orador da turma - 1940: Curso Ginasial – 1941 a 1944 Instituto Lat Fayette. 2o  3o anos. Colégio de Itajubá. (Itajubá. - Sul de Minas): Curso Superior - 1948 1o e 2o anos - Instituto Eletro-técnico de Itajubá, (IEI)  Escola Nacional de Engenharia (UB) - Faculdade de Direito da Universidade do Distrito Federal.

SERVIÇO MILITAR
- 1945; Reservista de 2a  categoria pela EIM - 307; Recebeu medalha de honra ao atirador, por disciplina: orador da. turma.

CARGOS QUE OCUPOU
 - Auxiliar de Gabinete dos Ministros de Educação: Antonio Oliveira Brito; Antonio Balbino: Cândido  da Mota Filho; Abgard Renault; Edgard Santos; Oficial de Gabinete de Erasmo Martins Pedro – 1o  Secretário Geral do  Interior e Segurança do Estado da Guanabara; Oficial de Gabinete do Ministro da Indústria e Comércio- Antonio Balbino - 1963 e 1964.

EM ITAJUBÁ

 - Presidente do Diretório Acadêmico Theodomiro Santiago - 1947: Representante de Turma (IEI) - 1950.

Na Escola Nacional de Engenharia da  UB.

 - No Diretório Acadêmico – Diretor Social - 1951; na Associação Atlética Acadêmica - Diretor de Publicidade - 1951: Vice-Presidente - 1951.

Na Faculdade do Direito da UDF

 - Representante de Turma -  1955.

No Tijuca Tênis Clube

 - Diretor de Propaganda - 1953/1954: No São Cristóvão de Futebol e Regatas - Secretário do Conselho Deliberativo - 1953 ; Presidente de maio/1967 a fevereiro/1970. No Clube dos Tatuís - Presidente; No Botafogo de Futebol e Regatas - Diretor Administrativo e Vice-Presidente Administrativo; Na Liga Atlética de Copacabana – Presidente; Na Liga Esportiva do Leblon - Presidente; Na Federação Atlética de Estudantes - Entidade máxima do esporte universitário do antigo Distrito Federal – 1o  Secretário – 1950; Secretário Geral – 1951; Presidente
- 1952; Membro do Conselho de Julgamentos em 1953/1954/1955; Proclamado Benemérito em 1953;  Na Federação Carioca de Esportes de Praia - Presidente: Benemérito; Na Federação Metropolitana de Basketball - Diretor do Propaganda - 1955; Na Federação Metropolitana de Atletismo – Juiz desde 1950; Na Federação Carioca de Futebol de Salão - Juiz do Tribunal da Justiça Desportiva durante 6 anos a até maio de 1967; Na Federação Metropolitana de Volleyball - Juiz do Tribunal de Justiça Desportiva, por 6 anos e até maio de 1970: Na Confederação Brasileira de Desportos Universitários (Entidade máxima do esporte universitário)  Presidente 1952 - 1954; No Federação Internacional de Esporte Universitário - FISU – 1o  Vice-Presidente, 1953 - 1954 (Primeiro universitário brasileiro a ocupar este posto); Auxiliar da Defensoria Pública do Ministério Público, durante 3 anos.

Condecoragões: Medalha Santos Dumont (Ministério da Aeronáutica); Medalha D. João VI (Polícia Militar); Cavalheiro Oficial da venerável Ordem dos Cavalheiros de S. Paulo Apóstolo; Medalha Clóvis Beviláqua (Ministério da Educação): Medalha do Mérito Desportivo: Medalha da Princesa Isabel, a Redentora.

Várias: Possui recomendação fornecida pelo "Curso do Brasilidade" do Departamento de Educação de Serviços Holleritt - 1942; Chefiou a 1a  Delegação Universitária Brasileira a comparecer em Jogos mundiais universitários - 1953, em Dortmund - Alemanha Ocidental, por ocasião dos VI Jogos Mundiais Universitários; Chefiou, ainda, várias delegações esportivas e naturais.

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 244 de novembro de 1984
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PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 552/2000

EMENTA:

CONCEDE MEDALHA TIRADENTES AO ADVOGADO LUIZ DESIDERATI
Autor(es): Deputado EIDER DANTAS

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE:
Art. 1º - Fica concedida Medalha Tiradentes ao Advogado Luiz Desiderati.

Art. 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrários.

Sala das Sessões, 29 de agosto de 2000.

Deputado EIDER DANTAS

JUSTIFICATIVA

O Advogado Luiz Desiderati se formou na Faculdade de Direito da Universidade do Ex-Distrito Federal, além de ter cursado a Escola Nacional de Engenharia em 1950, estando atualmente no cargo de Vice-Presidente de Patrimônio da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro Luiz Desiderati há muito vem contribuindo para enriquecer o esporte em nosso Estado, tendo para isso dedicado grande parte de sua a vida.
Na área esportiva, foi entre outras coisas, Diretor Administrativo e Vice-Presidente Administrativo do Botafogo Futebol e Regatas, Presidente do Lions Clube Rio de Janeiro-Copacabana -, Presidente da Federação Carioca de Esportes de Praia, Juiz na Federação Metropolitana de Atletismo, Presidente da Confederação de Desportos Universitários, 1º Vice-Presidente da Federação Internacional de Esportes Universitários.

O Sr. Luiz Desiderati já detém os seguintes títulos, a saber:

Benemérito e Grande Benemérito do Botafogo Futebol e Regatas;
Benemérito da Liga de Desportos de Volta Redonda;
Benemérito da Federação Atlética de Estudantes;
Benemérito da Federação Metropolitana de Basketball;
Benemérito da Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro;
Benemérito e Grande Benemérito da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro;
Benemérito da Confederação Brasileira de Futebol.
Cavalheiro Oficial da Venerável Ordem dos Cavalheiros de São Paulo Apóstolo;

Foi ainda agraciado com as seguintes condecorações:
Medalha Princesa Isabel, A Redentora;
Medalha Clóvis Beviláqua, do Ministério da Educação;
Medalha Comemorativa da visita da Rainha Elizabeth II;
Medalha D. João VI, da Polícia Militar;
Mérito Esportivo, do Ministério da Educação e Cultura;
Medalha Santos Dumont;
Medalha do Pacificador.

Por todos esses trabalhos já realizados o Sr. Luiz Desiderati merece receber a Medalha Tiradentes, principalmente por sua constante luta pelo engrandecimento do esporte no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil.

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Nota pessoal: 
Quando trabalhei no casarão da rua General Severiano o sr. Luiz Desiderati já estava lá há muitos anos. Sério na maioria das vezes, sarcástico e bem humorado em outras. Levava muito a sério suas funções sempre ligadas a diretoria. Atuava em todas as áreas. Procurava solucionar todos os problemas com dedicação e retidão. Nunca se separava de seu cigarro (sempre utilizou piteira como se dizia antigamente). Sempre elegantemente vestido com sapatos de verniz, camisa social de mangas curtas e sua inseparável maleta 007.
Tambem representante da Federação de Fubebol do Rio de Janeiro e estava presente em todos os jogos no Maracanã. Várias vezes foi filmado na beira do campo tomando providencias relativas aos jogos. O sr. Luis Desiderati faleceu em 22-10-2004.
Angelo Antonio Seraphini 10/03/2020
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LUCIA OLIVEIRA CASTRO JUNGSTED


Jogos da Primavera 
Com grande animação vem se efetuando os Jogos da Primavera de 1955, tendo o Botafogo a seguinte atuação: 
VOLLEY-BALL — Pode ser classificado de boa a atuação da equipe vice-campeã carioca, pois que conseguiu duas grandes vitórias no certame da Primavera. O Botafogo estreou na noite de 22 de setembro, no ginásio antigo do Tijuca, derrotando em boa luta, por 2 x 0 (15 x 10 - 15 x 7) a voluntariosa equipe do Barbará, de Cachoeira do Itapemirim (E. Santo), tendo formado com Yara, Margarida, Yvone, Marise, Ivany e Roma. A 24, no Ginasio novo do mesmo Tijuca„ o glorioso conseguiu urna de suas maiores vitórias de todos os tempos, ao derrotar sensacionalmente a equipe multi-campeã mineira do Mackenzie E.C., considerada uma das melhores do Brasil que este ano já nos vencera duas vezes em abril, em Cambuquira e em julho, em Belo Horizonte. 
A luta teve características empolgantes e o nosso quadro, inicialmente com Yara, Margarida, Yvone, Marise, Ivany e Roma começou perdendo o 1º set por 9 x 0, mas  reagiu com coragem, equilibrando as ações. Terezinha Leite substiuiu Marise e o 1º set terminou favorável ao Mackenzie por 15 x 12. O 2º set teve um transcurso emocionante, chegando o Mackenzie 13 x 9. Marise retorna ao quadro, no lugar de Roma e Yvone Santos, com assombrosos saques americanos empata o set que parecia perdido e que se eterniza em 13 x 13 11 x 14, levando ao paroxismo a emoção da torcida, para afinal consumar-se por 16 x 14 a favor do glorioso. "Negra" impressionante, disputada palmo a palmo, mudando os quadros de lado com 8 x 5 favorável ao Mackenzie. Do fundo de nosso campo e defendendo de soco, Yara obtem um ponto estupendo e o team reage com fibra, para vencer maravilhosamente por 15 x 10, após três violentas cortadas de Marise, as duas primeiras miraculosamente defendidas pelas mineiras a ultima, o da vitória, irresistivel. 
Foi, repetimos, um grande trinfo, com valor de revanche, tendo nossa equipe jogado muito bem, sendo de justiça, porém, salientar a chave da vitória Yvone Santos que estava simplesmente assombrosa. A 26, da quadra do Anglo-Americano, com a equipe excessivamente cansada, com Yvone sendo massageada para poder entrar em campo, perdemos para o Fluminense por 2 x 0 (15 x 9 - 15 x 11 ) , em um jogo de saques, no qual as tricolores estiveram mais certas tendo atuado Ivany, Roma, Yara, Margarida, Yvone, Marise, Terezinha, Guiomar e Ana Maria. 
Fomos, assim, desclassificados, mas, de qualquer maneira a vitória sobre o Mackenzie valeu o volley da Primavera. 
ATLETISMO — O Botafogo concorreu à competição de atletismo, efetuada a 1º de outubro na pista do Fluminense, com apenas sete atletas, cinco de "qualquer classe" e duas estreantes que, embora, sem treino algum, sob o comando de Ernani Costa, marcaram os seguintes resultados: 
Qualquer Classe 80 metros com barreiras — 3º lugar, Margarida Tereza Nunes Leite. 
Salto em distância — 4º lugar, Nelmen Tereza d'Almeida Vilhena, 4,66m; Yvone de Araujo Santos, 4,51. 
Dardo — 5º lugar, Guiomar Gomes de Sá, 23,76m. 
Peso — 6º lugar, Margarida T. Leite, 7.38m, tendo participado Yvone Santos. 
Salto em altura — 1º lugar, Guiomar Gomes de Sá, 1,35m.
Revezamento de 4 x 100 — 4º lugar, equipe do Botafogo, com Aymara de Paula, Guiomar Gomes de Sá, Yvone de Araujo Santos e Nelmen Tereza d'Almeida Vilhena. 
ESTREANTES 
Peso – 4º lugar, Ana Maria Wendel Cerqueira Leite, 8,70m. 
75 metros rasos — Participou Lélia Melo de Iacovo. 
Salto em distância -- Participou Lélia Melo de Iacovo.
Na classificação geral, entre oito clubes concorrentes, o Botafogo obteve o quarto lugar, com 21 pontos. 
Basket-ball — A 10 de outubro, no ginásio do Fluminense, nossa equipe não foi feliz, sendo vencida pelo poderoso quadro do Ipiranga, de São Paulo, por 40 x 38. Nossas valorosas atletas, exaustas pela pratica de quasi todos os esportes, em defesa do clube e de seus colégios, não desenvolveram sua habitual atuação, mas ainda  assim já com a bandeira amarela na mesa, quando perdiam por dez pontos de diferença, encetaram formidável reação, vindo a perder pela diferença de dois pontos apenas. Defenderam nossas cores: Neucy (2), Yvone (10), Eugenia (3), Wilma (5), Marlene (17), Lais (1) e Aymára, ficando na reserva Maria do Carmo e Dircy. 
Remo — Na manhã chuvosa de 16 de outubro, na enseada de Botafogo, realizou-se a regata da Primavera, disputada em seus quatro pareos, todos eles de quinhentos metros, por sete clubes, tendo o Botafogo competido valorosamente e sofrido revoltante injustiça, no primeiro pareo, de yoley a quatro. 
Efetivamente, a "bela" atuação de um "belo" arbitro, permitiu que o barco do C. E. Almirante Barroso, de Recife, saisse antes do tempo de escapada e fechasse durante o percurso, o nosso quatro que ia ultrapassa-lo e que assim perdeu o primeiro lugar por meio barco apenas, irregularidades estas presenciadas pelo "belo" arbitro e por ele proclamadas, com ameaça de uma desclassificação em caso de repeticão, quando o fato impunha desclassificação imediata. 
O Botafogo protestou energica-ente, como protestaram as valorosas guarnições do Fluminense (3º colocado), Vasco da Gama, Flamengo e Nautico (de Recife), igualmente prejudicados na saída, mas em pura perda. 
Foram estes os nossos resultados: 
Yole a 4 — 2º lugar, " Antares", com João da Costa Côrtes (patrão), Lucia Mendes de Oliveira Castro, Margarida Tereza Nunes Leite, Neuma Cunha e Eliana Gloria Soares de Paula. 
Baleeira — 5º lugar, "Alga", coa Virginia de Almeida. 
Yole a 2 — 6º lugar, "Nelson Wagner", com João da Costa Côrtes (patrão), Sonia Lilia A. Magalhães e Léa Reis Marcondes. 
Yole a 8 — 3º lugar, "Procyon", com João da Costa Côrtes (patrão), Eliana Gloria Soares de Paula, Lucia Mendes de Oliveira Castro, Sonia Lilia A. Magalhães, Neuma Cunha, Margarida Tereza Nunes Leite, Gilda Dias dos Santos, Lelia Yone do Nascimento e Adenir Avila de Souza. 
Finda a regata, o Dr. Alceu de Oliveira Castro ofereceu em sua residéncia e em homenagem à valorosa Margarida, cujo natalicio transcorria, um almoço, ao qual compareceram o benemerito direto de remo, Clovis Soares Dutra e sua exma. família, as nossas bravas remadoras e os atletas Edgar Dutra Filho, João da Costa Côrtes, Marise Macedo Ribeiro, Ivany e Yvone Rivera e Guiomar Gomes de Sá transcorrendo tudo animadamente.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Junsgsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 109 de novembro de 1955
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Ofical do BFR nº 110 de dezembro de 1955
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 110 de dezembro de 1955
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial nº 113 de abril de 1956
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Lucia Mendes de Oliveira Castro 
Botafoguense nata descendente de uma família que há 62 anos quasi, defende o alvi-negro em mar e terra, Lúcia, a Dadá da intimidade, nasceu em Petrópolis, a 26 de janeiro de 1938 e desde garotinha, gorducha como era, começou a frequentar o Glorioso, sempre pendurada no braço de seu pai, o Dr. Alceu  e foi assim que, em 1948, tornou-se uma fan decidida do volley-ball e prinpalmente das grandes estrêlas Yvette, Romacild e Margarida. 
Bateu sua primeira bola de volley-ball em sua própria casa, em Petrópolis, em fevereiro de 1950, tendo como mestras exatamente Margarida e Romacild, lá passavam um divertido weekend: foi um "grande" jôgo de duplas — Lúcia e Margot contra Roma e o então minúsculo Mauricio, irmão mais moço de Dadá. Prosseguiu, depois, em seu colégio, o Santa Úrsula e a 22 de setembro de 1951 teve a satisfação de, pela primeira vez, vestir o uniforme alvi-negro, no Desfile da Primavera, quando sucedeu-lhe uma surpresa: Yvette Mariz, nossa porta-estandarte, tendo de retirar-se para assistir ao casamento de Oswaldira, sem uma palavra, achando-a a mais alta, passou-lhe bruscamente a bandeira e Dadá não se alterou, calma como é, conduzindo garbosamente o pendão alvi-negro no desfile de retorno. 
Mas foi em agosto de 52 que Lúcia começou a treinar volley no Clube, sob o comando de Margarida, que preparava nossas primeiras estreantes, que fariam maravilhas. 
Canhota, Lúcia preferiu ser levantadora e formando dupla com Daisy Lena, estreou vitoriosamente a 16 de novembro, em amistoso com o Vitória T.C., na quadra dêste grêmio. 
Mais dois amistosos e logo campeã do Torneio de Apresentação de Estreantes e do Torneio de Estreantes, certamens que o BOTAFOGO conquistou sem perder um "set" siquer! 
Como prêmio, Lúcia e suas bravas companheiras, foram incluidas na delegação à Cambuquira de 53, ano em que não jogou oficialmente, em virtude de uma errônea interpretação da F.M.V., que julgou-a apta ainda como, estreante e depois negou-lhe tal condição: Lúcia venceu uma melhor de treis entre as nossas estreantes campeãs de 52 e 53. 
Em 1954, em Cambuquira, como cortadora, integrou o Jaraguá, equipe formada pelo distinto desportista Mupir Monteiro com quatro elementos do BOTAFOGO e treis do Pinheiros, de São Paulo e na volta ao Rio, tornou-se vice-campeã da 2ª Divisão, tendo disputado na equipe principal dois amistosos vencidos contra o Monte Líbano e o América.
Em 1955, após sensacional "melhor de treis" de desempate com o Fluminense, Lúcia, formando dupla com Ivany, tornou-se campeã da 2ª Divisão, tendo feito o ponto da vitória no primeiro dos cotejos . 
Em natação, começou em 1953, sob o comando de Alencar de Carvalho, em competições internas, sempre em nado de costas, logrando um 3º lugar em competição com o Grajau T.C. 
Em 1954, obteve sua primeira colocação em competição contra o Bangu; um segundo, na do Cinquentenário: terceiro no Botafogo x Vasco; um quarto em Itatiaia, em revezamento de quatro estilos, classificando-se, ainda,  campeonato de novíssimos. 
Por último, temos o remo, que a empolgou totalmente, revelando ter nas veias o mesmo sangue de Antonio Mendes de Oliveira Castro, o Almirante, do Esporte Náutico Nacional, nosso saudoso maior remador de todos os tempos; foi a voga de "Antares", o quatro campeão da Primavera de 54 e vice devido à ação desleal de um adversário, sendo a sota-voga do oito, 2º e 3º colocados em 54 e 55, respectivamente.
Considerado pelo diretor Clovis Dutra, nossa melhor remadora, teve a vitoria de 54 assim comentada em "Jornal dos Sports": — "Remaram muito as meninas do alvi-negro, Lúcia foi ponto alto na voga da guarnição.” 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR mº 114 de maio de 1956
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Vice-campeã de Cambuquira, a nossa Equipe Suicida! 

Magnifica foi a atuação das meninas de volleyball nos XVI Jogos Abertos de Cambuquira, o quadro de quem diziam nas ruas «Não vale nada, mas... ganha!!!», ou então: «Nunca tão poucas bateram tantas!», como se depreende do circunstanciado relatório do Dr. Alceu de Oliveira Castro, chefe da delegação: 
Senhor Presidente: 
A excursão do BOTAFOGO — volley feminino — este ano, a Cambuquira, foi uma das mais brilhantes que tivemos a honra de chefiar, dadas as inúmeras dificuldades superadas e os altos resultados colhidos. 
De inicio, diremos que as nossas valorosas atletas — verdadeiras amadoras — encontraram óbices quasi insuperáveis para obter as necessárias licenças em seus centros de atividades e que na quarta-feira da semana em que embarcamos, só contávamos com quatro jogadoras. Na quinta-feira, a veterana Acyr, de há muito afastada das quadras, veio formar o quinto elemento e na sexta, véspera do embarque, Ivany e Marise conseguiram suas licenças!
Não pudemos contar com nossas consagradas campeãs Margarida e Yvone Santos e com as valorosas Yara e Terezinha Leite e formamos um esquadrão que em Cambuqvira ficaria conhecida como a Equipe Suicida — composto por duas jogadoras da equipe principal — Marise e Rema — quatro da segunda divisão — Ivany, Lélia, Anah e Lúcia — uma da velha guarda Aey e uma que está aprendendo a bater na bola — nossa esplendida nadadora Maria Lúcia, irmã de Anah que não poderia jogar senão em últimas circunstancias.
Não se abalaram nossas meninas e seguiram cheias de fé, em camioneta fretada pelo Clube, que deixou a séde de Wenceslau Braz ás seis horas e trinta minutos de sábado, 14 de abril, com a seguinte constituição: Chefe, Dr. Alceu Mendes de Oliveira Castro; Técnico: Nelson Sanctos; Assistente técnico; Raul Fioratti Filho; Atletas: Roma Zanzeni, Marise Macedo Ribeiro, Ivany Benita Rivera, Lélia de Iacovo Souza Costa, Lúcia Mendes de Oliveira Castro, Ana Maria e Maria Wendel Cargueira Leite e Acyr Teillon Falcão; acompanhantes, Senhora Lolita Fernandes dos Santos, Reuel de Souza Costa e Eduardo Castro. 
A viagem decorreu esplendidamente com café no Bar Belveder; almoço ás 11 horas em Rezende; lunch em Caxambu e chegada á Cambuquira ás 18 horas, onde nos hospedamos no querido Hotel Elite, cujo proprietário, o grande amigo Jary Sergio de Oliveira recebeu-nos com o maior carinho e fidalguia.
Na manhã seguinte, realizou-se o tradicional desfile pelas ruas da cidade, das delegações aos XVI Jogos Abertos de Cambuquira, portando a bandeira alvi-negra, a campeã e emérita Acyr e formando na guarda de honra ao Pavilhão Nacional, Lúcia. 
As 14 horas, comparecemos com o técnico Nelson Sanctos ao Hotel Silva, onde se realizou o congresso dos clubes, sendo sorteadas as tabelas, concorrendo ao volleyball feminino, nove clubes — Botafogo, América, Bangu, Flamengo e Tijuca, do Rio; Paulistano e Santos, de São Paulo; Minas T.C., de Bele Hori-zonte e C.R. Icaraí, de Niterói. 
Correndo, voltamos ao nosso hotel para às 15 horas, apresentar na quadra para o Torneio de Apresentação, com jogos de um único set de onze pontos com Ivany, Marise, Lélia, Anah, Acyr e Roma. Derrotamos o Icaraí por 11 x 9.
Na manhã seguinte, 16, ás 9 hora iniciámos a disputa dos jogos enfretanto o poderoso e completo quadro América, para o qual perdemos 2 x 0. Nosso team, com Ivany, Roma, Lélia, Acyr, Marise e Anah, quatro cortadoras e duas levantadoras, não se entrosou, sendo arrazado no 1º set, 15 x 4. 
Para o segundo set, Nelson voltou clássica formação de treis cortadoras treis levantadoras, substituindo Anah por Lúcia, que passou a levantar para Marise e a equipe fez excelente partida perdendo por 15 x 12, derrota para qual contribuiu a infeliz atuação do arbitro Benjamin Alves Martins Filho, técnico do Minas, que provocou veementes protestos de nossa valorosa capitã Roma e do público em geral. No final set, Anah entrou em lugar de Acyr.
Sendo o torneio em dupla eliminatória passamos para a chave dos perdedores e no dia seguinte, 17, ás 15 horas, fomos enfrentar o forte quadro do Icarai que contava com Pequenina, Adair, Dirce, Nety e Dayse Miguel. 
Formamos com Ivany, Roma, Lélia, Acyr, Anah e Marise e triunfamos sensacionalmente por 2x0 (15x8 - 18x16). 
No meio do segundo set, de um descontrole da equipe, o Icarai foi a 11x8, nêsse momento, tremendo tufão e ameaça de temporal, sendo a partida suspensa, para recomeçar quinze minutos após. O BOTAFOGO conquistou a vantagem e Marise foi para o saque  marcando seis pontos: 14x8. Novo descontrole e 14x14. Nelson substituiu Acyr  por Lúcia e o jôgo, um dos melhores da temporada, tornou-se dramático, arrancando o delirio da assistência, disputado ponto a ponto, até que Anah, com duas violentas cortadas de canhota, consignou os nossos 17º e 18º pontos, que garantiram-nos esta magnifica vitória, tendo Acyr voltado no final. 
Ainda vibravamos na quadra, quando recebemos ótima notícia: nossa excelente levantadora Yara Rodrigues Fernandes encontrava-se no hotel, vindo expontaneamente do Rio, em um jeep, em companhia de sua filhinha e de sua prezada progenitora.
Embora o BOTAFOGO não jogasse no dia seguinte, todas as suas atletas recolheram-se expontaneamente cedo, sendo que nenhuma pediu para ir a "boite", deixando-nos encantados com tanta união, camaradagem e vontade de vencer. 
Na manhã de 19 de abril, grande jôgo contra a equipe completa do Santos, com Cristina, Antonieta, Regina, Wilma, Lourdes. Nelson não quiz modificar a equipe que tanto brilhara, colocando na quadra Ivany, Roma, Lélia, Marise, Anah e Acyr que venceram o 1º set por 15x11, entrando Yara, no meio do 2º set, em lugar de Acyr, quando obtivemos a mesma contagem de 15x11 e a vitória por 2x0. 
Nessa altura, o nosso quadro passou a ser denominado de Equipe Suicida, pelos assistentes, que não tinham mais a menor dúvida sobre o seu valor, tornando-se o ídolo do local: suas fotografias, mal expostas a venda eram imediatamente exgotadas. 
No dia seguinte, sexta-feira, 20, chegamos ao máximo admissivel, com duas estrondosas vitórias, em seis sets, sôbre poderosas e completas equipes, causando sensação em Cambuquira e quasi terror aos adeptos do Minas, que passaram a torcer por nossos adversários... 
Começamos ás 8 horas, com Ivany, Roma, Lélia, Marise, Yara e Anah, frente ao Tijuca, de Enid, Celma, M. Helena, Ingeborg, Helga e Euridice. Logo de saida, nessa valorosa Lélia recebe, desprevenida, violenta bolada no ouvido, de um assistente que devolvia a bola á quadra, quasi perderido os sentidos de dor. Ainda assim, permanece na quadra e vencemos o set em ótima vi-rada por 15x13. Perdemos o 2.0 set por 15x7 e no terceiro, sofriamos a conta-gem contrária de 9x3, quando a equipe reage, se agiganta e vai a 14x13: re-petindo-se ai a sensação do jôgo contra o Icaral. Acyr entra em lugar de Lé-lia, na rêde, faz o team girar, com sua. inexgotável classe e Lélia volta mais tarde, atraz, para o BOTAFGO terminar com estupenda canhotada do broto Ans,h, autora do 18.0 ponto, após os mais emocionantes lances. Com o terceiro lugar assegurado, com as meninas exaustas, já nos considera-vamos satisfeitos e o almoço decorreu na maior alegria, mas nossas bravas defensoras não acharam suficiente. E, ás 17 horas, voltaram á quadra com férrea vontade de vencer, alinhando-se Ivany, Roma, Lélia, Marise, Yara e Anah contra Sonia, Géo, Mercês, Lenita, Norma e Eunice, que constituem a famosa primeira equipe completa do América. 
Perdemos o primeiro set por 15x13 e reagimos no segundo, quando perchamos por 9x3, para vencer por 15x11, sendo sensacional a "negra", quando o quadro se agiganta e atua assombrosamente, embora Ivany machuque seriamente o cotovelo esquerdo e Marise sofre uma torção no tornozelo: com sangue e coração, vencemos estupendamente por 15x9, provocando verdadeiro delirio. 
Nossa volta ao Elite foi a mais entusiástica possível, com as meninas cantando pelos corredores o velho hino botafeguense de Cambuquira ."Quem vem lá", rindo e chorando de alegria, pois que a Equipe Suicida, em quem nós mesmos não podiamos acreditar, já era Vice-Campeã! 
Mais tarde, quando ingressamos no salão de jantar, toda a delegação reunida como aliás andava sempre, fomos recebidos por estrondosa salva de palmas, que se prolongou por quasi dez minutos, ininterruptamente e ensurdecedoramente, promovida por todos os hospedes, de pé e quasi em delirio que nos comoveu imensamente. 
E qual não foi a nossa surpreza, quando a delegação improvisou antes da época, o nosso aniversário, idéia gaiata da valorosa Marise, apoiada por todas as suas companheiras, com bôlo de aniversário, velinhas e lembranças impagáveis, nos obrigando a receber os cumprimentos de todos aqueles bons veranistas, que em nossa pessoa homenageava mais o BOTAFOGO do que a nós mesmo. 
Nêsse dia memorável também tivemos a satisfação de ver chegar do Rio dedicado consócio Mario Miranda, surgiu na quadra entusiasmado na hora da vitória. 
Na manhã seguinte, sábado, 21, decisivo contra o formidável team Minas Tenis Clubge. 
Começamos com Ivany, Roma, Marise, Yara e Anah que fazendo de fraquezas forças, exaustas como se encontravam com os dois prélios da véspera, quasi surpreenderam e desnortearam o adversário, chegando a vantagem de 12x6.
Foi, entretanto, o derradeiro esforço, os músculos fraquejaram e perdemos  set por 15x12. No set final, as meninas mal se sustinham de pé, perdendo, então, por 15x3, tendo Lúcia entrado final, em lugar de Ivany. 
Não poderiamos exigir mais, pôr si por um esfôrço gigantesco o BOTAFOGO vencesse pela manhã, dado o sistema de dupla eliminatória, deveria, a tarde, enfrentar novamente o Minas aí seria humanamente impossível qualquer resistência física e a derrota seria fatal. O BOTAFOGO havia preliado sete  vezes em sete dias e o Minas, dada a sua condição de "by", assegurada pelo titulo do ano anterior, apenas quatro vezes, com dias de intervalo entre suas competições, ao passo que a nossa equipe vinha de seis sets duríssimos do dia anterior. 
De qualquer maneira, foi admirável a atuação de nossa equipe, com sete jogos, cinco vitórias e duas derretas, levantanto o vice-título e desclassificando quatro grandes adversários — Icarai, Santos, Tijuca e América. 
Com classe, alma e categoria dignas de seus passados, atuaram as nossas veteranas Marise, Roma, Yara, Ivany e Acyr, mas o que nos alegrou sobremodo, foram as surpreendentes atuações dos brotinhos — Lélia, Anah e Lúcia, que enfrentaram com fibra e coração, grandes adversários, não se impressíonando um minuto com o cartaz e a fama das meninas. 
Assim, vimos Anah cortando todas as bolas com violentas canhotadas, uma das quais derrubou na quadra a valorosa Sônia, do América; Lélia lutando como uma leôa, defendendo tudo e mergulhando sem medo no cimento e Lúcia levantando calmamente para Marise e defendendo impassivelmente violentas cortadas de Sônia e outras. 
Nossas atletas, em número de oito; disputaram o seguinte número de partidas: Ivany, Marise, Roma,Lélia e Anah, 7; Acyr 5; Yara, 4 e Lúcia 3. 
A tarde, acompanhamos Marise à rádio local, onde nossa querida atleta foi entrevistada, saindo-se otimamente ao microfone e á noite, comparecemos com quasi toda a delegacão, á festa de encerramento e entrega de prêmios, na "boite" do Hotel Silva. 
O D. João Silva Filho proclamou os vencedores, sendo o BOTAFOGO aplaudidíssimo quando foi anunciado como Vice-campeão, tendo o Dr. João Silva Filho solicitado a presença de uma de nossas atletas para receber as medalhas. 
Expontaneamente, com a nossa imediata aprovação, as atletas indicaram linda, valorosa e dedicada Marise, que retornou á nossa mesa com belíssimas medalhas de prata dedicadas ás vice-campeãs, lembranças inesqueciveis da esplendida proeza. 
No dia seguinte, domingo, 22, ás sete trinta da manhã, na mesma camionete, iniciamos a viagem de retorno com mais cinco pessoas além das 14 que haviam vindo: Yara e família, Mario Miranda e Helio de Sá Almeida.
As nove e meia, paramos em Caxambu; ás treze e meia, almoçamos na Fazenda Treis Pinheiros; ás dezesseis meia, no kilometro 73, tivemos ainda a infelicidade de dois pneus furados, o que nos atrazou sobremodo e as vinte e uma e meia, finalmente, chegamos á séde Clube, satisfeitos com o sucesso da excursão, quer sob o aspecto esportivo, já descrito; quer sob o aspecto disciplinar, que foi elevadíssimo e quer sob o social, que foi excelente. 
Não temos palavras para agradecer atuação de nosso esplendido técnico Nelson Sanctos, a de nossas valorosas jogadoras, e a dos acompanhantes, princiipalmente a da distinta Sra. Fernandes dos Santos (D. Lolita), que muito nos auxiliou no controle, aliás fácil, de nossas bravas atletas. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do NFR nº 115 de junho de 1956
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Torneio Início

No ginásio do Tijuca T. C. deu-se a 21 de março último, o Torneio Início, tendo o Botafogo obtido a terceira colocação, ao derrotar o América por 20 x 7, com Marise, Sara, Valéria, Ana Célia, Ivany e Lúcia e ao perder para o Fluminense por 20 x 3, quando atuou com Neuci, Valéria, Marise, Sara, Ivany e Lúcia.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR º 149 de abril de 1959
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O Campeonato Carioca de Volleyball Feminino disputado, este ano, pelo Flu., Fla., Tijuca, América e BOTAFOGO, com a ausência, portanto, do Bangú, que se desfiliou e do Sirio e Libanês, teve início em fins de março, ficando nossa representação sob a direção dedicada de Cláudio Pontual Costa Ribeiro e Wilcker Moreira Carneiro, diretores da secção e Heckel de Miranda Raposo, técnico. 
Estreamos na tarde de 28 de março na quadra do Mourisco-mar, contra o poderoso esquadrão do Fluminense, em jogo que, ao iniciar do segundo set, foi suspenso pelo árbitro.
Mas os homens são assim mesmo Luciano Segismondi, alegando ter recebido uma pedrada de uma torcida, fato que ninguém viu. Foi uma decisão arbitrária e absurda pois o árbitro recebeu todas as garantias de nossos dirigentes, circulou a vontade na quadra e retirou-se sem ser molestado por ninguém, e a F.M.V. acha-os notáveis (I). pelo que marcou o final do encontro para a noite de 2 de abril, quando efetivamente terminou, registrando-se a vitória do Fluminense por 3x0 (15x3 15x11 15x7). Nossa equipe atuou com Sara, Marise, Ivany, Valéria, Lúcia e Margarida, verificando-se na 2ª divisão efetuada na primeira data e quando fomos representados por Lelia M. Antonia (Flora), Liliane, Guita, Ana Célia e M. Helena, a vitória tricolor por 2x1 (15x6 13x15 15x11). 
A 4 de abril, na Gávea, perdemos para o Flamengo por 3x0 (15x2 15x9 15x5), atuando Marise (Leny), Ivany (Alice), Margarida, Lúcia, Valéria e Sara e vencemos bem na 2ª divisão, com M. Antonia, Ana Célia, Acyr, Liliane, Guita e Sônia (Marilda-Lélia), por 2x1 (5x15 15x7 15x13), em prélio em que perdemos o ponto porque Sônia ainda não tinha condição de jogo.
 Interrompido o certame, devido aos jogos Abertos de Cambuquira recomeçou a 2 de maio, onde, em nossa quadra, abatemos o América por 3x0 (15x5 15x9 15x12), tendo ressurgido a figura querida da grande Yvone Santos, nessa desfalcada equipe. Lúcia, Valéria, Marilda (Sônia) Ivany, Yvone e Margarida. 
Encerramos o turno a 9 de maio no ginásio do Tijuca, em dura prova que durou perto de tres horas e na qual, com Sara (Lúcia), Marise, Yvonne, Valéria (Marilda), Ivany e Margarida, derrotamos o Tijuca por 3x2 (13x15 15x10 14x16 18x16 15x12), sendo que na 2ª divisão com Sônia, Lélia, Ana Célia, Guita, Liliane (Leny) e M. Antonia, triunfamos por 2x1 (15x4 13x15 16x14).
A 16 de maio, no América, iniciando o returno abatemos o quadro rubro por 3x2 (13x15 15x9 15x11 12x15 15x7), atuando Sara, Marise, Ivone,Valéria (Ana Célia-Guita), Ivany (Lúcia) e Margarida. 
Infelizmente, por motivo de doença, Marise deixou de jogar, fazendo grande falta e a 30 de maio, no Fluminense, perdemos para o clube local por 3x0 (15x2 15x1 15x5) jogando Margarida, Valéria, Ivany, Sara e Ana Célia (Lúcia).
O BOTAFOGO jogou sob protesto, fato que se repetiu nos jogos restantes, porque a diretoria da F.M.V. desrespeitando o passe cedido pela C.B.V., não deu condição de jogo a nossa atleta Celi Vertan Pimentel, transferida da C. R. Icarai, sob o pretexto de que em ela fora registrada pelo Fluminense. 
No jogo secundário venceu a o Fluminense, por 2x0 (15x3  15x12 ) , atuando a nossa equipe com Guita, M. Antonia, Liliane, M. lena (Lélia), Sônia (Marilda), Acyr. 
A 6 de junho, no Mourisco, perdemos para o Flamengo, na 1ª divisão por 3x1 (15x4 15x4 12x15 15x7), com Yvone, Valéria (Lúcia), A. Célia (Sara), Acyr, Ivany e Margarida e na 2ª por 2x1 (15x11 15x17 15x13 ), com Alice, Lélia, Marilda, M. Helena, Sonia e Guita.
Terminamos o campeonato a 13 ainda no Mourisco, quando perdemos para o Tijuca por 3x2 (12x15-13x15 15x12 15x13 15,13 1ª na divisão com A. Célia (Sara), Acyr, Yvone (Lúcia), Valéria, Ivany e Margarida e vencemos na 2ª, com Lélia, Marilda, Helena, Sonia, Guita e M. Antonia, por 2x0 (15x5 15x8 ) . 
DADOS TÉCNICOS 

1ª DIVISÃO — Jogos: 8. vitórias: 3. Derrotas : 5. Jogaram: Margarida Tereza Nunes Leite, Ivany Benita Rivera, Lucia Mendes de Oliveira Castro e Carmen Valéria Carvalho Gama, 8 jogos. Sara Maria Mac Dowell de Brito Pereira, 7; Yvone de Araujo Santos 6, Marise Ribeiro Brito Freire e Ana Célia Pinto Aranha Lowndes, 4; Marilda Araujo Gonçalves e Acyr Teilon Falcão, 2; Leny Gonçalves, Alice Borel Gomes, Sonia Margarida Costa Gordilho e Brigitte Keydel (Guita), Total: 14 atletas. 

2ª DIVISÃO — Jogos: 6. Vitórias 3. Derrotas: 3. Jogaram: Lélia lacovo de Souza Costa e Brigitte Keydel (Guita), 6 jogos; Maria Antonia de Abreu Cesar e Sonia Margarida Costa Gordilho 5; Liliane Chaves de Castro Magalhães, Maria Helena Ferreira Veloso e Marilda Araujo Gonçalves, 4; Ana Célia Pinto Aranha Lowndes, 3, Acyr Teillon Falcão, 2; Flora Paiva Mera Leny Gonçalves e Alice Borel Gomes, um. Total. 12 alletas, 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 152 de julho de 1959
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No feminino enfrentamos a 12 de novembro, o Fluminense perdendo por 3x0 (15x9 15x6 15x7) com Sônia Gordilho (Lúcia), Celi (Marilda), Margarida, Neuci, Yvone e Valéria (Guita), jôgo éste anulado por não ter o Fluminense apresentado as carteiras de suas jogadoras e que, na nova data, 12 de dezembro, fizemos entrega dos pontos pelo fato de já terem sido licenciadas nossas atletas. 
A 19 de novembro, em belíssima partida, na qual a vitória nos foi arrebatada pela calamitosa arbitragem de Edson Fonseca, perdemos para o Flamengo por 3x2 (8x15 15x13 15x5 12x15 15x10), jogando Neuci, Marise (Sônia-Lúcia), Ivany (Regina), Valéria, Yvone (Marilda) Margarida. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 158 de janeiro de 1960
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X JOGOS INFANTIS 

DESFILE INAUGURAL 

           Lucia e Ivany que muito trabalharam no desfile
A 30 de abril, em nosso estádio de General Severiano e com a presença do Governador Sette Câmara, do novo Estado da Guanabara, efetuou-se o grande desfile inaugural dos X Jogos Infantis, a notável promoção de "Jornal dos Sports», tendo brilhado a representação botafoguense, com seus 240 pequenos atletas magnificamente uniformisados, sob a dedicada direção de Sylvio José Gomes, Sergio de Lamare, Genecylo d'Ornelas, Angelina Couto Simões, Ivany Benita Rivera, Lúcia de Oliveira Castro, Yvone Amélia Rivera e outros botafoguenses. Nem a chuva cruel que desabou às 17 horas pode empanar o brilho do desfile, que reuniu milhares de crianças e que teve como um de seus pontos altos, o momento em que a nossa jovem atleta, Elizabeth Pereira Simões, linda em seu uniforme de veludo branco, percorreu com a tocha olímpica a pista do estádio e acendeu a pira legendária. Nossa porta-bandeira, em uniforme de veludo negro, foi a já valorosa campeã de atletismo Cirene Teixeira Gomes, que obteve o quarto lugar, com 31 pontos e a balizinha, como sempre, a queridíssima Maria Regina Pereira Simões, terceira colocada, com 199 pontos, acompanhada pela graciosa menina Ana Maria L. d'Ornelas, futura baliza levando o placar com a denominação do Clube, Luiz Fernando Simões, recem-restabelecido do grave acidente que o vitimou e de novo com a sua camiseta alvi-negra. 
O BOTAFOGO, na classificação geral, obteve a quarta colocação, com 823 pontos, tendo sido campeão em uniforme, com 350 pontos e em contingente de bandeiras, com 135, cada qual mais bela. Fomos, ainda, vice-campeões em garbo, com 108 pontos, Quarto lugar em contingente de atletas e quinto em contingente de bicicletas (10). 
                    Cyrene e o diretor Cidio Carneiro
PEQUENOS JOGOS

Logramos o vice-campeonato, quer no masculino, quer no feminino, nos Pequenos Jogos, efetuados a 8 de maio, na Praça Paris, destacando-se, como sempre, a notável atuação de Maria Regina, nossa pequenina atleta, já tão consagrada em todas as competições em que suria.
 Nossos resultados foram os seguintes:
Rema-rema masculino — 5 a 7 anos: 1º José Marinho Feijó; 5º, Alexandre Pinto da Silva. 
Rema-rema Feminino — 7 a 9 anos: 3º, Maria Regina Pereira Simões: 4º, Suely Teixeira Gomes. 
Velocipedes - Feminino -- 5 a 7 anos: 5º, Diana Dias.
Automóveis de pedal —  5 a 7 anos: 4º, José Francisco Melo Pereira. 

                                 Valorosos ciclistas
Velocípedes — Masculino — 5 a 7 anos: 4º, Alexandre Pinto da Silva; 5º José Francisco Mello Pereira. 
Automóvel de Pedal — Feminino — 5 a 7 anos: 5º, Maria Margarida Morcradi Salgueiro.
Patinete — Feminino — 7 a 9 anos: 1º, Maria Regina Pereira Simões; 4º, Luci Coimbra de Mattos; 5º, Suely Teixeira Gomes. 
Rema-Rema — Masculino — 7 a 9 anos: 1º, José Roberto Pereira Garrido; 6º, Eduardo Pinto da Silveira.
Velocípedes — Feminino — 7 a 9 anos: 1º, Maria Regina Pereira Simões; 5º, Elizabeth Soares Dutra; 6º, Dalia Maria de Barros. 
Vice-Campeão Masculino — Botafogo, 57 -Pontos. Vice-campeão Feminino Botafogo, 47 pontos. Resultado Final: Vice-campeão — BOTAFOGO - 104 pontos.  

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 163 de junho de 1960
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XX Jogos Abertos de Cambuquira 

Eis como é relatada a participação do BOTAFOGO, pelo Dr. Alceu de Oliveira Castro, chefe da delegação, nos XX Jogos Abertos de Cambuquira: 

25 de abril de 1960. Senhor Presidente: 

Ainda uma vez foi o BOTAFOGO honrado com o convite da Prefeitura Municipal de Cambuquira para participar, com as suas equipes masculina e feminina de volleyball, dos tradicionais Jogos Abertos daquela encantadora cidade, completando, agora, seu vigésimo aniversário. Infelizmente, com o embarque já determinado para o dia 16, fomos obrigados, à última hora, a cancelar a parte masculina, já que não poderiam viajar seis de nossos melhores atletas. 

Coube-nos a honra de chefiar a delegação botafoguense e cumprindo nosso dever, oferecemos o seguinte relatório sôbre a magnífica excursão: 

Frente ao palanque desfilam Marise, Lucia, Mercês, Elmaq, Inge e Margot

16 de abril, sábado 

Deixamos a sede do Clube às 7 horas da manhã, em ônibus da Emprêsa de Turismo Saturin Ltda., com a seguinte delegação: Chefe, Alceu Mendes de Oliveira Castro; sub-chefe, Cláudio Pontual da Costa Ribeiro; técnico, Hekel de Miranda Rapõso; atletas, Margarida Tereza Nunes Leite, Marise Ribeiro Brito Freire, Ivany Benita Rivera. Lúcia Mendes de Oliveira Castro, Yvone de Araujo Santos, Ingeborg Ingrid Crause, Mercês Vieira Santos, Elma da Costa Martins, Celi Verran Pimentel e Norma Gantert; acompanhantes. Senhora Erica Crause, Senhora Lili da Costa Martins, José Brito Freire Sobrinho e Senhora Lolita Fernandes dos Santos. Cedemos ainda as vagas do ônibus à delegação de ballet aquático e agua-loucos da E.N.E.F.D.. chefiada pelo Dr. Waldemar Areno, que se féz acompanhar de sua exma. senhora e ao jornalista Victor Garcia, do Jornal do Brasil" e exma. senhora, pelos preços constantes de nossa prestação de contas em anexo. 


Campeãs do desfile - Yvone, Celi, Lucia, Inge, mascote Elizabeth Regina, Marise, Mercês, Ivany, Elma e Margot

As 8 e 25 paramos no Belveder para um café, seguindo às 8 e 50. Ás 11 e 15 nova parada, em Três Pinheiros, para o almôço, seguindo às 12 horas, correndo a viagem excelentemente até Pouso Alto, onde paramos ligeiramente às 13,30. Infelizmente, por volta das 14 horas, rutura do tubo de óleo, forçou a parada do ônibus por meia hora e, após a nossa chegada à Caxambu, às 15 horas, por duas horas, para os indispensáveis reparos.

Em Caxambu, tivemos um "assalto apavorante" de três gaúchos a cava-lo, nêles reconhecendo, após o "susto", nosso querido diretor Cidio da Silveira Carneiro, senhora e filha, todos três vestidos a caráter, com ponchos e chapéus desabados e que nos culminaram de gentilezas. Margarida não perdeu a ocasião e cavalgou pelas ruas de Caxambu na garupa do cavalo de Ana Lúcia Carneiro. As 17 seguimos para Cambuquira, onde finalmente chegamos às 18 e 50, recebidos no Elite Hotel pelo querido casal José e Romacild Carneiro Felippe, que já antecipara todo o nosso trabalho de distribuição de quartos; Wilcker e Wlander Carneiro, nossos diretores de volleyball e membros de destaque da comissão organizadora dos jogos e Mário Miranda, considerado o melhor apontador de nosso volleyball. 


Marise, Lucia, Celi, Mercês, Ivany e Yvone

17 de abril — domingo — 

As 8 e 30, concentração em frente ao Hotel Silva, para o desfile inaugural pelas ruas da cidade, que o BOTAFOGO venceu de maneira magnífica, com Yvone Santos de porta-bandeira; a garotinha Elizabeth Regina, filhinha do casal Carneiro Felippe, de mascote, conduzindo a bola, ladeada por Celi e Ivany e uma fileira esplendidamente sincronizada, formada por seis atletas — Marise, Lúcia, Mercês, Elma, Ingeborg e Margarida. 

Após o almôço, nosso técnico Hekel Rapôso compareceu à reunião onde foram sorteadas as tabelas, prevalecendo, como sempre, o sistema de dupla eliminatória para o volleyball feminino, que teve a participação dos seguintes clubes: BOTAFOGO, Flamengo, Fluminense, Tijuca e A.A,B.B. do Rio; C.A. Paulistano, de S. Paulo; Minas T.C.,  Atlético Mineiro e Mackenzie, de Belo Horizonte e Santa Rita, de Sapucai. 

Às 15 e 30 efetuou-se o Torneio de Apresentação, em set único de quinze pontos e participamos logo do primeiro encontro, sob terrível sol, derrotando o Mackenzie por 15 x 7, com Ivany, Marise, Celi, Margarida, Elma e Ingeborg. 

18 de abril, segunda-feira — 

Às 15 horas, sob o mesmo terrível sol, estreamos no torneio propriamente dito, perdendo para a A.A.B.B., em dramática partida, por 2 x 1 (10 x 15 — 15 x 7 — 15 x 12) . Com Ivany, Marise, Celi, Margarida, Mercês e Inbegorg, começamos bem, vencendo com autoridade o 1º set, mas, no segundo, jogando contra o sol, nossas meninas cairam de produção, tendo Yvone e Elma substituido Margarida e Marise. O intervalo para a negra foi dramático; Margarida teve de levar um balde dágua pela cabeça e Mercês sentiu-se mal, com ameaça de insolação, sendo carinhosamente socorrida pelo Dr. Waldemar Areno e forçando a entrada definitiva de Elma, que febril e com angina, são se encontrava em condições de jôgo. 


Elma, Mercês, Lucia, Inge, Marise, Celi, Margot, Ivany e Yvone

A equipe formou nesse set com Ivany, Marise, Celi (Lúcia), Margarida, Elma e Ingeborg e jogando ainda contra o sol, até o oitavo ponto, começou mal, para reagir quando mudou de lado, empreendendo linda rea ção que levou a contagem de 6x14 a 12 x 14, reação que, iniciada mais cedo, teria dado resultado, prejudicada também pela atuação do árbitro, que não deu uma bola visivelmente conduzida pela atleta Marlene Rosa e que seria nosso 13º ponto. 

19 de abril, têrca-feira —

Passando para a chave de perdedores, o BOTAFOGO enfrentou e venceu, às oito horas da manhã, o team do Atlético Mineiro, por 2 x 0 (15 x 13 - 15 x 7), atuando com Ivany (Lúcia), Marise, Celi, Margarida (Yvone), Elma e Ingeborg. Começamos mal o primeiro set, perdendo por 7 x 1, mas o técnico Hekel resolveu tentar o tradicional sistema de três-três, substituindo Margarida por Yvone e acertou a equipe, que reagiu e venceu com categoria. 

Após o jogo, na piscina, realizou-se o Concurso Miss Objetiva, magnificamente levantado por nossa representante, uma linda lourinha — Norma Gantert, aluna da E.N.E.F.D., irmã de nossa atleta Wilma Gantert e escolhida por Margot para portar as nossas cores e que homenageamos, à hora do almôço, com uma flâmula e um escudo do Clube. 

Às 15 horas, de ónibus, chegou do Rio nossa atleta Georgia Vieira Santos, para integrar a equipe e à noite, de trem, exausta e com a sua mão esquerda ainda engessada, a querida Neuci Ramos da Silva, especialmente convidada pela comissão para uns dias de descanso e que ficou conosco no Elite, sendo mesmo, nossa companheira de mesa. 

20 de abril, quarta-feira –

Único dia chuvoso da temporada, que forçou o adiamento da tarde para a noite, de nosso jogo com o Tijuca T . C. Às 14 e trinta, também de ónibus, chegou do Rio, nossa jovem atleta Carmen Valéria Carvalho Gama, completando-se, assim, a delegação. Às 21 e trinta, em noite gelada e úmida, enfrentamos e perdemos para o Tijuca por 2 x 1 (10 x 15 — 15x11 --- 15 x 6) ficando à margem do torneio. Vencemos com relativa facilidade o primeiro set mas para o segundo, Hekel substituiu Valéria, que se queixava de forte dor de ouvidos, por Georgia que, em noite de grande infelicidade, deu vários pontos ao adversário: a equipe desentrosou, foram feitas inúmeras trocas, com recurso, inclusive, à Elma, que continuava doente e tomando terramicina, mas, desgraçadamente, nada mais deu resultado.

A equipe, em resumo, formou com Valéria (Georgia-Yvone), Ivany, Marise (Mercês-Elma), Margarida, Celi e Ingeborg, tendo havido várias outras saídas e voltas de atletas. 

21 de abril quinta-feira –

A zero hora do histórico dia da inauguração de Brasília, repicaram os sinos em Cambuquira e estrugiram os foguetes. Passamos o dia assistindo as competições de volley e basketball e pela primeira -vez, as meninas compareceram à boite do Hotel Silva, sob o comando de Margarida. 

22 de abril, sexta-feira –

Às 14 horas acompanhamos nossa atleta Celi Verran Pimentel, linda e com belo vestido de passeio, ao Concurso Rainha dos jogos, no qual representou condignamente o BOTAFOGO, tendo sido vitoriosa a não menos linda atleta do  Fluminense F .C., Lygia de Alencar Azevedo. 

Na mesma ocasião, efetuou-se na piscina a grande novidade dos Jogos a exibição do ballet aquático e aqualoucos da E.N.E.F.D., que alcançou extraordinário sucesso, sob o comando de nossa benemérita, a Professóra Margarida Leite, tendo integrado o lindo corpo de ballet, nossa atleta Alice Borel Gomes e a turma de aqualoucos, nosso antigo remador João Carlos de Oliveira Barbosa (China).

23 de abril, sábado — 

Pela manha foi encerrado o volleyball, com as vitórias do Fluminense, no feminino e da Seleção, de Volta Redonda, no masculino. 

Com a quadra vaga, à tarde, as móças resolveram efetuar uma "pelada" de basketball, completando as nove participantes, com o atleta Johnny do Flamengo. E, tendo como apontador e cronometrista nossos diretores Carneiro Felippe e Cláudio que receberam as deno-duas equipes que receberam as denominações de "Bossa Nova" e "Ginga Velha". 


Margot, Lucia, Valeria, Mercês e Romacild

Venceu "Bossa Nova" por 55 x 46, com Ivany 31, Irany 3, Norma Vaz, 4, Abigail 5 e Johnny 12, contra Neuci 12, Luci 24, Yvone 6, Doramita 2 e Heleninha 2. Neuci, com a mão esquerda engessada, mostrou o quanto vale assim mesmo; Luci encestou esplendidamente e ã grata surprêsa, foi a veterana Yvone Santos, que não praticando o basket já há vários anos, foi a maior figura da quadra, exibindo-se com a mais absoluta categoria. 

À noite, por ocasião do jôgo decisivo de basketball masculino, no qual a equipe da FU.M.E. derrotou a do Flamengo, houve a entrega de prêmios em plena quadra.

 Recebemos, em nome do BOTAFOGO lindo medalhão e diploma, como campeões femininos do desfile e homenageamos o Prefeito, Sr. Arnaldo Lemos Siqueira e o Cambuquira Ténis Clube, com flâmulas de nosso Clube, tendo Norma Gantert, nossa Miss Objetiva, recebido, igualmente, medalha e diploma. 

24 de abril, domingo –

Todos, cedo, prontos para a viagem de retorno, marcada para às 7 horas. Estretanto, como às 7 e 30 o ônibus ainda não aparecera, a pedido nosso. Romacild telefonou para o Rio, onde a Saturin informou que, por engano de seus escritórios, o ônibus só chegaria à Cambuquira ao meio-dia, o que, para nós foi um contra tempo, mas para muitos, uma boa diversão, como, por exemplo, para Lúcia, Valéria e Ingeborg, que deram bons passeios a cavalo. 

No meio tempo, seguiram para o Rio, em um automóvel, Wlander Carneiro, Mario Miranda, Hekel e Neuci e, em outro, Yvone Santos, Romacild e Carneiro Felippe. 

Almoçamos às 11 horas, ainda no Elite e, com a chegada do ônibus, deixamos Cambuquira às 13 horas, com ligeiras paradas em Caxumbu, às 15 e Rezende, às 18, entrando em nosso querido Rio, que deixáramos ainda Distrito Federal e que encontramos Estado da Guanabara, às 21 e quinze, para chegar ao Clube, após várias paradas para deixar alguns dos viajantes, pouco depois de 22 horas. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted

Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 163 de junho de 1960

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CAMPEONATO CARIOCA

1ª divisão: Géo, Marise, Mercês, Ivany, Lúcia, Valéria, Elma, Inge e Margot

1º jôgo-Contra o Tijuca — Data:26-3-60 — Local: B.F.R. 1ª divisão: BOTAFOGO, 3x1 (18x20 - 16x14 - 15x9- 15x6). Equipe: Ingeborg, Celi,  Margarida, Marise, Ivany (Yvone) e Valéria (Elma).

2ª divisão: BOTAFOGO, 2x0 (15x12 — 15x7). Equipe: M. Helena, Marilda (Leonor), Ana Célia (Charlote), Sônia (Analúcia), Solange e Lúcia.

2ª divisão: Sônia, Marilda, Charlote, Leonor, Ana Célia, M.Helena, Solange, Lúcia e Ana Lucia.

2º jôgo - Contra o Flamengo — Data: 2-4-60 — Local: CRE. 1ª divisão: Flamengo, 3x1 (10x15 — 15x9 — 15x3 — 15x8). Equipe: Ingeborg, Celi, Margarida, Elma (Yvone-Marise), Ivany(Neuci) e Valéria.

2ª divisão -  Flamengo 2x0 – (15x3 – 15-10) . Equipe: M.Hele4na, (Analucia), Marilda (Charlote), Ana Célia,, Sônia, Solange e Lúcia.

3º jôgo Contra o Fluminense — Data: 9-4-60 Local: B.F.R. 1ª divisão: Fluminense, 3x1 (12x15 15x1 15x4 15x3) . Equipe: Ingeborg, Marise, Margarida, Elma (Celi), Ivany (Yvone) e Valéria. 2ª divisão: Fluminense, 2x0 (15x12 15x10) Equipe: Helena, Marilda (Charlote-Leonor) , Ana Célia (Analúcia), Sônia, Solange e Lúcia (Lilliane). 

4º jogo - Contra o America . Data: 27-4-60. Local: B.F.R. 1ª divisão: BOTAFOGO 3x0 (15x10 15x9 — 15x13). Equipe: Ingeborg, Celi, Elma (Yvone), Margarida, Ivany (Lúcia) e Valéria. 

5º jôgo - Contra o Municipal — Data 7-5-60 — Local: B.F.R. 1ª divisão: BOTAFOGO 3x0 (15x5 15x8 15x7). Equipe: Valéria (Margarida), Sônia (Marilda), Elma, Ivany, M. Helena e Celi. 

— RETURNO — 

6º jôgo - Contra o Tijuca. Data: 14-5-60. Local: T .T . C . 1ª divisão: Tijuca, 3x1 (15x6 11x15 15x13 15x11). Equipe: Ingeborg, Celi, Margarida, Sônia (Leonor), Elma e Ivany.

2ª divisão: Flamengo, 2x0 (15x3 15x10) Equipe: M. Helena ( Analúcia), Marilda (Charlote), Ana Célia, Sônia, Solange e Lúcia. 

7º jôgo Contra o Municipal — Data: 21-5-60 Local: C.M. . 1ª divisão: Botafogo 3x0 (15x4 15x3 15x6). Equipe: Valéria, Ivany, Elma (Solange), Cleide  (Lucia), Celi(Marilda) e Ana Celia (Ingeborg).

8º jogo – Contra o Flamengo – Data: 25-5-60. Local: B.F.R. 1ª divisão: Flamengo 3x0 (15x3 15x7 15x9). Equipe: Ingeborg, Celi (Yvone), Cleide (Marise), Elma, Ivany, (Ana Célia) e Valéria.

2ª divisão – Flamengo 2x1 (11x15 15x5 15x5). Equipe: M.Helena (Analucia), Charlote, Marilda (Leonor), Sônia, Solange e Lucia.

9º jogo – Contra o Fluminense. Data: 28-5-60. Local: F.F.C. 1ª divisão: Fluminense 3x1 (15x7 15x8 11x15 15x6). Equipe: Valéria, Yvone (Ana Celia), Marise, Elma (Cleide) Celi e Ingeborg.

2ª divisão: Fluminense, 2x0 (15x1 15x9) Equipe: M.Helena (Analucia), Charlote (Leonor) Marilda, Sônia, Solange e Lúcia. 

10º jogo - Contra o America . Data: 04-6-60. Local: A.F.C. 1ª divisão: BOTAFOGO 3x2 (15x8 11x15 4x15 15x8 15x3) . Equipe: Ingeborg, Charlote (Ivany), Cleide, Elma (Marilda-Solange), Yvonee Valéria. (Lúcia) e Valéria. 

RESUMO 

1ª Divisão — Jogos: 10. Vitórias: 5, Derrotas: 5.

Jogaram: Elma da Costa Martins, 10 jogos; Ivany Benita Rivera, Ingeborg Ingrid Crause, Carmen Valéria Carvalho Gama e Celi Verran Pimentel, 9; Yvene de Araujo Santos, 7; Margarida Tereza

Nunes Leite, 6; Marise Ribeiro Brito Freire, 5; Cleide Magalhães, 4; Marilda Araujo Gonçalves e Ana Célia Becker Pinto Aranha Lowndes, 3; LúciaMendes de Oliveira Castro, Solange Augusto Verol e Sônia Margarida Costa Godilho, 2; Neuci Ramos da Silva, Maria Helena Ferreira Veloso Leonor Campos Nogueira e Charlote Campos Nogueira, 1. Total: 18 atletas.

2ª Divisão — Jogos: 6. Vitórias: 2. Derrotas: 4,

Jogaram: Lúcia Mendes de Oliveira Castro, Maria Helena Ferreira Veloso, Marilda Araujo Gonçalves, Charlote Campos Nogueira e  Solange Augusto Verol, 6; Sania Margarida Costa Gordilho e Analúcia de Albuquerque, 5; Ana Célia Pecker Pinto Aranha Lowndes e Leonor Campos Nogueira, 4; Liliane Chaves de Castro Magalhães, 1, Total: 10 atletas.

A secção estêve a cargo dos dedicados diretores Cláudio Pontual da Costa Ribeiro, Wilcker Moreira Carneiro e Wilander Moreira Carneiro,

cabendo a direção técnica a Hekel Miranda Rapôso.

Nosso primeiro quadro foi inicialmente comandado por Margarida Leite e, posteriormente, por Ingeborg Crause e, o segundo, por Lúcia de Oliveira Castro.

Acervo Particular: Alceu Oliveira Castro Jungsted

Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 164 de julho de 1960

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Boletim nº 174 maio de 1961
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Sôbre a esplêndida proeza de nosso volleyball feminino, eis o relatório do chefe da delegação, Dr. Alceu de Oliveira Castro: 

25 de abril de 1961 
Senhor Presidente: 
É com a mais viva satisfação que comunicamos que, sob a honrosa missão que V. Sa. nos confiou, o BOTAFOGO conquistou, brilhantemente, um dos mais ambicionados títulos do desporto amadorista nacional — o de Campeão Invicto de Volleyball Feminino dos tradicionais Jogos Abertos de Cambuquira, em sua XXI disputa. 
E, desde logo, realcemos que a nossa equipe apresentou-se desfalcada de duas de suas maiores estrêlas, as scratchwomen Ingeborg Ingrid Crause e Sônia Freire de Araujo — e de seu dedicado técnico Hekel Raposo, seguindo apenas com oito atletas, uma das quais, reserva da equipe juvenil e, portanto, sem experiência de grandes cotejos. 
Solucionámos a direção técnica com a entrega da mesma à nossa consagrada campeã do passado — Romacild Carneiro Felippe que, assim como conseguira o titulo de 1948, em campo, como grande jogadora que foi, soube magnificamente, nêsse difícil posto de emergência, levar ao triunfo a bandeira alvi-negra, conseguindo implantar um invencível espírito de união e camaradagem entre todas as atletas, que fizeram da equipe uma armação irresistível. 
Feito êste indispensável preâmbulo, passemos á descrição cronológica da memorável temporada. 

15 de abril, sábado — Às 7 horas da manhã deixamos a sede do Clube, em ônibus de 25 lugares, da Emprêsa de Turismo Saturin, com a seguinte delegação: Chefe, Alceu Mendes de Oliveira Castro; assistentes da chefia, Cláudio Pontual da Costa Ribeiro, José Carneiro Felippe Filho e Adolpho Schermann; técnico, Romacild Roma Carneira Felippe; atletas, Marise Ribeiro Brito Freire, Lúcia Mendes de Oliveira Castro, Georgia Vieira Santos, Carmen Valéria Carvalho Gama, Elma da Costa Martins, Mercês Vieira Santos, Adolira Balacho Colen e Yolanda de Lacerda Cosenza. 
Acompanharam a delegação a senhora Lili Martins, José Brito Freire Sobrinho, José Isidro Teixeira Leite, a menina Elizabeth Carneiro Felippe e outras três pessoas que pagaram o preço, estabelecido para a viagem sendo justo desde logo observar que o signatário e os srs. Carneiro Felippe e Adolpho Schermann, viajaram e hospedaram-se em Cambuquira, às suas próprias expensas, já que o convite só concedia estadia a um dirigente, um técnico e oito atletas. A viagem, apesar do calor reinante, decorreu excelentemente, com parada às 8,40, no Belveder; almoço das 11 às 12 horas em Itatiaia; café ás 15, em Caxambu, e chegada, às 17, em Cambuquira, onde fomos hospedados, pela nona vez consecutiva, no querido Elite Hotel, de nosso grande amigo Jary de Oliveira. 
A noite após o jantar, fizemos, em companhia do casal Carneiro Felippe, Adolpho Schermann e Cláudio Pontual uma visita de cortesia ao, Prefeito João Silva Filho, o benemérito organizador dos jogos Abertos de Cambuquira, a e sua Exma. Senhora e, delegação coirmã da A.A.B.B., no hotel Sil onde, desde logo, foram localizadas com os dirigentes e árbitros, as primeiras medidas para o desfile inaugural.
Mercês; Valéria; Elma; Adolira; Marise; Valéria; Lúcia; Geo e a mascote Elizabeth Regina

16 de abril domingo — Às 8 e trinta da manhã seguimos, com nossas atletas, a concentração, frente ao Hotel Silva, para o grande desfile que, marcado para às 9 horas, teve inicio uma hora mais tarde, devido ao atraso com que chegou a banda militar. 
Conforme ficára deliberado, desfilaram logo após o Pavilhão Nacional, altas autoridades de confederações e federações e, entre as quatro presentes, duas nos pertenciam Adolpho Schermann, Vice-Presidente da C.B.V. e José Carneiro Felippe, Vice-Presidente da F.M. de Remo. 
Nossas atletas, com a valorosa e veterana Marise como porta-bandeira e a futurosa Elizabeth Regina como mascote, desfilaram magnificamente, envergando seus agasalhos negros e sendo aplaudidíssimas. 

Às 14 horas, na Prefeitura Municipal, realizou-se o Congresso dos clubes, ao qual comparecemos com José e Romacild Carneiro Felippe e Adolpho Schermann, ficando estabelecida que, sendo seis os concorrentes a volleyball feminino, seria o mesmo disputado em partidas de melhor de três sets, em turno único, sendo proclamado campeão, em caso de empate entre dois participantes, o vencedor da partida entre os mesmos efetuada, e, em caso de empate entre mais de dois, pelo set average. 
Na mesma reunião, foi criada uma Comissão de Disciplina e para ela nomeado nosso Superintendente Adolpho Schermann e solicitado aos Clubes, apresentassem sugestões para reforma e melhoria do regulamento para 1962. 

17 de abril, segunda feira - Estreámos as 9 horas da manhã, vencendo com absoluta autoridade o valoroso quadro do Minas Tênis Clube por 2x0 (15x7 — 15x13), tendo atuado Valéria, Géo, Mercês (Lúcia), Adolira, Elma e Marise, sob a capitanea de Géo. 

18 de abril, têrça-feira - Pela manhã, assistimos provas do torneio de tênis, onde inscrevemos nosso valoroso atleta de volleyball Décio Mauro Rodrigues da Cunha, em simples e em duplas, com Octavio Ferreira. 
Às 14 horas, nova reunião do congresso dos clubes, a qual comparecemos com Schermann e Carneiro Felippe e às 19 e trinta, grande jôgo contra o poderoso quadro do C. A. Paulistano, em que, com Valéria, Géo, Mercês, Adolira, Elma e Marise, vencemos sensacionalmente por 2x1 (13x15 15x13 15x3), no melhor prélio efetuado em Cambuquira. 
A equipe, bem comandada pela calma e pelos conhecimentos de Romacild, jogou otimamente. Teve o 1º set ganho e, com pequenas falhas, veio a perder. Ganhou o segunda em eletrizante virada e, o terceiro, de forma arrasadora, empolgando nossa entusiástica torcida dirigida por Mário Miranda.

19 de abril, quarta-feira — Após ligeira chuva, o tempo melhorou e, mantida a programação, às 19 e trinta, enfrentámos e vencemos a A.A.B.B. por 2x1 (15x8 10x15 15x1.0), em partida nervosa e duríssima, na qual, ainda uma vez, alinhámos Valéria, Géo, Mercês, Adolira, Elma e Marise. 
20 de abril, quinta-feira — Pela manhã, entregamos á Comissão Dirigente, as sugestões para a reforma do regulamento, magnificamente elaboradas por Adolpho Scherman, sendo que o BOTAFOGO foi o único grêmio que atendeu ao apêlo formulado para êsse fim. A tarde chuvosa recuou a programação, ficando o nosso jôgo contra o Sparta V. C., de Belo Horizonte, boa equipe, atrasado das 19 e 30 para 21 e 30. 
Vencemos por 2x1 (5x15 15x10 15x9), após um péssimo primeiro set, no qual o nosso adversário conseguiu sua contagem em saques, mas reagimos bem, com Mercês também arrasadora nos saques, tendo atuado Valéria, Géo, Mercês, Adolira, Elma (Lúcia) e Marise, sendo que Lúcia entrou com sucesso voltando Elma no final do 30 set. 
Findo o encontro, nossas meninas, que ignoravam o regulamento, ficaram assombradas quando souberam que já eram campeãs, pois se perdessemos o último encontro, só poderíamos empatar com o Paulistano ou a A.A.B.B., ambos já por nós derrotados nas partidas anteriores. A façanha foi comemorada com esplêndida ceia, na qual as novas campeãs ergueram os mais ruidosos hurrahs ao BOTAFOGO, á Romacild e ao sempre presente Cláudio Pontual. 

21 de abril, sexta-feira — Dia todo de chuva miuda, sem competições de volleyball, tendo Adolpho Schermann participado da caravana do Prefeito João Silva Filho, por especial convite do mesmo visitou a E.S.A. em Tres Corações. 
À noite, comparecemos com tôda a delegação, à sessão de cinema especial promovida pela direção, para exibição de um filme sôbre o Mundial de Volleyball. 
Valéria cortando, Lúcia e Geo na expectativa

22 de abril, sábado — Pela manhã após três vitórias, nosso valoroso atleta Décio Mauro deu mais um titulo ao BOTAFOGO, consagrando-se Campeão Masculino de Simples, sendo que, com Octavio, obteve o terceiro lugar em duplas. 
Às 13 e trinta, na Prefeitura, realizou-se a sessão de encerramento, onde, como sempre, tivemos a assistência de Schermann e Carneiro Felippe.
E, às 15, encerrámos, com chave de ouro — CAMPEÃO INVICTO — o torneio de volleyball, quando nos impusemos ao Mackenzie E. C., de Belo Horizonte, por 2x0 (15x13 154), apresentando Valéria (Yolanda), Géo Mercês Lúcia, Adolira, Elmo e Marise. Foram, pois, 5 jogos e 5 vitórias, com 8 atletas que assim participaram Valéria, Geo, Mercês Adolira, Elma e Marise, 5 jogos; Lúcia 3 e Yolanda, 1. À noite, às 23 horas, o querido Prefeito João Silva Filho, em plena quadra, procedeu à entrega das medalhas às nossas denodadas campeãs e ao campeão Décio Mauro. 
Pelo microfone, usamos da palavra, agradecendo a fidalga hospitalidade recebida e oferecendo à Prefeitura, a medalha comemorativa do Cinquentenário do Clube e á Exma. Senhora João Silva Filho, uma flâmula de sêda, que lhe foi entregue pela nossa grande Romacild. 
Na mesma noite, tivemos a satisfação de ver nossa jovem atleta Valéria indicada para o selecionado dos Jogos Abertos, pelos votos dos técnicos presentes, tendo as meninas, a seguir, comparecido à boite, em companhia de Cláudio Pontual. 

23 de abril, domingo — Deixamos a querida Cambuquira como Campeões Invictos, as 8 horas da manhã, em ônibus da Saturin, de 37 lugares e trouxemos, como especial convidado, o simpático jornalista Oswaldo Lopes de Castro, do "Diário de Notícias». 
Às 9 e 45, parámos ligeiramente em Caxambu; das 13 às 14 horas, almoçámos em Rezende e, após magnífica viagem, às 17 horas, chegámos á sede do Clube, encerrando esplêndida excursão, na qual o Clube cobriu-se de louros, com uma delegação de exemplar conduta, que soube retornar invicta, dentro das mais salutares normas desportivas. 
Nossos sinceros agradecimentos, portanto, às oito valorosas atletas, ao jovem campeão Décio, à nossa querida Romacild que soube comandar com a mesma fibra com que jogava, a equipe vencedora; a Cláudio Pontual, sempre assistindo suas pupilas; a Carneiro Felippe, nosso assessor em todos os momentos e, por último, a êste brilhante desportista que é Adolpho Schermann, que foi o nosso braço direito, como tesoureiro da delegação e como representante nos congressos realizados. 
Com os protestos de nossa alta estima e consideração, subscrevemo-nos, Alceu Mendes de Oliveira Castro 
Dir. do Dep. de Comunicações

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 174 de maio de 1961
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Cambuquira

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 175 de junho de 1961
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Excursão a São Paulo 

Trechos do relatório do chefe da delegação, Sr. José Carneiro Felippe Filho: 

A delegação: Chefe — José Carneiro Felippe Filho; assessor, Cláudio pontual da Costa Ribeiro; acompanhante das môças, Romacild Maria Roma Carneiro Felippe; técnico, Heckel de Miranda Rapôso; atletas: Adolira Balaccho Colen, Carmen Valéria Carvalho Gama, Elma da Costa Martins, Georgia Vieira Santos, Ingeborg Ingrid Crause, Lúcia Mendes de Oliveira Castro, Márcia Raposo; Marilda de Araujo Gonçalves, Mercês Vieira Santos, Sônia Freire de Araujo, Aldo José Caneca, Antônio José Vaghi, Eugênio Oscar Scheurer, Gelson Moreira Carneiro, Henning von Staa, Mário Burger Rêgo Monteiro, Mauricio de Pinho Moreira e Murilo Castilho Gomes; agregados — Lúcia Rapôso, Mário Miranda Barbosa, Suely Castilho Gomes, Wlander Moreira Carneiro e Yolanda de Lacerda Cosenza. 

OBSERVAÇÕES: O atleta Antônio José Vaghi, viajou por via aérea e por conta própria, na tarde do dia 27, tendo regressado com a Delegação. 
Como não viajaram os atletas Antônio Clemente, João Carlos Quaresma e Wladenir Calmon e tendo o C. A. Paulistano colocado à disposição do Botafogo F. R. 26 acomodações, resolvemos incluir na Delegação as Sras. Lúcia Rapôso e Suely Castilho Gomes e o diretor de volibol Wlander Moreira Carneiro que ficariam hospedados, porém por conta própria. 

Viagem de ida: 
Às 22,30 h. do dia 26, em ônibus especial fretado pelo Clube para os serviços da excursão, salmos da sede do Botafogo, levando em nossa companhia o Dr. Jairo de Barros Araujo, diretor da USE, emprêsa que nos atendia na ocasião. 
Estacionamos diante da estação de desembarque de lanchas que serve Rio-Niterói-Rio, para apanharmos os atletas Gelson e Murilo, sendo que êste acompanhado de sua espôsa Suely. Reiniciamos viagem ás 23,20 horas rumo ao Belvedere, que alcançamos a 1,30 h. e onde paramos, por dez minutos, para um ligeiro café. Quando às 2,40 h o ônibus es-acionava junto a parada da Cia. Cometa em Itatiaia, foi abalroado por um veículo da citada emprêsa que estava manobrando para sair, sem maiores consequências. Após o café, seguimos às 3,05 h em direção a São Paulo que alcançamos às 6,30 horas da manhã. Estacionamos diante do hotel Marabá, na Avenida Ipiranga e nos dirigimos á gerência, juntamente com Hekel para que pudessemos efetuar a distribuição dos quartos (anexo 1) e preenchimento das fichas de polícia que foram pelo signatário do presente abonadas. 

DIA 27-5 — Na ocasião, resolvemos que tendo em vista nada constar com relação ao café da manhã, pois o Botafogo estava sendo aguardado à tarde, considerou-se o mesmo como despesa extra, isto é correndo por conta dos interessados. 
Alguns componentes ficaram no hotel repousando, outros aproveitaram para fazer compras, pois o comércio fecharia às 12,30 h. Por volta de 11,00 h recebemos a visita do Sr. Achid, jogador do Paulistano. O Sr. Raul, gerente do mesmo clube, pelo telefone, informou-nos certos detalhes com relação a estada de nossa delegação naquele hotel em São Paulo. 
Às 13,00 h chegamos ao Clube Atlético Paulistano onde os diretores Dr. João Alvaro Botelho Miranda e Plínio Cauberg Júnior nos aguardavam e com os quais palestramos, tendo a seguir nos encaminhado ao restaurante onde almoçamos acompanhados pelos diretores acima citados e jogadores do clube local. Após o café percorremos as obras do ginásio em fase de conclusão. 
Às 15,00

No Pinheiros: Mercês; Márcia; Valéria; Elma; Eunice; (E.S.P.);Inge; Adolira; Lúcia e Marilda
h, os atletas se dirigiram ao hotel para repousar, o que fizeram até às 17,45 h, pois às 18,15 h  deveríamos voltar ao Paulistano para um pequeno lanche. Novamente fomos recebidos efusivamente e a seguir conduzidos para o bar junto a piscina. 

As 20,00 h, nos encaminhamos ao ginásio «velho» onde começariam os jogos contra o clube local. Primeiramente jogaram  as moças, que depois de um inicio promissor caíram de produção e finalmente acabaram rendo derrotadas pelo «score» de 3 x 1 (13 x 15, 15 x 6, 15 x 12 e x 10) (anexo 2). 
Depois de um curto intervalo foi iniciado o jôgo entre os quadros masculinos, ainda com o clube local e sofremos uma nova derrota pelo «score» contundente de 3 x 0 (15x12 15x13 e 15x4) (anexo 3). 
À meia-noite, mais ou menos, jantamos no restaurante no bairro de Pinheiros. Êste foi um jantar de congraçamento entre o Botafogo F. R. — C. A. Paulistano, onde os atletas e os dirigentes se confraternizaram. Ao término do jantar, procuraram-nos as Stas. Maria Augusta e Flávia, jogadoras do Paulistano, a fim de nos convidar para uma festa na residência da primeira. Não, poderíamos nos eximir do convite pois seria uma desfeita aos dirigentes e atletas do clube que nos recepcionava. Assim foi autorizado aos atletas o comparecimento à festa, e seguiram dirigidos pelo casal Murilo e Suelly, Mariozinho e Lúcia Castro. No dia seguinte pela manhã, recebemos dois «relatórios verbais», os quais não nos surpreenderam, pois conhecemos bem os atletas que constituiam a delegação. 
Marilda; Valéria; Mercês; Lúcia e Ingeborg

DIA 28-5 — Antes das 11 h entrei em entendimento com o Sr. Raul do Paulistano e acertei a melhor forma para não aumentar as despesas do clube patrocinador. Era de que o Botafogo saisse do hotel até às 12,00 h a fim de que não fôssem cobradas outras diárias. Imediatamente tivemos contato com o Sr. Gerson de Lima, vice-diretor esportivo do Esporte Clube Pinheiros e combinamos a hora para que estivéssemos naquele clube. A seguir, as bagagens foram colocadas no compartimento próprio do ônibus enquanto tomávamos as últimas providências junto à gerência do hotel, isto é, pagamento de gratificações, de extras e de contas dos agregados à delegação. Assim, a delegação saiu definitivamente do hotel e seguiu para a sede do E. C. Pinheiros, onde chegou cerca de 13.00 h. Esperava-nos o presidente do clube Sr. Oscar Puig Peckler, Dr. João Antônio de Souza Ribeiro, Sr. Paulo Fabian e Senhora, vice-diretor social Sr. José de Barros e Senhora, diretor-esportivo e Gerson de Lima. 

No Paulistano: Aldo; Mercês; Adolira; Valéria; Inge; Géo; Eugênio; Márcia; MArilda; Henning; Yolanda; Mauricio; Mario e Lúcia.
Enquanto os vários elementos da delegação percorriam os amplos salões de festas e outras dependências da sede do clube, acompanhados do Sr. Paulo Fabian, ficamos palestrando com o Sr. Presidente, Dr. Souza Ribeiro e José de Barros e na ocasião ofertamos à Biblioteca do Clube um exemplar do livro «Seleções Brasileiras Através dos Tempos». No restaurante, como no C. A. Paulistano foi-nos oferecido um expressivo almôço, tendo a mesa em forma de «U» e acompanhamento musical. À champanhe o Sr. José de Barros, agradeceu a presença do Botafogo e lembrou que vem de longa data os laços de amizade que unem os dois clubes. Aproveitamos a oportunidade para em rápidas palavras agradecer a hospitalidade e oferecer em nome do Presidente do Botafogo uma flâmula de nosso Clube. 
À 16,00 h. em quadra descoberta teve início o jôgo feminino que perdemos pelo escore de 3x1 (7x15, 15x0 15x5 e 15x5) (anexo 4). Posteriormente, tendo ainda como adversário o S. C. Pinheiros, o quadro masculino venceu esmagadoramente pelo escore de 3x0 (15x3, 15x11 e 15x5) (anexo 5). 
Terminada a jornada esportiva o clube local nos ofereceu na sede-auxiliar, junto à quadra de tênis, um jantar do qual participou também o nosso prezado consócio e amigo Heloysio Martins Pereira. Após o mesmo os atletas se retiraram para percorrer o clube enquanto ficamos no restaurante palestrando com o casal José de Barros até às 20.15 h. quando apresentamos nossas despedidas e nos dirigimos para o portão dos fundos, local pré-estabelecido para o encontro da delegação às 20,30 h. 

Grupo feito no almoço oferecido pelo E.C. Pinheiros
VIAGEM DE VOLTA — Iniciamos a viagem de volta às 20.45 h., vindo como nossos companheiros o Prof. Caldeira e o atleta Luiz Washington Moreira da Fonseca, sendo que êste último desembarcou em São José dos Campos. À 0.00 h. do dia 29 estávamos na parada do «Clube dos 500» onde tomamos café, para sairmos vinte minutas mais tarde com destino ao Belvedere que alcançamos às três horas e depois de uma pequena refeição e de ser feito o reabastecimento do ônibus reencetamos viagem às 3.15 h. com destino ao Rio. Antes de atingirmos a sede do clube deixamos respectivamente em Inhaúma, nas Barcas e na praia de Botafogo os seguintes membros: Adolira, Ing, Géo, Mercês, Murilo, Suelly, Gelson, Mário Miranda, Aldo e o Prof. Caldeira. Às 5.25 h. paramos em frente à sede do clube após a realização de uma esplêndida viagem. 
DISCIPLINA 
Os componentes da delegação mantiveram sempre um clima de disciplina e respeito que facilitou bastante o trabalho da chefia. 
CONCLUSÃO 
Quanto à parte social a excursão foi um completo êxito, pois fomos recebidos com carinho clubes, C. A. Paulistano e S.C. Pinheiros, aos quais ficamos devedores de nossa gratidão. 
Quanto à parte técnica, não teve o êxito esperado pois em 4 jogos, dois masculinos e dois femininos, só vencemos um único no setor masculino. Pareceu-nos que houve precipitação na aceitação de jogos, pois os quadros tanto feminino como masculino não se apresentam em forma ideal para realizar jogos fora de nossa cidade e principalmente como aconteceu com o quadro masculino que atuou desfalcado. 
É pensamento da direção do E. C. Pinheiros estabelecer um grande intercâmbio tanto social quanto desportivo, sendo que nesse setor está propenso, desde que o Botafogo assim o deseje, a iniciar uma competição nos moldes olímpicos entre os dois clubes. Assim encerramos êste relatório consciente de que a delegação do Botafogo soube socialmente honrar tradições do nosso glorioso clube e que os atletas componentes da delegação tudo fizeram para que esportivamente, também, assim acontecesse, porém fatôres adversos o impediram. Resta-nos, pois, agradecer a confiança que a alta direção de nosso clube soube nos cumular e esperamos ter cumprido o nosso dever. 
Rio de Janeiro, 5 de junho de 1961 
José Carneiro Felippe Filho 
DADOS TÉCNICOS 
Jogos de 27-5-61 — Contra o C. A. Paulistano. Quadra: C.A.P. Feminino: Paulistano, 3x1 (11x15 15x6 15x12 15x10). Equipe: Sônia, Ingeborg, Valéria, Adolira, Elma (Marilda e Géo) e Mercês (Márcia). Masculino: Paulistano, 3x0 (15x12 15x13  15x4). Equipe: Gelson, Mauricio, Henning (Aldo), Vaghi (Eugenio) e Mário. 
Jogos de 28-5-61 — Contra o E.C. Pinheiros. Quadra: E.C.P. Feminino: Pinheiros, 3x1 (7x15 15x0 15x5 15x5). Equipe: Márcia (Sônia), Jngeborg, Valéria (Marilda), Adolira, Elma (Géo), e Mercês. 
Masculino: Botafogo, 3x0 (15x3  15x11 — 15x11). Equipe: Murilo,
Gelson (Aldo), Mauricio, Henning, Vaghi, Mário, Eugenio e Luiz, Washington.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 176 de julho de 1961
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 178 de setembro de 1961
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Lúcia, pode-se dizer, nasceu no BOTAFOGO, que freqüenta desde pequenina, como filha querida que é, de nosso diretor e Grande-Benemérito Dr. Alceu Mendes de Oliveira, Castro.
 Aos quatorze anos, a 16 de novembro de 1952, sob o eficiente comando de Margarida Leite, estreou vitoriosamente em nosso voleyball, em amistoso na quadra do Vitória Tênis Clube, abatendo a equipe local e conquistando, logo após, dois títulos de Estreantes. Jogando volley até hoje, Lúcia em 53 e 54 também defendeu nossas cores em natação, onde obteve urna primeira colocação, uma segunda, uma terceira e uma quarta em nado de costas, deixando êste desporto, em que tanto prometia, devido à falta da piscina do Mourisco. 
Consagrou-se nos Jogos da Primavera quando, tomada de verdadeiro entusiasmo, praticou o remo de 1954 a 56, revelando-se extraordinária voga de nossa yole de quatro, cujas façanhas passaram história do BOTAFOGO, merecendo estas palavras do Presidente Paulo Azeredo em seu relatório ao Conselho Deliberativo: «Não é demais salientarmos aqui, a atuação da nossa jovem atleta Lúcia Mendes de Oliveira Castro, que foi, nesses três anos, uma verdadeira líder do remo feminino botafoguense, empregando-se com raro entusiasmo e total espírito de sacrifício, pelo seu sucesso». 
Modesta, dedicada, disciplinada e, sobretudo, botafoguense convicta, a nossa Dada da intimidade, que êsse ano já fraturou um perna a serviço do Glorioso, em suas dez temperadas de 1952 a 61, logrou a seguinte bonita série de títulos: 
VOLLEYBALL 
1952 - Campeã do Torneio de Apresentação de Estreantes 
1952 — Campeã de Estreantes 
1954 — Vice-campeã da 2ª Divisão 
1955 — Campeã da 2ª Divisão 
1956 — Vice-Campeã dos J. A. de Cambuquira 
1958 — Vice-campeã da 2ª Divisão 
1959 — Vice-campeã dos J. A. de Cambuquira 
1961 — Campeã dos J. A. de Cambuquira. 
JOGOS DA PRIMAVERA 
REMO 
1954 - Campeã de yoles a quatro 
1954 — Vice-Campeã de Yoles a oito 
1955 — Vice-campeã de yoles a quatro 
1956 — Campeã de Yoles a quatro
 1956 — Vice-campeã de yoles a oito. 
GINÁSTICA DE CONJUNTO 
1957 — Vice-campeã 
Total — 14 títulos, sendo seis de campeã e oito de vice-campeã. Como porta-bandeira impecável, foi segunda colocada no desfile da Primavera de 1960 e na Olimpíada Botafoguense, da qual foi notável dirigente em 1957, 58 e 59; possui o interessantíssimo titulo de Tetra-Campeã de Volleyball, além dos títulos de campeã de atletismo e basketball, na categoria — curiosas — de 1957. 
É esta grande atleta que, honrando a fidelidade ao nosso imortal pavilhão, será consagrada pelo aplauso caloroso dos botafoguenses na monumental tarde olímpica que se aproxima. 

Acervo particular Roberto Castro Barbosa
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 180 de novembro de 1961
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Para a V Olimpíada Botafoguense, o Presidente Paulo Azeredo nomeou uma Comissão Executiva, tendo como Presidente o General Henrique Saddock de Sá e, como membros, todos os diretores das secções amadoristas. 

Como especial homenagem, foi nomeada Patrono Geral das Olimpíadas Botafoguenses, a Benemérita Margarida Tereza Nunes Leite e, como Patronos das equipes disputastes, os Grandes-Beneméritos, Ibsen De Rossi e Rivadavia  Corrêa Meyer, respectivamente da Estrela Solitária e do Glorioso. 

E, na tarde azul e quente do sábado, 21 de outubro, em nosso estádio, sob o comando geral do General Saddock de Sá, magnificamente auxiliado por Walter José dos Santos, delicado Chefe do nosso Departamento tecnico, efetuou-se o tradicional Desfile Inaugural, como sempre, maravilhoso. 

Precedida pela banda marcial da gloriosa Policia Militar, surgiu a jovem atleta Tânia Maria Calainho, empunhando uma grande Estrêla Solitária, seguida da balizinha Maria Regina Pereira Simões, acompanhada por Ana Maria d'Ornelas, Rebeca Pereira e Huguinho e da grande faixa anunciativa da V Olimpíada, conduzida pelas valorosas atletas Marilda Araujo Gonçalves, Carmen Valéria Carvalho Gama e Wilma Regina Gantert. 

Garbosamente, com o Patvilhão Nacional, surgiu a figura querida do General Saddock de Sá, seguido de três outros pavilhões nacionais, portados pelas atletas Maria José Queiroz, Alzira de Almeida e Heloisa Regina Cesar e da guarda de honra formada pela briosa secção do Esgrima.

E, logo após, as bandeiras idolatradas do Clube, conduzidas por três de nossos maiores campeões do passado, a do B.F.R., pelo Dr. Carlos Leal Burlamaquii a do C.R.B., pelo Dr. Edgard Julius Barbosa Arp e a do B.F.C.., por Estanilau Figueiredo Pamplona, também com sua guarda de honra, formada pela novel secção de Escotismo, tudo acompanhado pelas longas fileiras de nossos atletas de todas as gerações, inclusive os da Secção de Xadrez e os representantes do Departamento Social. 

Feito alto face a Tribuna de Honra, foi religiosamente ouvido o Hino Nacional, penetrando, em seguida, na cancha, com o fogo simbólico, a campeonissima  Neuci Ramos da Silva que, com graça e beleza, sob urna impressionante ovação, executou a volta olímpica e iluminou a pira, no momento preciso em que o Presidente Paulo Azeredo declarava aberta a V Olimpiada Botafoguense. 

Executado o Hino do BOTAFOGO, o Dr. Alceu de Oliveira Castro conclamou, para o emocionante momento supremo — o da Honra à Fidelidade — nossos exemplares atletas Lúcia Mendes de Oliveira e Epaminondas José Leal Filho, dirigindo-lhes as seguintes palavras: 

«Botafoguenses Eis, perante esta tribuna, dois denodados atletas — Epaminondas José Leal Filho e Lúcia Mendes de Oliveira Castro que, por dez temporadas sucessivas, com a mais absoluta dedicação, quer nas jornadas fulgurantes de vitórias, quer nos dias sombrios de revezes, vêm honrando o Pavilhão da Estrela Solitária.

Epaminondas, que estreou sob meu comando em 1952, e que com raro brilho e eficiência integrou nossa equipe principal de basketball até hoje, quando a deixou para assumir a direção técnica de tôdas as nossas equipes masculinas, já tendo alcançado êste ano os títulos de Juvenis e de Infantis. 

E Lúcia que desde pequenina, como filha querida, acompanha todos os meus passos dentro do Glorioso, cujas côres alvi-negras defende dedicada e entusiasticamente sem poupar sacrifícios, já tendo colhido o laurel de uma perna fraturada a seu serviço. 

Epaminondas e Lúcia, vocês souberam honrar e dignificar o BOTAFOGO, que os abraça comovido e agradecido nêste inesquecível momento. Muito obrigado». 

E o Presidente Paulo Azeredo, sob emoção geral, colocou o símbolo da fidelidade aos peitos de Lúcia e Epaminondas, calorosamente aplaudido por tudo que fizeram e farão, ainda, pelo nosso imortal pavilhão. 

Seguiu-se a entrega de delicadas lembranças da Comissão Executiva aos desportistas Paulo Azeredo, Ibsen De Rossi, Rivadavia Corrêa Meyer, Alceu de Oliveira Castro, Neuci Ramjos da Silva e Margarida Leite, sendo que esta, que chegou mais tarde recebe sua gentil dádiva das mãos do Vice-Presidente Ney Cidade Palmeiro. 

Luiz Serpa Coelho Junior, o querido Lulú, outro atleta exemplar que honra o nosso Clube, foi, a seguir, convocado, prestando o Juramento Olímpico, por todos os atletas repetido, iniciando-se, então, o desfile de encerramento. 

Terminou essa tarde inesquecíveL com excelentes e magníficas demonstrações de nossas valorosas secções de halterofilismo, judô e aeromodelismo, que prenderam a atenção e encantaram a todos os presentes, muitos dos quais, nunca tinham tido o prazer de aplaudi-las. 

E a Diretoria do BOTAFOGO em sua sessão de 23 de outubro, com tôda a justiça, inseriu em ata um voto de louvor ao General Saddock de Sá, à Comissão Executiva, ao Sr. Walter dos Santos e a todos os participantes dessa festa de gala botafoguense. 

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 181 de dezembro de 1961
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Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 181 de dezembro de 1961
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