EDSON PERRI
ESPORTE DE GRANDES TITULOS PARA O BFR
O Pólo-Aquático do BOTAFOGO é um esporte que consegue alcançar muitas vitórias. Há muitos anos que o nosso clube vem liderando a conquista de títulos nas mais diferentes categorias dessa pratica desportiva.
Um nome deve ser destacado em todas essas façanhas: Edson Perri, o "Barriga". Ele tem esse apelido, porque possuía uma barriga bem grande quando era pequeno e seu irmão cognominou-lhe assim.
Formado em Educação Física pela Escola Nacional de Educação Física turma de 1952 - Edson, começou a nadar no Guanabara com 7 anos de idade e lá jogou Pólo-Aquático de 1942 a 1959, começando aí a sua vitoriosa carreira de treinador.
Mas, ressalta ele, sempre foi botafoguense, já que seu tio Braz e seu irmão Reynaldo, jogaram futebol no GLORIOSO.
"Meu pai - Nicola Perri - foi criado no BOTAFOGO. Levava os jogadores das equipes de basquetebol e futebol aos jogos, em seu carro bastante grande. Ele jogava no S. C. Brasil (Praia Vermelha), com muitos amigos daqui do clube, entre eles, Zezé Moreira. Era escalado como goleiro, segundo os amigos, por causa do seu carro".
Perri é Benemérito do Guanabara desde 1955. E, em 1959 foi treinar o Fluminense, passando a Profissional e lá ficando até o final de 1962.
O extraordinário Aladar Szabo, era seu atleta no tricolor e quando veio para o BOTAFOGO, no inicio de 1983, fez força, juntamente com Carlos Antônio de Souza Ribeiro (Carlão) , Caetano e Ponce, para que Barriga viesse treinar o clube de seu coração e realizar, assim, seu grande sonho. Ele já era sócio há muito tempo. Comenta ele:
“Assinei um contrato por três meses e aqui estou há 14 anos. Após esse primeiro contrato, passei a assinar anualmente".
Nesta época, o GLORIOSO estava retornando às atividades aquáticas, pois, houve um período de paralisação provocado pela construção do Mourisco-Pasteur. Perri encontrou vários dos jogadores anteriores à paralisação forçada das atividades. E, justamente nesse ano de 1963, o BOTAFOGO, após enfrentar por 5 vezes consecutivas o Fluminense, levantou o Campeonato Carioca da 1a Divisão. Destes 5 confrontos, Perri destaca o primeiro, realizado na piscina do Mourisco-Pasteur, no qual obtivemos expressiva vitória de 7x4..
Ele analisa:
"Foi um Campeonato que atraiu grande público e lotou a piscina do Guanabara, para assistir a "negra" contra o Fluminense. A vinda de Szabo para o BOTAFOGO - sem dúvida o maior jogador que já treinei e a longa série invicta do tricolor (aproximadamente 102 Jogos), foram fatores de motivação para o torcedor. Considero a conquista deste título, como uma das maiores alegrias na minha vida esportiva".
Neste período, Perri já dirigia todas as categorias do nosso Pólo-Aquático, coisa que faz até hoje, sempre com muita dedicação e amor à causa botafoguense. É um homem pesquisador, tendo a grande vantagem de conhecer as regras a fundo e protestar veementemente, todas as vezes que vê
os direitos do ALVINEGRO não serem respeitados. Suas desavenças com os árbitros são famosas.
“Sou o Kanela do Polo-Aquático. Sempre cumpri as regras, regulamentos e códigos, exigindo seriedade no cumprimento das mesmas por parte dos árbitros".
Por isso mesmo, Barriga é tido como o treinador mais laureado do Brasil. Possui títulos em todas as categorias, e desde que está no nosso clube, nunca deixamos de conquistar ao menos um titulo por ano, da, mesma forma que, qualquer Seleção Brasileira formada neste período, nunca deixou de possuir algum atleta do BOTAFOGO.
Destaca ele, que nas Olimpíadas de Tóquio, em 1964, o atleta Walter Stuart Bell, do Polo-Aquático botafoguense, foi Porta-Bandeira da delegação brasileira.
Uma das grandes paixões de Edson Perri é a Caça Submarina, onde foi fundador e 1° Presidente da Federação Carioca-fundada em 1967. É treinador há 17 anos da Seleção Brasileira de Caça Submarina, ganhando vários títulos em todas as categorias (inclusive mundiais).
Também no Polo Aquático, foi diversas vezes treinador da Seleção Carioca e Brasileira, sempre conseguindo as melhores colocações, dentro das nossas possibilidades. No ano de 1975, ia ao Pan Americano do México. Pediu dispensa da viagem por problemas particulares, mas, a Seleção Brasileira acabou não indo a competição.
Esteve na Hungria, em 1975 e comenta o que observou:
"Presenciei o treinamento deles, que é muito puxado na parte física feita fora da piscina, com pesos. São exercícios para adquirir bastante força muscular".
Sobre o recente Torneio Internacional de Pólo-Aquático, realizado aqui no Rio de Janeiro, Perri diz não ter achado bom o nível, pois, as equipes vieram totalmente fora de forma e visando mais os passeios.
Perri treina nossas diversas equipes, diariamente, das 13 às 21 horas no Mourisco-Mar. São categorias que disputam uma média de 11 Campeonatos anualmente.
Além da sua atividade de treinador no GLORIOSO, Edson Perri, é Professor de Educação Física do Colégio Pedro II e, como especializado em Natação para crianças, ministra aulas no Aquacenter, em Copacabana.
É realmente uma honra, para o BOTAFOGO, contar com um profissional da competência e gabarito de Edson Perri, predicados esses, sempre a serviço da ESTRELA SOLITÁRIA.
Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial BFR no 229 jun jul de 1977
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BI-CAMPEÃO DE POLO AQUATICO 1982-83
No dia 20 de Dezembro de 1982 o Botafogo sagrou-se campeão estadual por antecipação ao vencer o Flamengo por 11x10 com um gol marcado por Carlos Eduardo a menos de dois minutos do final do encontro.
No primeiro tempo, apesar do Botafogo ter estado a vencer por 3x1 deixou o Flamengo empatar em 4x4. No final do segundo tempo os botafoguenses venciam por 7x4 e no terceiro tempo por 10x8. Porém, no último tempo o Flamengo empatou e só no final do jogo surgiu o gol da vitória.
A equipa campeã alinhou com Jorge Luís, Orlando Chaves, Paulo Abreu, Carlos Eduardo, Sílvio Manfredi, Sólon dos Santos, Walter, Renê, Ronaldo Amaral, Carlos, Alberto, Guilherme e Raul. Os gols foram assinalados por Paulo Abreu (5), Orlando Chaves (2), Sílvio Manfredi (2), Carlos Carvalho (1) e Sólon dos Santos (1).
O técnico Edson Perry, também conhecido por ‘Barriga’ e colecionador de sucessivos títulos, revelou o sucesso do Botafogo:
– “Seriedade do trabalho nas divisões inferiores. O Botafogo sempre formou os principais jogadores do país e continua aberto a quem quiser aprender pólo aquático.”
E a seguir, como sempre, Perry foi jogado completamente vestido para dentro da piscina pelos seus entusiásticos jogadores.
No ano seguinte, a 15 de Dezembro de 1983, o Botafogo revalidou o título sagrando-se bicampeão carioca ao vencer o Flamengo por 11x8 na Piscina do Fluminense nas Laranjeiras.
O Botafogo manteve-se sempre na frente do marcador, apesar de o jogo só ter sido decidido no último e quarto tempo, confirmando a anterior vitória de 11x6 contra o Flamengo na melhor de quatro pontos.
A equipa jogou com André Campos, Orlando, Carvalho, Sílvio Manfredi, Simões, Paulo Abreu e Flávio. E Edson Perry tornou a tomar um banho vestido.
Fonte: http://mundobotafogo.blogspot.com
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PÓLO-AQUÁTICO
GLÓRIA DO BOTAFOGO
O Polo-Aquático é um esporte que consegue alcançar muitas vitórias no Botafogo. Há muitos anos que o nosso clube vem liderando a conquista de títulos nas mais diferentes categorias dessa pratica desportiva. E tudo isso sob a segura orientação técnica do nosso consagrado Édson Perri (Barriga) e do seu grande auxiliar-técnico e famoso jogador Carlos Eduardo Carvalho, nosso conhecido e querido Carlinhos, que, diga-se de passagem, casou recentemente.
Há anos que Barriga dirige todas as categorias do nosso Pólo-Aquático, sempre com muita dedicação e amor ao esporte e ao Botafogo. Dificilmente ele não é encontrado todas as tardes no Mourisco treinando a garotada.
Por isso mesmo, Barriga é tido como o técnico mais laureado do Brasil e desde que está no nosso Clube nunca deixou de ser campeão um ano em qualquer de suas categorias. Às vezes em varias categorias. Da mesma forma que, qualquer seleção brasileira formada neste período nunca deixou de possuir atletas do Botafogo.
Sem dúvida alguma, o Clube conta com um profissional de grande competência e dedicação proporcionando muitas e muitas vitórias para suas cores e também para o desporto nacional. A sua escolinha está sempre cheia de garotos entusiasmados pelo Pólo-Aquático. Ainda agora destaca-se um atleta já convocado para a seleção brasileira, com apenas 18 anos de idade Paulo Francisco Joazeiro de Abreu é a maior revelação do momento. com "cantadas" incríveis de outros clubes mas ele amigo do Barriga e do Botafogo, tem resistido a todas as propostas. É o caçula da seleção. Além dele foram convocados mais quatro atletas do Botafogo: Carlos Eduardo Carvalho, Sílvio Mantredl. Hélio Frederico Gomes da Silva e Orlando Amaral Chaves.
DEPOIS DE 16 ANOS O BRASIL VAI ÀS OLIMPÍADAS
Desde 1968 sem ir aos Jogos Olímpicos o pólo-aquático brasileiro conseguiu uma vaga na Olimpíada de Los Angeles, graças às desistências da Nova Zelândia e do Egito.
O técnico Édson Perri convocou 13 jogadores que venceram o Sul-Americano no Rio, há um pouco mais de um mês. Ayrton Pontes e Marcus Vinícius. que pediram dispensa depois do Pré-Olímpico não foram chamados,
Perri disse que o "moral da equipe está alto", mas admitiu que as possibilidades de boa colocação em Los Angeles são remotas:
- Não dá nem pra pensar em se classificar bem. Mesmo assim, os garotos estão animados com a convocação. Mas vale a nossa presença nas Olimpíadas.
Para enfrentar grandes equipes como Estados Unidos, Itália, Iugoslávia e Espanha, Barriga pediu à Federação Carioca que forme um time para treinar com a seleção brasileira nos fins de semana. Dos 13 jogadores convocados, 10 são do Rio e três de São Paulo. Os convocados: goleiros: Roberto Borelli e André Nicolas; atacantes: Silvio Manfredi, Paulo de Abreu, Solon dos Santos, Fernando Carsalade, Mário Souto, Ricardo Márcio, Mario Lotufo, Eric Borges, Orlando Amaral, Carlos Eduardo Carvalho e Hélio Frederico como dissemos, dos 13 convocados 5 são do Botafogo.
Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial BFR nº 243 de junho de 1984
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EPAMINONDAS JOSÉ LEAL FILHO
UM NOME UM EXEMPLO
Raramente temos oportunidade de falar sôbre a vida de alguém, cujo trabalho constante esteja realmente beneficiando uma coletividade inteira, quer direta ou indiretamente.
Claro que a história sempre nos falou de vultos maravilhosos, porém no presente, há algo de embaraçoso quando se pretende, honestamente, exaltar um contemporâneo. É bem fácil compreender-se a razão da afirmativa, pois a fase que atravessa a humanidade é inflacionária em todos os sentidos e, infelizmente, a incidência dos regulares é incalculável, o que expressa a dolorosa realidade em todas as camadas.
Fatos diários, incalculáveis dramas, enfim, um concerto de contrastante impacto ferem nossos sentidos e nos deixam céticos, impávidos mesmo, perguntando-nos, intimamente, onde todos chegaremos e como ficaremos, tal a violência do transformismo que se opera a olhos vistos nos lares, nas escolas, nas doutrinas filosóficas e também nos clubes onde o imediatismo se acelera como um desenfreado bólido, talvez, por culpa direta de poucos, sobretudo pela concepção errônea de muitos ou ainda pela comodidade de todos.
Entretanto, a vida em sua incompreensível sabedoria, de quando em quando nos fornece alhures, um exemplo de dedicação, luz radiosa que invade as sombras e, alimentada pela virtude, alcança distâncias incomensuráveis no íntimo dos jovens para, decisivamente, modificando-lhes as tendências, sugerir-lhes novos rumos, beneficiando assim o lar, a escola, o templo e também o clube.
Desta vez, no clube da Estrela Solitária, somos inclinados a revelar um baluarte, tal qual estrela singular emite seus fulgorosos raios de luz através trabalho despretencioso e raro no alicerçarnento dos ideais dos desportos. Sua incontestável grandeza reside na afeição, no conhecimento eclético de sua difícil especialidade, no exemplo desprendido da rota que impôs a si mesmo, como marco inicial de qualquer empreendimento a si aféto. Sua formação integral é uma segurança para todos que lhe foram confiados e, por muito tempo lhe serão encaminhados para o desenvolvimento criterioso.
Como atleta de basketball foi uma garantia a tôda prova, conseguindo o prêmio de "Honra à Fidelidade"; como técnico já atingiu culminâncias realizando uma transformação de base nos fundamentos do basketball masculino do Glorioso, dando-lhe inclusive, estrutura tão sólida quanto idealística, embora não lhe depositasse a maioria, um voto de esperança, no momento cruciante de sua invejável carreira, a serviço do BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS.
Epaminondas José Leal Filho é o sei: nome e o basketball é o seu campo. Sua edificante doutrina de jôgo, de conduta, de fibra, de amor à Estrêla Solitária, fizeram de seu nome, uma mística para o padrão do futuro atleta botafoguense. Comedido, humilde, enérgico e portando mil outras qualidades, ele segue triunfante para dentro em breve colher os frutos de seu laborioso trabalho. É um esquema perfeito na conquista do lugar ao sol para o basketball botafoquense. Sua inabalável fé nos princípios que adotou com perseverança, foi tão compensadora que em 1961, isto é, 1 ano antes da previsão o BOTAFOGO já colhia esplendorosos frutos, re-editados nas memoráveis campanhas de 1962; agora fortemente delineados para a presente temporada. Parabéns BOTAFOGO pela salutar presença de Epaminondas José Leal Filho, em seu quadro de Técnicos —aquele que se não abalou na vicissitude e que graças ao amor próprio e absoluto conhecimento de causa é digno de nossa permanente admiração. carinho e respeito.
Walter José dos Santos.
Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 197 de abril de 1963
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EDDIE RODRIGUES COSTA
SERVIDOR EM DESTAQUE
Eddie Rodrigues Costa é natural de Barbacena, Minas Gerais, e é filho de Edgard Rodrigues Costa e Marilia Rodrigues Costa. Ele é mais um servidor do Botafogo destacado pela Revista. Foi admitido em 1º de junho de 1947, como auxiliar do Departamento de Finanças. Em 1960, foi convidado para o cargo de Caixa. Em 1964, passou para a função de Chefe do Departamento, por determinação do Presidente Ney Cidade Palmeiro, onde permanece até hoje.
Diz ele que teve a felicidade de ser admitido no Clube, sob a Presidência do Dr. Adhemar Alves Bebiano, trazido pelas mãos do Sr. Júlio Fernandes, na época Fiel de Tesouraria, hoje aposentado. Alega que a sua maior alegria foi ter dado a Volta Olímpica, no Maracanã, por ocasião da conquista de um título conquistado pelo Botafogo e ter tirado, na ocasião, uma fotografia ao lado do maior ponta-direita do futebol mundial, Manoel Francisco dos Santos (Garrincha).
Como tristeza maior, afirma que, como diz o ditado de que tristezas não pagam dívidas, prefere não menciona-la. Eddie já viajou muito com o Botafogo, mas não gostou da experiência. A responsabilidade é muito grande. Em São Paulo, uma vez, dormiu com a mala do dinheiro embaixo do travesseiro e não pregou olhos a noite inteira.
É sócio-proprietário do Clube, juntamente com os seus dois filhos, Igor Silva Rodrigues Costa e Vlamir Silva Rodrigues Costa. É casado com D. Vanda Silva Rodrigues Costa.
Os seus dois filhos são atletas do Botafogo, sendo que o Igor está afastado, no momento, por causa do Colégio (horário). São atletas do nosso basquetebol.
Diz que não gosta que falem mal do Clube perto dele. E conclui dizendo que, se houver, todos os seus inimigos são gratuitos. Trata todos com atenção e educação. E isso não é favor algum, é obrigação. Procura servir da melhor forma possível, o que já vem acontecendo há várias administrações que ocupa função da maior confiança, e na maior disciplina funcional.
Acervo particular Roberto Castro Barbosa
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 231 de out a dez de 1977
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A garota Eugenia adorava suas "peladinhas de petéca em Jacarepaguá, quintal da esplêndida residência de sua família: em um belo dia de 1951 seu pai, o Snr. Rindeika, em palestra com Charles Borer, que vinha ensaiando a equipe nascente de basket-ball Clube Olímpico de Jacarepaguá, informou que tinha uma filha, embora muito menina, com geito manifesto para a pratica dos desportos.
Dessa palestra ao primeiro treino de Eugenia, foi um pulo e logo Charles percebeu as qualidades inatas da linda loura, que em pouco integrava o quadro estreante do Olímpico.
Jogador do Botafogo, Charles obteve o concurso de nossa equipe B de basket que a 23 de .setembro de 1951 foi ao Largo do Pechincha enfrentar amistosamente o quadro do Olímpico, sendo vencida por 10x9 e, na equipe local, ao lado de sua irmã Joaninha, de Marlene Russo, surgiu Eugenia que, no mês seguinte, em outubro, sagrou-se vice-campeã de estreantes dos Jogos da Primavera.
Em 1952 aparecia no certamen oficial da F.M.B. a poderosa equipe do Gremio de Quintino Bocaiúva, sob a direção de Charles Borer e integrado pelas mais famosas estrêlas de então: Yvone, Nívea, Irany e Dircy, que foi a conquista do campeonato carioca e entre as "cobras", sem fazer feio e, pelo contrário, impondo-se definitivamente, surgia a garota Eugenia que, não contente com isso, galgava também, a seleção carioca e conseguia o título de vice-campeã, brasileira!
No ano seguinte, ainda com a camisa do Quintino, Eugenia obtinha três títulos de vice-campeã: carioca, brasileira e do torneiro pré-mundial, sendo campeã nos Jogos da Primavera, pelo Colégio Piedade, de onde é estudiosa aluna e cujas cores defende até hoje com grande brilho, em quasi todas as modalidades desportivas.
O ano de 1954 trouxe o retôrno de Charles Borer ao Botafogo e com êle tôda a jovem equipe que organizara no Quintino, cuja secção fôra extinta - e Eugenia, estreando e vencendo no Triangular do Cinquentenário, logo caiu no agrado da torcida alvi-negra, pela técnica, pela fibra e pela precisão com que lutava e com que luta em busca do triunfo.
"Miss Botafogo" nos Jogos da Primavera de 1954, por imposição de sua invulgar formosura, Eugenia não olvidou os seus dotes atléticos, obtendo a terceira colocação nos mesmos jogos, após sensacionais vitórias sôbre as poderosas equipes paulistas do Ipiranga (campeão) e do Sírio, colocação essa que repetiu no campeonato carioca, quando nosso quadro embora perseguido pela falta de chance, brilhou explêndidamente.
O ano de 1955 tem sido um rosário ele vitórias para Eugenia: vice-campeã brasileira em defesa das côres da cidade e terceira colocada nos Jogos Pan-Americanos do México, quando, apesar de ser ainda uma criança, integrou valorosamente a seleção nacional, e sofreu estúpida agressão por parte de uma adversária norte-americana, alucinada de raiva por não poder contê-la.
Campeã e cestinha botafoguense no disputadíssimo Troféu Armando Albano, com 157 pontos, oito dias depois, repetiu a façanha, levantando com 79 pontos, os I Jogos de Inverno de Santos.
No atletismo, Eugenia começou no Botafogo em 1954, revelando excelentes qualidades na categoria de moças juvenis, obtendo, a 21 de agosto, na competição contra o Vasco, um 3º lugar nos 75 metros rasos e um segundo em peso; contra o Fluminense, um primeiro em 75 metros e um segundo em peso e contra o Flamengo, um primeiro em peso e um segundo em 75 metros.
Tal é a jovem atleta, certamente uma das melhores da nova geração, que o Botafogo gosta de ver, louros cabelos soltos ao vento, em defesa valorosa de suas alvi-negras côres.
Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 109 de novembro de 1955
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ELIANA GLÓRIA SOARES DE PAULA
A excelente vóga de nosso oito feminino e prôa de nosso formidável quatro, Eliana Glória Soares de Paula, iniciou sua carreira esportiva muito garota, à sombra da bandeira alvi-negra, única que defendeu até hoje, surgindo, pela vez primeira, em competições esportivas, no atletismo da Primavera de 1951, como integrante de nosso revezamento de 4x100 metros rasos, estreantes.
Mas foi em 1952 que estreou oficialmente na F.M.A., obtendo o segundo lugar na mesma prova de revezamento, no Campeonato de Estreantes.
Já aluna diligente da Escola Nacional de Educação Física e Desportos, revelando todo o pendor para o esporte, Eliana, também em 1952, surgiu em nosso volleyball, fazendo sua primeira aparição em um torneio interno efetuado a 20 de julho, no velho Mourisco.
E no mesmo ano, sob o comando eficiente e dedicado de Margarida Leite, levantou invictamente, sem perder um set siquer, o Torneio de Apresentação de Estreantes e o campeonato dessa categoria, brilhando como excelente levantadora naquela equipe, onde atuavam Yvone Rivera, Lúcia, Gilda, Daisy Lena e tantas outras. Ainda em 52, Eliana defendeu o BOTAFOGO em ciclismo, máquinas de passeio, na competição da Primavera efetuada em Copacabana.
Como prêmio de sua vitória no volley, Eliana foi incluída; em abril de 53, com suas companheiras, na delegação que excursionou a Cambuquira e, de regresso ao Rio, foi escalada na equipe que disputou o campeonato da 2ª -divisão.
Em 1954, na mesma equipe, Eliana tornou-se vice-campeã, sendo campeã no torneio interclubes de 2ª divisão, comemorativo de nosso cinquentenário, quando, com os seus saques desnorteantes e variados, ora por baixo, ora americanos, provocou sensacionalmente a nossa vitória no jôgo decisivo com o Fluminense.
Nêsse mesmo ano de 1954, Eliana ingressou em nosso remo, esporte em que já triunfara, em 53, pela Escola e no qual logo se impôs como das primeiras, sendo campeã na regata da Primavera, como prôa de «Antares», nossa gloriosa yole a quatro e vice-campeã na prova de yoles a oito remos.
Em 1955, Eliana participou da equipe botafoguense de volleyball que levantou magnificamente o campeonato da 2ª divisão e brilhou novamente no remo, sendo vice-campeã na prova de quatro, em virtude de vergonhoso esbulho e terceiro lugar na de oito, quando pela primeira vez ocupou a vóga de «Procyon».
Já diplomada em Educação Física, Eliana matriculou-se, este ano, na Faculdade de Medicina, cujas aulas, absorvendo quasi todo o seu tempo, afastaram-na da atividade vollIbolista.
Mas, não resistindo ao apêlo de sua companheira de lutas, Lúcia, ei-la novamente no remo, ensaiando dedicadamente às seis horas da manhã, para, na grande regata de 28 de outubro, reconquistar com fibra e coração, na realmente invencível “Antares”, o seu título de campeã, que lhe fôra arrebatado em 55 pela ação anti-esportiva e desleal de um timoneiro, indigno de competir e conquistar, como esplêndida vóga, do oito, um vice-campeonato, em prova perdida para o primeiro colocado por bico de proa.
Em natação, Eliana também defendeu as nossas cores, com um 4º lugar, em 1952, em competição com o Grajaú (50 metros livres) ; um 1º, em 1954, em 100 metros, borboleta, em competição com o Vasco, mais um 2º, em revezamento de 4x50, livres; um terceiro no campeonato de juniors, em revezamento de 4x100, quatro estilos.
Esta, pois, a nossa valorosa campeã também esplêndida ginasta, que brevemente será, para a nossa satisfação, a Doutora Eliana Glória Soares de Paula.
Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 121 de dezembro de 1956
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