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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

BOTAFOGO F.R. DÉCADA DE 50





Preparação fisica área dos fundos do Palacete de Gal. Severiano

 Torneio Rio-São Paulo. 

Em prosseguimento do interessante torneio Rio-São Paulo, o Botafogo disputou os seguintes encontros: 
BOTAFOGO X PORTUGUEZA — Em 22-1-50. Local: São Januário. Resultado: Portuguesa, 5 x 3. Quadro: Ary; Marinho e Jair; Rubinho, Avila e Juvenal; Hamilton (Baiano), Geninho (Souza), Zezinho, Octavio e Reinaldo (Demóstenes). Artilheiros: Zézinho, Octavio e Geninho. 
BOTAFOGO X PALMEIRAS — Em 29-1-50. Local: São Januário. Resultado: Botafogo, 3 x 0. Quadro: Oswaldo; Gerson e Santos (Jair); Rubinho, Avila e Juvenal (Richard), Hamilton, Geninho, Zézinho, Octavio e Jaime. Artilheiros: Zézinho, 2 e Jaime. 
BOTAFOGO X VASCO DA GAMA — Em 5-2-50. Local: São Januário. Resultado: Vasco, 3x2. Quadro: Oswaldo; Marinho e Santos; Rubinho, Avila e Juvenal, Paraguaio (Hamilton, Baiano), Geninho, Zézinho, Octavio (Sousa) e Jaime. Artilheiros: Zezinho e Hamilton 
BOTAFOGO X FLAMENGO — Em 11-2-50. Local: General Severiano. Resultado: Empate, 2 x 2. Quadro: Oswaldo; Gerson (Marinho) e Santos; Rubinho, Avila e Juvenal; Hamilton (Néca), Geninho, Zézinho, Octavio e Jaime (Reinaldo). Artilheiros: Juvenal e Octavio. 
BOTAFOGO X CORINTIANS — Em 15-2-50. Local: Pacaembú. Resultado: Empate, 1 x 1. Quadro : Oswaldo, Gerson e Santos; Rubinho, Avila e Juvenal (Richard), Zézinho, Geninho, Neca (Hamilton), Octavio e Jaime (Reinaldo). Artilheiro: Octavio. 
Proxima excursão 
Muito breve o nosso quadro de profissionais realizará interessante excursão, devendo estrear a 15 de março na Venezuela, onde disputará três jogos, seguindo, após, para Cuba, onde preliará outras três vêzes. Possivelmente, de Cuba, nossa delegação seguirá para o México, sendo que dêste país talvez siga para a Suécia, afim de cumprir o amável convite do Malmoe. 

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 90 de março de 1950
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OS PRESIDENTES DO BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS 

1942 — 1952 
Foram os seguintes os Presidentes do Botafogo no decênio decorrido: 
1º — Dr. Eduardo de Goes Trindade (8-12-42 a 7-1-44) 
2º — Dr. Adhemar Alves Bebiano (7-1-44 a 14-2-47) 
3º — Dr. Oswaldo Costa (14-2-47 a 2-1-48) 
4º — Carlos Martins da Rocha (2-1-48 a 2-1-52) 
5º — Dr. Ibsen de Rossi (2-1-52).
A COMISSÃO QUE ELABOROU A FUSÃO 
Foi a seguinte a comissão que elaborou, em Dezembro de 1942, o projeto de fusão entre os dois Botafogo: 
Presidente, Dr. Luiz Aranha. Membros; — Pelo Clube de Regatas Botafogo — Dr. Ibsen De Rossi, Tasso Moreira e Dr. Antonio Sá de Miranda Faria. Pelo Botafogo Football Club — Dr. Paulo Azeredo, Dr. Sergio Darcy e Dr. Rivadavia Corrêa Meyer. 
A mesa que dirigiu a sessão dos dois conselhos deliberativos reunidos ,foi presidida pelo Dr. Alvaro Werneck, benemérito dos dois clubes e secretariado pelo Comandante Eurico Viveiros de Castro, benemérito do Botafogo F . C. e pelo saudoso Alvaro do Rego Macedo, benemérito do C. R. Botafogo. 
A DIRETORIA DE 1943 
A primeira Diretoria do Botafogo de Futebol e Regatas, eleita logo após a fusão de 8 de Dezembro de 1942, foi a seguinte: Presidente, Dr. Eduardo Trindade 
— Vice-Presidente, Augusto Frederico Schmidt 
— Departamento de Comunicações, Dr. Fernando Vidal Leite Ribeiro 
—1º Secretário, Dr. Alfredo d'Escragnolle Taunay 
— 2º Secretário, Leslie A. Parkes 
— Propaganda, Joel Presidio 
— sub diretor, Francisco Romano e Armando Ruy Barbosa 
— Finanças, Luiz Dias 
- 1º Tesoureiro, Cyro Lima Ramos 
— 2º Tesoureiro, Ildefonso Silveira 
— Patrimônio, José Felix da Cunha Menezes 
— Social, Emilio Hidal; - Sub Diretores, Aylton Carvalho Dias e Eurico Corrêa 
— Jurídico, Francisco Antonio Coelho 
— Desportos Terrestres — Diretor, Jeronymo Bastos 
— Sub Diretores; Futebol Profissional, Adhemar Bebiano 
— Futebol Amador, Darniz Paranhos de Oliveira 
— Basket-balL, Althemar Dutra de Castilho 
— Volley-balL, Mario Borges de Araujo 
- Tenis, Luiz de Andrade Ramos 
— Esgrima, Alvaro Lucio de Arêas 
— Atletismo, Victor Cardoso 
— Linha de Tiro, João Marques Pereira 
— Desportos Aquáticos — Diretores, Luiz Aranha — Sub-Diretores — Remo, Ary Torres Guimarães 
— Natação, Mauricio Andrade Eekenn 
- Water-polo, Hercilio Colaço. 
O Conselho Consultivo e Fiscal tinha como membros efetivos Paulo Azeredo, Antonio Sá de Miranda Faria, Eurico Viveiros de Castro, Ibsen De Rossi, Miguel Couto Filho, Fernando Quintella, Henrique Carlos Meyer, Alvaro Werneck, Homero Borges da Fonseca e Alvaro do Rego Macedo e, como suplentes, Lourival Duarte do Carmo, Daniel A. de Brito, Alceu de Oliveira Castro, Gabriel de Souza Aguiar, Alinio Salles, Victor Guisard, Mario Godoy, Mario Ferreira, Alberto Ruiz e Tasso Moreira.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 99 de dezembro de 1952
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OS PRESIDENTES DO BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS 
1942 — 1952 
Foram os seguintes os Presidentes do Botafogo no decênio decorrido: 
1º — Dr. Eduardo de Goes Trindade (8-12-42 a 7-1-44) 
2º — Dr. Adhemar Alves Bebiano (7-1-44 a 14-2-47) 
3º — Dr. Oswaldo Costa (14-2-47 a 2-1-48) 
4º — Carlos Martins da Rocha (2-1-48 a 2-1-52) 
5º — Dr. Ibsen de Rossi (2-1-52).
A COMISSÃO QUE ELABOROU A FUSÃO 
Foi a seguinte a comissão que elaborou, em Dezembro de 1942, o projeto de fusão entre os dois Botafogo: 
Presidente, Dr. Luiz Aranha. Membros; — Pelo Clube de Regatas Botafogo — Dr. Ibsen De Rossi, Tasso Moreira e Dr. Antonio Sá de Miranda Faria. Pelo Botafogo Football Club — Dr. Paulo Azeredo, Dr. Sergio Darcy e Dr. Rivadavia Corrêa Meyer. 
A mesa que dirigiu a sessão dos dois conselhos deliberativos reunidos, foi presidida pelo Dr. Alvaro Werneck, benemérito dos dois clubes e secretariado pelo Comandante Eurico Viveiros de Castro, benemérito do Botafogo F . C. e pelo saudoso Alvaro do Rego Macedo, benemérito do C. R. Botafogo. 
A DIRETORIA DE 1943 
A primeira Diretoria do Botafogo de Futebol e Regatas, eleita logo após a fusão de 8 de Dezembro de 1942, foi a seguinte: Presidente, Dr. Eduardo Trindade 
— Vice-Presidente, Augusto Frederico Schmidt 
— Departamento de Comunicações, Dr. Fernando Vidal Leite Ribeiro 
—1º Secretário, Dr. Alfredo d'Escragnolle Taunay 
— 2º Secretário, Leslie A. Parkes 
— Propaganda, Joel Presidio 
— sub diretor, Francisco Romano e Armando Ruy Barbosa 
— Finanças, Luiz Dias 
- 1º Tesoureiro, Cyro Lima Ramos 
— 2º Tesoureiro, Ildefonso Silveira 
— Patrimônio, José Felix da Cunha Menezes 
— Social, Emilio Hidal; - Sub Diretores, Aylton Carvalho Dias e Eurico Corrêa 
— Jurídico, Francisco Antonio Coelho 
— Desportos Terrestres — Diretor, Jeronymo Bastos 
— Sub Diretores; Futebol Profissional, Adhemar Bebiano 
— Futebol Amador, Darniz Paranhos de Oliveira 
— Basket-balL, Althemar Dutra de Castilho 
— Volley-balL, Mario Borges de Araujo 
- Tenis, Luiz de Andrade Ramos 
— Esgrima, Alvaro Lucio de Arêas 
— Atletismo, Victor Cardoso 
— Linha de Tiro, João Marques Pereira 
— Desportos Aquáticos — Diretores, Luiz Aranha — Sub-Diretores — Remo, Ary Torres Guimarães 
— Natação, Mauricio Andrade Eekenn 
- Water-polo, Hercilio Colaço. 
O Conselho Consultivo e Fiscal tinha como membros efetivos Paulo Azeredo, Antonio Sá de Miranda Faria, Eurico Viveiros de Castro, Ibsen De Rossi, Miguel Couto Filho, Fernando Quintella, Henrique Carlos Meyer, Alvaro Werneck, Homero Borges da Fonseca e Alvaro do Rego Macedo e, como suplentes, Lourival Duarte do Carmo, Daniel A. de Brito, Alceu de Oliveira Castro, Gabriel de Souza Aguiar, Alinio Salles, Victor Guisard, Mario Godoy, Mario Ferreira, Alberto Ruiz e Tasso Moreira.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 99 de dezembro de 1952
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Um dia de 1953

Dia 24 de outubro de 1953. Botafogo x Bangu pela 16ª rodada do campeonato carioca. Garrincha já era uma figuraça no Botafogo e nesse dia o seu futebol subiu ao pódio mais alto.

Vinícius e Nilton Santos estabeleceram o placar do 1º tempo: Botafogo 2x0 Bangu. Mas o melhor estava para vir.

Iniciada a 2ª parte, Garrincha fez 3x0 aos 47’ através de um belíssimo gol olímpico – uma raridade no Estádio do Maracanã. E cinco minutos depois Garrincha dribla vários adversários e assinala 4x0.

O 5x0 chegou novamente com Garrincha cobrando uma penalidade máxima com direito a paradinha, que mais tarde seria aperfeiçoada por Pelé. Vinícius, que abrira o placar, fecha-o com 6x0 a passe de Garrincha!

Um jogão do futebolista mais imprevisto do mundo!

O Botafogo alinhou com Gílson, Gérson e Nilton Santos; Araty, Bob e Juvenal; Garrincha, Geninho, Carlyle, Jayme e Vinícius. Técnico: Gentil Cardoso.

Pesquisa de Rui Moura; Fontes: Blogue Mundo Botafogo e RSSSF.
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DIÁRIO DE UM BOTAFOGUENSE NO CINQUENTENÁRIO

1º  DE JULHO DE 1954 

Na linda e invernal manhã de quinta-feira, primeiro de julho, o BOTAFOGO iniciou o seu grandioso programa de comemorações, com solenidades patrióticas e comoventes, que provocaram lágrimas de emoção a quasi todos os presentes. 

Precisamente às 8 da manhã, com militar pontualidade, surgiu em Wenceslau Braz, a figura ilustre e altamente simpática de S. Excia., o Ministro da Marinha, Almirante Renato de Almeida Guillobel, para a cerimônia do hasteamento do Pavilhão Nacional no belíssimo mastro de aço que, em nome da gloriosa Armada Nacional, ofereceu ao Clube. 

Com uma salva de vinte e um tiros e sob os acordes do Hino Nacional, executado pela Banda da do Corpo de Bombeiros, gentilmente cedida pelo seu ilustre comandante, o nosso prezado consócio Coronel Henrique Saddock de Sá, foi hasteado o símbolo sagrado da Pátria, pelas mãos do Sr. Almirante Guillobel. 

Ao mesmo tempo, subiam as três bandeiras alvi-negras, a do Botafogo de Futebol e Regatas, pelas mãos de seu Presidente, o Dr. Paulo Azeredo: a do Botafogo Football Club, pelas do Almirante Benjamin Sodré, o nosso grande e leal Mimi do passado e a do Club de Regatas Botafogo, o glorioso "Vovô", que completava exatamente o seu sessentenário, pelas do benemérito Tasso Pinto Moreira. 

A Banda executou ainda com esmero o antigo Hino do Botafogo F. C. e o Dr. Paulo Azeredo, emocionadíssimo e ardendo em febre, presza, como se achava de forte gripe, usou da palavra, saudando o Ministro da Marinha, que agradeceu em belo improviso, frisando o seu orgulho ter sido um modesto defensor do BOTAFOGO, "embora sem o brilho dosSodrés". 
Discurso do Presidente Paulo Azeredo 

"Exmo. Sr. Almirante Renato Guilhobel, M.D. Ministro da Marinha Minhas Senhoras, Prezados consócios. 

Inicia hoje o Botafogo de Futebol e Regatas as comemorações das datas magnas dos clubes que, reunidos um dia sob a mesma bandeira possibilitaram a associação em nome da qual vos falo. 

Estamos aqui reunidos para inaugurar o mastro de cujo topo se desfraldarão as bandeiras do Botafogo de Regatas e do Botafogo F. Cu de que originàriamente se iniciaram as gloriosas e memoráveis jornadas, dos nossos maiores. 

Símbolo da união de interesses, de patrimônios moral e material de duas grandes entidades, perene na sua finalidade porque argamassados com o esforço, a energia e o sacrifício dos construtores da sua grandeza.
As bandeiras que pendem desse belo monumento representam sessenta anos de um e cincoenta de outro dos Botafogo que iniciaram a jornada, em nossa metrópole. 

Por êles passaram gerações e gerações de jovens, que adextraram os seus músculos e fortaleceram o seu ânimo ao contato das práticas esportivas. 

Muitos e muitos seguiram ao mesmo tempo ou mais tarde a carreira das armas e dali partiram para a afirmação das personalidades que hoje marcam e dignificam em todos os postos, as gloriosas forças armadas da nossa pátria. 

Em V. Excia., Sr. Almirante Guilhobel, que é exatamente um desses botafoguenses aos quais nos referimos, desejamos simbolizar o atleta alvi-negro, exemplo das virtudes e dos impulsos generosos do nosso corpo associativo, na demonstração, no exemplo vivo e constante da virtude que em si encerra o esporte na preparação da juventude brasileira. 

A programação dos festejos das nossas maiores datas ora se inicia com a inauguração deste grandioso mastro que guarnece a nossa bela séde. E neste passo, é de resaltar, devemos a V. Excia. integralmente, dádiva de tão grande expressão. 

Acolhendo de imediato o pedido que lhe dirigimos, quiz V. Excia. ofertar ao clube em nome da nossa gloriosa Marinha de Guerra, a feitura e colocação de tão esplendido monumento em nossa séde, como que perpetuando em nossas dependências sociais, a gratidão e o carinho dos que passaram pelas nossas fileiras e guardaram para sempre o amor ao pavilhão alvi-negro. 

É natural, portanto, a comoção de que somos tomados ao agradecer a V. Excia., em nome de todo o Botafogo, a realização dessa tão expressiva oferta. 

Para nós perpetuará o símbolo da perfeita união, da completa fusão dos gloriosos patrimônios de que somos atuais detentores, e apontará para cima, rumo aos mais altos desígnios, a estrada que será para o futuro, a concretização dos ideais que nos legaram os nossos maiores.
 
Em seguida, dirigiram-se todos à séde, onde foi servido champagne e finos doces e salgados, retirando-se, algum tempo após, o Sr. Almirante Guillobel, acompanhado até ao portão do Club por todos os presentes. 

Várias fotografias foram feitas junto ao mastro reunindo, sob viva emoção, nossos queridos fundadores os cracks do passado, os três irmãos Sodré e a Diretoria de 54. 

Às 9 horas, nova impressionante cerimônia, já agora no Mourisco profusamente embandeirado e sob a música da Banda da Policia Municipal: o lançamento da pedra fundamental do magestoso ginásio e sede daquele local, causando sensação a exposição da maquete do monumental trabalho de Oscar Niemeyer.
Também pontualmente chegou S. Excia., o Coronel Dulcidio do Espirito Santo Cardoso, D.D. Prefeito do Distrito Federal, acompanhado do Dr. Mario Cabral, Secretário da Viação e do Dr. Edgard Soutello, chefe do Serviço de Túneis.

E, entre uma multidão de botafoguenses, de tôdas as gerações, presentes os sete fundadores vivos do Botafogo F. C., nossos queridos Alvaro Werneck, Arthur Cesar de Andrade, Augusto Paranhos Fontenelle, Carlos Bastos Netto, Emanuel de Almeida Sodré, Flávio da Silva Ramos e Jacques Raymundo Ferreira da Silva; os veteranos Benjamin e Lauro Sodré, Anselmo Mascarenhas, Professor Costa Carvalho, Mário Ferreira, Adherbal de Souza Bastos, Edgar e Clovis Soares Dutra, Miguel Rafael de Pino e Carlos Martins da Rocha (a quem o "Biriba", de manta negra e estrêla solitária, fez comovente festa); o Dr. Gilberto Cardoso, Presidente do Flameng ; o Dr. Sylvio Corrêa Pacheco, pelo America F. C.; O Dr. Alcides Paiva, Presidente dos Veteranos Cariocas; João Havelange, Presidente da Federação Metropolitana de Natação; inúmeras autoridades e desportistas, foi cimentada a pedra fundamental, pelo Exmo. Sr. Prefeito, saudado por magnífico discurso de nosso benemérito vice-presidente Dr. Ibsen De Rossi.

Discurso proferido pelo Vice-Presidente Ibsen De Rossi por ocasião do lançamento da pedra fundamental do Mourisco

"A festa que emoldura esta solenidade, decorre de dois imperativos a que se impusera a direção do Botafogo de Futebol e Regatas.

O primeiro é o termo firmado entre a Prefeitura desta cidade e o clube — referente aos terrenos onde ora nos achamos, em virtude do qual se encontram definitivamente resolvidos os assuntos a êles pertinentes.

O segunndo é a perpetuação do ideal dos beneméritos fundadores do Club de Regatas Botafogo, quando a 1º de Julho de 1894, em local próximo a êste, ali, na encosta da colina, deram-lhe existência legal e jurídica, mercê de Deus, nunca mais interrompida.

A instituição fundamental, — incorporada em 8-12-1942, com o agrado e o aplauso de seus sócios, ao Botafogo Football Club, fazendo surgir o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas — segue-se, sessenta anos decorridos, o lançamento da pedra fundamental de sua séde náutica do Mourisco.

É, pois, grata a oportunidade de anunciar que, em breve, estará erguida neste local, o mesmo em que por tantos anos se desenvolveram as gloriosas atividades aquáticas, a sede nova, para orgulho dos continuadores dessa obra de abnegados fundadores.

Hoje todos nós, botafoguenses, vibramos de comoção à passagem das seis decadas do Botafogo de Regatas.

Dizemos bem — todos nós do Botafogo — porque antes dêsse movimento de fusão, participavamos quase todos, a ambos os quadros sociais. 

Nós mesmos, ora na administração do clube e presidindo as festividades comemorativas, pertenciamos, também, ao remo, aqui, no alvinegro náutico e participavamos da intensa vida da sua garage e do seu salão. 

Aqui acompanhamos a nossa geração esportiva, enrigecendo os músculos ao sadio contato com o mar e seguimos os exemplos dos maiores. que se esforçaram por solidificar a obra esboçada, a fim de transmiti-la, ainda maior, se possível, aos que nos sucederem na preservação do patrimônio moral e material do Clube. 
O Dr. Ibsen De Rossi pronunciando sua oração no lançamento da pedra fundamental do Mourisco, presente o Prefeito, Coronel Dulcidio Cardoso. 

Do que aprendemos ao contato quotidiano e amável de companheiras e amigos, temos a dizer que o Botafogo sempre foi escola de civismo, com alto espírito esportivo, de hábitos sadios, adquiridos nas lutas do mar forjados no exemplo dos companheiros na audácia advinda das lutas cor os elementos da natureza, no destemor à porfia das disputas — em poucas palavras, no sadio hábito de competir, sem abatimento, ao defrontar adversário mais aguerrido e sem a sedutora embriaguês pela gloria de ser vencedor. 

Graças a êsses hábitos, que entraram, sem nos apercebermos, em nossa própria vida, podemos dizer que em todos os ramos de atividade humana, no bairro, na metrópole, nos Estados, em todo o Brasil em suma o Botafogo de Regatas exerceu poderosa influência na formação de personalidades. Que o digam os que militam nas profissões liberais, nas artes, na literatura, na imprensa, na política, nas esferas administrativas em tôdas as suas gradações, nas atividades produtoras do comércio, da indústria e por fim, nas gloriosas fôrças armadas.

Hoje, mais do que nunca, na época que atravessamos, necessário é que essa escola prossiga com firmeza em sua ação benfazeja, plantando as sementes sadias dêsses frutos que nos transmitiram nossos maiores. 

É o que ora fazemos, reunidos nesta festa, para lançarmos essas sementes na pedra fundamental dêsse monumento que há de ser a séde náutica do Mourisco.

Esperamos que aqui continuem a sentir aqueles impulsos generosos formadores do caráter e do apuro das gerações do futuro, preparando os homens para as lutas da vida — mirando sempre o dever e o respeito às instituições. 

Devemos dizer que nos sentimos felizes em tornar realidade um sonho que não é sômente nosso, mas de nossa própria e extremecida cidade. 

Para essa realização nada seria possível, se não contassemos com a esclarecida razão e descortinio do grande Prefeito Coronel Dulcidio Cardoso, dos ilustres membros da Câmara Municipal e da Prefeitura, aos quais rendemos o preito da nossa gratidão. 

Nossos agradecimentos, também, à Imprensa escrita e falada e, a todos quantos trouxeram com a sua presença, o interêsse e o estímulo pelo desenvolvimento do programa administrativo, na consagração dessa efeméride com que iniciamos as comemorações das datas de que vos falamos". 
Encerraram-se as cerimônias no velho salão da antiga séde, em ruinas, que tanta nobreza teve, sendo trocados brindes ao espoucar do champagne, tendo S. Excia., o Sr. Coronel Dulcidio, para apressar o início das obras, aceito o oferecimento de nosso querido Coronel Saddock de Sá, que propoz executar prontamente a demolição pelo Corpo de Bombeiros. 

Foi um grande dia, inesquecível manhã, comovedora reunião, em que os novos disputavam autógrafos de Carlito Rocha, de Benjamin Sodré, de Paulo Azeredo, de Flávio Ramos, de todos os representantes de nosso glorioso passado, nas páginas do Boletim de Julho; festa que reuniu em comovedora comunhão, avós, filhos e netos, servidores ardentes do BOTAFOGO, indomável e eterno! 


GRANDE NOTICIA 

Durante os festejos do lançamento da pedra fundamental do Mourisco, correu célebre uma grande notícia, que foi confirmada no correr de tão inesquecível dia.

É que o nosso abnegado benemérito Dr. Miguel Couto Filho, Exmo. Ministro da Saúde enviára ao Presidente Paulo Azeredo, o Aviso número 402, de 30-6-54, do Ministério da Saúde, comunicando que tomara tôdas as providências para o cumprimento da Lei n. 289, de 29-10-36.

A referida lei autorizou o Poder Executivo a ceder por aforamento, no BOTAFOGO, o terreno confrontante com o nosso estádio, estabelecendo que a cessão seria feita progressivamente à medida que a respectiva área fosse se tornando desnecessária aos Serviços de Saúde Pública Federal. 

O Ministro Miguel Couto Filho considerando que os terrenos não são mais necessários aos ditos serviços, oficiou à Prefeitura, atual ocupante dos mesmos, para que se transferisse para outro local e ao Ministro da Fazenda, para que seja feita a cessão ao BOTAFOGO, o que, uma vez providenciado, aumentará extraordinàriamente o patrimônio do Clube. 

Grande gesto, pois, de nosso querido benemérito! 




Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº106 de setembro/otubro/novembro de1954 











Acervo Particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 106 de set//out/ nov de 1954
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Os botafoguenses de um modo geral, andam com os nervos à flor da pele e uma expressão, sempre mais para pornográfica na ponta da língua. Da insónia, da falta de apetite, dificilmente se livram. E somente com muito esforço se furtam a um desabafo tipicamente bocageano. E resmungam e praguejam e vociferam sua ira contra tudo e contra todos. Falam do sistema como de uma atrocidade de um homem contra toda uma equipe. E garantem que não demora muito a equipe alvi-negra estará sofrendo do mesmo mal que liquidou a Traviata. E o responsável pelo sistema, sendo Zezé Moreira, sobre sua cabeça desabam as maiores pragas, as posturas mais  violentas, às vêzes, aliás, em bom vernáculo, já que grandes poetas e grandes romancistas enfrentam a mesma odisséia. Qual seja: torcem pelo Botafogo. E é um nunca mais acabar ele mau humor, de batebocas, de pé atrás, de dedo emriste. Uma grita danada por causa de Casnok que não fêz os goals que devia fazer. E manda vir Rodrigues. E Rodrigues passou pelo "placard" em "brancas nuvens”. Pau em Rodrigues. E Garrincha, mais discussão por causa do "garotão" da Raiz da Serra, que, se passa por três, quer passar por quatro e acaba perdendo a bola. E Nilton Santos, que falhou num lance. Os botafoguenses desgrenhados, não acreditam mais em ninguém. E Zezé Moreira, "cheio" de tanta "onda", "cheio" de repetir inutilmente tais e tais inutilmente tais e tais instruções, refletindo sôbre a situação toda, considerando a agitação que atordoa os craques alvinegros, chegou a seguinte conclusão: o Botafogo estava de calos quentes. E foi convocado um calista. Porque não há herói que lute, jogue com alma, com sentimento, se está torturado pela dor atroz de calos e mais calos quentes.

Fonte: Revista Manchete Esportiva nº 0002 de 1955
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Ademir da Guia ( o 4º de pé da esquerda para direita) na equipe infantil do Botafogo FR no ano de 1958

Fonte: Site de fotos Pinterest
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O HINO DO BOTAFOGO 


Apos a estrondosa vitoria do BOTAFOGO sobre o Flamengo por 5x0, causou surpresa a muitos, uma declaração de Adhemar Bebiano, de que o hino do BOTAFOGO não era o de autoria de Lamartine Babo, mas sim um outro. 
Nada mais certo. Sem que nisso vá a menor desconsideração a Lamartine Babo, a verdade e que o hino oficial do BOTAFOGO, que alias foi muitas vezes tocado e cantado nos festejos do Cinquentenario, e muito mais antigammente, pertencendo ao inesquecivel Eduardo Souto, tetra de Octacilio Gomes, tendo sido pela primeira vez entoado a 29 de junho de 1921, em uma vesperal realizada em General Severiano, na presidencia Renato Pacheco. 
A referida festa, organizada pelas Senhoras Oldemar Murtinho, Francisco Romano, Anterior Las Casas e Bernardino de Carvalho, marcou época em nosso tendo sido oferecida ao BOTAFOGO, uma rica bandeira de seda, que foi conduzida pela senhorita Lygia Raposo Murtamo (hoje, senhora Enio Jardim) e paraninfada por Bernardino de Carvalho e Lucia Monteiro. 
Tambem, na ocasião, usaram da palavra, o saudoso Miguel de Pino Machado, enaltecendo a ação de Lulu Rocha a frente de nossas equipes e Oldemar Murtinho, oferecendo o pavilhão.
Verifica-se, pois, que BOTAFOGO possue o seu hino oficial há trinta e cinco anos e que não foi a referencia ao Campeonato de 1910 que existe no hino de Lamartino Babo que motivou a atitude de Adhemar Bebianno, pois tal referência, para um clube que ama a tradição, jamais poderia diminui-lo, mas tão somente a restauração da verdade histórica.
Rio de Janeiro, 10 de Outubro de 1956 
llmo. Sr. 
Dr. Paulo Azeredo 
DD. Presidente do BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS 
Nesta 
Dr. Paulo Azeredo: 
É difícil começar uma carta com a finalidade desta creio, mesmo, ser quase impossível a um homem conseguir expressar com clareza o que lhe vai na alma por um gesto de gratidão, sendo porta-voz de uma família inteira: a família de Eduardo Souto. 
Nome venerado por nós, que temos no seu exemplo o nosso exemplo, pelo que foi ele como dignidade, como bondade e como artista. Deixou coma herança maior um nome querido pelo mais humilde ao menos humilde. Esse o legado que mais nos orgulha. 
Feito esse pequeno preambulo, já percebeu o senhor a que pretendo me referir de maneira especial nessa carta, que só objetiva levar ao senhor o muito obrigado da família de Eduardo Souto ao Botafogo. 
Mas, para poder dar maior ênfase a esse agradecimento, vou tentar recordar as motivos que realmente dão força a nossa gratidão. 

Corria o ano de 1939 e a nosso Clube — nós somos Botafogo — com um esquadrão espetacular conseguia grandes vitórias, após o que, ouvíamos o hino feito por papai. Era eu novo nessa época, da facto de um grande botafoguense, chamado Ricardo Chaves, que foi, se não me engano, seu colega de colegio. Em 1948, eu e a querida companheira de minha vida e de Botafogo, ouvimos no "nosso" campo, após a memorável conquista de mais um campeonato, o hino do Botafogo, que ajudou glorificar aquela inesquecível campanha. 
Daí para cá, não conseguimos mais ouvir o verdadeiro hino do Glorioso. A explicação veio hoje, através de declarações da Diretoria publicada nos jornais, após aquela sensacional vitória de sabado.  
Quando meu pai faleceu, em 1942, recebemos em casa uma mensagem do Botafogo que nos comoveu profundamente. Simples e sinsera. Tinha sido a única agremiação a se lembrar daquele artista que dera o melhor de sua inspiração ao país onde nascera. Recebeu meu pai, quando no apogeu de sua carreira e muito tempo depois de partir, muitas homenagens. A que mais nos tocou a sensibilidade foi a do Botafogo porque não esqueceu, naquele momento, um homei que tinha sido esquecido por quase todos aqueles que se diziam seus amigos. 
Portanto, pode o senhor avaliar a emoção com que recebemos a vitória de sábado, que inclusive, coincidiu com o aniversário de minha filha. 
Quando soubemos dos motivos pelos quais não tocaram o chamado "hino" alvi-negro, emoção difícil de explicar apossou-se de nós todos. Era mais um gesto do nosso Clube, através de seus Diretores. Gesto raro, peculiar a homens de coração generoso. O Botafogo confirmava 14 anos após quem era a autor seu hino. 
Só nos restava fazer o que agora fazemos — oferecer ao Botafogo uma gravação do seu verdadeiro hino. Creio que essa gravação está de acordo com a atitude da Diretoria, pois musicalmente será feita com o que de mellor existe: — Radames Gnatalli fará a orquestração. A orquestra e o coro da Radio Nacional se incumbirão da execução. A família de Eduardo Souto contraiu dívida para com o Botafogo e a resgatará de  coração agradecido. 
Assim que tivermos o disco em mãos o entregaremos ao senhor que, juntamente com os seus companheiros de Diretoria, representa de maneira exata o passado, o presente e o futuro do nosso querido Botafogo. 
Muito obrigado, Dr. Paulo Azeredo. Assino esta carta em nome de minha Mãe, de meu irmão e de minha família, e especialmente, no nome de meu inesquecível Pai. 
Nelson Souto 

Hino Oficial

Letra de Octacílio Gomes e música de Eduardo Souto.

Botafogo Gentil!
Pura Glória do esporte brasileiro
A expressão mais viril
Da energia e do brio verdadeiro!
A lutar com afã
Tu farás, corrigindo a juventude,
Que o Brasil de amanhã
Seja a pátria da força e da saúde
Teu futuro e teu passado
Defendidos sem repouso
Façam sempre respeitado
Esse teu nome glorioso!
O alvinegro pendão,
O caminho a apontar-nos da vitória
Do Cruzeiro o clarão
As estrelas traduza a nossa glória!
Não te falte jamais
Da ousadia a nobreza e o puro fogo
Que o primeiro, entre os mais,
Há de ser ó glorioso Botafogo.

Acervo particular Alceu Oliveira Castro Jungsted
Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 1196 de 1956
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