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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

NOTICIAS DA SEMANA



 Ontem, dia 17 de julho vi na internet e posteriormente na tv que o Flamengo fechou uma parceria com o Sesc e vai ter o técnico Bernardinho no comando de seu time feminino principal.  Ainda não absorvi totalmente essa noticia. Não sei se estou sentindo raiva, incredulidade ou decepção. Todos sabem que Bernardinho é botafoguense assumido e lamentavelmente com toda certeza o veremos ser campeão no nosso maior rival.  Mas deixando sentimentos de lado vamos analisar friamente a questão. Esse acerto foi em razão somente financeira pois o flamengo tem caixa no momento para bancar tal acordo ou foi também pela visão dos dirigentes rubro negros que enxergando alem do presente momento viram que essa parceria dará muitos mas muitos frutos principalmente em marketing.  Fico pensando comigo: e o Botafogo por que não se movimentou para trazer o botafoguense Bernardinho para defender as cores do clube que ele publicamente já por diversas vezes se disse torcedor? incompetência? amadorismo? falta de visão do futuro? desinteresse  pois só foca no futebol? Creio que uma junção de tudo. Não se pode trabalhar apenas quando se tem dinheiro em caixa pois a falta dele é que revela o verdadeiro empreendedor, arrojado, visionista. Que o Botafogo atravessa uma enorme e série crise financeira que se arrasta há longos anos é de conhecimento geral  mas o nome, a história, o carisma, a competência do Bernardinho são fatores fundamentais e decisivos para se conseguir patrocínio e bancar um projeto desse.  Será que o Botafogo tem no seu setor de marketing pessoas preparadas com conhecimento, arrojo, dinamismo, disposição para desenvolver um projeto como esse que o Flamengo está fazendo? Trabalhei durante muitos anos no Botafogo como assessor da diretoria, diretor e depois funcionário em todos os departamentos exceto o de futebol. Vi e acompanhei de perto inúmeros vice presidentes e diretores dos mais diferentes setores e departamentos mas nenhum deles exige o conhecimento, a competência, o arrojo e visão de futuro como o de Marketing. E tem que ser gente do ramo. Não adiante colocar nesse cargo alguém que não conheça totalmente a área por mais bem intencionado e dedicado que possa ser.  Eu creio que é exatamente isso que está faltando ao Botafogo não só nessa área  mas como num todo.  Estão todos presos ao presente imediatista. Estão fixado pelo projeto S/A. Também espero e muito que dê certo e tire o Botafogo dessa situação mas até hoje não ouvi nem vi ninguém mencionar um plano B, ou seja, caso a S/A não decole, ( e antes que digam que estou torcendo contra esclareço que é justamente o contrário) o que torço e muito para que se concretize, quais são os planos do clube diante dessa possibilidade? Sei perfeitamente que o futebol é o carro chefe de todos os clubes mas não podemos ignorar as outras áreas que também dão visibilidade e marketing.  Exemplo do basquete no momento.  Com o time montado pelo nosso ex jogador Léo Figueiró, o Botafogo mesmo sem caixa conseguiu patrocínio para montar uma excelente equipe e que   conseguiu vaga para disputar a Liga Sul Americana e isso foi notícia em vários programas esportivos e os jogos além de televisionados lotaram o ginásio Oscar Zelaya provando que a torcida também comparece e incentiva e muito outros esportes.  Agora quanto ao Bernardinho só nos resta lamentar e torcer por ele mesmo estando defendendo as cores do nosso arquirrival.

Retificação comentário acima. Para completar a informação e fazer justiça a quem merece o Vice-Presidente de Esportes Gerais sr. Alexandre Brito e o Diretor de Esportes Gerais sr. Gláucio Cruz se mobilizaram e tornaram viável a formação do atual time de basquete comandada pelo Léo Figueiró. Mesmo numa época de crise financeira fica o exemplo de que com esforço, dedicação e ousadia se pode montar um bom projeto. Eles conseguiram um patrocínio da TIM.

Angelo Antonio Seraphini -  20/07/2020 - Criador do blog
O Botafogo vem investindo para ter uma equipe forte para a sequência da temporada. Após o japonês Honda, o marfinense Kalou foi confirmado para o Campeonato Brasileiro.

Com a chegada dos reforços internacionais, o número de sócios-torcedores vem crescendo. Atualmente, o Botafogo ultrapassou a marca de 31.000.

O presidente Nelson Mufarrej exaltou a mobilização dos alvinegros.


"A equipe do programa de sócio-torcedor tem buscado atrair novos associados e a campanha do mutirão está apresentando resultados interessantes. Estamos em uma espiral positiva desde o anúncio do Salomon Kalou, e a mobilização em prol de novos sócios é muito importante. É uma fonte de receita fundamental e todos têm trabalhado para continuar com essa crescente nos números", disse ao Globoesporte.com.
O meia Bruno Nazário foi outro que rasgou elogios a torcida pela marca de sócios-torcedores.

"É muito legal. A gente vem passando por um momento tão difícil, os torcedores ajudando os funcionários com a dificuldade que estamos passando. Parabéns a todos, a gente tem que crescer cada dia mais. Tenho certeza que vai dar tudo certo", declarou.


O Botafogo vem treinando sob o comando do técnico Paulo Autuori visando início do Campeonato Brasileiro. A estreia alvinegra será contra o Bahia, no Nilton Santos

Fonte: Gazeta Esportiva do dia 21/07/2020

Essa situação em relação ao numero de sócios torcedores é semelhante a maré dos oceanos, ele vai e volta pois está ligada diretamente a performance do time de futebol. Quando êle vai bem, aumenta o numero de sócio torcedores, quando vai mal diminui. TRabalhei durante muitos anos no Botafogo FR em todos os departamentos com exceção do futebol e pude ver e sentir de perto a verdadeira relação sócio/clube.  Sei perfeitamente que o futebol é o carro chefe dos clubes mas o sócio contribuinte aquele que frequenta e usufrui daquilo que o clube oferece é totalmente diferente da relação com o sócio torcedor. O sócio real do clube, contribuinte, proprietário, emérito etc.. etc.. é quem tem a relação verdadeira não importando na maioria do caso se o futebol vai bem ou não. Essa outra categoria de sócio aprecia tb outros esportes como voley, basquete, natação, polo aquático etc... É nessa fatia que os clubes, na minha humilde opinião, deveriam investir pesado e assim ter uma fonte de receita firme e fixa sem oscilações de acordo com a maré. Muitos clubes de futebol pelo Brasil não tem um time de futebol de expressão mas possuem um quadro social muito superior a muitos grandes clubes. Mas infelizmente a mentalidade dos nossos dirigentes parace estar fixa e direcionada apenas e tão somente para o futebol. Vamos esperar e torcer para que esse quadro mude e póssamos ter um clube forte em todas as áreas não apenas no futebol.

Angelo Antonio Seraphini, 21/07/2020 - Criador do blog

TIM redireciona verba para projetos de cultura, e basquete do Botafogo corre risco de acabar.

Forte baque no basquete do Botafogo. O contrato com a TIM, que gerava mais de R$ 3 milhões por ano ao basquete, mudou por decisão da empresa após a renovação e os valores passarão a ser repassados a projetos de cultura. Campeão sul-americano e com bons resultados, o basquete alvinegro pode ser interrompido. A informação é do site “Globoesporte.com”.
O basquete custa mais de R$ 4 milhões ao ano, valor que era coberto pelo patrocínio da TIM e parceria com a Ambev. O contrato com a empresa de telefonia era via lei de incentivo.
Com o novo formato, o Botafogo não poderá investir mais a verba de TIM em esportes. Havia uma corrente interna que defendia que o dinheiro deveria ir para o futebol, uma vez que o patrocínio era no número da camisa do time profissional, ou para a base.
Com a crise, o vice-presidente de esportes olímpicos, Alexandre Brito, e o diretor de esportes, Gláucio Cruz, se desligaram de seus cargos na última semana. O ala Cauê Borges está de saída para o Paulistano.
Fonte: Site FogãoNet
Infelizmente essa é a triste e lamentávelo situação do nosso querido fogão. Já conseguiram acabar com a equipe de voley masculino adulta e agora parece vão conseguir extinguir esse grande projeto que depois de longos anos elevou o basquete do Botafogo a nível nacional e internacional. Parabéns a diretoria do clube que a cada dia que passa prova sua total e completa incapacidade de gerir e administrar um grande clube.
PS: O ultimo que sair apague a luz.
Angelo Antonio Seraphini 29/07/2020 - Criador do blog

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Leandrinho alega atrasos salariais e vai à Justiça do Trabalho para tentar rescisão com Botafogo

Valor da causa ultrapassa um milhão de reais, e clube tem cinco dias para se manifestar
O meia Leandrinho entrou com um processo na Justiça do Trabalho para conseguir a rescisão de contrato com o Botafogo. O jogador de 23 anos alega atrasos salariais referentes aos meses de novembro e dezembro de 2019 e parte de março, abril, maio e junho de 2020, além de 13º e férias do ano passado.


A informação foi inicialmente publicada pelo site "Fogo na Rede". O valor da causa ultrapassa um milhão de reais. O clube foi intimado a se manifestar em até cinco dias. Veja abaixo o despacho do juiz Robert de Assunção Aguiar.
Leandrinho tem 47 jogos e 15 gols com a camisa do Botafogo entre 2016 e 2020. Nesta temporada, o meia só participou de uma partida. Após duas temporadas sem grande destaque no Botafogo devido a uma sequência de lesões, ele deu a volta por cima no Sport e bateu seu recorde de partidas em uma temporada: jogou 38 vezes em 2019, marcando três gols.
O rendimento o fez voltar ao Bota, com quem tem contrato até o fim do ano. Mas, mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, o jogador passou a treinar separadamente do elenco e não estava nos planos do clube para o restante da temporada.


Fonte: Globo.com 10/07/2020

Tudo bem que ele já estava fora dos planos para a próxima temporada mas é mais um exemplo da administração caótica que vem sendo feita no nosso glorioso. Esperamos que não venha a ser o início de outras ações do tipo mas ganhando a causa o valor que ele terá direito só vai aumentar o déficit financeiro da já combalida situação financeira do clube.

Angelo Antonio Seraphini 29/07/2020 - Criador do blog
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O comentário da semana  não poderia ser outro e trata do fim do basquete adulto masculino do Botafogo FR. Projeto corajoso e vitorioso que chega ao fim de maneira abrupta e precoce do mesmo modo como foi com o voley masculino adulto no inicio do ano. Não consigo me conformar com a incapacidade total das pessoas que "dirigem" o clube, sua total falta de comprometimento com as tradições e a história do Botafogo FR. Parece que estão ali para "passar tempo" como uma ida ao cinema, a praia etc... Segundo a limitadíssima visão dessas pessoas, parece só existir o futebol com se ele fosse capaz de gerir toda a gloria e renome do clube. A dívida só aumenta e agora, provavelmente com essas dispensas haverá mais ações trabalhista para que seus direitos sejam honrados mas não existe essa preocupação pois como todos sabem há décadas que esse tipo de atitude vem sendo adotada e vai explodir numa outra gestão e a atual diretoria ao término de seu mandato vai sair lisa, leve e solta legando mais dividas e situações desesperadoras para o já combalido passivo do clube. O tempo nos ensina muita coisa mas a essa casta de "dirigentes" não aprende ou não faz questão de aprender com as atitudes erradas de gestões passadas. Eleições se aproximam e vamos começar a ouvir aquela lenga lenga de todo "politico em época de eleição". Promessas, promessas e mais promessas que ao serem eleitos simplesmente vão cair no mar do esquecimento e tudo volta a dantes no quartel de Abrantes. Ou os verdadeiros botafoguenses, aqueles que amam o Clube, sua história, seu passado se levantem e se unem em prol de uma solução benefica para toda essa balbúrdia administrativa ou em breve (torço para estar redondamente errado) veremos nosso querido e amado Botafogo a caminho da insolvência.
Angelo Antonio Seraphini - 04/08/2020 - Criador do blog
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Bom dia nação alvinegra.
O ex-nadador Claudio Abtibol e outros ex-atletas da natação e do polo-aquático, entre eles o ex-nadadores Eduardo Alijó Neto, neto do ex-presidente Paulo Azeredo, Valdir Mendes Ramos, Carlos Antonio Azevedo entre outros,  estão à frente do projeto SOS MOURISCO MAR, onde pretendem reativar as atividades não só da piscina olimpica como tambem de todo o complexo esportivo do Mourisco Mar fechado no início deste ano por problemas de vazamento da piscina olimpica. Vamos nos unir a eles para que esse patrimônio do Botafogo FR não continue nas condições em que ele se encontra no momento. Não podemos deixar que um patrimônio como esse que na época de sua inauguração foi considerada a piscina mais moderna da América do Sul, continue fechada e abandonada.













































Como era até o início desse ano



Assim está nesse momento

Angelo Antonio Seraphini 21/08/2020 - Criador do Blob
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A HISTÓRIA DO BONECO "MANEQUINHO"

Manequinho - Mascote do Botafogo FR
Manequinho é o nome popular de uma estátua que está situada em frente à sede do clube Botafogo de Futebol e Regatas, no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Representa um menino urinando e foi inspirada pelo Manneken Pis, que enfeita uma esquina de Bruxelas, na Bélgica. Em 2002, a estátua foi tombada como patrimônio pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro História Manneken Pis, a estátua original em Bruxelas, na Bélgica.


Com 1 metro de altura, a estátua foi esculpida, originalmente, em 1908, por Belmiro de Almeida, e esteve instalada na Praça Floriano, no Rio de Janeiro, até 1927, quando foi transferida, por ser considerada uma afronta aos bons costumes, para a praia de Botafogo, próximo à sede do Mourisco do então Clube de Regatas Botafogo.

Mascote do Botafogo

A imagem passou a ser relacionada ao time alvinegro no Campeonato Carioca de Futebol de 1957, quando um torcedor vestiu a estátua com a camisa do Botafogo. A partir daí, os torcedores passaram a considerá-la como mascote e, toda vez que o Botafogo é campeão, a estátua é vestida novamente.

Furto e refundição

Contudo, em 1990, a estátua foi furtada e destruída. Uma nova estátua foi então executada pela fundição de Amadeu Zani, a partir do molde original de Belmiro de Almeida, e instalada em 1993. Em 1994, o Manequinho foi transferido para sua localização atual: a praça em frente ao palacete de General Severiano, que havia sido retomado pelo clube naquele ano.

Vandalismo e adoção

Em 2008, após um ato de vandalismo, furtou-se o órgão sexual da peça.  A estátua foi, então, levada para restauração. Na data de sua recolocação, no início de novembro daquele ano, o clube do Botafogo assumiu a manutenção do monumento.

Fonte: WikipediA
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O Manequinho foi esculpido em 1906 por Belmiro de Almeida. O próprio autor narra como nasceu a sua obra num livro sobre o Rio Antigo (Correa, s/d: 164):

“Há dias, encontrando-me com o Belmiro de Almeida, na Tabacaria Lourdes, pedi-lhe o histórico da sua fonte e, prontamente, me satisfez o desejo.

Quer que fale do meu boneco, que o povo carioca batizou de ‘Manequinho’? Pois então escuta: foi em casa de um amigo que observei a sua filhinha ensaiando os primeiros passos na alameda do jardim e notei uma coisa curiosa na proporção das crianças, nessa idade; têm o tronco muito maior do que as pernas, o que não se verificava na formosa menina. Assim, pensei no “Mannekin Pis” de Bruxelas e comecei a modelar o meu Manequinho, servindo-me do modelo da menina.

Terminado o trabalho e passando o gesso, pensei em fundi-lo a cera e retocá-lo para o bronze; não encontrei, porém, nessa época, quem pudesse executar o meu desejo, e quando fui a Paris, em 1911, levei o referido gesso, que foi elogiado pelo professor La Vernne e outros, em meu atelier à Rua de Bagneux nº 7; nessa ocasião recebi também a visita do saudoso Nilo Peçanha e de outros caros brasileiros. Aí mandei fundir em bronze a estátua e quando retocava a cera, fiz as alterações onde achei conveniente. A primeira fundição perdeu-se no momento de ser vazada em bronze. Depois ainda fundi outro exemplar, em cuja cera modifiquei a expressão do rosto.

A história do Manequinho (I)

O Manneken Pis de Bruxelas significa, em língua popular local, "o garoto que urina." A história conta que um garoto que se perdeu foi encontrado pelo pai, rico burguês, cinco dias depois, nu e urinado em público, e o pai teria mandado esculpir uma estátua de pedra no local aonde foi encontrado.

A estatueta é mencionada em um texto de 1452. Em 1689 as autoridades locais solicitaram ao escultor Jêrome Duquesnoy que realizasse essa estatueta em bronze. Célebre hoje em dia, o Manneken Pis é vestido por ocasião das festividades da cidade de Bruxelas, podendo-se visitar um museu situado na praça principal da cidade cujo vestiário do “garoto que urina” contém mais de 780 vestimentas.

A estátua foi roubada por soldados ingleses em 1745 e encontrada na cidade de Gramont, roubada por granadeiros franceses em 1747 e abandonada em frente a uma taberna. Informado do acontecido, o rei Luiz XV deu lhe uma roupa de marquês e nomeou-o ‘Chevalier de l´Ordre de Saint Louis’. Era brigadeiro de honra de vários regimentos e essa nomeação obrigava a tropa a prestar-lhe continência.

Em 1817 verificou-se novo roubo da estátua. Antoine Lycas, autor da ‘façanha’, foi condenado perpetuamente a trabalhos forçados. Muito popular e querida, a estatueta é o símbolo mais significativo da cidade de Bruxelas.

Pensa-se, erradamente, que a estatueta do ‘Manequinho’ existente em frente à sede do Botafogo de Futebol e Regatas seja uma réplica absoluta do Manneken Pis, que habita numa esquina da Rue de l'Etuve com a Rue de Chêne. Porém, há algumas diferenças significativas: a estatueta belga é muitíssimo menor, já que possui apenas vinte centímetros, enquanto o Manequinho possui cerca de um metro de altura; a estatueta belga representa um menino que tem uma cabeça enorme, desproporcional ao corpo, enquanto o Manequinho tem as proporções do corpo de um menino perfeito; a estatueta belga usa a mão esquerda para orientar o jato de urina, enquanto o Manequinho possui as duas mãos livres e urina livremente.


Quer que fale do meu boneco, que o povo carioca batizou de ‘Manequinho’? Pois então escuta: foi em casa de um amigo que observei a sua filhinha ensaiando os primeiros passos na alameda do jardim e notei uma coisa curiosa na proporção das crianças, nessa idade; têm o tronco muito maior do que as pernas, o que não se verificava na formosa menina. Assim, pensei no “Mannekin Pis”de Bruxelas e comecei a modelar o meu Manequinho, servindo-me do modelo da menina.


Lembrando-me que os artistas do mundo civilizado dedicavam as suas obras às pessoas gratas e amigas, como fazem entre nós os poetas e escritores, dediquei uma ao meu amigo e a outra ao Prefeito Rivadávia Correia. Em 1912, expus a estátua no edifício de Cinema Pathé, na Av. Rio Branco, e no dia da inauguração compareceu o Marechal Hermes da Fonseca, Presidente da República.

Em 1914 foi colocado o Manequinho na praça Floriano, sobre dois degraus, conforme manda a estética; sob minha orientação colocaram também uma torneira, a fim de regular a pressão da água, que deverá ser inconstante."

Na peça original estava gravada a seguinte inscrição: “Homenagem ao carácter reto e independente do Dr. Rivadávia Correia”.

No período de 1919, o prefeito Paulo de Frontim, como seu primeiro cuidado, foi retirá-lo, mandando-o para um depósito. Num país tropical, onde se bebe água todos os instantes, a imprensa falou, a Sociedade Brasileira de Belas Artes protestou, mas tudo em vão.

Contudo, na gestão do Dr. Aloar Prata (1922), foi novamente colocada a fonte na praça pública, mas no fim da praia de Botafogo, pois o lugar antigo estava tomado pelo “Manecão”, e a inteligência artística da Prefeitura instalou a fonte sem os dois degraus, parte integrante da composição artística. Assim, jaz a minha fonte, o meu querido Manequinho, num canto sujo de Botafogo.”

Fontes principais:
http://ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com/2010/05/uma-estatua-simbolo-dos-cariocas.html
http://fotolog.terra.com.br/carioca_da_gema_2:128
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manequinho
http://rio-curioso.blogspot.com/2007/04/manequinho.html
http://www.rioquepassou.com.br/2005/09/21/manequinho-cinelandia-anos-10/
Magalhães Correa (s/d). Terra Carioca – Fontes e Chafarizes. Rio de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
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A festa do Manequinho 
Volta de estátua atrai políticos e causa confusão 
Ausente desde o dia 27 de julho, o botafoguense Manequinho foi muito festejado, quando voltou ontem, ao seu lugar cativo, no Mourisco. Na inauguração da réplica da estátua roubada, no entanto, ao lado de botafoguenses autênticos —como dona Eugênia Nascimento, de 104 anos —, políticos lutaram e gritaram muito para assumir a paternidade de um dos mais conhecidos símbolos do Rio. 
O novo Manequinho, com 30 quilos de bronze e valor de Cr$ 200 mil, é exatamente igual ao levado pelos ladrões há dois meses e foi doado pelo diretor da Bolsa de Artes do Rio, José de Almeida Coimbra. Ele foi esculpido em 45 dias pela Fundição Zani, que possui o molde original. Em meio a toda a confusão, o prefeito Marcelo Alencar apareceu para descerrar a placa comemorativa, colocada pela Fundação de Parques e Jardins. Botafoguense, Marcelo levou uma amarelada camisa número 3 do Botafogo, cedida por Nilton Santos — ex-craque do clube e da seleção brasileira — para vestir o Manequinho. 
Não faltaram lances engraçados, superstições e personagens folclóricos. Dona Eugênia Nascimento ficou quase três horas sentada ao lado da estátua, vestida com a camisa do Botafogo e dizendo que só sairia dali depois de ver o prefeito beijar o boneco. "Ele precisa da benção do prefeito", dizia ela. Os chefes de torcidas organizadas se uniram para expulsar os cabos eleitorais de vários candidatos, que tentavam fazer ouvir seus apelos por votos, enquanto os torcedores cantavam o hino do Botafogo. Tamanho foi o barulho, que motoristas de três carros se envolveram em batidas e acaloradas discussões, ao pararem na pista próxima para ver a festa botafoguense. 
Carlos Mesquita

Acervo particular Angelo Antonio Seraphini
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Manequinho é adotado pelo clube
Monumento, que é um símbolo do Botafogo, até então era mantido pela Prefeitura do Rio de Janeiro

Finalmente o Botafogo poderá dizer que o Manequinho é seu. O clube formalizará nesta quarta-feira a adoção do monumento instalado em 1927, que fica em frente à sede de General Severiano, e que tornou-se um mascote alvinegro. A estátua até então estava sob os cuidados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A informação é do site oficial do Botafogo.

A assinatura de formalização da adoção do Manequinho pelo Botafogo acontecerá às 10h, junto à Prefeitura do Rio de Janeiro. Estarão presentes à cerimônia, além do presidente Bebeto de Freitas, o secretário municipal de Meio Ambiente, Célio Lupparelli, e o presidente da Fundação Parques e Jardins, Osmar Caetano. A partir de então, caberá ao clube a manutenção do monumento.

O evento também marcará a restauração da estátua. Em setembro, o Manequinho foi depredado, tendo o pênis retirado por vândalos. A obra foi orçada em R$ 5 mil.

Fonte: globo.com
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"MANEQUINHO” está de volta a Botafogo! Conforme prometeram Diretor do Departamento de Parques e Jardins, Sr. Gildo Alves Borges, foi recolocada no jardim da Praia de Botafogo, ao lado da nossa sede do Mourisco, a tradicional estátua do “MANEQUINHO”, perto do local onde anteriormente se encontrava, e de onde fôra retirada para permitir a construção do viaduto Pedro Álvares Cabral, que liga as pistas internas da Praia de Botafogo com a AV. Pasteur.

JA É TRADIÇÃO 

O escultor Belmiro de Andrade foi quem em 1911 criou o nosso "MANEQUINHO". É que muitos afirmam tratar-se de uma cópia da famesa estátua de “Maneken Piss”, esculpida em 1690, existente numa praça de Bruxelas e que, segundo a lenda, foi mandada esculpir por um principe local cujo filho, criança ainda, desaparecera. Desesperado com as buscas infrutíferas, o príncipe fêz uma promessa de mandar erguer uma estátua da criança na posição exata em que seu filho fôsse encontrado. O menino foi encontrado fazendo “pipi" e a promessa foi cumprida.

O nosso "MANEQUINHO” está ligado aos acontecimentos esportivos da cidade e principalmente ao BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS, clube do bairro, onde, ha muito, o “MANEQUINHO” esta localizado, ou melhor, desde a administração do prefeito Alaor Prata.

Na década de 1922, quando foi levada para o Mourisco, a estátua era um símbolo para os remadores do BOTAFOGO DE REGATAS, que :faziam ponto no antigo Bar Sereia, na esquina da Praia de Botafogo com a Rua Voluntários da Patria, e vestiarn-na com a camisa alvi-negra sempre que levantavam um campeonato, o que acontece até hoje.

Sempre mudando de lugar por causa de obras, uma vez na Cinelandia e três no Mourisco,  "MANEQUINHO” tem agora seu lugar fixo e definitivo. Muitas pessoas tentaram levar essa tradicional estátua para outros pontos da cidade, mas prevaleceu a tradição. Essa estatua converteu-se em simbolo dos torcedores e jogadores do BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS. A sua retirada sería na verdade um crime contra a história do bairro nos últimos anos  principalmente do nosso clube, que saiu em sua defesa. Todo time de futebol que levanta o campeonato da cidade procura também vestir sua camisa no “MANEQUINHO", que, inclusive, já vestiu a camisa da CBD, nas duas vêzes que o Brasil foi campeão do mundo.


Agradecemos, daqui, a volta do "MANEQUINHO"

Fonte: Boletim Oficial do Botafogo no 220 de novembro de 1969


BOLICHE FEMININO


 
MENINAS  ATÉ 6 ANOS

1º lugar - Lêda Regina de Oliveira de Moraes (G); 2º, Marise Maria Lima Câmara  (E.S.); 3º;   Lúcia  Helena  Carneiro da Cunha (G); 4º Margarida Maria  de   Lima  Câmara   (E.S.)  tendo participado   Regina  Barcelos Ribeiro.

MENINAS DE 7 a 9 ANOS

1º lugar - Ana  Maria  Lopes  d'Ornelas (G) ; 2º Eliane  Barros  Carvalho (G); 3º, Magaly da Silva Reis (G); 4º Lucrécia Rodrigues Guimarães (E.S.).

Participaram: Dália Maria de Barros, Isabel Cristina Sampaio, Maria Luiza  Gonçalves Malheiros, Selma   Dias Praga e, Maria Regina Pereira Simões

MOÇAS DE 15 a 17 anos.

1º lugar - Maria  Helena  de  Souza (G);  2º,  Maria  de Lourdes  Pieroti (G); 3º, Rosemeri Serrano  (E.S.); 4º, Lilian Ferreira dos Santos (E.S.).

Participaram Célia  Regina  Ribeiro da Costa, Eloisa Vidal Rosas, Elizabeth P. da Cunha,  Marilda  de  Araujo Gonçalves, Solange Augusto VeroI, Yêda Cavalcanti de  Albuquerque; Alzira de Almeida e lsabel Murtinho. 

Fonte: Boletim Oficial do BFR nº 169 de dezembro de 1960

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A HISTÓRIA DO BOTAFOGO

Botafogo FR sua história
A HISTORIA DO BOTAFOGO

A história do Botafogo remete ao século XIX, mais precisamente 1891, quando membros egressos do Clube Guanabarense, criado em 1874, criaram o Grupo de Regatas Botafogo, tendo como um de seus fundadores o remador Luiz Caldas, conhecido como Almirante. Logo após o falecimento de Caldas, o grupo foi regulamentado como Club de Regatas Botafogo. O clube tinha como sede um casarão, atualmente demolido, no sul da praia de Botafogo, encostado ao Morro do Pasmado, onde hoje termina a avenida Pasteur.
1a Sede do Clube de Regatas Botafogo

No dia 12 de agosto de 1904, paralelamente ao clube de regatas, surgia também no bairro de Botafogo um novo time de futebol, o Electro Club, criado por iniciativa de Flávio Ramos e Emmanuel Sodré, dois jovens entre 14 e 15 anos que estudavam juntos no Colégio Alfredo Gomes. Pouco mais de um mês depois, o nome da agremiação foi alterado para Botafogo Football Club, por sugestão da avó materna de Flávio, conhecida como Dona Chiquitota.

Botafogo de Futebol e Regatas
Nascido da união entre o Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football Club, o Botafogo de Futebol e Regatas foi fundado oficialmente no dia 8 de dezembro de 1942, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padroeira do clube. A fusão entre as duas agremiações já era estudada desde 1931, mas durante muitos anos foi combatida porque pessoas ligadas aos dois clubes, como o historiador Antônio Mendes de Oliveira Castro, do remo, e João Saldanha, do futebol, garantiam que o Regatas estava "infiltrado de torcedores do Fluminense", que é, dentre os maiores rivais do alvinegro, o único que nunca teve um departamento ligado a esse esporte.



                   Time do Botafogo em 1906, o primeiro a usar
                                      o uniforme listrado.

Na década de 1940, entretanto, a união dos clubes foi motivada por conta de uma tragédia: no dia 11 de junho de 1942, o clube de regatas e o de futebol se enfrentavam em uma partida de basquete, válida pelo Campeonato Carioca. O atleta Armando Albano, um dos principais jogadores do Botafogo Football Club e da Seleção Brasileira, saiu atrasado do trabalho e chegou à quadra com o jogo já em andamento, no final do primeiro tempo. Durante o intervalo, Armando se abaixou para pegar uma bola e caiu desfalecido na quadra. Prontamente o jogador foi levado ao vestiário e a partida recomeçou. Porém, após alguns minutos tentando trazê-lo de volta à vida, a notícia de sua morte interrompeu o confronto quando o placar marcava 23–21 para o clube de futebol. A decisão de parar o jogo foi tomada pelo Botafogo de Regatas, que abdicou da disputa para que Albano tivesse como homenagem uma última vitória. Envolvidos em uma profunda atmosfera de comoção, os dirigentes das duas agremiações optaram pela união dos clubes. Duas frases marcantes foram eternizadas na época:

"Nas disputas entre os nossos clubes só pode haver um vencedor, o Botafogo!"
— Eduardo Góis Trindade, presidente do Botafogo Football Club.
"O que mais é preciso para que os nossos dois clubes sejam um só?"
— Augusto Frederico Schmidt, presidente do Club de Regatas Botafogo.
A partir dessa data, começou o procedimento para a fusão, oficializada cerca de seis meses depois. A partir de então, surgia o Botafogo de Futebol e Regatas, com algumas alterações: a bandeira permaneceu com as listras horizontais em preto e branco, mas o escudo com as letras BFC entrelaçadas foi substituído por um retângulo preto com a Estrela Solitária em branco. O novo escudo fez mudança semelhante, incorporando o símbolo máximo do remo ao formato do distintivo de futebol, agora em fundo preto e contorno branco.

Fonte: Site WikipédiA.org

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A FUNDAÇÃO DO GLORIOSO

A 12 de agosto de 1904, no velho Largo das Leões, nasceu o Botafogo Football Club que, assim, comemora, este mês, cinqüenta e cinco  anos de lutas gloriosas, com o seu alvinegro pavilhão coberto de louros e vitórias épicas.

Foram seus fundadores os então adolescentes Flávio Ramos, Emanuel Sodré, Álvaro e Octávio Werneck, Arthur  César de Andrade, Jacques  Raymundo, Vicente Licínio Cardoso, Lourival Costa, Eurico Viveiros de Castro, Augusto Fontenelle, Carlos Bastos Neto e Basílio Viana Junior. 













Hermann Palmeira                            Miguel de Pino Machado

A idéia da fundação de um clube, brotou do cérebro de nosso querido Flávio Ramos que, em aula de álgebra do tradicional Colégio Alfredo Gomes, passou um bilhete ao seu colega Emanuel Sodré, propondo a referida fundação, recebendo, logo, entusiástica acolhida.
General Severiano 1913

E, a 12 de agosto, no chalet do casarão em ruínas do Conselheiro Gonzaga, surgia o grêmio, sendo eleita a primeira diretoria, com Flávio Ramos, na presidência, Octavio Werneck, na vice-presidência, Jaques Raymundo, na secretaria e Álvaro Werneck, na tesouraria, logo substituída, em setembro, por nova direção, com Alfredo Guedes de Melo na presidência e a adoção do nome de BOTAFOGO, por sugestão da inesquecível avó de Flávio - D. Francisca Teixeira de Oliveira - em substituição ao de Electro Club, inicialmente adotado para aproveitamento de um talão de recibos que pertencera a uma sociedade extinta.

Nosso primeiro campo foi a via publica, isto é, o próprio Largo dos Leões, com suas palmeiras imperiais servindo de balizas, substituído pela rua Conde de Irajá, em exíguo terreno sito ao lado da residência do General Lauro Sodré.

E o clube tornou forma, quando o vulto extraordinário de Joaquim Antonio de Souza Ribeiro, a convite do inolvidável Alfredo Chaves, aceitou a sua presidência, em junho de 1905, sucedendo às rápidas presidências de Guedes de Melo, José Paranhos Fontenelle e Waldemar Pereira da Silva.

Nesse mesmo ano era fundada a primeira entidade da cidade - a Liga Metropolitana de Futebol e entre os seus fundadores, encontrava-se o nosso BOTAFOGO, que, em 1906, já participava valentemente do primeiro campeonato carioca, alugando, em março, um novo campo, o da rua Real Grandeza, onde hoje ergue-se a Vila Montevidéu.

Em 1907, derrotando sensacionalmente o Fluminense por 4x2, o BOTAFOGO com o mesmo empatava no primeiro posto da tabela, arrostando com as arbitrariedades da diretoria da Liga que, ilegalmente, sem função estatutária para tal, desejava impor o critério do goal-average para o desempate.

Convocada uma assembléia geral, a 28 de outubro, nossos oponentes estranhamente evitaram a discussão final do assunto, retirando-se da Liga que, de fato, dissolveu-se sem proclamar  o campeão do ano.

A fundação da nova Liga Metropolitana, em 1908, encontrou em nossa presidência, Edwin E. Hime Junior e o clube  instalou-se no glorioso e inesquecível Campo da Voluntários da Pátria , onde existe hoje a rua General Dionisio, e onde, em 1910, novamente e  desde 1909, sob a presidência de Souza Ribeiro, levantou de maneira irresistível e empolgante o campeonato da Cidade, recebendo, do entusiasmo das multidões, o título de Glorioso, que até hoje orgulhosamente ostenta. 
Voluntários da Pátria em 1909

Em 1911, quando tudo levava crer seria repetida a façanha, um incidente de campo, fez o BOTAFOGO, presidido pelo Dr. Alberto Cruz Santos, desfiliar-se  da Liga e enfrentar airosamente a situação, preliando em matches interestaduais  com a A.A. das Palmeiras, S.C. Americano e o S.C. Germania, os grandes clubes paulistas da época. 

Mas perdendo o arrendamento do campo, em fins de 1911, o BOTAFOGO viu-se , no ano seguinte, face à mais  trágica situação  de sua história, quando a nova diretoria, com Joaquim de Lamare na presidência e o inquebrantável comandante Hermann Palmeira na vice-presidência, fez prodígios de heroísmo para a sobrevivência do Clube, sem campo, sem sede, sem os atrativos de bons jogos e quase sem sócios.

Restava-lhe , porém, sua formidável equipe, com Álvaro Werneck, Edgard Dutra, Edgar Pullen, Rolando e Abelardo de Lamare, Lulu Rocha, Juca Couto, Emanuel, Benjamin e Lauro Sodré, CarIos Vilaça e tantos outros - que disputando o campeonato da Associação de Futebol do Rio de Janeiro, a modesta entidade criada pelo dinamismo do homem que fizera do seu próprio Iar a sede do clube -  Hermann Palmeira - manteve acessa a chama do heroísmo e da fidelidade, forjando de maneira  inconfundível a personalidade botafoguense, diferente de todas as outras. 

Já em fins de 1912, um pugilo de heróis, o "comitê de salvação” conseguia arrendar o terreno de General Severiano, onde hoje se erguem nossas magníficas dependências,  erigindo esplêndido  campo e ótimas  arquibancadas, inauguradas em 1913 quando, pacificada a situação e feita a fusão das duas entidades, volveu o BOTAFOGO à Metropolitana, para prosseguir sua gloriosa rota.

No pouco espaço de que dispomos, não podemos relembrar toda essa rota, mas rapidamente recordaremos que pela presidência do Glorioso, de 1913 à fusão de 42, passaram os vultos de Joaquim de Lamare, até meados de 1914; Miguel de Pino Machado, em 1914; o grande Souza Ribeiro, em 15 e 16; novamente Pino Machado, em 17 e 18, quando teve esplêndida administração e ampliou nossas arquibancadas; Renato Pacheco, em 19, 20 e 21; Samuel de Oliveira, em 22; Paulo Azeredo, em 23; Gabriel Bernardes, em 23 e 24; Oldemar Murtinho, em 25; Paulo Azeredo - O Presidente de Ouro no formidável período de dez anos -  1926-36 quando deu ao Clube a posse definitiva de General Severiano, a monumental sede colonial e os campeonatos de 1930-32-33-34, e 45; Darke de Mattos, em 1936; Sergio Darcy, outro grande Presidente, de 37 a 39, quando erigiu o nosso estádio; João Lyra  Filho em 1940-41; Benjamin Sodré em 41e Eduardo Trindade em 1942.

E hoje- BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS - sob o comando do mesmo extraordinário chefe do passado  Paulo Azeredo -  prossegue, o Glorioso, sua irresistível marcha para os mais altos Destinos.


Fonte: Boletim Oficial do BFR no 153 ago 1959
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ELIANE MARlA STUDART, que concorrerá, pelo BOTAFOGO, ao concurso "Senhorita Rio" 1969. Esteve reunida em nossa sede com as representantes dos clubes cariocas, quando promoveu um verdadeiro mini-show. ELIANE é carioca, estudante do Centro Social Feminino, onde estuda secretariado, tem 19 anos de idade, ioga volei, gosta de natação e de montar a cavalo. Adora todas as músicas, pois elas fazem parte de nossa época ou geração, músicas alegres e trepidantes. Cantou com muita graça e foi muito aplaudida, inclusive na interpretação de "Cantiga por Luciana" e "Juliana", musicas do último Festival Internacional da Canção. Nas fofos, por ocasião da sua apresentação ao quadro social do BOTAFOGO e quando, na mesma festa, era enfaixada pela Sra. Bemvindo Sampaio.

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PARABÉNS BOTAFOGO

Imaginem o Rio de Janeiro em 1894, na virada da República, na efervescência das paixões politicas e das mudanças. Nesse ano, surgiu no Rio de Janeiro, na enseada de Botafogo, um clube que tinha a Estrela Solitária como guia de seus grandes feitos - o Club de Regatas Botafogo.
Em 1904, estudantes do Ginásio Alfredo Gomes, com média de idade de 14 anos, resoiveram fundar o Clube do novofempo que se iniciava - o Botafogo Football Club. Dai para a frente foi só crescimento e o Clube se ñxou no Bairro do mesmo nome, com seu campo em General Severiano a partir de 1912, enriquecendo a vida esportiva do Rio de Janeiro e dando à juventude oportunidades valiosas à pratica dos desportos e à convivência sadia em seu quadro social.
Em 1942, a 8 de dezembro, os dois alvinegros, com o mesmo nome e com a vocaçao da vitória realizaram a Fusao e surgiu esse gigante chamado BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS.
Falar em BOTAFOGO é falarem paixão pelo futebol, o esporte que conquistou milhões no Brasil inteiro e que projetou o Glorioso até no cenário mundial, principalmente por ter sido ele o maior provedor de craques para a conquista do Trlcampeonato Mundial pelo Brasii.
Escusado dizer aqui o nome dos astros que brilharam nos campos, nas quadras, nas piscinas e nas raias. A maioria se lembra deles com amor e saudade.
Eis que, após a tempestade, ressurge o BOTAFOGO, revigorado, iluminado, pelos seus leais colaboradores e torcedores; e, como o filho pródigo volta o Sede, preparado às novas conquistas, às bem-aventuranças do novo ciclo de vida.
O Bota de hoje não é só fogo, mas Alma renovadora da vida esportiva e social . A nova Diretoria nâo mede esforços para eleva-lo à posiçao de destaque no cenario nacional, com a construçao, em sua sede, de áreas de lazer, quadras, piscinas, concentração e, para não fugir à tradição do local, um campo de futebol para treinamento.
Com ele o Brasil vibra, a torcida cresce e se entusiasma. A Diretoria traça rumos positivos, renovadores, o Clube se expande, e, com o apoio de todos, revigora o  seu centro sócio-cultural. A volta de sua Revista nos dará  também o privilégio de conhecê-lo melhor, no seu passado e no seu presente.
Boa sorte ao nosso querido BOTAFOGO, e parabéns a todos os seus leais torcedores.


Fonte: Revista Oficial do Botafogo no 245 de 1994
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terça-feira, 31 de agosto de 2021

AUTOMOBILISMO

 

Botafogo, pioneiro de automobilismo


O Botafogo de Futebol e Regatas foi o primeiro clube brasileiro de futebol a competir em provas de automobilismo, na extinta Fórmula 2000.

Efetivamente, o Glorioso patrocinou o carro da piloto Suzane Carvalho, em 1991, e o escudo da Estrela Solitária abrilhantou as competições de Fórmula 2000 italiana daquela época.

Suzane Carvalho nasceu no Rio de Janeiro a 26 de Dezembro de 1963 e é uma conhecida botafoguense, que além de corredora em veículos de quatro rodas fez carreira no teatro, no cinema e na televisão.

Filha da atriz Lia Farrel e irmã da atriz Simone Carvalho, Suzane iniciou-se nessas lides com um ano e meio em propaganda de televisão. Mais tarde fez carreira com muitos sucessos, destacando-se, entre outras presenças, no teatro com as peças O Analista de Bagé, Bocage e Férias Extra Conjugais; no cinema com os filmes Sábado Alucinante, Profissão Mulher, Fêmeas em Fuga e Perdidos no Vale dos Dinossauros; na televisão com as novelas O Homem Proibido, Champagne e Vereda Tropical, bem como diversos espetáculos musicais e humorísticos. Apesar de ser filha de salgueirense Suzane também desfilou durante 25 anos pela escola de samba Beija Flor de Nilópolis, e ocasionalmente pela São Clemente.


Porém, o sonho de Suzane eram as corridas, tendo começado a correr em 1989 no Kart e depois na Fórmula 3, Fórmula 1600, Fórmula Ford, Fórmula 2000 (Canadá) e Fórmula 2000 (Itália).

Iniciada em 1989, foi campeã brasileira nesse mesmo ano em Kart e no ano seguinte sagrou-se campeã carioca na mesma modalidade.

Em 1991 tornou-se a primeira piloto brasileira a utilizar o distintivo de um clube de futebol em carros de corrida – o escudo da Estrela Solitária do Botafogo de Futebol e Regatas.

No ano seguinte, em 1992, foi campeã brasileira e sul-americana da categoria B da Fórmula 3, tornando-se a primeira mulher da história do automobilismo mundial a conquistar um título de Fórmula 3 e entrando para o Guiness Book e para a Enciclopédia Barsa.

Apesar disso, Suzane não teve patrocínio em 1993 e em 1996. Em 1997 tornou a obter patrocínios e em 1998 rumou à Inglaterra disputando a Palmer Audi e o Vectra Challenge. Em 1999, regressada ao Rio de Janeiro, correu na Indy Lights e em 2000 fez cinco etapas na Indy Lights. Em 2001 surgiu a Copa Clio, a piloto tornou a correr com o escudo do Botafogo no campeonato carioca Ford Fiesta Feminino e em 2002, por falta de verbas, Suzane Carvalho deixou de competir.

Suzane disputando a Copa Clio em 2001

Suzane publicou um manual de Kart com imenso sucesso, recebeu diversas premiações e homenagens e atualmente dirige um centro de formação de pilotos, fundado por ela em 2004, bem como faz testes em veículos de duas rodas e de quatro rodas ligeiros e pesados, e tendo tornado a correr em 2011 na Fórmula 3, disputando a etapa do Rio de Janeiro da Fórmula 3 Sul-Americana na classe Light. Uma mulher fantástica!

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo) e Marcos Machado (colaborador do blogue Mundo Botafogo)

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AS MISSES BOTAFOGO

 


OLGA BERGAMINI DE SÁ - 1929


Em fins dos anos de 1920, uma novidade surgida no ambiente cultural carioca ecoou nas principais cidades do país: jovens senhoritas da sociedade dedicaram-se à prática do violão, levando a público um repertório de canções típicas brasileiras. Se esse momento foi marcado pelo intenso processo de renovação tecnológica, que resultou na incorporação de novíssimos hábitos à vida cotidiana, essa atitude, em contrapartida, demonstrou o engajamento dessas mulheres à ideia de restabelecer a tradição, o compromisso refletido no anseio de trazer para a ordem do dia as coisas nossas, bem brasileiras, que refletiam a “verdadeira alma da nação”.

Recebendo a faixa de Miss Rio de Janeiro

As senhoritas tocavam violão, mostravam as pernas e assumiam uma nova forma física fruto de práticas esportivas e da ginástica que começava a ser divulgada. Os jornais do período exibiram as façanhas empreendidas pelas mulheres modernas como miss Gertrude Ederle. Foi a primeira mulher a atravessar a nado o canal da Mancha, tornando-se campeã olímpica e, em seguida, a mais ágil nadadora do mundo, recorde mundial feminino em várias distâncias e provas. A mesma miss Ederle revelou-se também a mais perfeita caçadora da América; dona de uma pontaria invulgar, tornou-se a primeira a abater desde as feras mais bravas aos patos silvestres às margens do rio Potomac.


As mulheres dos anos 1920, além de inúmeras façanhas, como atravessar o canal da Mancha a nado, faziam ginástica, eram chics, snobs e compravam móveis para o living-room. Dançavam, sobretudo, o tango, mas começaram a praticar o charleston, o shimmy, a ouvir jazz bands e a cantar o fox.

Em novembro de 1928, o jornal A Noite anuncia a grande novidade do final do ano. Promoverá o concurso de Miss Brasil e levará ao certame de Miss Universo, evento realizado na cidade de Galveston, no Texas, a brasileira vitoriosa. Foi um processo que durou aproximadamente seis meses e que envolveu todos os estados do país na seleção de suas representantes. 


Embarque para a disputa de Miss Universo

Temos que ter em mente que Olga foi a primeira representante brasileira no concurso de Galveston e, não menos importante, a primeira sul-americana. 

Naturalmente o povo brasileiro seria sensível à iniciativa, que significaria uma reação às imposições da vida moderna, então voltada essencialmente à ordem material e, sobretudo, à ciência e tecnologia. Os concursos de beleza representariam nesse contexto a elevação do espírito do povo ao nobre sentimento de beleza.

A organização estabeleceu a realização de concursos preliminares em todos os municípios do país, nos quais cada cidade escolheria sua representante; havia preocupação especial em contemplar o maior número de votantes, para que o resultado final pudesse expressar de fato a vontade popular. Terminadas as seleções, deveria realizar-se, na capital de cada uma das 22 unidades federativas, o julgamento que designaria a representante do estado, exatamente como ocorria nos Estados Unidos. Essas 22 representantes iriam ao Rio de Janeiro, onde seria eleita Miss Brasil aquela que levaria as cores do país aos Estados Unidos.

A eleição de Miss Rio de Janeiro foi realizada no domingo, 24 de março, no campo do Fluminense; o júri, composto pelo escultor Correa Lima, diretor da Escola Nacional de Belas-Artes, pelo pintor Eliseu Visconti, pela pintora Sara Vilela de Figueiredo, pelo dr. José Mariano Filho e pelo sr. Francisco Serrador. Enquanto retiraram-se para decidir sobre o voto final, as Bandas da Escola Militar, gentilmente cedida pelo Ministro da Guerra, a banda do Corpo de Bombeiros e a Banda do Batalhão Naval, cedida pelo Ministro da Marinha, além da orquestra Brunswich, alternaram-se na execução da parte musical. Após duplo desfile, o júri deu o veredito final consagrando Miss Botafogo com o título de Miss Rio de Janeiro. Olga Bergamini de Sá foi surpreendida pela decisão do júri. Recebeu a faixa das mãos de Sarah Vilela e, ao lado do diretor de A Noite, emoldurada pelo ruidoso som da aclamação popular, deu no estádio a volta triunfal, descrevendo um largo círculo olímpico.

Terminada a eleição surgiu finalmente a primeira oportunidade de conhecer um pouco a preferida do público carioca. Olga Bergamini começou agradecendo ao jornal e, naturalmente, ao povo que a elegeu. Informou não ter feito sua inscrição no concurso, mas ter sido surpreendida pela presença de seu nome entre as eleitas; passou, então, a acompanhar o pleito pela simples curiosidade de saber quantos votos alcançaria. Ainda que surpresa, levou a vida cotidiana como de hábito, e quando estava veraneando em Petrópolis soube da primeira convocação às misses à qual não pôde comparecer. A senhorita Olga Bergamini de Sá “não é apenas uma bela carioca, é uma carioca de educação primorosa, flor encantadora de distinção, desabrochada em ambiente amável de pureza”. Satisfeitas as primeiras curiosidades sobre a bela carioca, o jornal renovou o fôlego e passou à promoção do evento em sua dimensão nacional sempre com a manchete: “Miss Brasil, florão de uma raça”. 

Inicialmente Miss Botafogo, transformada em Miss Rio de Janeiro e aclamada Miss Brasil, Olga Bergamini de Sá recebeu a consagração popular.

Na primeira página de A Noite, foi estampada generosa fotografia de Olga com seu violão em punho, constando abaixo os dizeres: “Miss Brasil ama o violão e a música nacional”. Filha do comerciante Francisco Marques Correia de Sá e de Luiza Bergamini, Olga nasceu na rua do Catete, n. 92, casa 12.  O primeiro colégio que cursou foi o Sacré-Coeur, viajou com os pais para a Europa por um ano e ao regressar entrou para o colégio Burlamaqui, matriculando-se em seguida no Andrews. Falava um pouco de inglês e arranhava o francês, o espanhol e o italiano.  Seus 18 anos seriam cumpridos no dia 8 de maio de 1929, data de sua partida para os Estados Unidos. 

Quando veio à janela do salão de honra do clube para despedir-se rumo ao concurso de Miss Universo] e em seguida sair, toda a multidão foi tomada de delírio; surpreendeu a todos o enorme contingente de pessoas que ocuparam o bairro:

“As ruas Guanabara e Álvaro Chaves eram como rios humanos. Escoavam-se em ondas de gente constituídas em sua maioria de senhoras e senhoritas, em trajes vaporosos e de variadas cores, que emprestavam ao desfile um estranho encanto, escoavam-se para todos os lados. Os bondes, os automóveis, foram então tomados pela multidão. Todos os veículos, até o largo do Machado, pela grande afluência de povo, só puderam trafegar em marcha vagarosíssima.”

Era tal o entusiasmo em torno do carro da senhorita Olga Bergamini que o veículo teve que ser escoltado por quatro praças da Polícia Militar. 

Uma ilustração de Di Cavalcanti publicada na revista Para Todos fornece uma boa chave para a compreensão do momento: “Lições para ser ‘século-vinte’: lição de tango, lição de violão, lição de box e, claro, lição de amor!”. Esbanjando sensualidade, a presença da mulher sobressai em todos os cenários: na dança do momento, empunhando o instrumento da moda, a postos para encarar o sport moderno e envolvida pelo cinema, movimento, acima de tudo. A lição de violão é dada por um galante professor mulato a uma jovem senhorita, que traja um vestido leve e apresenta-se com as pernas cruzadas, exibidamente à mostra. 

Ser “século-vinte” é, finalmente, ser moderno!

Fonte: Taborda, Marcia. ‘Contrastes da vida moderna: os loucos anos 1920 no Rio de Janeiro’. Revista Crítica.

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VÂNIA PINTO

Vânia Pinto, paulista de Campinas (SP), Miss Botafogo e Miss Distrito Federal (Rio de Janeiro), foi eleita Miss Brasil no dia 26 de janeiro de 1939, no Cassino da Urca.  Em 2º lugar ficou Esilda Lisboa do Rio Grande do Sul e em 3º lugar Cleyde Escobar de São Paulo.

O top 5 foi formado por Vânia Pinto do Distrito Federal, Neyde Tinco do Estado do Rio, Maria Thereza Valença Cavalcanti de Pernambuco, Esilda Lisboa do Rio Grande do Sul e Cleyde Escobar de São Paulo. Participaram 17 candidatas.

“A guerra atrapalhou a eleição de Vânia Pinto em 1939. Tinha 15 anos e um rosto que até agora mostra a mulher de rara beleza. Ela faz questão de esclarecer: - Não desfilei de maiô, o concurso era diferente dos que se realizam hoje. A guerra impediu que saísse do Brasil para a prova final nos Estados Unidos.” (Revista Manchete, Ano 8, Número 429, 09/07/1960) 


Em 1939, não houve Miss Universo em Galveston, Texas, Estados Unidos, devido ao início da Segunda Guerra Mundial, que só terminaria em 1945. 

É muito escasso o material de pesquisa sobre a trajetória de Vânia Pinto, Miss Brasil 1939. “Representou o Botafogo no Miss Distrito Federal e pode ser considerada a primeira modelo profissional brasileira”, eis o que li, faz algum tempo, na internet. 

As últimas fotos de Vânia Pinto, feitas antes de sua morte, foram publicadas nas revistas Manchete (18.05.1985) e Veja (15.05.1985), graças a um evento famoso. No dia 4 de maio de 1985, o publicitário goiano Waldir Viana, já falecido, organizou um encontro na casa de Adalgisa Colombo (1940-2013), Miss Botafogo, Miss Distrito Federal, Miss Brasil e Vice Miss Universo 1958, no bairro do Joá, Rio de Janeiro, que contou com a presença de doze Misses Brasil e uma Miss São Paulo.

Estiverem presentes as seguintes três Miss Botafogo, Miss Rio de Janeiro e Miss Brasil: Vânia Pinto (1939), Adalgisa Colombo (1958) e Gina Macpherson (1960).

A Veja iniciou a reportagem afirmando “Celebrou-se no último dia 4, no Rio de Janeiro, um ato de nostalgia, talvez o último do gênero...” Finalizou mencionando uma declaração de Adriana Alves de Oliveira, Miss Rio de Janeiro, Miss Brasil, terceira colocada no Miss Universo 1981: “Essas mulheres foram fenômenos”, referindo-se às Misses que estiveram no almoço na casa de Adalgisa Colombo. A Veja referiu-se à Martha Vasconcellos como "a mais deslumbrante das senhoras reunidas por Adalgisa.”



O Jornal do Brasil, em sua edição de 05/05/1985, deu destaque ao encontro. Não postou imagem de Vânia Pinto, mas assim destacou sua presença: "Vânia Pinto, Miss Brasil 1939, demonstrou uma audácia própria para a época, posou para uma foto daquele ano vestindo um sóbrio vestido de fazenda xadrez, mas com uma piteira preta entre os dedos da mão esquerda até próxima do rosto. Bela naquele tempo, mantinha a beleza ainda, embora já não consegue enxergar muito bem em ambientes fechados. Uma sobrinha a auxiliava a encontrar a bolsa e outros pequenos pertences espalhados pela sala colorida e aconchegante de Adalgisa Colombo.”

Publicado 14th May 2021 por Ruy Moura

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ADALGISA COLOMBO

Adalgisa Colombo, a lindíssima Miss Botafogo, irá a Long Beach como representante do Brasil, mercê de suas estrondosas vitórias de graça, elegância e beleza, conquistadas no Maracanãzinho, nas noites inesquecíveis de 14 e 21 de junho último.

Na primeira noite, Adalgisa consagrou-se Miss Distrito Federa. Carioca legítima, nascida no próprio bairro de Botafogo, a 11 de janeiro de 1940, é filha do distinto casal Eduardo-Percília Colombo.

De tez clara, cabelos negros e olhos castanhos, Adalgisa tem as seguintes medidas: altura, 1,69; pêso, 56 quilos; cintura, 62 cm.; busto, 90 cm.; quadris, 91 cm.; coxa, 56 cm.; tornozelo, 21,5 cm.; sendo uma moça finamente educada, falando perfeitamente inglês e francês.

Sôbre a vitória espetacular, que arrazou o despeito de uma malta de cafajestes, assim se expressou “O Jornal”, sobre a noite de 14:

– “Muito linda no seu tipo de morena brasileira, voltou-se para uma senhora que estava perto e, chorando de alegria ao abraçá-la, disse: “Mamãe, nem acredito!” Ela acabava de ser a vitoriosa entre vinte e cinco outras jovens não menos belas, na festa que teve lugar às últimas horas de ontem, às primeiras horas de hoje, no Maracanãzinho, importante etapa do Concurso Miss Brasil – Miss Universo, promovido pelos Diários Associados sob o patrocínio exclusivo do “Leite de Rosas”, em todo o país”.

Mas, a suprema noite foi a de 21 quando Adalgisa, Miss Distrito Federal, entre 23 jovens representantes de estados e Territórios, impôs sua invulgar formosura e sua plástica notável, consagrando-se sob a chuva de flores e ovações delirantes, Miss Brasil.

Sobre a noite de 14, disse “O Cruzeiro”: – “As moças foram saindo, uma a uma, com seus embrulhos, vestidos, parentes, tristezas e alegrias. Lá fora, chovia fino. Adalgisa, que tem 18 anos e sempre quis ser “Miss” desde menina, deu o braço ao pai e à mãe, abriu caminho entre os que esperavam para vê-la, e foi para casa, com mais um campeonato para o seu time, o BOTAFOGO”.

O BOTAFOGO inteiro, sempre presente em todas as jornadas, com o Dr. Sergio Darcy, seu presidente em exercício, à frente, vibrou intensamente com a consagração de sua excepcional representante como protótipo da beleza da Mulher Brasileira, torcendo calorosamente para o seu sucesso em Long Beach.

Nota do Mundo Botafogo: Adalgisa Colombo Teruzkin nasceu no Rio de Janeiro no dia 11 de janeiro de 1940 e faleceu na mesma cidade no dia 17 de janeiro de 2013. Em Long Beach sagrou-se Vice Miss Universo 1958 e renunciou durante o mandato para contrair matrimônio, mantendo-se oficialmente Miss Brasil. Em 1956 atuara no filma Com Água na Boca, no papel de Teresinha, posteriormente foi apresentadora da TV Rio durante a década de 1960 e em 2004 foi homenageada pelo portal ‘Misses do Brasil’ como a “Miss Brasil Inesquecível”.



Fonte: Blog mundobotafogo Ruy Moura

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RIO - Símbolo de elegância, misturada a uma boa dose de ousadia, Adalgisa Colombo, Miss Brasil 1958, manteve a aura do título em toda sua vida. A moça, que cresceu em Botafogo e foi educada no Liceu Francês de Laranjeiras, era habitué de concursos de beleza e dos desfiles da Casa Canadá desde os 15 anos. Antes de se sagrar Miss Brasil como candidata do Distrito Federal — feito alcançado aos 18 anos — ela havia sido a Miss Botafogo. No concurso de 1958, ela desbancou as concorrentes do resto do país com uma ousadia que entrou para a história da disputa: depois de ter as pernas cobertas por pancake pelo maquiador do Miss Brasil, como as demais candidatas, ela correu ao banheiro, tirou tudo e se cobriu de óleo, dando à pele um brilho sensual nunca antes visto pelo júri.

— Aquilo foi como um anúncio da mulher sensual que entraria nas passarelas nos anos 60, mais ousada e decidida. O Miss Brasil sempre foi modelo de mulher careta. Adalgisa foi a primeira não careta da história. E a primeira a desfilar com óleo. Ela tinha uma postura de modelo, um desfile mais agressivo. E Adalgisa era de uma classe média moderna. Tinha um nível intelectual diferente das outras misses — conta o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, autor do livro “Feliz 1958 - O ano que não devia terminar”, em que dedicou um capítulo ao título de Adalgisa no Miss Brasil.
No Maracanãzinho lotado, Adalgisa recebeu a coroa das mãos de Therezinha Pittigliani, Miss Brasil 1957, de quem se tornou amiga.
— Ela deixa várias memórias boas. Foi uma pessoa muito amiga e alegre. Não se queixava de nada. Gostava de cozinhar, fazia um bacalhau divino. Sua nora está grávida e ela estava muito animada para se tornar avó — conta Therezinha.
Depois de se tornar Miss Brasil, a modelo foi recebida pelo presidente Juscelino Kubitschek e beijou Bellini, capitão da seleção brasileira, para pôsteres do campeonato mundial. Com o título, ela foi disputar o Miss Universo, em Long Beach, nos Estados Unidos, mas ficou em segundo lugar, atrás da candidata colombiana, para felicidade de Jackson Flores, com quem se casaria pouco depois em Nova Iorque, abdicando da coroa de miss. O casal teve um filho e viveu na cidade americana por 14 anos.
O segundo casamento de Adalgisa foi com o empresário Flávio Teruszkin. Depois da união, ela se converteu ao judaísmo, religião do marido, com quem morava numa casa no Joá. No final dos anos 80, o casal, que adotou dois filhos, se mudou para Portugal, fugindo da onda de sequestros no Rio. A modelo criou ainda a filha de sua única irmã, que morreu aos 29 anos com problemas cardíacos. Adalgisa trabalhou na Rádio Globo e na TV Rio, além de ter sido garota propaganda de produtos como o cigarro Charm, numa época em que fumar era símbolo de elegância. Apesar de dizer que detestava frequentar eventos como o Fashion Week, ela continuou sendo uma referência no mundo da moda e reproduzia aprendizados dos tempos da Casa Canadá. Um deles era jamais usar chapéu com cabelo solto. A eterna miss dizia: “Essa combinação deixa qualquer mulher parecida com uma bruxa”.
A causa da morte de Adalgisa não foi divulgada pela família. Ela foi enterrada no cemitério israelita de Vilar dos Teles, na sexta-feira.

Fonte: Jornal O Globo 21 de janeiro de 2013
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Gina MacPherson

Miss Botafogo, Miss Guanabara, Miss Brasil e semi finalista Miss Mundo
por RUY MOURA
Maracanãzinho, Rio de Janeiro, 4 de junho de 1960, 10.000 pessoas ansiosas, 24 jovens em disputa do 1º título de Miss Guanabara, o estado recém-criado após a capital do país transferir-se para Brasília, e Gina MacPherson candidata a mais um título de uma Miss Botafogo.
A noite começou, sem dúvida, tanto para o público como para os ‘entendidos’, com Dirce Machado, Miss Renascença Clube, mulata muito bonita e elegante, que abalou os ‘alicerces’ do Maracanãzinho com o seu charme, mas no final foi Gina MacPherson a grande vencedora.
As candidatas finalistas a Miss Guanabara, da esquerda para a direita: Maria Helena Thomé (Miss Uruguai Tênis Clube, 2º lugar), Gina MacPherson (Miss Botafogo, 1º lugar), Shirley da Silva Carneiro (Miss Grajaú, 3º lugar) e Dirce Machado (Miss Renascença Clube, 4º lugar). Créditos: Indalécio Wanderley / O Cruzeiro.

Miss Guanabara 1960
Ao som de ‘Cidade Maravilhosa’ e aplaudida por todo o Maracanãzinho, a botafoguense de olhos verdes e cabelo preto, que foi apontada como favorita logo após o vestido de baile, um tule vaporoso, estola do mesmo tecido, sapatos de cetim cor de caju e luvas da mesma cor, recebeu do governador Sette Câmara, do estado da Guanabara, a faixa de 1ª Miss Guanabara.
Gina MacPherson, nascida em Icaraí, Niterói, e era recepcionista da empresa de aviação BOAC, tendo sido descoberta por um diretor do Botafogo em pleno local de trabalho e, por isso, as suas primeiras palavras de agradecimento foram dirigidas ao Clube que lhe proporcionou a possIbilidade de viver uma história de Cinderela (Manchete).
Filha de pai escocês importador de uísque, passou a infância entre o Rio Cricket, a piscina do Clube de Regatas e os estudos ministrados pela mãe americana, uma mulher prática que ensinou às três filhas o valor da independência. Falando português com ligeiro sotaque da Escócia quando queria, Gina adorava ler romances, montar a cavalo na fazenda dos pais e assistir a filmes de Marlon Brando, Tony Curtis, Frank Sinatra, Debbie Reynolds, Brigitte Bardot e Gina Lollobrigida.
No mítico Maracanãzinho evoluiu suavemente pelo palco com os seus 172cm de altura, 93cm de busto e de quadris, 58cm de cintura, 53cm de coxa, 22cm de tornozelo e 57kg de peso. Na semana seguinte venceu 22 candidatas e foi coroada Miss Brasil 1960.

As candidatas finalistas a Miss Guanabara, da esquerda para a direita Maria Helena Thomé (Miss Uruguai Tênis Clube, 2º lugar), Gina MacPherson (Miss Botafogo, 1º lugar), Shirle

Maracanãzinho, Rio de Janeiro, 11 de junho de 1960, 23 jovens em disputa pelo título e 28.000 pessoas ansiosas por conhecerem em direto a mais bela brasileira a irromper pela década que abalou o ‘velho mundo’.

Na foto acima, as mais belas do Brasil, da esquerda para a direita: Erica Bertha Lirkus (Miss São Paulo, 8º lugar), Vanja Nobre Jacob (Miss Amazonas, 7º lugar), Edda Logges (Miss Rio Grande do Sul, 5º lugar), Maria Edilene Torreão (Miss Pernambuco, 3º lugar); Gina MacPherson (Miss Guanabara, 1 º lugar), Magda Renate Pfrimer (Miss Brasília), 2ºlugar), Mercedes Elizabeth del Carmen Carrascosa Von Glehn (Miss Minas Gerais, 4º lugar), Marzy Moreira (Miss Estado do Rio, 6º lugar).

As Misses mais aplaudidas começaram por ser as de Minas Gerais, Pernambuco, Guanabara e Estado do Rio, e se as palmas da multidão contassem, certamente Miss Minas Gerais teria o título assegurado. Porém, a ‘luneta’ do júri vê mais longe os ‘pecados mortais’ da beleza: ombros caídos, quadris volumosos, coxas grossas, joelhos para dentro, omoplatas salientes, a linha reta das pernas quando os calcanhares se unem. E personalidade, modo de andar e outros atributos, porque ser Miss exige uma complexa combinação entre aritmética e poesia…
Em Miami, no concurso de Miss Universo, era considerada favorita e até chegou a pousar com a coroa: – Aquela, sim, foi uma noite completa! No famoso Hotel Fontainebleau, um dos melhores do mundo, um show em homenagem ao nosso país contou com Gina no último quadro. O auditório aplaudiu a bonita Miss Brasil, que num improviso em inglês arrancou assobios de entusiasmo. Os jornais de Miami encheram suas primeiras páginas com fotos de Gina, que é a favorita (O Cruzeiro).
Porém, no final, Gina ficou em 6º lugar e atribuíram a coroa à candidata americana.
– Eu nem tinha as tais duas polegadas a mais de quadril que haviam desclassificado a Martha Rocha. Eles chegaram a tirar minha foto com a coroa de Miss Universo, mas quem acabou ganhando foi a americana Linda Bement — contou Gina ainda esbelta aos 73 anos.
Porém, Gina guarda uma raiva íntima, não propriamente por não ter sido Miss Universo, mas devido à justificação que encontraram para não conquistar o título. Cada candidata tinha um motorista universitário, que acompanhava as misses aos compromissos externos e na festa de premiação Gina deu as mãos e dançou com o seu cicerone, sendo acusada de ter perdido a coroa devido ao suposto namorico.
– Fiquei muito chateada porque não era verdade. Eu namorei e aproveitei muito essa época, mas não com ele. Quis voltar direto para o Brasil, porque tive um outro aborrecimento com o cônsul brasileiro, que queria que eu desfilasse de maiô no aeroporto de Miami. Eu era Miss, não vedete.


No regresso a casa Gina viveu “um ano de Cinderela” antes de decidir afastar-se dos holofotes e dedicar-se integralmente à sua futura família. Passada a fase de Cinderela, em que nem a faixa de Miss Brasil sobrou, porque foi roubada em Inglaterra, ela voltou com o ex-namorado e oficial da Marinha Ademar Garcia, casou-se, teve três filhas, netos e bisnetos.
Jean MacPherson, mundialmente conhecida por Gina MacPherson, tem 80 anos de idade, acredita que escolheu uma vida pacata devido ao frenesi vivido durante os concursos e ainda cuida do seu jardim.
Fontes: Manchete; O Cruzeiro; Passarela  Cultural.

Publicado 1º Abril 2021 por Ruy Moura
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MARIA RAQUEL DE ANDRADE

SESSÃO NOSTALGIA - MARIA RAQUEL DE ANDRADE, VALE A PENA SER MISS .................... Daslan Melo Lima 


Era abril de 1966 e faltavam dois meses para Maria Raquel Helena de Andrade, Miss Guanabara e Miss Brasil 1965, passar as faixas para as suas sucessoras, quando a revista MANCHETE(Ano 13, Nº 730, 16/04/1966) circulou nas bancas de todo o país com uma reportagem de André Kallás, Maria Raquel de Andrade – Vale a pena ser Miss? Maria Raquel responde: Sim, vale a pena ser Miss Brasil, desde que recebi a faixa, no ano passado, as alegrias que tive e continuo tendo são muito mais numerosas do que as decepções. Não me arrependo de ter representado o Brasil em Miami. Pelo contrário, sinto um orgulho imenso, por mim, pelos meus pais, pelos meus amigos e pelo Botafogo. E.se isso fosse possível gostaria de recomeçar tudo de novo. Até mesmo o título de Miss Marte me deixaria feliz. Maria Raquel foi descoberta pela jornalista Nina Chaves, que publicou sua foto no suplemento feminino do jornal O Globo. A foto era sensacional, e a moça de cabelos louros, agitados pelo vento, teve que ser explicada com a seguinte legenda: Ela existe, sim senhores! E mora no Rio. Maria Raquel de Andrade, Miss Guanabara 1965, ladeada pelo pai João Luís e pela mãe que também se chamava Raquel. Então, de repente, Maria Raquel ficou viciada em bailes de debutantes. Depois do seu verdadeiro Baile das Debutantes, realizado em Florianópolis, ela foi procurada pelo Barão de Siqueira Júnior, especializado em promover esse tipo de festa juvenil.
O Barão lhe disse: - Você é simplesmente um sonho! Eu quero que você participe do Baile das Debutantes que vou dar no Rio, no Clube Monte Líbano. Maria Raquel topou. A festa foi linda. Mas o Barão, ainda não satisfeito, exigiu que ela participasse de outro baile, o mais solene dos três, no Copacabana Palace e tendo por madrinha a senhora Sarah Kubitschek. Hoje ela comenta com um sorriso: - Se dependesse do Barão, eu iria continuar debutando até hoje... Em 1964, no Maracanãzinho, ela viu pela primeira vez a eleição de Miss Brasil. - Fiquei deslumbrada com aquele movimento, o entusiasmo do público e tudo o mais. Aplaudi freneticamente Ângela Vasconcelos, no momento em que foi coroada. Mas nunca poderia pensar que no ano seguinte tudo aquilo aconteceria comigo mesma.
Maria Raquel fez um curso de recepcionista na Socila e a professora Maria Fernanda incentivou-a a se inscrever no Miss Guanabara. A mãe não apoiou, mas o pai disse sim. A família torcia pelo Botafogo e quando um diretor do clube perguntou se ela gostaria de representar o clube da estrela solitária no Miss Guanabara, Mara Raquel não teve dúvida em aceitar. 


Havia uma onde tremenda contra mim. Algumas candidatas diziam que se eu ganhasse era marmelada, e que em represália não cantariam em minha homenagem, conforme estava no programa. Não cantaram mesmo, mas não liguei. O importante foi o momento em que a linda Vera Lúcia Couto me passou a faixa. Foi o momento mais emocionante da minha vida, muito mais emocionante do que quando fui coroada Miss Brasil. Ninguém pode imaginar o que é um camarim durante a eleição de Miss Brasil. Ouvem-se fofocas de arrepiar os cabelos. Aquela correria para lá e para cá, a demora em começar o desfile, a expectativa, tudo mexe com os nervos da gente. No entanto, na hora de colocar os pés na passarela, senti-me estranhamente calma. Estava tão serena que cheguei a observar a posição das diferentes torcidas, percebendo que a turma do Botafogo estava do lado esquerdo. Comecei a andar de cabeça erguida, sorrindo até o fim, indiferente às vaias, que foram muitas, e aos também numerosos aplausos. Se ganhasse, seria ótimo. Se perdesse, azar meu. 
Era assim que eu pensava. Ganhei. A reação brutal de uma parte do público não me impressionou. O que me interessava era a opinião do júri. Mesmo porque, se o público brasileiro fosse chamado para julgar concursos de beleza, haveria até guerra civil. Logo que Ângela Vasconcelos me passou a coroa, meu primeiro pensamento foi para mamãe e papai. Estava feliz por vê-los felizes e recompensados pelos dias de angústia que viveram juntos comigo. O resto, as vaias, o despeito, as fofocas, que se danassem. A favorita do público ao título de Miss Brasil 1965 era Marilena de Oliveira Lima, Miss Mato Grosso, que ficou apenas em quarto lugar, motivo das vaias às quais Maria Raquel se refere, as maiores vaias da historia do Maracanãzinho. Maria Raquel de Andrade - (Foto: MANCHETE,16/04/1966) - Nenhuma vaia do mundo – diz ela, recordando a sua dramática noite de glória no Maracanãzinho – nenhuma vaia do mundo – repete - cobriria o som daquela serenata que fizeram para mim em Manaus, às margens do Rio Amazonas. E qualquer crítica se apagaria ante o sermão pronunciado pelo Padre Gustavo, em Curitiba, durante a missa celebrada em minha homenagem, quando passei por lá. Foi um sermão quase que exclusivamente sobre o significado do título que eu acabava de conquistar, e eram palavras tão sábias e comoventes que chorei um bocado. Maria Raquel Helena de Andrade ficou entre as quinze semifinalistas do concurso Miss Universo 1965 e achou justa a vitória da tailandesa Apasra Hongsakula. Na condição de Miss Brasil, ganhou em moeda da época cinco milhões de cruzeiros em espécie, um automóvel zero quilometro da marca Gordini, vestidos, sapatos e jóias e viajou pelo país inteiro. Depois, casou e se tornou uma das grandes damas da sociedade carioca, figura obrigatória nos grandes eventos, com o nome citado nas mais prestigiadas colunas sociais. Exteriorizando muita alegria, ela marcou presença na noite da eleição da Miss Brasil 2004, no quadro que rendeu um tributo às Misses Brasil dos anos anteriores, dentro das comemorações dos 50 anos do concurso Miss Brasil. Quais foram as canções cantadas naquela serenata em Manaus, às margens do Rio Amazonas? Quais foram as palavras sábias e comoventes daquele sermão do Padre Gustavo em Curitiba? Foram todas revestidas de um tom especial de espiritualidade que marcou para sempre o universo de Maria Raquel Helena de Andrade, Miss Guanabara e Miss Brasil 1965, uma Miss que se orgulha do seu passado de rainha da beleza e que não se cansa de dizer que valeu a pena ser Miss. 

Fonte: Blog Passarela Cultural